Não há consenso na comunidade científica sobre o homossexualismo

Tem muitos comentários na fila para serem respondidos, e vou fazer isso depois. Estou muito sem tempo, como podem observar pela inconstância na publicação de novos textos.

Mas aproveito um tempinho livre para responder a um comentário bastante interessante, digno de um post. Vamos a ele:

Primeiramente deixo claro que não estou “invadindo seu blog”, como você respondeu a um dos comentadores. Se o blog é aberto a todos os comentários, então não existem “invasores” e sim “visitantes” ou comentadores.

**** Se todos aqueles que viessem aqui com a sua educação, seria ótimo. O blog é aberto a comentários e discordâncias, não a “ignorâncias”, se você me entende. Então, existem sim aqueles que vêm aqui tranqüilamente, para comentar, expressar discordâncias, expor argumentos (como é o seu caso), e existem aqueles que vêm aqui babando, despejando a própria ignorância, pensando que aqui é a casa da Mãe Joana. Esses últimos, invasores, são recebidos a pontapés, pelo simples motivo de que eu não respeito quem não me respeita.

Em segundo lugar há de se separar juízos morais ou éticos de pareceres técnicos. Para a Organização Mundial de Saúde o termo “homossexualismo” (conforme usado aqui) foi proscrito em 1985 pois o sufixo “ismo” é utilizado para designar patologias.

**** Veja a gravidade da sua afirmação: “há de se separar juízos morais ou éticos de pareceres técnicos”. A raiz do problema está justamente aí, afinal o que garante a lisura do parecer técnico se este estiver separado de um juízo moral, ético?

Prosseguindo: qual o parecer técnico que determinou inequivocamente o homossexualismo como um comportamento “normal”? Quais as pesquisas realizadas podem afirmar isso com certeza? A decisão da Organização Mundial de Saúde foi arbitrária, fruto de pressões políticas do movimento gay, tal como aconteceu com a APA (American Psychological Association – ver o importantíssimo texto de Gerson Faria “Movimento gay põe psiquiatras ‘de quatro'”).

A comunidade científica mundial não considera a homossexualidade uma patologia, a despeito do que pregam vocês fundamentalistas.

**** Visite o site da Narth – National Association for Research and Therapy of Homosexuality. Trata-se de uma instituição científica séria e suas pesquisas estão lá, com dados preciosos para serem debatidos. Existem pessoas que manifestam comportamentos homossexuais, se sentem infelizes com isso, e procuram então ajuda especializada para tratamento. Um comportamento compulsivo pode e deve ser considerado patológico – e, pelo menos para certo número de pessoas que procura ajuda, o comportamento homossexual pode e deve ser considerado patológico.

Em síntese, ao contrário do que você e tantos outros afirmam, não há consenso científico a respeito deste tema. O que está acontecendo é muito simples: a militância gay impede o debate, através da violência verbal e do constrangimento. Como estão com a grande mídia nas mãos, já que o jornalismo e os meios de comunicação quase em sua totalidade estão tomados pelo pensamento politicamente correto, mobilizam a opinião pública em favor de seus interesses – entre esses interesses, está o de recusar a possibilidade de haver pessoas que apresentam comportamento homossexual infelizes, desejosas de modificar sua conduta.

Ninguém é obrigado a ser cristão ou a ler a Bíblia, mas qualquer profissional de nível universitário é obrigado a seguir o código de conduta, o protocolo que regulamenta o seu exercício profissional.

**** E se o código de conduta não refletir a realidade exposta nos fatos e nas pesquisas, mas tão somente o interesse de grupos militantes organizados? Você diz que sou fundamentalista, por defender o que a Bíblia e o Magistério da Igreja ensinam a respeito do homossexualismo. Você acredita piamente na resolução do Conselho de Psicologia e na Associação Mundial de Saúde. Repito a pergunta: quais os dados apresentados por esses cientistas para retirarem o homossexualismo da lista de patologias e, principalmente, em quê esses cientistas se apoiam para proibir que pessoas insatisfeitas com sua sexualidade procurem tratamento clínico?

Se não existe patologia, não existe tratamento, nem tampouco cura.

**** Segundo a Narth (link em inglês), “existem numerosos exemplos de pessoas que obtiveram sucesso em modificar seu comportamento sexual, sua identidade, estimulação sexual e fantasias.”

Se muitos determinam a patologia (de forma bastante questionável, mas vá lá…) a partir do sofrimento do paciente como um dado e existem pessoas que sofrem por sua conduta homossexual, é lógico que há uma patologia presente. Quem vai tratar disso?

O Conselho de Psicologia agiu estritamente dentro dos códigos éticos do seu campo de atuação

**** Insisto: se há pessoas insatisfeitas com sua sexualidade, com seus desejos, suas vontades; se essas pessoas se sentem impulsionadas a praticarem atos contra sua vontade consciente, quem vai ajudá-las? Ou todos os desejos humanos são lícitos, contanto que “não prejudiquem a ninguém…” Como determinar isso? Como mensurar o sofrimento de outrem por agir não conforme a própria vontade, mas a partir de impulsos, que não consegue, mas gostaria de dominar?

Se existem pessoas desejosas de abandonarem o comportamento homossexual, por que o psicólogo deveria ser proibido de ajudá-las a isso? É ético proibir uma pessoa de deixar de ser homossexual?

Por fim, cito a fala do presidente da American Psychological Association, Gerald P. Koocher, que afirmou em 2006: “A Associação Americana de Psicologia não tem conflito algum com os psicólogos que ajudam aqueles que sofrem atração homossexual indesejada”.

Aqui no Brasil, ao contrário, o Conselho Federal de Psicologia se rendeu às pressões políticas do movimento gay, este sim autoritário e que impõe sua ideologia na base da intimidação e da ameaça (como este blog  já pôde comprovar), não do verdadeiro conhecimento científico, que se baseia no debate público de idéias.

Cem anos de pedofilia

Por Olavo de Carvalho.

Na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Na China, castrar meninos para vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legítimo durante milênios. No mundo islâmico, a rígida moral que ordena as relações entre homens e mulheres foi não raro compensada pela tolerância para com a pedofilia homossexual. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um jardim das delícias para os viajantes depravados (leiam as memórias de André Gide, “Si le grain ne meurt”).

Por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo — e praticamente ela só — que libertou as crianças desse jugo temível.

Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento atravessasse dois milênios de história, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou.

O movimento de indução à pedofilia começa quando Sigmund Freud cria uma versão caricaturalmente erotizada dos primeiros anos da vida humana, versão que com a maior facilidade é absorvida pela cultura do século. Desde então a vida familiar surge cada vez mais, no imaginário ocidental, como uma panela-de-pressão de desejos recalcados. No cinema e na literatura, as crianças parecem que nada mais têm a fazer do que espionar a vida sexual de seus pais pelo buraco da fechadura ou entregar-se elas próprias aos mais assombrosos jogos eróticos.

O potencial politicamente explosivo da idéia é logo aproveitado por Wilhelm Reich, psiquiatra comunista que organiza na Alemanha um movimento pela “libertação sexual da juventude”, depois transferido para os EUA, onde virá a constituir talvez a principal idéia-força das rebeliões de estudantes na década de 60.

Enquanto isso, o Relatório Kinsey, que hoje sabemos ter sido uma fraude em toda a linha, demole a imagem de respeitabilidade dos pais, mostrando-os às novas gerações como hipócritas sexualmente doentes ou libertinos enrustidos.

O advento da pílula e da camisinha, que os governos passam a distribuir alegremente nas escolas, soa como o toque de liberação geral do erotismo infanto-juvenil. Desde então a erotização da infância e da adolescência se expande dos círculos acadêmicos e literários para a cultura das classes média e baixa, por meio de uma infinidade de filmes, programas de TV, “grupos de encontro”, cursos de aconselhamento familiar, anúncios, o diabo. A educação sexual nas escolas torna-se uma indução direta de crianças e jovens à prática de tudo o que viram no cinema e na TV.

Mas até aí a legitimação da pedofilia aparece apenas insinuada, de contrabando no meio de reivindicações gerais que a envolvem como conseqüência implícita.

Em 1981, no entanto, a “Time” noticia que argumentos pró-pedofilia estão ganhando popularidade entre conselheiros sexuais. Larry Constantine, um terapeuta de família, proclama que as crianças “têm o direito de expressar-se sexualmente, o que significa que podem ter ou não ter contatos sexuais com pessoas mais velhas”. Um dos autores do Relatório Kinsey, Wardell Pomeroy, pontifica que o incesto “pode às vezes ser benéfico”.

A pretexto de combater a discriminação, representantes do movimento gay são autorizados a ensinar nas escolas infantis os benefícios da prática homossexual. Quem quer que se oponha a eles é estigmatizado, perseguido, demitido. Num livro elogiado por J. Elders, ex-ministro da Saúde dos EUA (surgeon general — aquele mesmo que faz advertências apocalípticas contra os cigarros), a jornalista Judith Levine afirma que os pedófilos são inofensivos e que a relação sexual de um menino com um sacerdote pode ser até uma coisa benéfica. Perigosos mesmo, diz Levine, são os pais, que projetam “seus medos e seu próprio desejo de carne infantil no mítico molestador de crianças”.

Organizações feministas ajudam a desarmar as crianças contra os pedófilos e armá-las contra a família, divulgando a teoria monstruosa de um psiquiatra argentino segundo a qual pelo menos uma entre cada quatro meninas é estuprada pelo próprio pai.

A consagração mais alta da pedofilia vem num número de 1998 do “Psychological Bulletin”, órgão da American Psychological Association. A revista afirma que abusos sexuais na infância “não causam dano intenso de maneira pervasiva”, e ainda recomenda que o termo pedofilia, “carregado de conotações negativas”, seja trocado para “intimidade intergeracional”.

Seria impensável que tão vasta revolução mental, alastrando-se por toda a sociedade, poupasse miraculosamente uma parte especial do público: os padres e seminaristas. No caso destes somou-se à pressão de fora um estímulo especial, bem calculado para agir desde dentro. Num livro recente, “Goodbye, good men”, o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.

Acuados e sabotados, confundidos e induzidos, é fatal mais dia menos dia muitos padres e seminaristas acabem cedendo à geral gandaia infanto-juvenil. E, quando isso acontece, todos os porta-vozes da moderna cultura “liberada”, todo o establishment “progressista”, toda a mídia “avançada”, todas as forças, enfim, que ao longo de cem anos foram despojando as crianças da aura protetora do cristianismo para entregá-las à cobiça de adultos perversos, repentinamente se rejubilam, porque encontraram um inocente sobre o qual lançar suas culpas. Cem anos de cultura pedófila, de repente, estão absolvidos, limpos, resgatados ante o Altíssimo: o único culpado de tudo é… o celibato clerical! A cristandade vai agora pagar por todo o mal que ela os impediu de fazer.

Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados. Nunca a teoria de René Girard, da perseguição ao bode expiatório como expediente para a restauração da unidade ilusória de uma coletividade em crise, encontrou confirmação tão patente, tão óbvia, tão universal e simultânea.

Quem quer que não perceba isso, neste momento, está divorciado da sua própria consciência. Tem olhos mas não vê, tem ouvidos mas não ouve.

Mas a própria Igreja, se em vez de denunciar seus atacantes preferir curvar-se ante eles num grotesco ato de contrição, sacrificando pro forma uns quantos padres pedófilos para não ter de enfrentar as forças que os injetaram nela como um vírus, terá feito sua escolha mais desastrosa dos últimos dois milênios.

Fonte: site de Olavo de Carvalho.