Mensagem do dia (15/07/2016)

Assim como no falar muito não faltará pecado, assim, falar pouco e raramente faz com que o homem se preserve do pecado. E se a conseqüência do demasiado falar freqüentemente é a ofensa de Deus ou do próximo, o silêncio, por sua vez, nutre a justiça, da qual nasce como de uma árvore o fruto da paz… Pois se o homem não põe com muito cuidado uma guarda à sua boca, não somente bem cedo dissipará as graças que recebeu, mas há de cair em muitos males.

São Boaventura.

Mensagem do dia (17/08/2012)

A mortificação não é simples moderação nem é manter controlados à risca os sentidos e o desequilíbrio produzido pela desordem e pelo excesso. É abnegação verdadeira: é dar lugar à vida sobrenatural na alma, é antecipar aquela glória vindoura que se há de manifestar em nós.

Padre Francisco Fernandez Carvajal.

Quer melhorar seu autocontrole? Experimente a religião

Por John Tierney.

Se vou encarar seriamente minhas resoluções para 2009, será que devo acrescentar mais uma à lista, “começar a frequentar a igreja”?

É uma pergunta complicada para um pagão, mas me senti obrigado a falar dela com Michael McCullough depois de ler seu artigo que vai sair na próxima edição do “Psychological Bulletin”. Ele e outro psicólogo da Universidade de Miami, Brian Willoughby, analisaram oito décadas de pesquisas e concluíram que a fé religiosa e a devoção promovem o autocontrole.

McCullough não tem motivações evangelizadoras. Ele confessa que não é exatamente devoto. “Quando o assunto é religião, profissionalmente falando, sou fã dela, mas, pessoalmente, essa não é muito minha praia”, disse.

Seu interesse profissional nasceu do desejo de compreender a razão da evolução da religião e por que ela parece ajudar tantas pessoas. Pesquisadores de todo o mundo já constataram repetidas vezes que pessoas que têm devoção religiosa tendem a sair-se melhor nos estudos, a viver mais, a ter casamentos mais satisfatórios e, em geral, a ser mais felizes.

Esses resultados têm sido atribuídos às regras impostas aos fiéis e ao apoio social que eles recebem de outros fiéis, mas essas fatores externos não explicam todos os benefícios. No novo artigo, os psicólogos de Miami analisaram os estudos para testar a hipótese de que a religião confere força interna às pessoas. “Simplesmente perguntamos se há evidências fortes de que pessoas mais religiosas têm mais autocontrole”, disse McCullough. “Quando somamos vários estudos, percebemos que há descobertas consistentes indicando uma correlação entre religiosidade e autocontrole maior.”

Já nos anos 1920, pesquisadores descobriram que alunos que passavam mais tempo nas aulas de catecismo se saíam melhor em testes de laboratório para medir sua autodisciplina. Estudos subsequentes mostraram que crianças devotas ganhavam escores de impulsividade relativamente baixos de seus pais e professores, e que a religiosidade repetidamente apresentava correlação com autocontrole maior entre os adultos. Descobriu-se que devotos tendem mais que os outros a usar cintos de segurança, ir ao dentista e tomar vitaminas.

“Tomografias cerebrais já mostraram que, quando as pessoas oram ou meditam, ocorre muita atividade em duas partes do cérebro que são importantes para a autorregulação e o controle da atenção e da emoção”, disse McCullough. “Os rituais que a religião incentiva há milhares de anos parecem ser uma espécie de treino anaeróbico de autocontrole.”

Em um estudo de personalidade, pessoas fortemente religiosas foram comparadas com pessoas que professavam ideias espirituais mais gerais, como a de que suas vidas eram “dirigidas por uma força espiritual maior” ou que elas sentiam “uma conexão espiritual com outras pessoas”. As pessoas religiosas ganhavam escores relativamente altos nos quesitos consciência e autocontrole, enquanto as pessoas espirituais apresentam escores relativamente baixos.

“Pensar sobre a unidade da humanidade e da natureza não parece guardar relação com o autocontrole”, disse McCullough. “O efeito de autocontrole parece vir da participação em instituições e comportamentos religiosos.”

Fonte: The New York Times, publicado na Folha de São Paulo, 12/01/2009. Link para assinantes aqui.