Herói da fé: bispo opositor da cidade chinesa de Xiwanzi libertado após dois anos e meio na prisão

Ele foi preso por consagrar uma Igreja sem o consentimento da Associação Patriótica. As autoridades chinesas o consideravam apenas como um padre, e não permitiam que ele realizasse cerimônias maiores. Dois padres e vinte fiéis da diocese de Xiwanzi ainda estão presos. Em Hebei, dois bispos ainda estão “desaparecidos” após muitos anos.

Hong Kong (AsiaNews/UCAN) – Leão Yao Liang, bispo opositor de Xiwanzi, foi posto em liberdade logo após o ano novo chinês. Ele tinha sido levado pela polícia em 30 de julho de 2006. Oficiais do governo chinês já o tinham advertido que não deveria desempenhar seu trabalho como bispo ou estar a frente de atividades da Igreja que envolvessem considerável número de pessoas.

O bispo Yao, de 85 anos, é um bispo não-autorizado, não-reconhecido pelo governo e não é membro da Associação Patriótica, uma igreja que não aceita a autoridade do Papa e se mantém sob a autoridade do governo comunista chinês. Provavelmente, ele foi preso porque as autoridades descobriram que ele consagrou uma Igreja no condado de Guiyang em julho de 2006 sem o consentimento da Associação Patriótica. O bispo e cinco dos vinte padres que concelebravam a missa foram detidos por violarem regulamentos de assuntos religiosos.

Enquanto esteve na prisão, bispo Yao foi mantido em vários locais, sempre em isolamento. Agora, as autoridades permitem que ele veja pessoas, mas ele não está autorizado a organizar grandes assembléias. Em Xiwanzi, não foi nem permitido aos fiéis organizarem uma celebração pelo seu retorno.

A diocese de Xiwanzi (Hebei) é uma diocese da Igreja proscrita, fiel ao Papa, que conta com quinze mil fiéis e está situada a cerca de 260 quilômetros ao norte de Pequim, quase na fronteira com a Mongólia Interior. Durante meses a polícia, apoiada pela Associação Patriótica, tem realizado uma campanha contra padres e bispos da Igreja não-autorizada pelo governo. De acordo com fontes locais, há ainda vinte fiéis e dois padres no cárcere, presos por organizarem manifestações e protestos de desobediência pela libertação de seu bispo.

Ainda há dois bispos da área de Hebei – a região chinesa com maior concentração de católicos – detidos pela polícia, permanecendo presos em local ignorado: um deles é o bispo João Su Zhimin, da diocese de Baoding, que tem 75 anos de idade. Ele foi preso em 1996 e desapareceu. Em novembro de 2003 foi mandado para um hospital em Baoding, sob a guarda da polícia, onde foi tratado de problemas cardíacos e oculares. Mas, poucos dias depois, ele desapareceu novamente.

O outro bispo desaparecido é Cosme Shi Enxiang, da diocese de Yixian, hoje com 86 anos. Ele está preso desde 13 de abril de 2001. Sagrado bispo em 1982, antes disso esteve preso por 30 anos. Foi preso novamente em dezembro de 1990, libertado em 1993. Está em isolamento total desde sua última prisão.

Fonte: Asia News. Tradução de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.