João Paulo II será canonizado em 27 de abril, no domingo da Divina Misericórdia

O Vaticano ainda está para confirmar a data, que incluirá provavelmente a canonização do papa João XXIII. Porta-voz do papa diz que o anúncio oficial será feito depois do consistório de 30 de setembro

Por Edward Pentin para a National Catholic Register

Papa Francisco revelou informalmente a data

Papa Francisco revelou informalmente a data

CIDADE DO VATICANO – O Vaticano ainda está para confirmar o anúncio, mas o Papa Francisco já deixou a conhecer em uma conversa privada que o Papa Beato João Paulo II será canonizado em 27 de abril de 2014.

Fonte confiável próxima ao Vaticano perguntou recentemente ao Papa Francisco sobre a data, ao que o pontífice respondeu, com uma risada: “Posso te dizer agora, se quiser. Será em 27 de abril”.

“Fiquei surpreso com sua franqueza, mas ele deu um passo atrás, riu e então me revelou a data”, disse a fonte. Ele estava cercado por altos funcionários que não pareciam se importar.

Entre estes que estavam próximos ao Papa, estava o arcebispo Georg Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia, que será em parte responsável pela organização da cerimônia de canonização.

Espera-se que o Papa Beato João XXIII, que liderou a Igreja entre 1958 e 1963 e convocou o Concílio Vaticano II, seja canonizado na mesma data.

A canonização de João Paulo II acontecerá, portanto, no dia do Domingo da Divina Misericórdia, festa estabelecida pelo Papa em 2001. Celebrada no segundo domingo da Páscoa, a comemoração tem origem na devoção da freira polonesa Santa Faustina Kowalska. Em uma revelação particular, Santa Faustina (1905-1938) revelou que Jesus pediu uma festa específica para a Divina Misericórdia, para que a humanidade pudesse se refugiar Nele. O papa João Paulo II morreu na véspera do domingo da Divina Misericórdia em 2005.

O tema da misericórdia é também fundamental para o pontificado do Papa Francisco, que já afirmou: “este é o tempo para a misericórdia”.

Leia mais na matéria original em inglês aqui.

Milagre que levou à canonização da madre Gertrude Comensoli

Vasco Richini, a criança que acordou de um coma vegetativo

Por Carmen Elena Villa.

AGNOSINE, terça-feira, 21 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Eram 0h20 entre os dias 2 e 3 de outubro de 2001, quando tocou o telefone da irmã Bianca Pasinetti, membro da comunidade do Santíssimo Sacramento: «Irmã, estamos todos aqui, Vasco está nos deixando, faça algo porque não quero que Vasco morra».

Estas foram as palavras de Ettore Richini. Seu filho de 4 anos, que frequentava a escola materna das irmãs do Santíssimo Sacramento, havia sido internado no hospital com uma forte meningite. A família Richini morava em Agnosine, uma pequena população de quase dois mil habitantes, localizada na província de Bréscia, no norte da Itália.

Rita, a mãe do pequeno, regressou de seu trabalho na tarde de 29 de setembro de 2001. Viu que Vasco tinha um pouco de febre. Não parecia nada alarmante. Foram se passando as horas e a febre começou a subir, pelo que decidiram levá-lo ao hospital.

«Depois de 15 minutos que o menino havia sido hospitalizado, descobriram que tinha meningite. Fizeram-nos várias perguntas. Ele entrou em coma, os rins já não funcionavam», assegura Rita.

Logo, o pequeno teve um forte ataque. «Descobrimos que era uma meningite H. Influenzae, uma bactéria muito agressiva que geralmente não se contrai, é um caso entre um milhão, não se sabe ainda como a contraiu», testemunha Rita.

Quando a irmã Bianca recebeu a ligação de Ettore, prometeu-lhe suas orações e as de sua comunidade pela saúde do pequeno. Enquanto isso, os médicos diziam a Rita que o melhor era desconectá-lo, que se Vasco sobrevivesse, ficaria como um vegetal.

«Mantenha-o em vida o maior tempo possível», foi a resposta de Rita.

Ettore recordou o que sentiu neste momento: «Uma tristeza, impotência de ver o filho que está indo e você não pode fazer absolutamente nada. Penso que é a coisa mais dura que pude provar».

«Não havia nada de bom, tinha uma lesão cerebral, uma taquicardia que oscilava em 27, tinha manchas em todo o corpo», testemunha a mãe de Vasco.

Foi então que a irmã Bianca decidiu levar-lhe uma relíquia da beata Gertrude Comensoli (1847-1903), fundadora da comunidade das irmãs do Santíssimo Sacramento, nascida em Bienno, uma população localizada perto de Agnosine.

«Não conseguirá a reanimação de Vasco, mas ao menos lhes faço ver que estamos rezando», pensava a religiosa, que entrou no quarto do pequeno paciente e pôs a relíquia sob sua cabeça.

«Fiquei com Rita, rezamos, ela estava verdadeiramente desesperada ao ver ao filho assim», diz a irmã Bianca. Chamou a suas irmãs de comunidade para pedir que também rezassem por Vasco.

As religiosas foram passando a voz às pessoas e assim começaram a chegar à paróquia centenas de pessoas para orar pelo pequeno.

Gaia, a irmã de Vasco, que tinha então 14 anos, também foi orar, sem saber que as irmãs haviam convocado este momento de oração: «Fui à Igreja para rezar por minha conta, em momentos assim não se sabe a quem recorrer. Encontrei a Igreja cheia de gente», testemunha a jovem.

«Quando terminou a oração, as pessoas não iam para suas casas. Ficavam para rezar. Algo assim eu nunca havia visto», recorda a irmã Bianca. E foi desta maneira como esta religiosa começou a rezar junto com suas irmãs a novena à madre Gertrude.

Dias depois, em meio à agonia de Vasco, uma médica do hospital saudou aos padres efusivamente, algo que pareceu estranho a ambos, porque algumas horas antes a criança continuava em coma.

«Vasco está fora de perigo, disse-lhes. Foi uma cura inexplicável», contava Rita.

Vasco, que hoje tem quase 12 anos, conta que não lembra de nada de sua doença, mas sim recorda o momento em que despertou: «Olhei os lençóis, olhei ao meu redor. Disse: O que faço aqui?. Então disse: ‘Mamãe, traga-me minha roupa que eu quero ir pra casa’. Ela estava muito feliz, chorava e me abraçava», testemunha o pequeno.

Depois ele voltou à escola, onde contava o que havia ocorrido às religiosas do Santíssimo Sacramento e a seus companheiros: «Quando eu estava no hospital, a Madre Gertrude passou sem deixar os médicos verem, não deixava ninguém entrar, entrou, parou perto da minha cama.»

Hoje, Rita não deixa de surpreender-se com o que ocorreu há quase 8 anos. Ela, ainda que tinha fé, não era uma mulher praticante. «Não sei como foi possível, eu me faço muitas perguntas, não sei por que Deus nos escolheu. Que lição!», afirma.

Fonte: Zenit.