Mensagem do dia (15/07/2023)

Se queres ouvir, se queres saber quantos males a língua produz se não é guardada diligentemente, ouve: a língua produz a blasfêmia, a murmuração, a defesa do pecado, a adulação, as pregas, as injúrias, as rixas, a ridicularização dos bons, os maus conselhos, a má fama, a jactância, a revelação dos segredos, as ameaças e promessas indiscretas, o excesso no falar, o escárnio.

São Boaventura.

Mensagem do dia (09/12/2020)

O tempo do Advento coloca-nos diante da miséria da humanidade, da pobreza e aperto da Igreja, da nossa própria miséria. Pobre humanidade: por mais que se julgue autossuficiente, é tão insuficiente, por mais que deseje ser seu próprio deus, não passa de pó que o vento leva… Pobre Igreja, tão santa pela santidade de Cristo, o Santo de Deus, mas tão envergonhada pelos pecados de seus filhos e até de seus pastores, que deveriam ser exemplo e orgulho do rebanho; tão difamada, tão vilipendiada, tão humilhada nos dias atuais. Pobres de nós, que vivemos uma vida tão cheia de percalços e angústias, de lutas e lágrimas, de desafios que, às vezes, pararem mais fortes que nós! Eis a humanidade!

Dom Henrique Soares da Costa.

O que é “patrulhamento ideológico”?

Boa Noite Sr. Mateus

Lendo o seu blog, relato as minhas considerações:

1) O que está acontecendo com nossas Universidades Católicas? Será que elas se tornaram máquinas anti-cristãs? Pelo visto, isto nao está acontecendo somente com a PUC/MG!

2) Por outro lado, a quem interessa um blog católico para militantes gays? Será que os militantes gays estão interessados a aprenderam a Doutrina Cristã, ou estão interessados a realizar aquilo que o filósofo Gramsci chama de PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO? Será que o ensinamento cristão sobre o homossexualismo foi superado por uma ideologia melhor?

3) Lendo o ocorrido, retirei do opúsculo CADERNOS DA LIBERDADE, a definição de PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO, que é muito interessante, do Autor: Sérgio Augusto de Avellar Coutinho – Belo Horizonte – 2003, que conhece muito bem a mentalidade gramscista. Eis a definição extraída desse opúsculo:

[Patrulhamento Ideológico é um processo político de intimidação que é usado contra os adversários para os calar ou impedir que exponham os seus pensamentos ou opiniões ou que se manifestem contra as idéias do “patrulhador” intolerante ou intoxicado pela sua ideologia radical. É um instrumento revolucionário leninista que, atualmente, tem também grande importância para a atualização da reforma intelectual e moral da sociedade como parte da luta pela hegemonia. Com este processo se faz a neutralização dos intelectuais adversários ou mesmo indiferentes, por meio da crítica tendenciosa ou mesmo pela desqualificação pessoal do adversário visado. Não se trata de contradizê-lo pelo debate, pela discordância ou crítica racional, mas pela anulação do oponente sem discussão, o que significaria não aceitar democraticamente a opinião contrária ou discordância.

A desqualificação do opositor é o processo ostensivo mais usado no patrulhamento. Não se as idéias e nem se critica o pensamento expresso pelo intelectual democrata. O que busca é desprestigiar o autor, retirar-lhe a autoridade e idoneidade, para invalidar a obra. O adversário geralmente é estigmatizado como um ser “reacionário”, ou ser de “direita”, “fascista”, “autoritário”, por ser dos “banqueiros internacionais”, da globalização, etc, etc, etc. Infeliz do opositor que tiver “telhado de vidro”, com certeza será crucificado publicamente.

A extrafiltração do intelectual democrata é outra forma de patrulhamento, dissimulado e invisível. Importa em tirar espaço de sua atividade e ao alcance de sua influência. Em primeiro lugar, isolando-o e constrangendo-o em seu lugar de trabalho ou no seu campo de atividade, nos órgãos de comunicação social, nas universidades, nas escolas, nas editoras, na área artística, nas repartições publicas, nas empresas estatais e até mesmo em certas empresas privadas onde os intelectuais de peso tem apreço e já conquistaram a hegemonia. Se o intelectual democrata se acomodar no silencio defensivo e se submeter à opressão deste tipo oculto de patrulhamento, poderá eventualmente conservar seu emprego, caso contrário, acabará despedido ou levado a demitir sob pressão, artimanha ou esvaziamento funcional. Muitas vezes o afastamento do reacionário é conseguido por “denúncias” publicas falsas ou manipuladas, sempre de origem oculta, mas amplamente orquestrada nos noticiários. A chamada “fritura” é uma forma de extrafiltração ou defenestração do alvo patrulhado.

O Patrulhamento Ideológico nestas duas formas é uma espécie de terrorismo intelectual e moral, antidemocrático, implacável e inescrupuloso. Estes adjetivos se aplicam geralmente às pessoas que voluntária ou remuneradamente o praticam; algumas, convencidas de estarem cumprindo um “dever ético” revolucionário, outras com certo rancor e sadismo político. O “patrulhador” é uma pessoa má, rancorosa, preconceituosa, intolerante, e freqüentemente, mentirosa e anônima. Cumpre sua função de agente carcereiro da “prisão sem grades”.

O Patrulhamento Ideológico não é apenas um instrumento revolucionário, mas a antecipação de outros métodos que o Estado Totalitário, a estatolatria de Antonio Gramsci, aplicará para realizar as transformações da sociedade civil e do individuo, após a conquista do poder].

4) Continuando, não é somente o seu blog, mas de outros católicos sérios e honrados como o senhor, estão sobre a pressão ideológica desses patrulhadores. Com qual objetivo?

a) Na minha opinião, não se trata simplesmente de um “calar a boca”, mas promover uma contra cultura cristã. De resto, o que escrevestes está de acordo com todo ensinamento da Igreja Católica sobre a temática do homossexualismo.

b) O que mais me admira, é um cidadão que se diz “reverendo” que desconhece os ensinamentos da verdade revelada. Seu site nao tem nada de fundamentalismo homofóbico, pois como Cristo, o que se denúncia é o pecado e não o pecador.

c) Aqui no Brasil a Cultura Cristã ainda é forte. É um país bastante religioso. Estado Laico nao significa Estado Laicista. O Estado Laicista nao quer saber de religiao, e nem está interessado com os ensinamentos de qualquer religião, pois não tolera religião alguma. Já a Laicidade de Estado, respeita a religião e os seus valores, mesmo que discordantes.

d) Em seu blog, em momento algum o sr. desumaniza qualquer pessoa, mas como católico convicto alerta aos demais católicos o que está ocorrendo numa Universidade Católica. Seus questionamentos e argumentações foram bastantes contundentes. Ah, quem dera que muitos fiéis católicos, inclusive meus colegas sacerdotes fosse como o senhor! A Igreja Católica estaria bem representada.

e) Se isso hoje acontece contigo, amanhã acontecerá comigo. Lembro-me que o Emmo. Sr. Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, passou por esse mesmo problema alguns anos atrás. Aconselho que dê por encerrado a discussão com este “reverendo”. Quem sabe um dia ele se converta e passe a conhecer de verdade o Evangelho de Jesus Cristo? Claro que ele pode, basta querer!

f) Seu blog nao é lixo algum, mas assume autenticamente e com toda sinceridade, a verdade da doutrina cristã. Doutrina essa que será sempre odiada por alguns ou amada por outros, em todos os tempos e lugares.

Conclusão: Parabenizo pelo seu blog, que sabe apresentar aos que acessam, um grande testemunho de amor a Cristo e a sua Igreja, nos ajudando com o seu intelecto a compreender melhor as realidades da fé cristã. Saiba, se Cristo foi incompreendido em seu tempo, hoje com todo avanço da modernidade, Ele parece ser ignorado por muitos; mas mesmo assim Ele continua a nos falar, até mesmo neste excelente blog, Sr. Mateus!

Conte com minhas orações e solidariedade!

Pe. Eduardo C. Pereira.

Recebi o comentário acima, o qual publico na íntegra e sem correções de digitação ou redação. Agradeço ao Padre Eduardo, a quem não conheço pessoalmente, a cortesia de me enviar esta mensagem, salientando que fico sinceramente envaidecido com os elogios, os quais diga-se de passagem não mereço, e rogo-lhe por sua bênção.

Rabino defende canonização de Pio XII

No prólogo de um livro

Por Antonio Gaspari

ROMA, segunda-feira, 15 de junho de 2009 (ZENIT.org).- É um rabino americano. Até setembro de 2008, ele teve dúvidas sobre a idoneidade de Pio XII para sua beatificação, e agora reza pelo pontífice e propõe reconhecer o Papa Eugenio Pacelli como santo.

Ele o explica no prólogo do último livro de Sor Margherita Marchione, “Papa Pio XII. Un antologia di testi nel 70 anniversario dell’incoronazione” (Papa Pio XII. Uma antologia de textos no 70º aniversário da coroação), editado em italiano e em inglês pela Livraria Editora Vaticana.

O rabino Erich A. Silver, do Templo Beth David, em Cheshire, responsável pela melhoria das relações entre o Judaísmo e a Igreja Católica, explica as causas da sua mudança de opinião.

“Eu achava que ele poderia ter feito mais”, escreveu Silver no prólogo do livro. “Eu queria saber se realmente havia um colaborador, um antissemita passivo, enquanto milhões eram assassinados, alguns à vista do Vaticano.”

“Então – relata o rabino – em setembro de 2008, vim a Roma, convidado por Gary Krupp, para participar de um simpósio organizado por Pave The Way Foundation, no qual se estudaria o papel de Pio XII durante o Holocausto.”

Naquela ocasião, o rabino Silver conheceu Sor Marchione e outras 50 pessoas, entre rabinos, sacerdotes, estudiosos e jornalistas que haviam estudado e investigado a fundo sobre o tema.

Para Silver, aquele simpósio foi um choque, e assim escreve: “As provas que eu vi me convenceram de que sua única motivação (de Pio XII) foi salvar todos os judeus que ele pudesse”.

A imagem negativa de Pio XII, segundo Silver, começou com a publicação do jornal “O Vigário”, com a difusão de mentiras e com o hábito de não investigar os fatos históricos.

Assim, muitas pessoas foram convertidas em “instrumento dos que detestavam Pio XII porque sempre foi anticomunista”, explica.

“Vale destacar que, depois do fim da guerra e até sua morte, os judeus o elogiaram continuamente, reconhecendo-o como salvador”, acrescenta.

E o rabino afirma: “Eu espero que a canonização de Pio XII possa acontecer sem problemas, para que não somente os católicos, mas o mundo inteiro possa conhecer o bem realizado por esse homem de Deus”.

Na parte final de sua introdução ao livro, Silver recorda que no 50º aniversário da morte de Pio XII, no sermão de Yom Kippur, “eu falei da necessidade de corrigir os erros do passado”.

“Depois de tudo, Eugenio Pacelli é um amigo especial de Deus, um santo; cabe a nós reconhecer este fato”, recorda.

Entrevistada por Zenit, Sor Margherita Marchione, conhecida como Fighting Nun (a freira lutadora) e autora de outros 15 livros sobre a figura de Pio XII, recorda seu encontro com o Papa Pacelli em 1957, em uma viagem à Itália para investigar sobre o poeta Clemente Rebora.

Para Sor Margherita, Pio XII é a maior personalidade da época da 2ª Guerra Mundial.

“Este Papa, no silêncio e no sofrimento, sem armas nem exército, conseguiu salvar muitas vidas humanas e aliviar muitas penas: esta é a verdade histórica”, afirma.

Sor Margherita demonstrou que Pio XII foi inimigo acérrimo do nazismo e do comunismo.

Sobre sua relação com os judeus, Sor Margherita pôde demonstrar que “Pio XII salvou mais judeus que qualquer outra pessoa, inclusive Oskar Schindler e Raoul Wallemberg”.

E explica: “Durante a guerra, Pio XII fez mais que qualquer outro chefe de Estado, como os presidentes dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt ou Winston Churchill, que podiam servir-se de meios militares”.

“O único chefe de Estado que salvou milhares de judeus foi Pio XII, que não tinha meios militares”, acrescenta.

E conclui: “Por este motivo, Pio XII merece ser reconhecido como beato”.

Fonte: Zenit.

Em defesa de Pio XII – As razões da história

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por uma gentil concessão do Autor, publicamos a introdução do livro “Em defesa de Pio XII – As razões da história” de Giovanni Maria Vian, edições Marsilio.

Pio XII? Um papa distante, pelos traços tão embaçados a ponto de não serem reconhecidos ou, caso contrário, de contornos muito carregados, mas porque foram deformados por uma representação polêmica de tal forma áspera e persistente a ponto de obscurecer a realidade histórica. É esta a imagem que hoje prevalece de Eugenio Pacelli, eleito para a sede de Pedro na véspera da última guerra mundial. Destino singular para o primeiro romano pontífice que, no caminho aberto pelo antecessor, torna-se popular e realmente visível em todo o mundo. Devido à incipiente e tumultuada modernidade, também da comunicação, que o papa de Roma quis e soube utilizar: das seguidas viagens – que o levaram à Europa e a América como diplomata e secretário de Estado – do novo tipo de mensagens de rádio, das grandes manifestações públicas nas capas das revistas, do cinema a um meio recém-surgido e destinado a grandes feitos como a televisão. Destino ainda mais singular quando se pensa no prestígio geralmente reconhecido nele em vida e nos juízos positivos quase unânimes que em 1958, há meio século, acompanharam o seu desaparecimento.

Como foi possível, então, uma destruição semelhante da imagem, ocorrida em poucos anos, mais ou menos a partir de 1963? Os motivos são principalmente dois. O primeiro está nas difíceis escolhas políticas realizadas por Pio XII desde o início do pontificado, depois durante a tragédia bélica e, enfim, na época da guerra fria. A linha assumida nos anos do conflito pelo papa e pela Santa Sé, contrária aos totalitarismos, mas tradicionalmente neutra, foi concretamente favorável à aliança anti-hitlerista e caracterizou-se por um esforço humanitário sem precedentes, que salvou muitíssimas vidas humanas. Essa linha era anticomunista e, por isso, já durante a guerra, o papa começou a ser mostrado pela propaganda soviética como cúmplice do nazismo e dos seus horrores. A segunda razão foi o advento do sucessor, Angelo Giuseppe Roncalli. Este último, descrito já muito tempo antes do conclave como candidato (e depois eleito papa) «de transição», em razão principalmente da idade avançada, logo foi saudado como «o papa bom », e nitidamente cada vez mais oposto ao antecessor: pelo caráter e o estilo radicalmente diferente, mas também pela decisão inesperada e clamorosa de convocar um concílio.

Os elementos principais que explicam a mudança da imagem do papa Pacelli são, portanto, a escolha anticomunista de Pio XII e a contraposição a João XXIII. Contraposição que ficou acentuada principalmente depois da morte desse último e a eleição de Giovanni Battista Montini (Paulo VI), que foi favorecida pela polarização dos contrastes, na época do Vaticano II, entre conservadores e progressistas, que transformaram em símbolos contrapostos os dois papas falecidos. Enquanto isso, em meio às acusações soviéticas e comunistas, repetidas com insistência durante a guerra fria, teve papel decisivo o drama Der Stellvertreter («O vigário») de Rolf Hochhuth, representado pela primeira vez em Berlim em 20 de fevereiro de 1963 e centrado no silêncio de um papa pintado como indiferente diante da perseguição e do extermínio dos judeus.

Diante da extensão da polêmica na Inglaterra, para defender Pio XII veio o cardeal Montini – já um estreito colaborador de Pacelli – com uma carta à revista católica «The Tablet» que chegou na redação no dia da sua eleição ao pontificado, 21 de junho, e foi publicada também no «L’Osservatore Romano» de 29 junho: «Uma atitude de condenação e protesto, como a que critica o Papa por não ter agido, teria sido, além de inútil, danoso; isso é tudo». Severa, e marcada por palavras escolhidas atentamente, a conclusão de Montini: «Não se brinca com esses assuntos e com os personagens históricos que conhecemos com a fantasia criativa de artistas de teatro, não suficientemente dotados de discernimento histórico e, que Deus não queira, de honestidade humana. Porque, de outra forma, neste caso, o verdadeiro drama seria outro: o daquele que tenta descarregar sobre um Papa, extremamente consciencioso de seu próprio dever e da realidade histórica, e um Amigo, imparcial, sim, mas fidelíssimo ao povo germânico, os horríveis crimes do Nazismo alemão. Pio XII tem igualmente o mérito de ter sido um “Vigário” de Cristo, que procurou cumprir corajosamente e integralmente, como podia, a sua missão; mas poder-se-á atribuir à cultura e a arte uma injustiça teatral como essa?».

Como papa, muitas vezes, Montini voltou a falar de Pacelli, de quem quis defender a obra de paz e a «venerável memória» em 5 de janeiro de 1964, despedindo-se em Jerusalém do presidente israelita, enquanto que no sacrário dedicado às vítimas da perseguição nazista o cardeal decano Eugène Tisserant acendia seis tochas em memória dos milhões de judeus exterminados. Quando «Paulo pisou em terra israelita, naquela que foi a etapa mais significativa e “revolucionária” da sua missão palestina, todos alertaram» – recordou Giovanni Spadolini sobre «o Resto do Carlino» de 18 de fevereiro de 1965, depois das primeiras representações em Roma do drama de Hochhuth e as consequentes polêmicas suscitadas – «que o Pontífice pretendia responder, no próprio coração do calor nacional judaico, aos sistemáticos ataques do mundo comunista que não deixavam de encontrar alguma cumplicidade ou condescendência também nos corações católicos». Para o histórico leigo era muito claro o papel da propaganda comunista na mitificação negativa de Pacelli, com uma consciência de que na representação pública das décadas seguintes quase desapareceu, para dar lugar a uma instrumental e denigritória associação da figura de Pio XII à tragédia da Shoah, diante da qual teria se calado ou até mesmo teria sido cúmplice.

A questão do silêncio do papa tornou-se preponderante, muitas vezes transformando-se em polêmica furiosa, provocando reações defensivas, com frequência somente apologéticas, e tornando mais difícil a solução de um problema histórico real. Questionamentos e acusações para os silêncios e a aparente indiferença de Pio XII diante das incipientes tragédias e dos horrores da guerra vinham, com efeito, de católicos: como de Emmanuel Mounier, já em 1939, nas primeiras semanas do pontificado, e mais tarde de personalidades polonesas no exílio. O próprio Pacelli muitas vezes se questionou sobre a sua atitude, que foi então uma escolha consciente e sofrida de tentar a salvação do maior número possível de vidas humanas mais que denunciar continuamente o mal com o risco real de horrores ainda maiores. Como destacou ainda Paulo VI, segundo quem Pio XII agiu «de acordo com o que as circunstâncias, avaliadas por ele com intensa e conscienciosa reflexão, lhe permitiram», de forma que não se pode «apontar a vilania, o desinteresse, o egoísmo do Papa, se desgraças numerosas e desmedidas devastaram a humanidade. Quem defendesse o contrário, ofenderia a verdade e a justiça » (12 de março de 1964); Pacelli foi, de fato, «alheio a atitudes de consciente omissão de alguma possível intervenção sua sempre que estivessem em perigo os valores supremos da vida e da liberdade do homem; mais do que isso, ele ousou sempre tentar, em circunstâncias concretas e difíceis, na medida de seu poder, evitar qualquer gesto desumano e injusto» (10 de março de 1974).

Assim, a interminável guerra sobre o silêncio do papa Pacelli acabou por obscurecer a relevância objetiva de um pontificado importante, ou melhor, decisivo na passagem da última tragédia bélica mundial, através do gelo da guerra fria e as dificuldades da reconstrução, para uma época nova, de algum modo sinalizada no anúncio da morte do pontífice, que deu ao cardeal Montini a sua diocese em 10 de outubro de 1958: «Desaparece com Ele uma era, uma história se cumpre. O relógio do mundo marca um tempo que se encerrou». Uma era, que compreende os anos assustadores e dolorosos da guerra e os tempos difíceis do pós-guerra, que se quer esquecer nos seus aspectos reais. Junto com o papa que a enfrentou, inerme. E logo também foi esquecido o seu governo, atento e eficaz, de um catolicismo que se tornava cada vez mais mundial, o seu ensinamento imponente e inovador em muitíssimos âmbitos, que, de fato, preparou o concílio Vaticano II e que por este, em parte, foi retomado, a aproximação da modernidade e a sua compreensão. Além disso, para o nó historiográfico já intricado – ao qual Paulo VI quis contribuir para desfazer com a publicação dos arquivos vaticanos de milhares de Actes et documents du Saint-Siège relatifs à la seconde guerre mondial, em doze volumes a partir de 1965 – juntou-se aquele da causa de canonização. A preparação dela e a de João XXIII foi anunciada justamente naquele ano pelo próprio Montini no concilio, na tentativa de combater a contraposição dos dois antecessores e, assim, o uso instrumental das suas figuras, tornadas quase símbolos e bandeiras de tendências opostas do catolicismo.

Após meio século da morte de Pio XII (9 de outubro de 1958) e passados setenta anos da sua eleição (2 de março de 1939) parece, no entanto, formar-se um novo consenso historiográfico sobre a relevância histórica da figura e do pontificado de Eugenio Pacelli, o último papa romano. A questo reconhecimento quis contribuir «L’Osservatore Romano» publicando uma série de textos e contribuições de históricos e teólogos, judeus e católicos, aqui reelaborados e reunidos junto com as intervenções de Bento XVI e do seu secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone. Raciocinando sobre o caso Pio XII, Paolo Mieli mostrou a inconsistência da «lenda negra» e disse estar convicto de que os próprios historiadores reconhecerão a importância e a grandeza de Pacelli. Andrea Riccardi sintetizou a formação e a carreira do futuro papa e reconstruiu o significado do seu pontificado. A sensibilidade do ensinamento teológico de Pio XII diante da modernidade e a sua incidência no catolicismo seguinte foram ressaltadas por Rino Fisichella. E pelos discursos do papa Gianfranco Ravasi fez aparecer o seu mundo cultural. Póstuma, a comovente evocação de Saul Israel – escrita na época da devastadora tempestade que atingiu o povo judeu, na frágil proteção de um convento romano – exprime a realidade mais profunda da proximidade e da amizade entre judeus e cristãos, mas principalmente a fé no único Senhor que abençoa e protege todos, «sob as asas onde a vida não teve início e não nunca terá fim». (Giovanni Maria Vian) (Agência Fides 9/6/2009).

Fonte: Agência Fides.

Jornalistas contra a aritmética

Por Olavo de Carvalho.

Não há mentira completa. Até o mais ingênuo e instintivo dos mentirosos, ao compor suas invencionices, usa retalhos da realidade, mudando apenas as proporções e relações. Quanto mais não fará uso desse procedimento o fingidor tarimbado, técnico, profissional, como aqueles que superlotam as redações de jornais, canais de TV e agências de notícias. Mais ainda – é claro – os militantes e ongueiros a serviço de causas soi disant idealistas e humanitárias que legitimam a mentira como instrumento normal e meritório de luta política.

Na maior parte dos casos, os elementos de comparação que permitiriam restituir aos fatos sua verdadeira medida são totalmente suprimidos, tornando impossível o exercício do juízo crítico e limitando a reação do leitor, na melhor das hipóteses, a uma dúvida genérica e abstrata, que, como todas as dúvidas, não destrói a mentira de todo mas deixa uma porta aberta para que ela passe como verdade.

Um exemplo característico são as notícias sobre a tortura nas prisões de Guantánamo e Abu-Ghraib. Como em geral nada se noticia na “grande mídia” sobre as crueldades físicas monstruosas praticadas diariamente contra meros prisioneiros de consciência nos cárceres da China, da Coréia do Norte, de Cuba e dos países islâmicos, a impressão que resta na mente do público é que o afogamento simulado de terroristas é um caso máximo de crime hediondo. Mesmo quando não são totalmente ignorados, os fatos principais recuam para um fundo mais ou menos inconsciente, tornando-se nebulosos e irrelevantes em comparação com as picuinhas às quais se deseja dar ares de tragédia mundial. Só o que resta a fazer, nesses casos, é usar a internet e toda outra forma de mídia alternativa para realçar aquilo que a classe jornalística, empenhada em transformar o mundo em vez de retratá-lo, preferiu amortecer.

Às vezes, porém, o profissional da mentira se trai, deixando à mostra os dados comparativos, apenas oferecidos sem ordem nem conexão, de tal modo que o público passe sobre eles sem perceber que dizem o contrário do que parecem dizer. Isso acontece sobretudo em notícias que envolvem números. Com freqüência, aí o texto já traz em si seu próprio desmentido, bastando que o leitor se lembre de fazer as contas.

Colho no Globo Online o exemplo mais lindo da semana (ver links aqui, aqui e aqui).

Não digo que o Globo seja o único autor da façanha. Teve a colaboração de agências internacionais, de organizações militantes e de toda a indústria mundial dos bons sentimentos. Naquelas três notas, publicadas com o destaque esperado em tais circunstâncias, somos informados de que uma comissão de alto nível, presidida por um juiz da Suprema Corte da Irlanda, investigando exaustivamente os fatos, concluiu ser a Igreja Católica daquele país a culpada de nada menos de doze mil – sim, doze mil – casos de abusos cometidos contra crianças em instituições religiosas. A denúncia saiu num relatório de 2600 páginas. Legitimando com pressa obscena a veracidade das acusações em vez de assumir a defesa da acusada, que oficialmente ele representa, o cardeal-arcebispo da Irlanda, Sean Brady, já saiu pedindo desculpas e jurando que o relatório “documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais”. Depois dessa admissão de culpa, parece nada mais haver a discutir.

Nada, exceto os números. O Globo fornece os seguintes:

1) A comissão disse ter obtido os dados entrevistando 1.090 homens e mulheres, já em idade avançada, que na infância teriam sofrido aqueles horrores.

2) Os casos ocorreram em aproximadamente 250 instituições católicas, do começo dos anos 30 até o final da década de 90.

Se o leitor tiver a prudência de fazer os cálculos, concluirá imediatamente, da primeira informação, que cada vítima denunciou, além do seu próprio caso, outros onze, cujas vítimas não foram interrogadas, nem citadas nominalmente, e dos quais ninguém mais relatou coisíssima nenhuma. Do total de doze mil crimes, temos portanto onze mil crimes sem vítimas, conhecidos só por alusões de terceiros. Mesmo supondo-se que as 1.090 testemunhas dissessem a verdade quanto à sua própria experiência, teríamos no máximo um total de exatamente 1.090 crimes comprovados, ampliados para doze mil por extrapolação imaginativa, para mero efeito publicitário. O cardeal Sean Brady poderia ter ao menos alegado isso em defesa da sua Igreja, mas, alma cristianíssima, decerto não quis incorrer em semelhante extremismo de direita.

Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo. Porém a maior parte dos episódios relatados não tem nada a ver com abusos sexuais, limitando-se a castigos corporais que, mesmo na hipótese de severidade extrema, não constituem motivo de grave escândalo quando se sabe – e o próprio Globo o reconhece – que grande parte das crianças recolhidas àquelas instituições era constituída de delinqüentes. Se você comprime bandidos menores de idade num internato e a cada dezesseis anos um deles aparece surrado ou estuprado, a coisa é evidentemente deplorável, mas não há nela nada que se compare ao que aconteceu no Sudão, onde, no curso de um só ano, vinte crianças, não criminosas, mas inocentes, refugiadas de guerra, afirmaram ter sofrido abuso sexual nas mãos de funcionários da santíssima ONU, contra a qual o Globo jamais disse uma só palavra.

Só o ódio cego à Igreja Católica explica que o sentido geral dado a uma notícia seja o contrário daquilo que afirmam os próprios dados numéricos nela publicados.

Por isso, saiba o prezado leitor que só leio a “grande mídia” por obrigação profissional de analisá-la, como se analisam fezes num laboratório, e que jamais o faria se estivesse em busca de informação.

Fonte: site de Olavo de Carvalho.

Notícias que não saem no jornal: panorama da perseguição aos cristãos no mundo

Representante vaticano: cristãos são mais discriminados do mundo

Votação contra a resolução da ONU sobre difamação das religiões

GENEBRA, segunda-feira, 30 de março de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente vaticano na ONU em Genebra, constatou que atualmente a comunidade cristã é a mais discriminada do mundo, ao explicar os motivos que levaram a Santa Sé a opor-se à resolução das Nações Unidas sobre a difamação da religião.

Com uma maioria de 23 votos a favor, 11 contra e 13 abstenções, o Conselho da ONU para os Direitos Humanos aprovou em 26 de março uma controvertida resolução, apresentada pelo Paquistão, em nome dos países da Organização da Conferência Islâmica, na qual se expressa «profunda preocupação» pela frequência da difamação das religiões, mas só menciona o Islã entre elas.

Dom Tomasi esclareceu que falta esclarecer o conceito de «difamação da religião», «pois pode ser utilizado para justificar as leis contra a blasfêmia, que, como bem sabemos, em alguns Estados são utilizadas para atacar as minorias religiosas, inclusive de maneira violenta».

Segundo o último «Informe sobre liberdade religiosa no mundo», publicado por Ajuda à Igreja que Sofre, precisamente no Paquistão, o pior instrumento da perseguição religiosa é a Lei de Blasfêmia, que continua causando cada vez mais vítimas e que estabelece a pena de morte ou a prisão perpétua para as ofensas ao Alcorão.

«Segundo numerosos analistas, é uma das ferramentas que os fundamentalistas islâmicos utilizam para atacar as minorias e levar o país a uma radical islamização», explica o informe.

Por este motivo, Dom Tomasi considera aos microfones da Rádio Vaticano que, ao falar de luta contra a difamação religiosa, «o desafio consiste em encontrar um equilíbrio saudável, que harmonize a própria liberdade com o respeito dos sentimentos dos demais, e o caminho para conseguir este objetivo passa por aceitar os princípios fundamentais de liberdade, que estão inscritos nos tratados internacionais».

Em seu informe diante da Comissão, o representante do Papa denunciou o aumento da intolerância religiosa no mundo, em particular contra as minorias cristãs.

«Se analisarmos a situação mundial, veremos que, de fato, os cristãos, como estão documentando várias fontes, são o grupo religioso mais discriminado; fala-se inclusive de mais de 200 milhões de cristãos, das diferentes confissões, que se encontram em situações de dificuldade, pois há estruturas legais ou culturais que levam a uma certa discriminação contra eles.»

Dom Tomasi denunciou também o fato de que agora os cristãos são submetidos a discriminação inclusive em alguns países nos quais são maioria.

«Há situações – inclusive declarações públicas parlamentares – que atacam diferentes aspectos da crença cristã, e isso tende a marginalizar os cristãos da sociedade e a impedir a contribuição dos seus valores com a mesma», constata.

Fonte: Zenit.

Papa não poderia trocar tesouros do Vaticano por comida para África

A proposta lançada no Facebook é mais complicada do que parece

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de março de 2009 (ZENIT.org).- «Trocar tesouros do Vaticano por comida para a África. Topa?». Com esta mensagem um internauta abriu um espaço no Facebook. Em poucos dias, até esta sexta-feira pela manhã, 32.146 membros haviam aderido.

O cardeal Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, esclarece que, independentemente do aspecto provocador ou ideológico da proposta, o Papa não poderia aplicá-la, pois o direito internacional o impede.

O presidente do organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as atividades caritativas promovidas pela Igreja Católica explicou a situação à Zenit em um encontro com jornalistas.

A iniciativa do Facebook foi lançada por um jovem espanhol, Alberto Juesas Escudero, que explica a proposta com alguns argumentos. Alguns deles são: «Porque é uma vergonha ver as riquezas do Vaticano e depois o noticiário».

Outros dos argumentos são: «Porque não admitem seus erros jamais. Porque não pregam com o exemplo. Porque Jesus nasceu em uma manjedoura e vivia em pobreza».

A motivação conclui com expressões ofensivas: «Que vergonha o Vaticano! Que vergonha a religião católica!».

Em sua resposta à pergunta da Zenit, o cardeal Cordes explica que ele escuta este tipo de propostas há 40 anos, e que antes elas se repetiam até mais.

Explica que quando João Paulo II o chamou a Roma para colaborar com ele na Cúria Romana, «o clima era muito forte contra o Vaticano. Então, naquela época, eu me informei e descobri que a Igreja não pode fazer o que quer com as obras de arte que estão no Vaticano».

Na realidade, esclarece, a Igreja «tem a tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode vendê-las».

O purpurado não só cita a teoria, mas sobretudo se refere à realidade. Explica que, quando nos anos 60 um benfeitor alemão fez uma doação para restaurar o Colégio Teutônico, que se encontra dentro do Vaticano, a direção dessa residência, como gesto de agradecimento, deu-lhe uma estátua simples, que não tinha um valor comparável a outras que se encontram nos Museus Vaticanos, que se encontrava dentro do colégio.

Essa pessoa teve muitíssimos problemas com o Estado italiano, pois foi acusado de subtrair bens que a Itália deve custodiar, explicou o cardeal.

«Em todas as nações há medidas para a defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las», declara, recordando que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da Itália.

O cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não existiria.

«Presidentes africanos reconhecem quando vêm encontrar com o Papa», explica o cardeal Cordes.

Sem a Igreja na África, uma parte dos portadores do HIV ficaria abandonada, pois a Igreja, com sua rede de hospitais, é a instituição que acolhe o maior número de pessoas com este vírus.

Segundo explica o cardeal Cordes, ao atrair o interesse dos meios de informação do mundo por sua próxima viagem à África (Camarões e Angola), de 17 a 23 de março, o Papa centrará a atenção nas necessidades que a África vive, impulsionando ao mesmo tempo medidas concretas de autêntica solidariedade e respeito.

Fonte: Zenit.

O governo global e o ataque à Israel pela opinião pública mundial

Por Adilson Boson.

No mundo de hoje, deixaram de importar, há algum tempo, as forças estatais. Forças internacionais, globalizadas, possuem muito mais força do que a grande maioria dos Estados Nacionais (esta invenção, pelo visto, temporária).

Hoje, existe uma aliança, temporária, entre três grandes grupos de forças globais:

  • As empresas multinacionais: algumas grandes empresas e marcas possuem, hoje, mais influência e capital do que vários países do mundo. As fronteiras entre os países, com diferentes regras, impostos, taxas alfandegárias, dificultam a vida para elas.
  • A esquerda internacional: que adora dizer que “não existe mais”; pra onde foram todos aquelas agências de espionagem soviéticas, todas aquelas bombas atômicas russas, todo o ímpeto de socializar o mundo; simplesmente se aposentou? ou trabalha de forma diferente, discreta e organizada? Encontra-se espalhada, hoje, pelo mundo, dando ênfase ao plano cultural: universidades, escolas, agências de notícias, ONGs, Hollywood…
  • O Islamismo: o objetivo deste é converter todo o mundo, à palavra ou à força.

As três forças se uniram, temporariamente, com um objetivo: “globalizar” o mundo, no sentido de detonar fronteiras e organizar um governo global. Isso acarretaria vantagens para os três, em seus objetivos.

Um governo global significa uma nova ética, uma nova religião, uma nova forma de organizar a economia.

Do ponto de vista ético-religioso, foram as religiões, especialmente a Igreja Católica, que deu a base de sutentação ao nascimento do estado-nação como o conhecemos.

Para destruir essa base, é necessário atacar a Igreja em tudo o que ela prega: por isso, as diárias e incessantes campanhas difamatórias contra padres, bispos e ao Papa; por isso, a força de “bandeiras” antes inexistentes, como a eutanásia, o aborto, o casamento gay, o fim da família como a conhecíamos.

Para destruir o antigo conceito de estado-nação, é necessário solapar outros pilares, que só cabe aqui citar: os exércitos nacionais (também pela prática da difamação sempre que possível), as moedas locais, as línguas, as leis.

Porém, para o fim da Igreja Católica, é necessário destruir os seus dois pilares: as Escrituras e a Tradição. Esta última, com uma ajudinha dos protestantes. Para destruir as Escrituras, é preciso contrariar, provar que sejam falsas alguma de suas grandes Profecias. Basta uma. O próprio Jesus
disse que, para saber se um profeta fala palavras de Deus, basta verificar se suas profecias se cumprem.

Ora, a destruição do povo israelita seria uma prova cabal da falsidade da Bíblia! Então, apontar todas as armas para o povo judeu é a regra.

Tenta-se destruí-lo tanto moralmente (nos ataques da Imprensa, de “intelectuais” alinhados com o globalismo, dos “inocentes úteis”, facilmente angariados com o marketing bem feito e calculado) quanto fisicamente (mísseis, alianças, bomba atômica) etapa esta deixada, de bom grado, para o Islã.

Como não dá pra atacar fisicamente, ainda, a Igreja Católica, por enquanto o alvo é Israel.

Perseguição à Igreja pela mídia: dois pesos e duas medidas nos escândalos de pedofilia nos Estados Unidos

Um assunto que pretendo que seja recorrente aqui em JORNADA CRISTÃ é a perseguição aos cristãos que atualmente ocorre em muitos lugares do mundo – e isso inclui a campanha de difamação promovida pela mídia ao cristianismo em geral e à Igreja Católica em praticular.

Isso diz respeito ao que é publicado em jornais, revistas, publicações impressas em geral e também em sites da internet de agências de notícias, além do que é veiculado na televisão e no rádio. Assuntos relacionados ao cristianismo e ao catolicismo aparecem, na maioria das vezes, imputando-lhes um viés negativo. Pronunciamentos de autoridades eclesiásticas (principalmente do próprio Papa) são deturpados, tendo seu contexto distorcido ou sendo adulterados mesmo, na maior cara de pau, mediante truques como “erros” de tradução, “adaptações” tendenciosas, “comentários” parciais; parágrafos são retirados, afirmações são interpoladas, e apartir dessas “alterações” são elaboradas manchetes com conteúdo “bombástico” do tipo “Para o papa, salvar gay é tão importante quanto salvar florestas”, sobre um pronunciamento feito por Bento XVI na segunda-feira, dia 22. Veja o post a respeito do blog Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem e tire você mesmo as conclusões sobre o que verdadeiramente o Papa disse:

O discurso do Papa está aqui, em italiano. Essa frase do Papa, segundo a qual “salvar gay é tão importante quanto salvar florestas”, simplesmente não existe. Verdade que a [agência] Reuters não colocou isso entre aspas, mas o fato é que no discurso não há nada nem remotamente parecido com isso.

O referido blog é de grande importância, pois o autor é um jornalista católico empenhado em defender a Igreja de tantas calúnias, tantas besteiras e tanta ignorância presentes na imprensa e na mídia. Em parte, tantos erros divulgados se explicam pela verdadeira doutrinação ideológica que ocorre em praticamente todas as faculdades de comunicação do país. Certa vez, o presidente chileno Salvador Allende disse: “O compromisso do jornalista de esquerda não é para com a verdade, mas sim para com a revolução”. Essas palavras são reveladoras. A imensa maioria de jornalistas formados nas faculdades de comunicação está empenhada com o processo revolucionário em curso atualmente nos países ocidentais; e uma das prioridades desse processo é justamente a destruição dos valores cristãos. Minar a autoridade moral da Igreja é de fundamental importância para atingir esse objetivo – assim, vale tudo: e mentir, ainda que descaradamente, é o de menos.

Mas há um outro aspecto interessante nessa campanha difamatória dos órgãos de comunicação: o que os jornalistas NÃO noticiam. Muitas informações são deliberadamente sonegadas ao público, impossibilitando que cada pessoa faça seu julgamento de forma correta, sem ser manipulada.

Qual a defesa do cidadão católico? A internet. Essas informações, sonegadas ao grande público pelos grandes veículos de (des)informação, estão disponíveis em muitos sites, e JORNADA CRISTÃ fará o que estiver em seu alcance para divulgar e disseminar notícias e reportagens que sejam ocultados pelos meios de comunicação convencionais. Conhecendo os fatos, podemos contra-atacar: como católicos, temos a obrigação moral de defender nossa Igreja contra aqueles que querem destruí-la.

O exemplo maravilhoso de hoje é uma reportagem publicada no excelente site World Net Daily. Este veículo noticioso é um dos mais prestigiados dos Estados Unidos e é um manancial de notícias sobre fatos deliberadamente ignorados pela grande mídia, merecendo a atenção de todo aquele que queira estar sempre bem informado sobre vários assuntos.

O texto foi publicado no sábado, 20 de dezembro último. A matéria assinada por Drew Zahn trata sobre assédios e abusos sexuais nas escolas norte-americanas, enfatizando os casos envolvendo professoras e alunos. Traduzo algumas partes da reportagem (original aqui):

De acordo com um importante estudo encomendado em 2004 pelo Ministério da Educação dos Estados Unidos – o mais categórico até a data – quase 10 por cento dos estudantes de escolas públicas norte-americanas têm sido objeto de abordagem sexual indesejada por funcionários das escolas, e, nesses casos, 40 por cento dos autores dessas abordagens eram mulheres.

Aqui, o texto que mais nos interessa:

Intitulado “Educator Sexual Misconduct: A Synthesis of Existing Literature” (“Conduta sexual imprópria do educador: uma síntese da literatura existente”) e de autoria do Professor Charol Shakeshaft, da Virginia Commonwealth University, o relatório trouxe à luz surpreendentes estatísticas.

Compare os números com os escândalos envolvendo a Igreja Católica, muito noticiados.

Um estudo realizado pela Conferência Episcopal Norte-Americana concluiu que 10.667 jovens foram molestados sexualmente por sacerdotes entre os anos de 1950 e 2002.

O estudo do Professor Shakeshaft, porém, estima que cerca de 290.000 estudantes sofreram algum tipo de abuso físico sexual por algum funcionário de escola pública entre os anos de 1991 e 2000.

Se funcionárias do sexo feminino forem responsáveis por 40 por cento desses crimes, isso significa que os Estados Unidos poderiam estar enfrentando uma média de mais de 11.000 casos de mulheres abusando de alunos na escola todos os anos – em outras palavras, mais casos em um ano que os notificados em 50 anos de abusos de sacerdotes católicos.

(Os grifos em negrito são meus).

Veja bem: em um ano, nas escolas públicas norte-americanas, foram notificados MAIS QUE O DOBRO de casos de abuso sexual de crianças e adolescentes que os ocorridos nas Igrejas Católicas daquele país em… cinqüenta anos!

E todos se lembram muito bem dos escândalos recorrentes durante a década de 90, e tantos processos e indenizações milionárias, isso sem falar na humilhação da Igreja promovida pela imprensa em geral e o pedido de perdão do Papa João Paulo II.

A mídia fez um escarcéu imenso pelos abusos cometidos por sacerdotes católicos. E sobre os abusos cometidos nas escolas norte-americanas, o que foi dito? Por que o silêncio? Vocês realmente acreditam que se trata de um deslize, de uma mera falta de atenção para a gravidade dos fatos?

A repetição contínua dessas omissões, falsificações, trapaças, distorções, é verificada por qualquer pessoa que busque informação em diversas fontes. Uma pessoa prudente acaba por desconfiar de tudo, simplesmente tudo, o que é noticiado pela grande mídia, pelos principais órgãos de imprensa escrita e falada. Não há como negar a articulação existente entre eles para desmoralizar por completo a Igreja junto à opinião pública.

É claro que os escândalos envolvendo sacerdotes são não apenas reprováveis, mas são motivo de vergonha para todos os fiéis e devem ser punidos com o máximo rigor. São intoleráveis e não podem ser encobertos em nenhuma hipótese. Entretanto, qual o interesse da imprensa em fazer estardalhaço sobre os casos de pedofilia na Igreja, enquanto silencia completamente sobre esses inúmeros crimes que ocorrem em instituições laicas?