Mensagem do dia (23/07/2015)

O conservador está preocupado, em primeiro lugar, com a regeneração do espirito e do caráter, com o eterno, com o problema perene da ordem interior da alma, a restauração do entendimento ético e a sanção religiosa sobre a qual toda vida digna é fundada. Este é o conservadorismo em seu mais alto grau.

Russell Kirk.

Mensagem do dia (07/07/2010)

Sem absoluto, não há relativo. Se algo se move, é porque algo não se move. Se percebo a passagem do tempo, é porque há algo em mim que não passa com o tempo. O relativismo radical é como um círculo quadrado, uma impossibilidade, que chega a ser impensável, um absurdo, um bloqueador da razão, um maquinista louco que causa catástrofes ao mudar a direção do trilho de acordo com os seus caprichos. A ditadura do relativismo é a ditadura do caos intelectual e do crescente desajuste ético.

Padre Antonio Orozco-Delclós.

Toffoli, STF, família e aborto

Por Francesco Scavolini.

O PRESIDENTE Lula, há poucos dias, convidou o ex-advogado-geral da União José Antonio Dias Toffoli para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, a máxima instância do Poder Judiciário no Brasil. Sabatinado pelo Senado, Toffoli foi aprovado.

A escolha do presidente causou perplexidade em alguns setores da sociedade, tanto no meio jurídico quanto no meio político, principalmente por questões ligadas ao currículo “escolar” e “profissional” de Toffoli. Tais questões já foram exaustivamente discutidas. Assim, as considerações que seguem, e que desejo compartilhar com os leitores, têm o objetivo de suscitar uma reflexão a respeito dos fundamentais valores éticos e morais que, como alicerces, sustentam a sociedade em geral e, de maneira especial, as instituições que governam os cidadãos.

Tais valores são o respeito ao direito à vida de todo ser humano e a preservação e a promoção do catalisador vital da sociedade, que é a família. É justamente com relação a esses valores que a escolha de Toffoli deveria deixar a sociedade extremamente preocupada.

Numa recente entrevista (revista “Veja”, 6/5), o então advogado-geral da União defendeu a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Estamos vivendo numa época em que a sociedade está muito preocupada com a violência que atormenta a convivência social e atinge especialmente as crianças e os adolescentes. Como poderemos resolver esse gravíssimo problema se formos institucionalizar comportamentos que aumentarão a violência e a fragmentação social?

Médicos e psiquiatras são quase unânimes ao afirmar que os traumas e as consequências do aborto são terríveis para a saúde da mulher, pois, afinal de contas, trata-se do assassinato de um ser humano inocente e indefeso.

Assim também educadores, psicólogos e sociólogos mostram, com dados concretos e estatísticas, que crianças, adolescentes e jovens que vivem com o pai e a mãe em uma família unida e estável têm muito menos chances de protagonizar ou de serem atingidos por episódios de violência, deixando mais segura a sociedade toda.

Critério básico de toda reta ordem jurídica deveria sempre ser a relação com a pessoa humana como depositária de uma dignidade inalienável, tanto em sua dimensão individual quanto em sua dimensão comunitária.

Torna-se, portanto, importante fazer todo esforço para que seja realizada uma efetiva tutela dos direitos humanos fundamentais, sem, contudo, construir ao redor deles teorias e comportamentos que acabam por privilegiar somente alguns aspectos desses direitos ou aqueles que correspondem a particulares interesses e sensibilidades de um determinado momento histórico (por exemplo, o “direito” da mulher – defendido por Toffoli – de interromper a gestação, matando um ser humano inocente e indefeso, ou, ainda, o “direito” de institucionalizar uma união antinatural, como a homossexual).

Dessa forma, ficaria esquecido aquele essencial princípio que é o da indivisibilidade dos direitos humanos, princípio que está fundamentado na unidade da pessoa humana e em sua intrínseca dignidade.

Sem dúvida, a unidade do direito e da ciência jurídica encontra seu fundamento numa justiça dinâmica, expressão não somente da estreita ordem legal, mas principalmente daquela razão natural (“recta ratio”) que deve governar os comportamentos dos cidadãos e das autoridades.

É isso o que afirma são Tomás de Aquino quando nos lembra que “omnis lex humanitus posita in tantum habet de ratione legis, inquantum a lege naturae derivatur” (“toda lei humana só possui valor de lei se provem da lei natural”, cf. “Suma Teológica”, I-II, q. 95, a2).

O relativismo ético que parece permear a hodierna sociedade consumista constitui um grave perigo também para o nosso querido Brasil.

Enquanto um recente “spot” publicitário do nosso governo federal enaltece alguns países estrangeiros (entre os quais a Holanda) pelo suposto alto nível educacional atingido, eis que a Justiça holandesa reconheceu recentemente o “direito” de participação democrática nas eleições daquele país ao partido dos pedófilos.

Que Nossa Senhora Aparecida nunca permita que nossa amada nação siga os passos perversos daqueles que querem destruir os grandes valores da terra de Santa Cruz.

Francesco Scavolini, doutor em jurisprudência pela Universidade de Urbino (Itália), é especialista em direito canônico.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo de 06/10/2009.

Não há consenso na comunidade científica sobre o homossexualismo

Tem muitos comentários na fila para serem respondidos, e vou fazer isso depois. Estou muito sem tempo, como podem observar pela inconstância na publicação de novos textos.

Mas aproveito um tempinho livre para responder a um comentário bastante interessante, digno de um post. Vamos a ele:

Primeiramente deixo claro que não estou “invadindo seu blog”, como você respondeu a um dos comentadores. Se o blog é aberto a todos os comentários, então não existem “invasores” e sim “visitantes” ou comentadores.

**** Se todos aqueles que viessem aqui com a sua educação, seria ótimo. O blog é aberto a comentários e discordâncias, não a “ignorâncias”, se você me entende. Então, existem sim aqueles que vêm aqui tranqüilamente, para comentar, expressar discordâncias, expor argumentos (como é o seu caso), e existem aqueles que vêm aqui babando, despejando a própria ignorância, pensando que aqui é a casa da Mãe Joana. Esses últimos, invasores, são recebidos a pontapés, pelo simples motivo de que eu não respeito quem não me respeita.

Em segundo lugar há de se separar juízos morais ou éticos de pareceres técnicos. Para a Organização Mundial de Saúde o termo “homossexualismo” (conforme usado aqui) foi proscrito em 1985 pois o sufixo “ismo” é utilizado para designar patologias.

**** Veja a gravidade da sua afirmação: “há de se separar juízos morais ou éticos de pareceres técnicos”. A raiz do problema está justamente aí, afinal o que garante a lisura do parecer técnico se este estiver separado de um juízo moral, ético?

Prosseguindo: qual o parecer técnico que determinou inequivocamente o homossexualismo como um comportamento “normal”? Quais as pesquisas realizadas podem afirmar isso com certeza? A decisão da Organização Mundial de Saúde foi arbitrária, fruto de pressões políticas do movimento gay, tal como aconteceu com a APA (American Psychological Association – ver o importantíssimo texto de Gerson Faria “Movimento gay põe psiquiatras ‘de quatro'”).

A comunidade científica mundial não considera a homossexualidade uma patologia, a despeito do que pregam vocês fundamentalistas.

**** Visite o site da Narth – National Association for Research and Therapy of Homosexuality. Trata-se de uma instituição científica séria e suas pesquisas estão lá, com dados preciosos para serem debatidos. Existem pessoas que manifestam comportamentos homossexuais, se sentem infelizes com isso, e procuram então ajuda especializada para tratamento. Um comportamento compulsivo pode e deve ser considerado patológico – e, pelo menos para certo número de pessoas que procura ajuda, o comportamento homossexual pode e deve ser considerado patológico.

Em síntese, ao contrário do que você e tantos outros afirmam, não há consenso científico a respeito deste tema. O que está acontecendo é muito simples: a militância gay impede o debate, através da violência verbal e do constrangimento. Como estão com a grande mídia nas mãos, já que o jornalismo e os meios de comunicação quase em sua totalidade estão tomados pelo pensamento politicamente correto, mobilizam a opinião pública em favor de seus interesses – entre esses interesses, está o de recusar a possibilidade de haver pessoas que apresentam comportamento homossexual infelizes, desejosas de modificar sua conduta.

Ninguém é obrigado a ser cristão ou a ler a Bíblia, mas qualquer profissional de nível universitário é obrigado a seguir o código de conduta, o protocolo que regulamenta o seu exercício profissional.

**** E se o código de conduta não refletir a realidade exposta nos fatos e nas pesquisas, mas tão somente o interesse de grupos militantes organizados? Você diz que sou fundamentalista, por defender o que a Bíblia e o Magistério da Igreja ensinam a respeito do homossexualismo. Você acredita piamente na resolução do Conselho de Psicologia e na Associação Mundial de Saúde. Repito a pergunta: quais os dados apresentados por esses cientistas para retirarem o homossexualismo da lista de patologias e, principalmente, em quê esses cientistas se apoiam para proibir que pessoas insatisfeitas com sua sexualidade procurem tratamento clínico?

Se não existe patologia, não existe tratamento, nem tampouco cura.

**** Segundo a Narth (link em inglês), “existem numerosos exemplos de pessoas que obtiveram sucesso em modificar seu comportamento sexual, sua identidade, estimulação sexual e fantasias.”

Se muitos determinam a patologia (de forma bastante questionável, mas vá lá…) a partir do sofrimento do paciente como um dado e existem pessoas que sofrem por sua conduta homossexual, é lógico que há uma patologia presente. Quem vai tratar disso?

O Conselho de Psicologia agiu estritamente dentro dos códigos éticos do seu campo de atuação

**** Insisto: se há pessoas insatisfeitas com sua sexualidade, com seus desejos, suas vontades; se essas pessoas se sentem impulsionadas a praticarem atos contra sua vontade consciente, quem vai ajudá-las? Ou todos os desejos humanos são lícitos, contanto que “não prejudiquem a ninguém…” Como determinar isso? Como mensurar o sofrimento de outrem por agir não conforme a própria vontade, mas a partir de impulsos, que não consegue, mas gostaria de dominar?

Se existem pessoas desejosas de abandonarem o comportamento homossexual, por que o psicólogo deveria ser proibido de ajudá-las a isso? É ético proibir uma pessoa de deixar de ser homossexual?

Por fim, cito a fala do presidente da American Psychological Association, Gerald P. Koocher, que afirmou em 2006: “A Associação Americana de Psicologia não tem conflito algum com os psicólogos que ajudam aqueles que sofrem atração homossexual indesejada”.

Aqui no Brasil, ao contrário, o Conselho Federal de Psicologia se rendeu às pressões políticas do movimento gay, este sim autoritário e que impõe sua ideologia na base da intimidação e da ameaça (como este blog  já pôde comprovar), não do verdadeiro conhecimento científico, que se baseia no debate público de idéias.

Opinião: Cassação de Rozangela Justino

Nota: o artigo foi escrito antes do julgamento da psicóloga Rozangela Justino pelo Conselho Federal de Psicologia, o qual determinou uma censura pública à referida psicóloga.

Por Julio César
Psicólogo e mestrando em Ciências da Religião
(CRP 06/80058).

No próximo dia 31 de julho o Conselho Federal de Psicologia julgará o pedido de cassação do registro profissional da psicóloga Rozângela Justino. O motivo é que ela oferece serviço de terapia para gays e lésbicas que queiram mudar a orientação ou as práticas homossexuais. Segundo resolução do Conselho feita há 10 anos, a homossexualidade não é uma doença, nem distúrbio, nem perversão, por isso é proibido ao psicólogo tratá-la como uma anomalia. O curioso é que o código de ética dos psicólogos veda também ao profissional induzir o paciente a agir contra os seus valores morais, a discriminá-lo por suas crenças religiosas, muitas das quais qualificam a orientação ou prática homossexuais como pecado ou perversão.

Pensemos um pouco. Um homossexual bem resolvido na sua homossexualidade, satisfeito e que não que não se sente inferiorizado como sua orientação, procuraria os serviços de Rozângela? Creio que não, a não ser se por intenções de desqualificá-la ou de incriminá-la.

Um homossexual liberto de seus traumas e de seus complexos de inferioridade, que vive com alegria sua homossexualidade, ficaria perturbado, abalado e ameaçado na sua liberdade, com o testemunho de alguém que diz que deixou de ser gay, lésbica ou travesti? Creio que não, porque seguro de sua homossexualidade, mesmo que exista a possibilidade de se tornar heterossexual ele não quer mudar sua orientação. Olha para aquele que quer mudar e diz “se você quer isso para sua vida, vá em frente, busque aquilo que você acha que vai te fazer feliz”.

Desqualificar a possível eficácia da terapia oferecida por Rozângela pelos numerosos casos de ex-ex-gays, de gente que tentou, com muita força e disposição, e não conseguiu, e de gente que até aprendeu a desempenhar papéis heterossexuais em público e na família, mas que clandestinamente vive sua homossexualidade, é algo relativamente complicado. Por essa linha de raciocínio teríamos também que desqualificar as terapias para dependentes químicos, detentos e pacientes psiquiátricos, pelos fartos casos de abandono do tratamento, recaída quando não de pioramento.

Outro problema é estaríamos pondo em xeque a autenticidade dos depoimentos das pessoas que se dizem ter saído da homossexualidade. Deveríamos pensar que elas sofreram lavagem cerebral ou que estão mentindo? Mas ao conferir descrédito ao relato dessas pessoas o psicólogo não estaria agindo com preconceito, violentando emocionalmente o paciente e, assim, violando a ética e o espírito da ciência que é livre e aberto a novas possibilidades?

Um caso curioso é o do psiquiatra estadunidense Robert Spitzer, da Universidade de Columbia, Nova York. Em 1973 ele foi aplaudido pelo movimento glst por ter se posto na linha de frente da Associação Psiquiátrica Americana pela retirada da homossexualidade da lista de transtornos psiquiátricos. Passaram-se 18 anos e ele, após 247 entrevistas com pessoas que passaram por algum tipo de tratamento de reorientação sexual, chegou à conclusão de que com muita vontade e ajuda terapêutica é possível um homossexual virar heterossexual. E foi além, afirmou que o homossexual que livre e espontaneamente queira mudar sua orientação deve receber ajuda especializada. “A medicina não trata apenas de doenças”, disse ele.

Rozângela pensa semelhante. Ela também diz que é possível – não inevitável – a mudança, que depende da vontade do paciente. Críticas a parte, o que não é possível dizer é que as crenças dela não têm paralelo e respaldo na ciência.

Se duas das marcas da ciência são a pluralidade e a mutabilidade do conhecimento, por que o Conselho de Psicologia dogmatiza ao decretar que os psicólogos diante dos homossexuais mal-resolvidos podem de duas uma, ou ajuda eles a se resolverem na sua homossexualidade ou a se resignarem como tais? Seria só para não fomentar ainda mais a discriminação aos homossexuais e não por que o Conselho estaria de joelhos à plataforma glst? Se sim, seria então justo que a Psicologia mesmo sendo possível, privasse os homossexuais que querem ser heteros de receber ajuda e indiretamente dizer para eles que a única ajuda que ela pode dar é ajudá-los a se aceitarem? Uma postura desse tipo não põe em xeque a credibilidade da Psicologia?

Espero que o Conselho aja com bom senso, não movido por ideologismo, por patologias políticas-partidárias, e garanta a liberdade científica e profissional de Rozângela, levando em consideração também o testemunho das pessoas que foram beneficiadas pelos serviços prestados por ela. Agora, se ela for cassada, nada a impedirá de continuar prestando serviço de apoio terapêutico, não somente porque a Psicologia não tem o monopólio, nem a paternidade, da terapêutica da alma, mas também porque creio que os homossexuais que querem mudança não vão deixar de buscar serviços do gênero. Quem deixar de procurar será pela descrença ou pela ineficácia do seu caso, não porque a Psicologia desacreditou.

Assim penso eu, para quem a liberdade e a moralidade autêntica não é coletiva, mas só é possível no exercício da consciência individual.

Fonte: Blog de Rozangela Justino.

Caso da menina brasileira não muda ensinamento católico sobre aborto

Esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 10 de julho de 2009 (ZENIT.org).- Após as polêmicas surgidas sobre um artigo publicado no jornal vaticano pelo arcebispo presidente da Academia Pontifícia para a Vida sobre a menina brasileira que foi submetida ao aborto de gêmeos, a Santa Sé confirma que a doutrina da Igreja não mudou.

Explica-o um “Esclarecimento” publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé, na edição diária de 11 de julho de L’Osservatore Romano, como o próprio documento explica, em resposta a “várias cartas, inclusive da parte de altas personalidades da vida política e eclesial, que informaram sobre a confusão que se criou em vários países, sobretudo na América Latina”.

“A Congregação para a Doutrina da Fé confirma que a doutrina da Igreja sobre o aborto provocado não mudou nem pode mudar”, sublinha o “Esclarecimento”.

O documento se refere ao artigo publicado pelo L’Osservatore Romano no dia 15 de março de 2009, com o título “A favor da menina brasileira”, no qual o arcebispo Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, analisava o caso da menina que, aos 9 anos, foi estuprada repetidamente pelo seu jovem padrasto, ficando grávida de gêmeos e que depois foi obrigada a abortar no quarto mês de gestação.

No artigo, Dom Fisichella confirmava que “o aborto provocado sempre foi condenado pela lei moral”.

Pois bem, em resposta às crônicas publicadas pelos jornais, o arcebispo considerava que, segundo seu parecer, não era adequado que o bispo do lugar anunciasse de maneira tão pública e rápida a excomunhão – “algo que se aplica de maneira automática”, esclarecia – dos envolvidos, pois desta forma não se ajuda a mostrar o rosto materno da Igreja.

O “Esclarecimento” vaticano informa que, como foi possível saber depois, a menina “tinha sido acompanhada com toda delicadeza pastoral, em particular pelo então arcebispo de Olinda e Recife, sua excelência Dom José Cardoso Sobrinho”.

O próprio Dom Fisichella, em declarações posteriores à mídia, havia esclarecido que, antes de escrever o artigo, dada a urgência de responder rapidamente à enorme polêmica que havia sido suscitada, não tinha podido falar com Dom Cardoso Sobrinho, motivo pelo qual não estava informado deste fato.

O documento da Congregação para a Doutrina da Fé, cujo presidente é o cardeal americano Willian Levada, não entra nos detalhes concretos deste caso, mas se limita a ilustrar os textos de referência do magistério da Igreja sobre o aborto, em particular os números 2270-2272 do Catecismo da Igreja Católica.

O texto cita também várias passagens da encíclica Evangelium vitae, assinada por João Paulo II no dia 25 de março de 1995, em particular o número 58, no qual se esclarece que o aborto provocado nunca pode ser justificado, ainda que aconteça em “situações difíceis e complexas”, seja para o bebê ou para a mãe.

No que se refere ao problema de determinados tratamentos médicos para preservar a saúde da mãe, o texto esclarece que “é necessário distinguir bem entre dois fatos diferentes: por um lado, uma intervenção que diretamente provoca a morte do feto, chamada em ocasiões de maneira inapropriada de aborto ‘terapêutico’, que nunca pode ser lícito, pois constitui o assassinato direto de um ser humano inocente”.

Algo totalmente diferente, continua indicando o “Esclarecimento”, é “uma intervenção não-abortiva em si mesma, que pode ter, como consequência colateral, a morte do filho”.

Para explicar este ensinamento da Igreja, a nota cita um famoso discurso de Pio XII, de 27 de novembro de 1951, no qual afirma: “Se, por exemplo, a salvação da vida da futura mãe, independentemente de seu estado de gravidez, requerer urgentemente uma intervenção cirúrgica, ou outro tratamento terapêutico, que teria como consequência acessória, de nenhum nenhum modo querida nem pretendida, mas inevitável, a morte do feto, um ato assim já não se poderia considerar um atentado direto contra a vida inocente”.

“Nestas condições, a operação poderia ser considerada lícita, igualmente a outras intervenções médicas similares, sempre que se trate de um bem de elevado valor –como é a vida– e que não seja possível postergá-la após o nascimento do filho, nem recorrer a outro remédio eficaz”, dizia o Papa Eugenio Pacelli nesse discurso.

No que se refere ao papel dos médicos nestes casos, o documento lhes recorda, com a Evangelium vitae (n. 89), “a intrínseca e imprescindível dimensão ética da profissão clínica, como já reconhecia o antigo e sempre actual juramento de Hipócrates, segundo o qual é pedido a cada médico que se comprometa no respeito absoluto da vida humana e da sua sacralidade”.

O documento vaticano não entra em detalhes sobre a aplicação automática da excomunhão no caso do aborto.

Fonte: Zenit.

Sexo sem conseqüências, mundo sem compromisso

Um mundo moldado pela contracepção está longe de ser favorável ao casamento e à família.

A 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou um documento, Humanae Vitae, em que se declarava que a pílula era incompatível com a moral católica. Teria esse fato conduzido a sua Igreja a décadas de irrelevância moral ou feito da Igreja um farol de clareza moral? Nesta entrevista, publicada originalmente no site MercatorNet, o filósofo norte-americano Christopher Tollefsen disseca do ponto de vista moral o movimento em favor dos anticoncepcionais.

MercatorNet: Recentemente, você escreveu sobre a fertilização in vitro (FIV) e outras técnicas similares que separam o sexo da reprodução, sobre os problemas éticos e as profundas implicações para o homem que elas têm. Mas gostaria que voltássemos um pouco no tempo para tratar da primeira tecnologia a separar o sexo da reprodução – os contraceptivos, especialmente a pílula, um produto eficaz e produzido em massa. Esses dois desenvolvimentos tecnológicos do século XX estão relacionados? Podemos dizer que um levou ao outro?

Christopher Tollefsen: São como os dois lados da mesma moeda. A sexualidade e a procriação, quando unidas no casamento, são as duas facetas de um bem grande e realizador, e ambas aperfeiçoam a vida dos cônjuges. Ao mesmo tempo, trazem consigo responsabilidades significativas, como todos os bens: não nos é fácil para praticar a virtude da castidade, dentro e fora do matrimônio, nem estar abertos ao dom de uma nova vida como fruto natural do amor entre os esposos.

A pílula permite que nos livremos da carga que supõe a conexão da sexualidade tanto com o matrimônio como com os filhos. Teremos as crianças de acordo com as nossas regras agora – talvez num casamento, talvez não. E a conseqüência lógica disso é que a FIV nos permite controlar mais e melhor a procriação. Em alguns casos, a FIV constitui uma reposta compreensível, embora eu a julgue errada, à incapacidade de conceber de alguns casais. Acontece que cada vez mais tem sido usada para garantir que teremos os tipos de filhos que quisermos, filhos livres de alguma doença, por exemplo, ou dotados de certos atributos que outros não têm.

Infelizmente, tanto a contracepção como a reprodução assistida são hoje vistas não apenas como coisas aceitáveis, mas como obrigações morais. Em última análise, penso que o assunto tem a ver com a nossa recusa em aceitar qualquer coisa que escape totalmente ao nosso controle – não é atrativo encarar a vida humana e a sexualidade como dons, porque isso revelaria que não somos os autores integrais da nossa própria existência. E, tristemente, a nossa resposta ao sofrimento, mesmo o sofrimento da esterilidade, segue essa mesma linha. O sofrimento é inteiramente um mal e deve ser rejeitado precisamente por estar fora do nosso controle, por ser uma ameaça à nossa “divindade” (a nossa descrição do sofrimento como algo “gratuito” também traz o caráter de algo que não escolhemos). Mas o cristianismo sempre ofereceu uma resposta redentora para os nossos sofrimentos ao ligá-los com os sofrimentos de Alguém que, sendo Deus, assumiu a forma de escravo.

MercatorNet: Houve uma reação negativa generalizada, entre os católicos inclusive, quando o Papa Paulo VI publicou a sua encíclica sobre a vida humana – Humanae Vitae – em que explicava por que a contracepção (diferentemente da abstinência periódica) era inaceitável do ponto de vista teológico e mesmo do ponto de vista meramente humano. A reação foi surpreendente, pois havia então apenas uns dez anos que a pílula estava disponível. Evidentemente, já devia estar em curso há algum tempo uma mudança de atitudes. Quais foram os antecedentes filosóficos dessa típica “revolta de 1968”?

Tollefsen: Com certeza, a aceitação geral de uma mentalidade utilitarista ou conseqüencialista, tanto na filosofia como na cultura política, contribuiu muito para essa revolta. A visão de que conseqüências boas podem tornar corretas ou mesmo obrigatórias algumas ações serviu de desculpa para muitos teólogos que afirmavam não existirem absolutos morais e que a moral sexual e reprodutiva precisava levar em conta o bem integral dos casais, unidos ou não pelo matrimônio. Só que essa é uma visão das coisas pelo avesso. Como disse o Papa João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, os mandamentos estão para proteger os bens e o desenvolvimento do homem, e isso vale também para o ensinamento da Igreja acerca da contracepção.

MercatorNet: Sexo antes do casamento, uniões livres em vez de matrimônio, infidelidade conjugal, aumento nas taxas de divórcio: esses e outros males foram todos atribuídos à contracepção. Não seria simplificar demais as coisas? Seria a chamada mentalidade contraceptiva assim tão fundamental na determinação das tendências da sociedade contemporânea?

Tollefsen: É difícil menosprezar o profundo impacto que a contracepção teve na sociedade, embora não se possa dizer que há sempre uma relação direta de causa e efeito; não queremos dizer, por exemplo, que os casamentos vão fracassar porque as pessoas tomam anticoncepcionais. Mas a contracepção possibilita um mundo em que a castidade pré-conjugal deixa de ser necessária, o que por sua vez cria um mundo em que a castidade conjugal também é mais difícil. Cria-se um mundo em que há uma tremenda pressão em ambos os esposos para que se dediquem ao trabalho e adiem os filhos, o que faz surgir mais tensões na família. Além disso, parece bem plausível que a idéia de que temos o direito de satisfazer irrestritamente os nossos desejos sexuais teve um papel considerável no crescimento da indústria pornográfica, que causou sérios danos à família. Assim, o resultado final de um mundo amplamente moldado pela contracepção é um mundo bem pouco amistoso para com o casamento e a família.

MercatorNet: O conceito de “planejamento familiar” já se tornou popular na sociedade. Você acha esse termo problemático? O termo “paternidade responsável”, que é o empregado pela Igreja Católica, é melhor? Por quê?

Tollefsen: Bem, um dos problemas é que “planejamento familiar” quase sempre é um eufemismo para aborto sob demanda. E sem dúvida a idéia de “planejamento” pode parecer demasiado técnica, como é patente em diversas formas de reprodução assistida. Mas acho que também seria um erro deixar de lado a idéia acima mencionada, que a sexualidade e a procriação implicam responsabilidades; os casais podem ter motivos de peso para espaçar os filhos ou evitar a concepção por um certo tempo. Assim, o termo “paternidade responsável” parece dar uma boa noção daquilo a que um casal está chamado a viver.

MercatorNet: Uma das afirmações mais controversas acerca da contracepção é que ela conduz à difusão do aborto. Muitas pessoas conscienciosas ficam zangadas e estarrecidas diante de tal afirmação, mas será que não se estão enganando a si próprias?

Tollefsen: Receio que sim. A contracepção possibilitou algo que muitos seres humanos sempre desejaram: sexo sem conseqüências. Antes do século XX, as conseqüências do sexo fora do casamento eram geralmente a gravidez, de vez em quando alguma doença e quase sempre uma reputação bastante rebaixada. Mas a tecnologia contraceptiva diminui a ocorrência da primeira e da terceira conseqüências… até certo ponto, claro. Não elimina completamente a possibilidade de gravidez; assim, o sexo sem conseqüências, mesmo com o uso generalizado de contraceptivos, permanece inatingível se não se tem acesso ao aborto. Por isso, parece-me natural que uma pessoa pró-vida que se opõe ao aborto passe a ser uma pessoa pró-vida que propõe a castidade dentro e fora do casamento.

MercatorNet: Algumas pessoas não vêem diferença entre a contracepção e as técnicas naturais para o controle da fertilidade – o chamado planejamento familiar natural -, uma vez que a finalidade desejada é a mesma: “nada de bebês desta vez”. Há diferença moral ou filosófica entre essas duas coisas?

Tollefsen: Contracepção significa: não querer bebês e garantir que a concepção não vai acontecer. Essa decisão de prevenir um eventual bebê parece-me contrária à vida humana. Por outro lado, os esposos claramente não têm a obrigação de ter relações em todas as ocasiões possíveis, e têm vários bons motivos para se absterem algumas vezes. Durante o período fértil, o efeito da abstinência é às vezes desejável, de maneira que a abstinência é permissível. Isso é bem diferente de optar por evitar absolutamente a concepção de um bebê.

MercatorNet: Afirmar que o uso da pílula é antiético é ir contracorrente. Você teria umas palavras bem redondas para fazer as pessoas pensarem no assunto?

Tollefsen: Acho que as pessoas deveriam perguntar-se se o mundo tornado possível pela pílula – um mundo em que as relações sexuais não implicam compromisso numa união permanente e exclusiva com a esperança de filhos, e em que o casamento é quase sempre visto como uma parceria para o aumento do patrimônio e do status, sendo as crianças um item opcional -, se esse mundo as fez mais felizes, ou fez mais felizes os seus amigos e parentes. Uma resposta honesta a essa pergunta provavelmente as deixaria surpresas.

Fonte: Quadrante. Para ler a entrevista no original em inglês, clique aqui.

Na África, Comissão de Bioética católica proclama: “‘AIDS cultural’ infecta nosso mundo”

ÁFRICA/BURQUINA FASO – A Comissão de Bioética católica: a Aids não é somente uma patologia biológica, enquanto em nossos dias a sociedade se inclina a perder a sua imunidade adquirida em relação aos valores, a verdade e a ética

Ouagadougou (Agência Fides) – “Com o Santo Padre, nós reiteramos com todas as nossa forças: Não à banalização da sexualidade que induz a um comportamento irresponsável, enquanto a promiscuidade sexual é causa de vários maus, morais e físicos; Não a uma educação sexual sem dimensão moral, que consista em incitar e iniciar precocemente os jovens à sexualidade, e que os predisponham o abandonar-se à vagabundagem sexual e às infecções sexualmente transmissíveis. Reiteramos que a Igreja dará sempre a sua ajuda na luta contra a Aids/Hiv em Burquina Faso, ajudando no quadro estratégico elaborado a este objetivo, e permanecendo sempre junto das pessoas que sofrem”. É o que afirma a Comissão de Bioética Católica da Conferência Episcopal de Burquina Faso e Níger, num comunicado enviado à Agência Fides.

Voltando na interpretação feita por alguns meios de comunicação internacionais sobre as palavras do Santo Padre Bento XVI em sua viagem à República de Camarões sobre a luta contra a Aids, denegrindo-o sem algum respeito e comparando-o a uma personagem dos séculos passados, e sobre o uso do preservativo, o documento traz integralmente a pergunta colocada pelo jornalista e a resposta dada pelo papa. “Uma frase tirada de seu contexto se torna uma arma com duplo corte, enquanto todo leitor pode interpretá-la com o quiser”, ressalta o documento, referindo-se ao fato que alguns tiraram uma frase do papa de sua resposta articulada (não se pode superá-lo com a distribuição de preservativos: ao contrário, aumentam o problema”) para apresentá-la como motivo de escândalo.

O documento exorta a “estar vigilantes para não se deixar influenciar por certos tipos de imprensa que tem como objetivo o sensacionalismo ou tirar a atenção dos verdadeiros problemas. A Aids que é a ‘síndrome da imunodeficiência adquirida’ não é somente uma patologia biológica, enquanto em nossos dias a sociedade se inclina a perder a sua imunidade adquirida em relação aos valores, a verdade e a ética. Neste caso estamos afetados por uma ‘Aids cultural’ que está infectando o nosso mundo e o seu contágio se tornará sempre mais incalculável”.

A Comissão de Bioética ressalta que “alguns jornalistas, aproveitam de sua posição e de sua tarefa, sem perceber a deontologia da informação, criticaram severamente o papa quando não se tem nada de novo sobre a posição da Igreja em relação às relações entre preservativos e Aids. Quem conhece os princípios da Igreja sabe que o papa não dirá coisas novas numa simples entrevista, mas se é o caso escreverá uma encíclica sobre o tema”.

É então reiterado o pensamento expresso por Bento XVI sobre o tema: denunciar a grave responsabilidade daqueles que propagam uma ideologia de liberdade sexual através do uso de preservativo; recordar que a estrada melhor na luta contra a Aids é o da educação civil e religiosa no sentido da responsabilidade; apresentar as três formas de luta contra a Aids em que a Igreja se empenha: educação à responsabilidade das pessoas no uso das sexualidade e a reafirmação da função essencial do matrimônio e da família, pesquisa e aplicação de terapias eficazes colocando-as à disposição do maior número de doentes (25% dos centros de assistência sanitárias que no mundo se ocupam dos doentes de Aids é constituído por estruturas católicas), assistência humana e espiritual dos doentes de Aids e de todos os doentes, que estão sempre no coração da Igreja.

Ilustrando a posição da Igreja em Burquina Faso sobre a Aids, o documento ressalta que se trata da posição da Igreja universal, com uma luta coletiva e individual. “A Igreja, que mira à perfeição e à santificação de todos os homens de boa vontade, propõe um meio seguro para vencer a Aids: a abstinência e a fidelidade. Certamente todo estado leigo pode livremente propor à sua população outros métodos de luta. Mas certamente não será somente a distribuição de preservativos nas escolas, nos colégios, nos institutos, nos povoados e nas praças dos mercados que reduzirá a prevalência da Aids na África e no mundo”. Na parte conclusiva se recorda que a Aids não é somente uma doença física, enquanto atinge também a psique da pessoa doente, as suas relações e toda a sociedade, por isso não se pode limitar em combatê-la com o preservativo. “É preciso uma formação apropriada, uma educação à responsabilidade individual e coletiva, e é sobre este ponto que as consciências devem ser iluminadas”. (S.L.)

Fonte: Agência Fides.

Não se deixar impressionar por «discursos enganosos» sobre o aborto

Arcebispo de São Paulo convida católicos para manifestação em defesa da vida

SÃO PAULO, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- Ao convidar os católicos a participarem de uma manifestação contra o aborto na manhã deste sábado, na praça da Sé, em São Paulo, o cardeal Odilo Scherer adverte contra o risco de se deixar impressionar por discursos enganosos sobre o tema.

«Não nos deixemos impressionar por discursos enganosos. Não dá para justificar o aborto a partir da Bíblia, sem forçar interpretação da Escritura», afirma o arcebispo, na edição desta semana do jornal «O São Paulo».

Segundo Dom Odilo, a decisão sobre a vida e a morte de seres humanos «não pode ser deixada à iniciativa e decisão privada, nem deve depender da lógica da vantagem ou da comodidade individual».

«É dever do Estado proteger as pessoas e garantir a defesa e o respeito à sua vida. Não se pode privatizar esta responsabilidade!»

«Da parte do Estado seria uma atitude cínica descarregar na conta da mulher, ou de outra pessoa, uma responsabilidade tão grande! E seria muito arriscado, pois quem levaria sempre a pior seriam os doentes, indefesos e incapazes de resistir à vontade dos mais fortes», afirma.

O arcebispo de São Paulo considera que os fiéis não devem se assustar se alguém discorda ou até trata com preconceito a posição católica contrária ao aborto.

«Deveríamos ficar até honrados quando identificam a posição católica como contrária ao aborto. Oxalá todas as pessoas que têm fé em Deus também defendessem de maneira firme a dignidade e a vida do ser humano em todas as circunstâncias e em cada uma de suas etapas.»

Mesmo assim – prossegue o arcebispo -, «é inaceitável que isso seja um dever apenas de pessoas religiosas».

«Acaso podem matar outros seres humanos aqueles que não crêem em Deus ou não praticam nenhuma religião? O respeito à vida é um preceito ético que obriga a todos.»

O arcebispo chama também a que «não nos deixemos impressionar nem enganar por discursos que reivindicam a autonomia na decisão sobre a vida de outros, ou até mesmo um suposto “direito humano” ao aborto».

«Tendo em vista que o aborto implica sempre na morte de um ser humano inocente e indefeso, é absurda a reivindicação de semelhante “direito”», explica.

Dom Odilo afirma que a manifestação na praça da Sé, às 10h da manhã do dia 28 de março, será uma ação concreta «contra toda forma de violência e agressão contra a vida, principalmente o aborto provocado».

«É necessário que nos manifestemos e expressemos com clareza e firmeza nossa convicção», destaca.

Fonte: Zenit.

Um dos maiores especialistas do mundo no combate à AIDS diz: “O Papa está certo”. Mas essa notícia foi devidamente sonegada dos leitores

Por Reinaldo Azevedo.

Há coisas que você jamais vai ler na imprensa brasileira porque, dada a sua “isenção” de propaganda, às vezes letal para a inteligência e a verdade, pouco importa a consideração de uma autoridade científica ou religiosa se o que elas dizem não coincide com a metafísica politicamente correta. Aceita-se a chamada pluralidade, mas sem exageros, é claro. Querem ver?

Vocês se lembram que, em Camarões — e, de fato, foi uma mensagem para o continente africano —, o papa Bento 16 afirmou que a distribuição maciça de camisinhas não era o melhor programa de combate à AIDS. E disse que o problema poderia até se agravar. A estupidez militante logo entendeu, ou fingiu entender, que Sua Santidade contestara a eficiência do preservativo para barrar a transmissão do vírus. Bento 16 não tratava desse assunto, mas de coisa mais ampla. Referia-se a políticas públicas de combate à expansão da doença. Apanhou de todo lado. De todo mundo. No Brasil, noticiou-se a coisa com ares de escândalo. Os valentes nem mesmo investigaram os números no Brasil — a contaminação continua alta e EM ALTA em alguns grupos — e no mundo. Adiante.

Se você pesquisar um pouco, vai saber que o médico e antropólogo Edward Green (foto) é uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard. Pois bem. Green concedeu uma entrevista sobre o tema. E o que ele disse? O PAPA ESTÁ CERTO. AS EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS CONFIRMAM O QUE DIZ SUA SANTIDADE. Ora, como pode o papa estar certo? Vamos sonegar essa informação dos leitores.

Em entrevista aos sites National Review Online (NRO) e Ilsuodiario.net, Green afirma que as evidências que existem apontam que a distribuição em massa de camisinha não é eficiente para reduzir a contaminação na África. Na verdade, ao NRO, ele afirmou que não havia uma relação consistente entre tal política e a diminuição da contaminação. Ao Ilsuodiario, assumiu claramente a posição do papa — e, notem bem!, ele fala como cientista, como estudioso, não como religioso: “O que nós vemos de fato é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento da AIDS. Não sabemos todas as razões. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação” — literalmente, nas palavras dele ao NRO: “Quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, freqüentemente perde o benefício (dessa redução) correndo mais riscos do que aquele que não a usa”.

Pois é… Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação. E diz que o grande fator para a queda é a redução de parceiros sexuais. Que coisa, não?

NÃO É MESMO INCRÍVEL QUE SEXO MAIS RESPONSÁVEL CONTRIBUA PRA DIMINUIR OS CASOS DE CONTAMINAÇÃO? Pois é… Critico as campanhas de combate à aids no Brasil desde o Primeira Leitura, como sabem. E, aqui, desde o primeiro dia. Há textos às pencas no arquivo. A petralhada que se pensa cheia de veneno e picardia erótica gritava: “Você quer impor seu padrão religioso ao país…” Ou então: “Você não gosta de sexo…” Pois é. Vai ver Harvard escolheu um idiota católico e sexofóbico para dirigir o programa…

Bento 16 apanhou que deu gosto. E apanhou pelo que não disse — e ele jamais disse que a camisinha facilita a contaminação de um indivíduo em particular — e pelo que disse: a AIDS é, sim, uma doença associada ao comportamento de risco e, pois, às escolhas individuais. Sem que se mude esse compartamento, nada feito.

Pois é… O mundo moderno não aceita que as pessoas possam ter escolhas. Como já escrevi aqui certa feita, transformaram a camisinha numa nova ética. E, como tal, ela é de uma escandalosa ineficiência.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo.

Estupro, aborto e valores distorcidos

Por Carlos Ramalhete.

Têm sido espantosas as reações à declaração de dom Cardoso, arcebispo de Olinda e Recife, acerca das excomunhões dos responsáveis pelo aborto das duas crianças geradas no estupro de uma menina de nove anos de idade. O que ele fez foi apenas o seu dever: comunicar ter ocorrido a excomunhão automática dos responsáveis pela morte de duas crianças inocentes. Quem lesse as reações à comunicação, contudo, teria a impressão de que havia uma vida apenas em risco, e esta seria a vida da mãe das crianças. Não é o caso. A vida dela estava, sim, em um certo grau de risco, não maior nem menor que o de muitas mulheres grávidas com alguma complicação. Casos muito piores já chegaram a um final feliz.

Neste caso, contudo, aproveitando-se de uma falsa brecha legal – o fato de o Direito brasileiro não prever punição para o aborto de crianças geradas por estupro ou em caso de risco de vida para a mãe, exatamente como não prevê punição para o furto cometido por um filho contra o pai – grupos de pressão interessados na legalização do aborto apressaram-se, contra a vontade da mãe e de seus responsáveis legais, a matar o quanto antes as crianças que cometeram o crime de terem sido concebidas no transcurso de um repulsivo estupro. Os filhos são punidos com pena de morte pelo crime do pai.

A violência das reações à declaração de dom Cardoso, contudo, mostra claramente o alcance – em alguns setores bastante vocais da classe média urbana – de uma pseudoética apavorante. As crianças mortas simplesmente não entram na equação, não são consideradas. O próprio estupro só é mencionado de passagem. O risco de vida para a mãe é transformado em uma certeza de sua morte. São saudados como heróis salvadores os carniceiros que arrancaram do ventre da mãe duas crianças perfeitamente saudáveis e atiraram os cadáveres em uma cesta de lixo, onde provavelmente estava uma cópia mofada do juramento de Hipócrates que fizeram quando se formaram médicos.

Isto ocorre por ter sido perdida a noção do valor da vida. A vida, em si, para os defensores do aborto, não vale nada. Ao invés dela, o que teria valor seria o resultado final de uma equação que tem como componentes o bem-estar da pessoa e sua utilidade para a sociedade. As crianças abortadas não têm valor para a sociedade, logo podem ser mortas. Mais ainda, não merecem menção. A única criança digna de menção é a mãe, e olhe lá.

Ela mesma, a mãe das crianças abortadas, tem seu sofrimento deixado de lado. Uma menina de nove anos de idade que sofreu a violência de um estupro, provavelmente reiteradas vezes; uma criança ela mesma, vivendo mais que provavelmente em condições miseráveis (sabe-se que sua mãe não sabe ler e escrever, o que serviu bem aos que simplesmente mandaram que apusesse a impressão do polegar aos papéis que, como depois ela veio a saber, eram a sentença de morte de seus netos), foi levada de um lugar para o outro, teve os filhos que ela desejava manter arrancados de seu ventre e mortos, sendo tratada apenas como excelente exemplo de portadora biológica de material a abortar.

É de crer que provavelmente os defensores do aborto teriam de bom grado preferido que ela também tivesse sido abortada: o resultado da equação de utilidade social e bem-estar que usam para valorizar uma vida dificilmente seria alto o suficiente no caso dela para garantir-lhe a sobrevivência.

O estupro, mais ainda, o estupro reiterado e contumaz de uma criança indefesa é um crime asqueroso, que poderia em justiça merecer a pena de morte (não percebi, aliás, em nenhuma das numerosas e estridentes reações pró-aborto à declaração de dom Cardoso, alguém pedindo que fosse estendida ao estuprador a pena de morte que sofreram seus filhos). Quem o comete vê em sua vítima apenas um orifício cercado por forma humana, um receptáculo fraco e indefeso, logo acessível a suas taras. É já uma negação da humanidade da vítima: ela não merece, crê o estuprador, ter direito de opinião sobre o que é feito com seu corpo.

A mesma negação feita pelo estuprador contra sua vítima foi reiterada sobre seus filhos: ela foi estuprada; eles foram mortos. Desumanizada pela primeira vez pelo estuprador, ela o foi novamente, juntamente com seus próprios filhos – a flor de esperança e de vida que poderia ter saído do lodo da violência – pelos que não consideram que a vida tenha, por ser vida humana, algum valor. Agora, esperam eles, esgotado seu valor de propaganda, ela pode rastejar de volta à miséria de seu barraco e deixá-los tocar em paz a campanha pró-aborto.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo.

Igreja americana critica decisão de Obama de financiar pesquisa com embriões

Trata-se de «uma vitória da política sobre a ciência», afirma o cardeal Rigali

WASHINGTON, D.C., terça-feira, 10 de março de 2009 (ZENIT.org).- O presidente do Comitê para Atividades Pró-Vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, cardeal Justin Rigali, criticou duramente em um comunicado a última ordem executiva do presidente Barack Obama, que permitirá usar fundos federais, procedentes dos impostos, para a pesquisa com células-tronco embrionárias.

O purpurado, arcebispo da Filadélfia, afirma que esta disposição «supõe uma triste vitória da política sobre a ciência e sobre a ética».

«Esta ação é moralmente equivocada porque promove a destruição de vidas humanas inocentes, tratando seres humanos vulneráveis como meros produtos a serem armazenados.»

Por outro lado, critica o cardeal Rigali, esta ordem «não leva em consideração a opinião de milhões de contribuintes americanos, que se opõem a uma pesquisa que requer a eliminação de vidas humanas. Ignora, enfim, o fato de que os meios eticamente corretos para levar adiante a pesquisa com células-tronco e as terapias são facilmente disponíveis e necessitam de mais apoio».

O purpurado cita também uma carta de 16 de janeiro do cardeal Francis George, presidente da Conferência Episcopal, na qual pedia a Obama que não tomasse esta decisão, destacando três razões pelas quais esta pesquisa «é inútil nestes momentos».

Em primeiro lugar, escreveu, «a pesquisa sobre as potencialidades das células-tronco embrionárias pode ser feita usando as linhas celulares atualmente disponíveis e as centenas de linhas produzidas com fundos não-federais desde 2001».

Em segundo lugar, «muitos cientistas pensam que os notáveis progressos recentes na reprogramação das células-tronco adultas – aclamada pela revista Science como descoberta do ano – farão que as células embrionárias tornem-se irrelevantes para o progresso médico».

Em terceiro lugar, acrescentava o cardeal George, «sabe-se que as células-tronco adultas e do cordão umbilical têm uma grande versatilidade e são usadas cada vez mais para curar doenças graves e para reconstruir órgãos feridos».

A ordem do presidente Obama retira a proibição – que o presidente George W. Bush havia aprovado – de financiar este tipo de pesquisa com fundos federais.

Fonte: Zenit.

Carta aos professores Rivaldo Albuquerque e Olímpio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, extensiva ao reitor Carlos Calado – assunto: o aborto da menina de 9 anos de Alagoinha (PE)

Prezados leitores:

Este talvez seja o post mais importante já publicado aqui em JORNADA CRISTÃ. Trata-se de uma carta enviada aos professores Rivaldo Albuquerque e Olímpio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, extensiva ao reitor Carlos Calado. Os referidos professores Rivaldo e Olímpio fizeram parte da equipe de médicos que realizaram o aborto na menininha de nove anos violentada pelo padrasto em Alagoinha (PE).

O autor da carta é o estudante do 10º período da referida instituição, Artur Costa, que de forma corajosa sai em defesa do arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, explicando o que é uma excomunhão “latae sententiae”. Em seguida, faz algumas considerações sobre a atribuição da moral em contraponto à função da medicina. Finalmente, vai direto ao ponto:

“Até que alguém me prove o contrário, a gravidez da menina era cientificamente viável. Todos nós sabemos que a medicina é imprevisível, e é assim como devemos encará-la. E na minha opinião, a conduta correta deveria ser esperar a evolução do caso, acompanhar de forma contínua a gravidez, e induzir o parto se necessário, sempre procurando SALVAR VIDAS, que é a verdadeira atribuição da medicina. Se alguém me provar o contrário com o devido respaldo da ciência, EU mudo de opinião”.

Aos católicos: frente à profusão de matérias caluniosas, tendenciosas, destilando ódio, preconceito e intolerância contra a Igreja Católica, fiquemos firmes e fieis aos sucessores dos apóstolos! Procurem ver a argumentação do lado católico, neste momento marginalizado e relegado à obscuridade pelos grandes órgãos de imprensa. Lembrem-se da perseguição movida contra a Igreja Católica, o clero católico e o cristianismo pelos meios de comunicação social. Lembrem-se que a postura dos jornalistas, em 99% dos casos, é a de se portarem contra a Igreja, tendo como objetivo último minar a sua autoridade moral e desacreditar os membros de sua hierarquia.

É exatamente isso que está acontecendo agora: a postura da Igreja, na pessoa do arcebispo D. José Cardoso Sobrinho, foi em primeiro lugar, como é permitido por lei, demover a mãe da menininha da idéia de fazer o aborto; em segundo lugar, novamente usando da liberdade de expressão, sem em nenhum momento ir contra a lei civil, comunicar publicamente a excomunhão dos envolvidos no aborto – como prevê o Código de Direito Canônico. A pena da excomunhão é única e exclusivamente eclesiástica, sem nenhum efeito prático para a lei civil: diz respeito apenas aos católicos, que têm o dever de seguirem a doutrina católica.

Enviem esse texto a amigos, conhecidos e colegas católicos; façamos nossa parte em defesa da fé católica e dos bispos escravos do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

*****

Estimados professores Rivaldo e Olimpio e reitor Carlos Calado.

Sou estudante do 10 período da FCM – UPE, e estou escrevendo este e-mail para prestar a minha solidariedade ao Arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho. Em primeiro lugar, Dom José não excomungou ninguém, segundo a imprensa, que é maldosa e tendenciosa, informou. Como, boa parte de vocês declaram ser católicos, apesar de não entender a doutrina, vou explicar algumas coisas.

De acordo com o código de direito canônico, existem 7 ocasiões que levam um católico a ser excomungado latae sententiae:

1 – Profanação do santíssimo sacramento
2 – Agressão física à pessoa do Papa
3 – Revelação por parte do sacerdote de segredos de confissão
4 – Absolvição por um sacerdote do cúmplice do pecado da carne
5 – Ordenação sacerdotal de Bispos por outros bispos sem autorização do Papa
6 – Apostasia e Cisma por parte de um católico bem informado.
7 – ABORTO

Logo, com isso, chegaremos à conclusão que o Bispo não excomungou ninguém, uma vez que todos os que participaram do procedimento já foram excomungados AUTOMATICAMENTE. Excomunhão Latae sententiae significa isso: EXCOMUNHÃO AUTOMÁTICA NO MOMENTO DO ATO. E o Arcebispo nada mais fez do que lembrar o que está previsto pela lei canônica, que é uma lei promulgada pelo Papa, e consequentemente de Deus, uma vez que o Papa quando se pronuncia em questão de fé e de MORAL, se pronuncia in persona christi. Cristo deu as chaves dos céus para o Papa, para que o mesmo tivesse esse poder de ligar e desligar de forma infalível. Logo, a condição para ser católico é acreditar nisso. Quem não acredita nessa questão de fé, não é católico. NINGUÉM É OBRIGADO A SER CATÓLICO.

A outra atitude de Dom José foi procurar a família da menina, e tentar intervir no processo para que o procedimento não fosse feito. Em momento nenhum a integridade moral do senhor professor foi ferida, e nem sequer Dom José faltou com respeito a ninguém. Muito pelo contrário, o que eu só ouvi por parte das pessoas que convivo ao redor foram manifestações de ridicularização e ofensas ao nosso Arcebispo. As pessoas, a imprensa, a declaração universal dos direitos humanos defendem tanto a liberdade de expressão… Agora o Bispo é uma exceção, e deveria ser proibido de se expressar? Que hipocrisia é essa? Que ditadura do relativismo é essa?

Por acaso é atribuição da medicina decidir o que é moralmente correto ou errado? Que eu saiba, a função da medicina é a de salvar vidas, de amenizar o sofrimento. NUNCA MATAR, não importa os argumentos sentimentalóides que costumeiramente se propagam por aí. Decidir o que é moralmente correto ou errado é atribuição da filosofia. Isso está fora do campo da medicina, embora deva caminhar junto. Por sinal, todo sacerdote para ser ordenado precisa ter estudo de filosofia e teologia, coisa que nós médicos e estudantes da medicina não temos. Logo, é competência de Dom José intervir na questão moral sim. E a sua opinião não pode ser ridicularizada nem impedida por ninguém. É direito dele se expressar, desde que não falte ao respeito com ninguém.

Qual a atribuição da moral? Nada mais nada menos que interpretar a lei natural. A declaração universal dos direitos humanos nada mais é do que uma tentativa de interpretação da lei natural. E o que é a lei natural? É a lei que rege a inclinação natural de todos os seres vivos. Um exemplo disso é que todo ser humano é inclinado a fazer o bem. Todo ser humano sabe que é certo fazer o bem, e é errado fazer o mal. Está no coração de todo ser humano que é errado matar uma pessoa inocente. E aí poderemos citar vários exemplos. A lei natural está no coração de todos os homens. E a declaração universal dos direitos humanos nada mais é que uma tentativa de interpretação disso. Os 10 mandamentos nada mais são do que um resumo dessa lei natural. Uma vez que a lei natural é fato concreto, chegaremos à conclusão que o bem e o mal são absolutos. A relativização do certo e do errado significa dizer que qualquer crime ou absurdo pode ser uma atitude correta de acordo com o ponto de vista das pessoas. É a negação completa da lei natural e da existência de Deus. Logo, a mesma deve ser levada em consideração sempre. E Dom José interveio dentro desse contexto, que NÃO É UM CONTEXTO CIENTÍFICO, mas moral!

Sabendo que é intríncecamente mal matar um ser inocente, e que nunca podemos ver no mal uma solução, chegaremos ao assunto Aborto. Perceberam que o assunto fé não entrou aqui em nenhum momento? E realmente não é questão de fé. É questão de ética. Coisa que todo ser humano tem o direito de intervir e opinar. E quando discutimos o que é certo e errado, a razão, e somente a razão deve fazer parte do discussão. O que a gente vê frequentemente por meio da mídia e das pessoas em geral são argumentos sentimentalóides, que estrapolam os limites da razão, e que não medem as consequências das atitudes. Evitemos isso!

Menina de 9 anos de idade foi estuprada várias vezes pelo padrasto, e engravidou, pior ainda! Gravidez gemelar. Todos vocês sabem que uma menina de 9 anos pode engravidar e pode dar à luz, como já ocorreu em outras situações. Gravidez na infância e na adolescência é uma triste realidade do nosso mundo. Toda gravidez tem o seu risco. Não é a toa que se usa os termos “baixo risco” e “alto risco. O CISAM é especializado em alto risco. E a medicina, como falei antes, tem a atribuição de salvar a vida da mãe e a vida do filho. O bom tratamento da mãe é o melhor tratamento para a vida intra-uterina. Até que alguém me prove o contrário, a gravidez da menina era cientificamente viável. Todos nós sabemos que a medicina é imprevisível, e é assim como devemos encará-la. E, na minha opinião, a conduta correta deveria ser esperar a evolução do caso, acompanhar de forma contínua a gravidez, e induzir o parto se necessário, sempre procurando SALVAR VIDAS, que é a verdadeira atribuição da medicina. Se alguém me provar o contrário com o devido respaldo da ciência, EU mudo de opinião, e ainda explicarei pessoalmente a situação ao Arcebispo Dom José, que certamente também mudará de opinião e voltará atrás.

Se foi estupro, se foi acidente, se foi o alienígena, NADA justifica pela razão a destruição da vida intra-uterina. Consequências psicológicas… abortando ou não, a menina carregará pra sempre da mesma maneira. Não existe estudo científico de credibilidade que prove algum benefício ou malefício a esse respeito. Argumentos sentimentalóides não substituem a razão, mesmo estando previsto por lei a autorização do procedimento. Professores Rivaldo e Olímpio, respeito muito vocês, tenho uma simpatia especial pelo prof. Rivaldo, vejo em vocês professores comprometidos com a FCM – UPE, mas é FATO que vocês são defensores ferrenhos da legalização do aborto em todas as ocasiões, e que essa foi uma oportunidade de instigar a população e propagar o que vocês pensam. Eu sei disso.

Bem, caros professores, estou à disposição de vocês, espero não os ter ofendido com nenhuma palavra. Espero inclusive artigos científicos que contribuam para esclarecer o caso e para contribuir para minha formação acadêmica. Estou disposto também a realizar iniciação científica com vocês dentro da área dos riscos que envolvem a gravidez na infância e adolescência, caso vocês se interessem.

Um Abraço,

Artur Costa.

PT, através de ministra, declara 2009 como o ano do aborto

A máquina da morte está aí, com a corda toda, contando, como sempre, com o apoio escancarado da imprensa. E também do PT. E já avisaram: 2009 é o ano do aborto. Jorge Ferraz, em seu blog Deus Lo Vult!, comenta uma fala estúpida do dep. Chico Alencar (que ainda por cima tem a cara de pau de se dizer “católico”) e uma declaração da ministra do aborto, Nilcéa Freire, extraída de uma entrevista infeliz dada ao Jornal do Brasil. Para ler, clique aqui.

A pressão pela aprovação do aborto no Brasil é insuportável. Temos a obrigação moral de nos organizarmos. Uma das armas é a lista de deputados da “bancada da morte”. São os deputados pró-aborto que insistem em discutir o projeto de lei nº. 1135/91, rejeitado por unanimidade na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), em 7 de maio do ano passado, e por maioria de 57 votos contra 4 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal no dia 9 de julho segunte.

O deputado José Genoino, do PT (é claro…), apresentou um requerimento que foi assinado por mais 62 deputados, para que este projeto permaneça em discussão e seja votado em plenário. Genoino é aquele mesmo que disse certa vez: “Nós do PT não praticamos irregularidades. O PT não compra nem paga deputados”. Tá certo. E eu sou a Madonna. E o PT é a virgem daquela música “like a virgin…”

São esses os deputados da bancada da morte:

ACRE (01)
Nilson Mourão – PT/AC

AMAPÁ (03)
Dalva Figueiredo – PT/AP
Evandro Milhomen – PCdoB/AP
Janete Capiberibe – PSB/AP

AMAZONAS (01)
Vanessa Grazziotin – PCdoB/AM

BAHIA (06)
Nelson Pellegrino – PT/BA
Zezéu Ribeiro – PT/BA
Daniel Almeida – PCdoB/BA
Alice Portugal – PCdoB/BA
Roberto Britto – PP/BA
Severiano Alves – PDT/BA

CEARÁ (04)
José Guimarães – PT/CE
Eudes Xavier – PT/CE
Chico Lopes – PCdoB/CE
Flávio Bezerra – PMDB/CE

DISTRITO FEDERAL (01)
Magela – PT/DF

ESPÍRITO SANTO (01)
Iriny Lopes – PT/ES

GOIÁS (01)
Rubens Otoni – PT/GO

MARANHÃO (02)
Domingos Dutra – PT/MA
Sarney Filho – PV/MA

MINAS GERAIS (03)
Virgílio Guimarães – PT/MG
Jô Moraes – PCdoB/MG
Edmar Moreira – DEM/MG

MATO GROSSO (01)
Carlos Abicalil – PT/MT

MATO GROSSO DO SUL (01)
Antônio Carlos Biffi – PT/MS

PARÁ (04)
Paulo Rocha – PT/PA
Beto Faro – PT/PA
Zé Geraldo – PT/PA
Asdrubal Bentes – PMDB/PA

PARANÁ (02)
Angelo Vanhoni – PT/PR
Max Rosenmann – PMDB/PR

PERNAMBUCO (07)
Pedro Eugênio – PT/PE
Fernando Ferro – PT/PE
Maurício Rands – PT/PE
Raul Jungmann – PPS/PE
Silvio Costa – PMN/PE
Ana Arraes – PSB/PE
Inocêncio Oliveira – PR/PE

RIO DE JANEIRO (05)
Jorge Bittar – PT/RJ
Carlos Santana – PT/RJ
Edmilson Valentim – PCdoB/RJ
Chico Alencar – PSOL/RJ
Brizola Neto – PDT/RJ

RIO GRANDE DO NORTE (01)
Sandra Rosado – PSB/RN

RIO GRANDE DO SUL (04)
Marco Maia – PT/RS
Luciana Genro – PSOL/RS
Pompeo de Mattos – PDT/RS
Darcísio Perondi – PMDB/RS

RONDÔNIA (01)
Eduardo Valverde – PT/RO

RORAIMA (01)
Francisco Rodrigues – DEM/RR

SÃO PAULO (13)
José Genoíno – PT/SP
Paulo Teixeira – PT/SP
Jilmar Tatto – PT/SP
Vicentinho – PT/SP
Cândido Vaccarezza – PT/SP
Devanir Ribeiro – PT/SP
José Mentor – PT/SP
Cláudio Magrão – PPS/SP
Arnaldo Jardim – PPS/SP
Ivan Valente – PSOL/SP
Regis de Oliveira – PSC/SP (12)
Paulo Pereira da Silva – PDT/SP
Dr. Ubiali – PSB/SP

AO TODO 63 DEPUTADOS ASSIM DIVIDIDOS POR PARTIDO:
1. PT 31 Deputados (49,20 %)
2. PC do B 07 Deputados (11,11 %)
3. PSB 04 Deputados (6,33 %)
4. PDT 04 ” ”
5. PMDB 04 ” ”
6. PSOL 03 ” (4,76 %)
7. PPS 03 ” ”
8. DEM 02 ” (3,17 %)
9. PMN 01 ” (1,58 %)
10. PR 01 ” ”
11. PV 01 ” ”
12. PSC 01 ” ”
13. PP 01 ” ”

Bem, qualquer pessoa esperta sabe bem sobre o caráter de um sujeito como Genoino, então é para se perguntar o porquê de sua liderança para o propósito tão nobre de legalizar a matança de bebês no Brasil, levando nosso país definitivamente para o “primeiro mundo”, já que a maioria dos países “desenvolvidos” já legalizou o assassinato de crianças no ventre das respectivas mães.

Percebam que os partidos de esquerda (PT, PC do B, PSB, PSOL) estão empenhados na legalização do aborto. O PT, partido que nasceu na Igreja Católica, sob a influência da teologia da libertação, e com grande parte dos militantes que ainda se dizem católicos e freqüentam a igreja, está envolvido com essa causa até o pescoço. Dois deputados federais do partido, Luiz Bassuma, da Bahia, e Henrique Afonso, do Acre, estão respondendo a processo na Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores e podem ser expulsos do partido.

O site do Partido dos Trabalhadores apresentou recentemente o processo de expulsão contra os deputados a favor da vida como “uma vitória das feministas do PT”. Outros parlamentares do partido que também tem se pronunciado a favor da vida, como o deputado Nazareno Fonteles, já estão na mira de novos processos.

Na página oficial da quadrilha, quer dizer, do partido, você pode ler mais sobre todo esse disparate. Veja um trecho: “A defesa do direito ao aborto legal e seguro é uma bandeira histórica das mulheres petistas”. Vejam bem: historicamente, o PT é ligado à ala “progressista” (melhor seria dizer pôgreçista) da Igreja Católica. Quantas dessas mulheres petistas se dizem católicas e freqüentam a missas, enquanto se empenham pela luta em matar bebês?

O deputado oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ironizou o fato de nenhum parlamentar do PT ter sido punido no Conselho de Ética do partido por conta do suposto envolvimento no escândalo do mensalão. “O PT é liberal com roubo de dinheiro público e radical a favor da eliminação da vida,” observou. Veja uma matéria completa a respeito do assunto aqui. Um trecho me chamou mais a atenção e transcrevo na íntegra:

O deputado Gilmar Machado (PT-MG), um dos vice-líderes do governo no Congresso, diz que vai defender Bassuma e Henrique Afonso perante os colegas. “São dois grandes companheiros. Eu espero que não sejam expulsos. Temos que discutir isso”, conta.

[…]Machado diz que esse é um assunto “de foro íntimo”. Evangélico, o petista mineiro também é contra a descriminalização do aborto, mas não foi levado à Comissão de Ética do partido porque, na avaliação da Secretaria de Mulheres, ao contrário dos outros dois colegas, não faz campanha sistemática em torno do assunto. “Depende da forma como você se expressa”, avalia Machado.

Ou depende da forma como você se omite, não é verdade?

Abro um parênteses: a nova ordem mundial prevê a proibição e a criminalização da expressão em público dos seus sentimentos religiosos! Este deputado petista já entrou no esquema: se diz cristão, mas é um cristão calado, emudecido! É um cristão dentro de casa! No espaço privado! E o que diz em público para defender a vida? O que diz em público sobre sua própria crença? Defender o evangelho é questão de “foro íntimo”? O sr. não tem vergonha de ser petista, sr. Machado, mas tem vergonha de se pronunciar contra o aborto? O senhor não tem é vergonha nenhuma, não é mesmo?

Voltando. O PT se revela cada vez mais uma ameaça não somente à democracia, mas à própria civilização brasileira. Todos os países onde o aborto foi legalizado enfrentam agora um problema sério de crise demográfica – o último exemplo noticiado pela imprensa é o de Cuba. Trecho desta reportagem:

Em Cuba, o aborto foi legalizado em 1965 e as mulheres são livres para decidir quando ter filhos e quantos serão. O país é considerado um dos mais avançados da região em matéria de planejamento familiar.

Mas o recurso indiscriminado do aborto preocupa os médicos, demógrafos e políticos de Cuba. Em 2006, por exemplo, 67.903 mulheres na faixa dos 12 aos 49 anos se submeteram a pelo menos um aborto, ou seja, de cada 100 mulheres grávidas, 37 abortaram.

Em todos os países do mundo que adotaram o aborto, aconteceu a mesma coisa, e as estatísticas provam: o número de abortos explodiu, chegando ao ponto de provocar uma perigosíssima crise demográfica. Pretendo abordar este assunto aqui com mais profundidade em outra ocasião. Mas é isso o que esses arautos dos direitos da mulher querem impor ao Brasil: um estrito controle da natalidade, de acordo com o ideal de uma nova ordem mundial, com uma população sob controle e uma opinião pública cada vez mais manipulável e passiva.

Este projeto é defendido pelos movimentos políticos de esquerda, comprometidos que estão com essa nova ordem. Basta ver quem são os grandes financiadores desses grupos: são as grandes corporações capitalistas como as fundações Ford, MacArthur, Rockfeller. Basta ver o empenho dessas fundações em promover o aborto como um “direito da mulher” para impor por debaixo dos panos o mais severo controle da natalidade possível. O que aconteceu em Cuba aconteceu em todos os lugares: o aborto torna-se um método contraceptivo aplicado em larga escala. E os efeitos são uma bomba a explodir décadas depois.

É deplorável que um partido, que há muito merece a alcunha de quadrilha, composto em grande parte por católicos (apenas de nome, é claro) se empenhe em legalizar a aberração do aborto. E é mais abominável ainda que nenhuma autoridade eclesiástica se manifeste sobre este assunto. Por que o silêncio da hierarquia católica? Por que o silêncio da CNBB? A resposta dos católicos, aqueles que o são de verdade, não os “católicos vira-latas”, na expressão do querido Padre Tonico, deve ser o repúdio total ao PT. Católico que realmente tem consciência de sua fé não vota no PT, muito menos apoia qualquer político que esteja envolvido com essa verdadeira organização criminosa.

Os abortistas já mostraram as garras e estão aí, com sangue nas bocas e nas mãos. E aqueles que dizem defender a vida vão permanecer quietos?

PS: saiu um artigo muito interessante no jornal baiano A Tarde, intitulado Aborto, PT, PC do B e Freakonomics. Trata da recente ofensiva na ONU de grupos feministas que pressionam as “Abominações” Unidas a incluírem na Declaração Universal dos Direitos Humanos o direito de matar bebês ainda no ventre materno. A pressão acontece no mundo inteiro, e no Brasil em particular legalizar o aborto é política de saúde do governo Lula. Leiam todos!