Bispo iraquiano fala em plano para eliminar cristãos do Médio Oriente

O Bispo de Bagdad, D. Shlemon Warduni, denunciou o que classificou como um plano de eliminação dos cristãos no Médio Oriente, pedindo a ajuda dos católicos de todo o mundo.

“Nós, cristãos, corremos o risco de desaparecer do Oriente Médio. Estamos isolados e precisamos de ajuda imediata”, disse o prelado, citado pela Rádio Vaticano.

Para este responsável “deve convocar-se com urgência um Sínodo para os cristãos do Médio Oriente”.

“A situação actual faz crer na existência de um amplo projecto para esvaziar de cristãos o Médio Oriente”, acrescentou.

D. Warduni explicou que “a minoria cristã no Iraque é tolerada, mas submetida a contínuas intimidações e ameaças, que quase sempre se transformam em sequestros e homicídios de religiosos e leigos”.

Os cristãos no Iraque eram 3% da população na época do regime de Saddam Hussein. Hoje, representam 2%.

Em Mossul, onde há um ano atrás foi assassinado o Bispo Paulo Faraj Rahho, havia 25 mil cristãos, mas hoje são poucas centenas. 2500 famílias deixaram as suas casas e só algumas regressaram.

“Hoje vivemos as consequências da guerra, com a falta de electricidade e de combustível num país que praticamente nada em petróleo”, atira o Bispo.

Fonte: Agência Ecclesia.

Bispos norte-americanos escrevem ao presidente eleito; prioridade fundamental: defender o direito à vida

A Conferência Episcopal Norte-americana tornou pública, na última quinta-feira, dia 15, uma carta do Cardeal Francis George, o presidente da conferência, ao presidente eleito Barack Obama. A carta, datada de terça-feira (dia 13), resume os “princípios e prioridades que guiam os esforços das políticas públicas [defendidas pelos bispos] para propor uma “agenda para o diálogo e a ação”. Uma carta semelhante foi enviada ao vice-presidente eleito e a membros do Congresso americano.

A prioridade fundamental, de acordo com o Cardeal George, é a proteção da vida humana de inocentes. “Fundamentalmente”, ele escreve, “trabalharemos para proteger as vidas dos membros mais vulneráveis e incapazes de opinar da família humana, especialmente os nascituros e aqueles que são inválidos ou doentes terminais”. Ele prossegue:

Constantemente, defenderemos o direito fundamental à vida, desde a concepção até a morte natural. Opondo-nos ao aborto como a matança direta de vidas humanas inocentes, apoiaremos a todos para procurarem um consenso que irá reduzir o número de abortos de uma forma moral e sensata, que afirme a dignidade das mulheres grávidas e de seus filhos ainda não nascidos. Iremos nos opor a medidas legislativas, dentre outras, que objetivem a expansão do aborto. Trabalharemos para conservar o essencial, amplamente apoiando políticas que mostrem respeito para a vida dos nascituros, protegendo os direitos de consciência dos prestadores de saúde e outros americanos, e impedindo a promoção e o financiamento públicos do aborto. A “emenda Hyde” e outras disposições que por muitos anos têm impedido financiamentos públicos para o aborto comprovam em números a redução do número de abortos. Tentativas de obrigar os americanos a financiarem abortos com seus impostos colocariam-se como uma séria provocação moral e comprometeriam a aprovação de reformas essenciais nos serviços de saúde.

Outros temas abordados pelo Cardeal George em sua carta:

  • Mudanças econômicas em favor prioritariamente de famílias mais pobres e trabalhadores vulneráveis;
  • Por um sistema de saúde universal que proteja toda a vida humana, inclusive a vida pré-natal, e que provenha acesso a todos, especialmente aos mais pobres;
  • Uma transição responsável em um Iraque livre da opressão religiosa, com um aumento dos investimentos do governo americano para superar a pobreza, a fome e as doenças nos países mais pobres – sem esquecer da complexidade das mudanças climáticas, não tomando partido neste debate, mas conclamando em favor dos pobres e mais vulneráveis, que serão os mais afetados pelas dramáticas ameaças ao meio-ambiente;
  • Uma reforma nas leis de imigração que defenda os direitos e a dignidade de todos os povos;
  • O reconhecimento do casamento como uma união “exclusiva entre um homem e uma mulher, tratando-se de uma contribuição única e insubstituível para o bem comum da sociedade, especialmente através da geração e educação das crianças, o que exclui outras formas de relacionamentos pessoais, que não podem ser equiparadas ao compromisso de um homem e uma mulher;
  • A pioridade da família em educar seus filhos;
  • O fortalecimento de grupos de base religiosa.

Fonte: Catholic Culture. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original e completo em inglês, clique aqui. Para ler a carta do Cardeal Francis George na íntegra, em inglês, clique aqui.