Três dias de oração dedicados aos mártires do século XX

Por iniciativa de Ajuda à Igreja que Sofre

ROMA, quarta-feira, 4 de março de 2009 (ZENIT.org).- In Memoriam Martyrum é o título dos três dias de oração e reflexão sobre a paixão de Cristo e da Igreja, organizados pela seção italiana da organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre, que acontecerão da sexta-feira, dia 13, ao domingo, 15 de março.

A iniciativa está dedicada aos mártires do século XX e aos sofrimentos da Igreja no mundo contemporâneo, e acontecerá na sede da Universidade Pontifícia da Santa Croce de Roma.

Os três dias de oração, assegura um comunicado de Ajuda à Igreja que Sofre recebido pela Zenit, representa a evolução das tradicionais «48 horas de oração pela Igreja que Sofre, realizada pela AIS em anos anteriores em Roma e em numerosas dioceses italianas.

Entre as diversas propostas do programa, cabe destacar a exposição «na vida e na morte», que percorre o dramático caminho dos mártires do século XX, e da qual participarão algumas escolas, e a Via Sacra dedicada aos mártires, que acontecerá na sexta-feira à tarde, na antiga basílica de Santo Apolinário; realizar-se-á também a adoração do Santíssimo Sacramento na capela da Universidade.

Haverá espaço também para testemunhos da experiência da Igreja na Índia, Vietnã, Eritreia e Iraque.

Na conferência «Sede minhas testemunhas» participarão os sacerdotes Luis Romero, reitor da Universidade que acolhe o evento, e Tone Presern, vice-decano da Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Pontifícia Salesiana; também Pierre-Marie Morel, secretário-geral da AIS, e Dom Sante Babolin, presidente de AIS na Itália.

Fonte: Zenit.

Empresário católico contrário ao “casamento” gay estimula católicos a “ficarem de pé” apesar das críticas e perseguições

Sacramento, Califórnia, 26/02/2009 (CNA). – O dono de uma sorveteria familiar e restaurante na cidade de Sacramento, que tem sido alvo de ataques através de furiosos telefonemas, emails e correspondências obcenas de dia dos namorados (comemorado nos EUA em 14 de fevereiro) por causa do seu apoio à campanha em favor da Proposição 8 – que considera ilegítimas as uniões entre pessoas do mesmo sexo – diz que os católicos devem “ficar de pé” em defesa do casamento, apesar das conseqüências e das mentiras dos ativistas extremistas.

A aprovação em plebiscito da Proposição 8, que derrubou uma decisão da Suprema Corte da Califórnia que legalizava o “casamento” entre homossexuais, incitou maiores protestos de ativistas homossexuais e seus aliados.

Allan Leatherby, de 46 anos, contou à Catholic News Agency que ele e outros membros de sua família decidiram contribuir à campanha do Sim à Proposição 8 depois que o bispo de Sacramento, Jaime Soto, pessoalmente o convidou, pedindo seu apoio.

Membros da família Leatherby, proprietária da fábrica de laticínios Leatherby, doaram 20 mil dólares à campanha. “Foi uma resposta a um pedido pessoal. De outro modo, não teríamos doado tamanha quantia”, explicou à CNA.

“Obviamente, como católicos valorizamos o casamento”, ele disse, acrescentando que perceberam “sinais alarmantes” sobre os efeitos dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Quando o apoio da família à Proposição 8 se tornou público, manifestantes passaram a perseguir o negócio dos Leatherby. Houve piquetes em frente à sorveteria, empregados vestidos com o uniforme da empresa foram assediados e furiosas ligações telefônicas recebidas. A empresa declarou ter recebido centenas de emails raivosos e foi perseguida por blogueiros na internet.

Leatherby também recebeu cartões obscenos de dia dos namorados em sua caixa de correio.

“Não tinha como estarmos preparados para o tipo de reação que houve”, ele disse. “Os negócios estão realmente em baixa, e isso me preocupa. Um negócio pode suportar esse tipo de adversidade a longo prazo? Só Deus sabe.”

Depois do plebiscito (que ocorreu junto à eleição para a presidência), os negócios melhoraram em virtude da freqüência intencional dos apoiadores da Proposição 8, mas o número de fregueses tem caído.

A fábrica de laticínios da família Leatherby e seus proprietários desfrutam de boa reputação nos arredores de Sacramento em virtude das doações de sorvete a instituições de caridade da região. O próprio Allan Leatherby é voluntário e ajudou a restaurar a Casa da Esperança, um antigo abrigo para doentes terminais com AIDS.

Falando à CNA na última quarta-feira, dia 25, Leatherby explicou seu apoio à Proposição 8, dizendo que ele não concorda com a caracterização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo como um assunto de direitos civis.

“Eu tenho banheiros masculinos e femininos em meu estabelecimento. Isso é discriminação? Não. Por que? Porque homens e mulheres são diferentes!”

“São iguais em dignidade, mas são diferentes. Um relacionamento entre um homem e uma mulher é diferente de um entre um homem e outro homem e uma mulher e outra mulher naquilo que transmite”, especialmente se levarmos filhos em consideração.

Leatherby explicou que a família não tinha idéia do que aconteceria no dia seguinte após a eleição assim que opositores enfurecidos começaram a organizar protestos.

Ele disse que um amigo ouviu por acaso um grupo de protesto dizendo que iriam começar a fazer manifestações em frente à sorveteria e entrou em contato. Alguns oponentes da Proposição 8 e alguns membros da comunidade gay e lésbica também avisaram que boicotariam a sorveteria.

Houve boatos de que promoveriam um protesto onde os manifestantes impediriam clientes de entrarem no estabelecimento.

“Recebemos uma ligação do departamento de polícia e o chefe do departamento disse ‘estamos preocupados com a segurança de vocês’.”

Emails e blogs violentos e irados aumentaram a preocupação a respeito dos protestos, o que levou as autoridades a considerarem o envio de um carro de patrulha para o local.

Leatherby então contactou membros de sua família, pedindo por apoio.

Outras pessoas souberam sobre os protestos, o que resultou em um movimento de apoio entre todos aqueles que queriam ter certeza de que eles não desistiriam do negócio.

Quando a loja abriu, manifestantes estavam do lado de fora, carregando “cartazes vulgares e dementes”.

Entretanto, havia também uma longa fila de pessoas esperando para entrar na loja para demonstrarem seu apoio.

“Foi simplesmente fantástico termos aquele apoio,” contou.

“Agora sei como George Bailey se sentiu ao final do filme A Felicidade não se Compra“, acrescentou. “É muito bom ter amigos.”

Ao ser solicitado para descrever o tipo de críticas que havia recebido, Leatherby disse que os oponentes da Proposição 8 passaram “de todos os limites”.

“A maior parte deles associavam a mim e a minha família a pessoas odiosas e rancorosas, que seriam capazes de jogar homossexuais nas ruas e espancá-los”.

“É surpreendente. Por causa das mentiras que são espalhadas, a respeito de como os apoiadores [da Proposição 8] seriam odiosos, quantas pessoas acreditaram nisso!”

“Uma maioria de habitantes da Califórnia não são pessoas odiosas. É uma mentira dizer isso”.

“Eles não odeiam gays, eles apoiam o casamento”.

“Você não pode mais abraçar essas crenças sem ser considerado odioso?” Leatherby questiona.

“Madre Teresa é uma pessoa odiosa? Ela tem as mesmas crenças que eu tenho”.

“Uma das primeiras casas que ela abriu em San Francisco foi um asilo para homossexuais com AIDS. Algumas das primeiras pessoas que ela acolheu foram gays”.

“Se não tivesse sido tão horrível, seria bobagem”, ele disse sobre as críticas.

Ele disse que as ligações telefônicas acusando sua família de ódio são “vulgares, obcenas, a maior parte apenas raivosas”, comentando que sua mãe atendeu uma dessas chamadas na terça-feira passada.

“Você me acusa de ódio, poderia por favor prestar atenção ao que está dizendo?” ela disse ao interlocutor, de acordo com Leatherby.

“São tão emocionais e furiosos que não têm tempo de se sentarem e pensarem a respeito disso”, ele disse.

Ele mencionou que ele e seu negócio foram mesmo ameaçados.

“Nossas empregadas, garotinhas de 16 anos, têm sido fisicamente ameaçadas por causa da postura de minha família”, ele disse.

Mas nem todas as interações com críticos têm sido negativas.

Leatherby voltou a contar seu encontro com um senhor de 70 anos que criticava seu apoio à Proposição 8.

“Depois de conversar com ele, eu disse que trabalhei num asilo para gays doentes terminais de AIDS.

Ele sucumbiu às lágrimas e disse ‘um de meus parceiros morreu lá’.”

Leatherby convidou-o para um almoço, quando o homem lhe disse que havia sido criado em um orfanato católico.

“O homem disse ‘a Igreja Católica fez por mim mais que qualquer outra pessoa ou instituição fez em minha vida’.”

“Ele disse que sofreu abuso antes de entrar para o orfanato, e disse que não teria se tornado homossexual se tivesse tido um homem forte presente em sua vida”.

Parentes de homossexuais manifestaram seu apoio a Leatherby, mas é “muito difícil” para eles.

“Alguns gays entram na loja e dizem ‘não fui a favor da Proposição 8, mas não concordamos com o boicote, e nem como eles estão te tratando, então gostaríamos que você soubesse que não somos a favor disso’.”

Ele comentou sobre um homem que comentou em uma estação de televisão que votou pela Proposição 8 depois de notar as diferenças entre os dois lados e os exemplos de seus respectivos defensores.

CNA perguntou a Leatherby o que ele diria aos católicos que são cautelosos em apoiar o casamento publicamente por temer conseqüências econômicas e sociais.

“Eu acho que temos que ficar de pé”, ele respondeu. “O maior medo é: se não reagir, logo você estará indo para a cadeia muito em breve, acusado de crimes de ódio”, advertindo que pessoas “podem ser jogadas na prisão”.

Ele previu que outras pessoas irão se “colocar de pé”, seguindo seu exemplo.

“Ficar sozinho é sempre difícil”, ele disse, acrescentando que muitas pessoas têm vindo e conversado com sua família, manifestando apoio.

Fonte: CNA. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler a reportagem em inglês, clique aqui. Para visitar o site da sorveteria da família Leatherby, clique aqui.

Católicos e judeus devem estar juntos diante do islamismo

Por Will Heaven.

Pela primeira vez desde a morte do Papa João Paulo II, as relações entre católicos e judeus se tornaram hostis. O Papa Bento XVI, em um esforço para remediar um cisma de vinte anos na Igreja Católica, permitiu o retorno de um negador do holocausto a seu rebanho. Mas as opiniões de um bispo lunático devem encerrar o diálogo interreligioso? Certamente, não. Agora, mais que em qualquer outra época de nossa turbulenta história, católicos e judeus devem estar juntos contra a ameaça do islamismo.

O negador do holocausto, bispo Williamson, é, de qualquer maneira, um homem desagradável e ignorante. Apesar de ter estudado na Universidade de Cambridge, ele rejeita a existência das câmaras de gás nos campos de concentração nazistas. Fazendo isso, ele nega o holocausto como evento histórico, alegando que “apenas” 300 mil judeus pereceram.

Para os católicos romanos, essas opiniões são intoleráveis. O Papa expressou sua desaprovação com palavras as mais duras, dizendo a uma delegação de judeus norte-americanos: “o ódio que foi manifestado durante o holocausto foi um crime contra Deus e a humanidade. Este capítulo terrível de nossa história jamais poderá ser esquecido”. Ele acrescentou: “a humanidade inteira deve continuar a lamentar a selvagem brutalidade que se abateu sobre o povo judeu”.

Suas palavras foram de extrema importância, e o rabino David Rosen elogiou as condenações do Papa à negação do holocausto como “absolutamente inequívocas”. Mas a lentidão do Vaticano em responder aos protestos não pode escapar às críticas.

A mídia internacional, que mal tinha acabado de atacar a guerra de Israel contra o Hamas, decidiu “reequilibrar a balança”, incitando sentimentos de anti-catolicismo. Mas os patéticos conselheiros do Papa, que estava “desinformado” sobre o antissemitismo público de Williamson (apesar de o fato ter sido relatado na página principal do jornal The Catholic Herald, ano passado) não deram importância ao assunto. Depois de colocarem perigosamente em risco vinte anos de progresso nas relações entre católicos e judeus, eles deveriam ser afastados.

Quando João Paulo II morreu em 2005, sua morte foi lamentada não somente por católicos romanos, mas por judeus em todo o mundo. Durante seu pontificado de 26 anos, o polonês Karol Wojtyla transformou a maneira da Igreja Católica se relacionar com o povo judeu.

Ele foi o primeiro Papa desde os dias da Igreja primitiva a entrar em uma sinagoga, e foi figura chave para o estabelecimento de relações diplomáticas entre o Vaticano e Israel, em 1994. Ele publicamente admitiu a falha de muitos católicos em agir contra os nazistas, e pediu perdão por seu comportamento. Em 2000, durante sua visita a Israel, aos 79 anos, ele pessoalmente prestou homenagens às vítimas do holocausto em Yad Vashem, inclusive se encontrando com sobreviventes.

Mas quando confrontado com problemas internos de sua Igreja, o Papa Wojtyla não foi tão bem sucedido. No fim dos anos 80, ele falhou em conter a ruptura de um movimento tradicionalista com Roma. E apesar da ligação com o fundador da Sociedade São Pio X, quatro bispos foram ordenados em desafio às leis da Igreja, o que lhes colocou em excomunhão automática.

O atual papa – na época, cardeal Ratzinger – foi mandado para restaurar a ordem. Apesar das numerosas dificuldades, ele iniciou o longo processo de reconciliação e esforçou-se para trazer os bispos rebeldes e seus seguidores de volta à Roma. Durante seu mandato como papa, e particularmente desde que restaurou a liturgia católica tradicional, este processo avançou firme rumo a seu objetivo.

O levantamento das excomunhões foi um assunto interno que resultou, para óbvio pesar do papa, em conseqüências externas catastróficas. Embora nenhum dos quatro esteja autorizado a ensinar na Igreja, a cicatrização de uma fratura quase levou ao surgimento de outra. O papa e seus conselheiros incompetentes estiveram perto de causar um desastre nas relações entre católicos e judeus. O resultado disso poderia ser desastroso para os dois lados.

Em 2009, boas relações entre a Igreja Católica e o povo judeu são mais importantes que nunca. A maior ameaça à estabilidade de Israel vem do Irã, na mais rancorosa expressão do Islamismo. O Hamas, em Gaza e na Cisjordânia, e o Hizbullah, no Líbano, estão sob a influência do regime iraniano que não reconhece o direito de existência a Israel. E agora este regime está próximo de ser capaz de fabricar armas nucleares. Para os judeus, a ameça se torna cada vez mais real.

Para os políticos seculares ocidentais, o fundamentalismo religioso é um fenômeno estranho a eles. Quando o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad declarou em 2005 que Israel deveria deixar de existir, a descrença do então primeiro-ministro britânico Tony Blair era evidente: “nunca estive em uma situação de o presidente de um país dizer que quer eliminar outro”. Blair nunca esteve nem mesmo perto de entender as razões do ditador islâmico. Do mesmo modo, a União Européia propôs um manifesto que condenava o Irã por não ser “um membro da comunidade internacional maduro e responsável”.

A Igreja Católica entende muito bem que a ambição mórbida de Ahmadinejad não tem nada a ver com maturidade política. Antes da revolução islâmica de 1979, havia em torno de 250 mil católicos vivendo no Irã. Agora, há menos de 15 mil. A intolerância de um regime fanático provocou a debandada de vasto contingente de católicos do Irã. Trata-se da mesma intolerância que tentaria livrar o Oriente Médio do povo judeu.

Apesar das tentativas do regime iraniano, Bento XVI tem sabiamente se recusado a encontrar com Ahmadinejad. Sobre o desejo do Irã de obter armas nucleares, ele se pronunciou afirmando ser “um assunto de grande preocupação” e chamou insisten­temente o regime islâmico a alcançar uma “coexistência pacífica” com outros países do Oriente Médio.

Mais importante, contudo, Bento XVI – a despeito dos recentes acontecimentos – permanece sendo um dos líderes políticos mundiais mais favoráveis a Israel. Da mesma forma que seu conselheiro, o papa anterior, que chamou o povo judeu de “nossos irmãos mais velhos”, Bento XVI tem constantemente tentado demonstrar sua “total e inquestionável solidariedade” a Israel e ao povo judeu, tal como fez quando visitou Auschwitz três anos atrás. Quando visitar Israel em maio, receberá uma recepção provavelmente bem diferente de seu predecessor. Mas suas orações no Muro das Lamentações serão igualmente sinceras e seu gesto igualmente intenso. É este anseio por cooperação diante de novas e terríveis ameaças a Israel que deve permanecer como prioridade.

Fonte: The Jerusalem Post. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.

Herói da fé: bispo opositor da cidade chinesa de Xiwanzi libertado após dois anos e meio na prisão

Ele foi preso por consagrar uma Igreja sem o consentimento da Associação Patriótica. As autoridades chinesas o consideravam apenas como um padre, e não permitiam que ele realizasse cerimônias maiores. Dois padres e vinte fiéis da diocese de Xiwanzi ainda estão presos. Em Hebei, dois bispos ainda estão “desaparecidos” após muitos anos.

Hong Kong (AsiaNews/UCAN) – Leão Yao Liang, bispo opositor de Xiwanzi, foi posto em liberdade logo após o ano novo chinês. Ele tinha sido levado pela polícia em 30 de julho de 2006. Oficiais do governo chinês já o tinham advertido que não deveria desempenhar seu trabalho como bispo ou estar a frente de atividades da Igreja que envolvessem considerável número de pessoas.

O bispo Yao, de 85 anos, é um bispo não-autorizado, não-reconhecido pelo governo e não é membro da Associação Patriótica, uma igreja que não aceita a autoridade do Papa e se mantém sob a autoridade do governo comunista chinês. Provavelmente, ele foi preso porque as autoridades descobriram que ele consagrou uma Igreja no condado de Guiyang em julho de 2006 sem o consentimento da Associação Patriótica. O bispo e cinco dos vinte padres que concelebravam a missa foram detidos por violarem regulamentos de assuntos religiosos.

Enquanto esteve na prisão, bispo Yao foi mantido em vários locais, sempre em isolamento. Agora, as autoridades permitem que ele veja pessoas, mas ele não está autorizado a organizar grandes assembléias. Em Xiwanzi, não foi nem permitido aos fiéis organizarem uma celebração pelo seu retorno.

A diocese de Xiwanzi (Hebei) é uma diocese da Igreja proscrita, fiel ao Papa, que conta com quinze mil fiéis e está situada a cerca de 260 quilômetros ao norte de Pequim, quase na fronteira com a Mongólia Interior. Durante meses a polícia, apoiada pela Associação Patriótica, tem realizado uma campanha contra padres e bispos da Igreja não-autorizada pelo governo. De acordo com fontes locais, há ainda vinte fiéis e dois padres no cárcere, presos por organizarem manifestações e protestos de desobediência pela libertação de seu bispo.

Ainda há dois bispos da área de Hebei – a região chinesa com maior concentração de católicos – detidos pela polícia, permanecendo presos em local ignorado: um deles é o bispo João Su Zhimin, da diocese de Baoding, que tem 75 anos de idade. Ele foi preso em 1996 e desapareceu. Em novembro de 2003 foi mandado para um hospital em Baoding, sob a guarda da polícia, onde foi tratado de problemas cardíacos e oculares. Mas, poucos dias depois, ele desapareceu novamente.

O outro bispo desaparecido é Cosme Shi Enxiang, da diocese de Yixian, hoje com 86 anos. Ele está preso desde 13 de abril de 2001. Sagrado bispo em 1982, antes disso esteve preso por 30 anos. Foi preso novamente em dezembro de 1990, libertado em 1993. Está em isolamento total desde sua última prisão.

Fonte: Asia News. Tradução de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.

Bispo iraquiano fala em plano para eliminar cristãos do Médio Oriente

O Bispo de Bagdad, D. Shlemon Warduni, denunciou o que classificou como um plano de eliminação dos cristãos no Médio Oriente, pedindo a ajuda dos católicos de todo o mundo.

“Nós, cristãos, corremos o risco de desaparecer do Oriente Médio. Estamos isolados e precisamos de ajuda imediata”, disse o prelado, citado pela Rádio Vaticano.

Para este responsável “deve convocar-se com urgência um Sínodo para os cristãos do Médio Oriente”.

“A situação actual faz crer na existência de um amplo projecto para esvaziar de cristãos o Médio Oriente”, acrescentou.

D. Warduni explicou que “a minoria cristã no Iraque é tolerada, mas submetida a contínuas intimidações e ameaças, que quase sempre se transformam em sequestros e homicídios de religiosos e leigos”.

Os cristãos no Iraque eram 3% da população na época do regime de Saddam Hussein. Hoje, representam 2%.

Em Mossul, onde há um ano atrás foi assassinado o Bispo Paulo Faraj Rahho, havia 25 mil cristãos, mas hoje são poucas centenas. 2500 famílias deixaram as suas casas e só algumas regressaram.

“Hoje vivemos as consequências da guerra, com a falta de electricidade e de combustível num país que praticamente nada em petróleo”, atira o Bispo.

Fonte: Agência Ecclesia.

Escândalo: enfermeira inglesa proibida de ser cristã no seu ambiente de trabalho

A perseguição aos cristãos no ocidente pelos laicistas está se aproveitando justamente do silêncio de cada um de nós, e atua aos poucos, em medidas bastante discretas e aparentemente inofensivas. Primeiro, foi a lei do divórcio. Mais recentemente, o movimento para tirar crucifixos da parede de órgãos públicos, porque isso seria uma falta de respeito às minorias religiosas e aos ateus, coitadinhos! Depois, vem a liberação do “casamento” gay, medida que dá “direitos” a minorias. Depois, virá o aborto. Depois, a eutanásia.

Sempre com a conversa de que “o estado é laico!” Muito bem, a sociedade não é laica, em sua maioria o povo brasileiro é católico e na esmagadora maioria é cristão. Mas essas leis não visam conceder direitos: seu propósito é abolir o cristianismo da esfera pública, para depois empurrá-lo para dentro das casas, proibindo a médio e longo prazo qualquer tipo de manifestação religiosa que não seja privada.

Daqui a um tempo, se você disser a alguém que vai rezar por essa pessoa, vai sofrer sofrer represálias e correrá riscos com a justiça…

“Nossa, mas que paranóia! Que exagero! Isso é besteira!”

Ah é? Leia a notícia abaixo publicada pela Zenit. Em seguida, volto eu.

Reino Unido: enfermeira suspensa por oferecer-se para rezar por paciente

Numerosos colegas do hospital onde trabalha a apoiam

Por Nieves San Martín

LONDRES, quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Uma enfermeira cristã batista, suspensa por oferecer-se para rezar por uma paciente, recebeu nesta segunda-feira um grande apoio por parte de organizações médicas e religiosas, assim como dos pacientes do hospital e dos capelães de hospitais, segundo informava nesta terça-feira o jornal britânico Daily Mail.

Enquanto os capelães pediam novas orientações para o sistema nacional de saúde, em relação à atenção espiritual aos pacientes, o Christian Medical Fellowship disse que a destituição de Caroline Petrie chegava a ser «discriminação religiosa».

A Sra. Petrie, cristã comprometida, de 45 anos, enfrenta uma ação disciplinar após ser acusada de não cumprir um compromisso de igualdade e diversidade. Poderia ser despedida depois de perguntar a uma paciente idosa se queria que rezasse por ela.

A paciente, May Phippen, de 79 anos, não se sentiu ofendida, mas comentou a outra enfermeira que achava estranho, e que podia ser ofensivo para outros pacientes.

A Sra. Petrie, com dois filhos, disse que sua oferta de oração era seu modo de dizer «que melhore». Disse: «Não penso que fiz nada errado. Só procurei fazer com que a paciente soubesse que eu pensava nela. É meu modo de dizer ‘desejo melhoras’».

Devemos enfiar nas nossas cabecinhas: liberar aborto, casamento gay, eutanásia e o escambau não diz respeito apenas a ganhar um bom dinheiro em cima disso tudo. É um meio para se impor um controle social, uma nova mentalidade de pensamento, que a médio prazo visa destruir o cristianismo e a Igreja Católica, um dos principais obstáculos (senão o principal) a um projeto de poder internacional, referendado e sustentado pelas AbomiNações Unidas.

Esse projeto visa eliminar o cristianismo da esfera pública, através do constrangimento progressivo aos cristãos, ridicularizando-os em primeiro momento, e punindo-os através da legislação em momento mais avançado. Estamos já chegando a isso aqui no Brasil – lembrem-se da “mordaça gay”.

Por isso, repito o que escrevi aqui, outro dia: ou reagimos agora, ou nossos netos (ou mesmo nossos filhos… nós mesmos, será?) serão presos por fazerem o sinal da cruz em público.

Ano 2008 entre ódio e laicismo anticristão

Importantíssimo artigo publicado na Agência Fides salienta o que já estou a repetir aqui em JORNADA CRISTÃ: está em curso uma implacável perseguição aos cristãos em todo o mundo. Em alguns países, a perseguição é aberta, sob o patrocínio ou a anuência do estado, que impõe restrições à liberdade de culto (China, Coréia do Norte, Vietnã, ditaduras comunistas) ou simplesmente ignora a violência praticada por grupos majoritários contra minorias cristãs (Sudão e Índia).

Mas o ocidente não está livre da intimidação e da perseguição. Ao contário! A campanha anti-cristã está a todo o vapor, em favor de uma nova ordem mundial sem religião – e, para isso, trabalha pela destruição dos valores cristãos. As organizações que trabalham em favor do aborto, da eutanásia, contra a família tradicional cristã, não o fazem pela “liberdade individual” ou pelos “direitos humanos”: agem assim, porque o esforço é calculado, tendo como objetivo a destruição do Cristianismo, através da desmoralização da Igreja Católica. Transcrevo aqui partes do artigo que mais me chamaram a atenção:

O ano de 2008 se concluiu com um balanço pesado de violências e perseguições contra os cristãos no mundo. Áreas que eram consideradas por muitos anos imunes à intolerância e tinham visto conviver no respeito das várias confissões cristãs, hinduístas ou muçulmanas, se transformaram em verdadeiros e próprios campos de batalha onde a violência e o ódio cego substituíram o raciocínio e o respeito.

(…)

Mas não é somente o confronto entre as religiões o campo de batalha em que o cristianismo é combatido com tenacidade. O pressuposto laicismo moderno, entendido como depuração do homem de sua pertença religiosa e de sua identidade cultural, trabalha do mesmo modo. Do alto, legislações sempre mais invasivas da esfera privada do homem e do cristão, que impõem à fé em Cristo um retiro forçado na escuridão e na penumbra.

Eliminar os valores cristãos da herança social e cultural das nações que se identificam com a história do cristianismo equivale a perseguir Cristo, a fazer com que os cristãos se envergonhem de pertencer a Cristo. Este laicismo ameaça a Igreja numa maneira sutil e destruidora da violência física e da intolerância manifestada. E usando a tolerância entendida como sentido mais absoluto possível, impõe à religião cristã de desaparecer de toda o cenário.

Este último parágrafo resume muito bem o espírito da coisa. O texto, para ser lido em sua íntegra, com muitíssima atenção, está aqui.

Guerra contra a Igreja Católica no México: socialistas ameaçam a Igreja por sua oposição ao aborto, ao “casamento” homossexual e à eutanásia

Vejam que gracinha essa notícia publicada no LifeSiteNews (o texto original em inglês você lê clicando aqui). Em seguida, meus comentários:

Cidade do México, 14/01/2009 (LifeSiteNews.com) – A liderança do Partido Social Democrático (PSD) emitiu uma exigência ao Cardeal Arcebispo da Cidade do México Norberto Rivera para que ele e a Igreja parem de se opor às iniciativas do partido para legalizar o aborto, o “casamento” entre homossexuais e a eutanásia, caso contrário enfrentarão ações legais.

O PSD está enfurecido pelas constantes reiterações do Cardeal dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a santidade da vida humana, moralidade sexual e valores familiares.

“É um ataque contra nossa ideologia, porque eles (os católicos) nos descrevem como inimigos da família, protestam contra a legislação que despenaliza o aborto, ignora a existência de casais do mesmo sexo, a prática da eutanásia, e eles debocham da transexualidade”, disse o presidente nacional do PSD, Jorge Carlos Diaz, em uma conferência de imprensa.

“Estamos falando de uma campanha que irá se prolongar, porque o assunto é delicado e nós iremos comparecer perante as agências eleitorais, porque nós iremos ratificar que há uma campanha negativa contra nós, porque nós defendemos idéias que diferem das idéias defendidas pela Igreja”, ele acrescentou.

Diaz disse que, se a Igreja não concordar em parar de denunciar as iniciativas legislativas de seu partido, “nós iremos denunciá-la ao Instituto Federal Eleitoral (IFE) por proselitismo.”

A constituição mexicana proíbe o clero de participar de discussões políticas, embora não proíba membros da Igreja de ensinarem valores morais. Anteriormente aplicadas com maior severidade, as cláusulas anti-clericais da Constituição não são mais vistas como proibitivas para que o clero faça declarações analisando as implicações morais da legislação.

As proibições mexicanas contra a participação do clero em questões políticas foram usadas para intimidar o Cardeal Rivera em 2007, durante a campanha para legalizar o aborto na Cidade do México. Após ser ameaçado com uma investigação por declarações suas e de padres subordinados opondo-se à medida, Rivera recuou de sua ameaça em excomungar conselheiros municipais que votaram pela legalização do aborto.

Em todas as democracias ocidentais, repete-se o expediente: as opiniões cristãs contrárias à nova ordem mundial são silenciadas através da intimidação. Os liberais bradam em alta voz “o estado é laico!” Sim, mas a sociedade não é laica, e os valores que a norteiam têm influência decisiva da religião. Então, como já tomaram a mídia de assalto, utilizam os jornais, as revistas, a televisão como seus porta-vozes: a Igreja é retrógada, é um obstáculo à liberdade, ela não tem que se intrometer na discussão, porque religião não se mistura com política!

Ora, esperem um pouco: em uma democracia, todos têm o direito de manifestarem sua opinião. Ou não têm? A Igreja Católica é uma instituição que faz parte da sociedade, seus membros têm todo o direito de se manifestarem e de se organizarem para defender seus interesses, suas idéias e suas crenças.

Os membros da Igreja têm o direito de falar, de mostrar seu ponto de vista. Isso é uma coisa tão óbvia, que só aqueles que têm certeza íntima de que estão errados e mantém a mesma opinião por safadeza tentam calar a boca da Igreja se utilizando da intimidação pura e simples. “Ah, temos que abrir o debate sobre o aborto…” Claro, ouvindo-se apenas uma das partes e silenciando a outra, desqualificando a priori o ponto de vista do adversário silenciado. Isso é debate?

É claro que essa exclusão da Igreja das discussões públicas é proposta por socialistas, que nas últimas décadas abraçaram com entusiasmo a bandeira da destruição da família tradicional e da moral católica. Desde quando socialismo e democracia são compatíveis? Se é pra propor um debate sobre esses assuntos, porque a Igreja não pode participar deste debate? “Ah, porque o estado é laico…” Ora, bolas, o estado é laico e não admite que religiosos se manifestem? Isso é autoritarismo disfarçado, travestido de laicidade. Para que haja um debate verdadeiramente democrático, as duas partes devem confrontar suas idéias. É isso que os partidos socialistas propõem?

Claro que não! O que eles dizem é: a Igreja não deve se meter na discussão. Porque a Igreja é o alvo principal nessa onfensiva. O cristianismo é o inimigo a ser derrotado. A nova ordem mundial pretende que a manifestação pública da fé seja, a médio prazo, considerada um crime; religião é um “assunto privado”, que não deve interferir no debate público.

No México, a infeliz tradição anti-clerical presente na constituição daquele país (perguntinha: a perseguição à Igreja Católica ajudou o México a se tornar uma grande nação?) cai como uma luva para pressionar e intimidar a Igreja. Os católicos devem reagir com vigor para expressarem seu ponto de vista! E devem fazê-lo agora, ou em algumas gerações fazer o sinal da cruz em público será caso de polícia.

Na China comunista, a morte de um herói de nossa fé

Esta notícia vem da China: na última terça-feira, 30 de dezembro, dez mil pessoas estiveram presentes nos funerais do padre José Jia Fuqian,  morto na sexta, 26, aos 88 anos. Ele tinha problemas cardíacos e pulmonares. Padre Fuqian era tio do bispo de Zhengding, Júlio Jia Zhiguo. Para quem não sabe, na China a Igreja Católica é proscrita, proibida pela ditadura comunista; existe uma igreja católica “patriótica”, controlada pelo governo, que não reconhece a autoridade papal.

Quando estava no seminário, por se recusar a fazer parte da igreja submissa aos comunistas, mantendo-se fiel à autoridade do sucessor de São Pedro, Fuqian passou vinte anos preso. Foi libertado em 1978 e em 1981 foi ordenado sacerdote. O bispo que o ordenou, Pedro José Fan Xueyan, morreu na cadeia em 1992.

Apesar da idade longeva e da saúde precária, o trabalho pastoral do padre Fuqian foi admirável. Dada a carência de padres em sua diocese (afinal de contas comunistas adoram prender e matar religiosos em qualquer lugar, em especial na China), aos domingos ele chegava a celebrar missas em sete diferentes comunidades. E isso, com mais de 70 anos de idade.

Seu sobrinho, o bispo Zhiguo, que passou quinze anos na prisão e hoje vive sob estrita vigilância do governo comunista desde 1989 (nos últimos vinte anos foi preso e libertado ao menos doze vezes), presidiu a celebração das exéquias em sufrágio de sua alma. A cerimônia aconteceu na Catedral de Cristo Rei, em Wuqiu, condado de Jinxian, na província de Hebei (veja o mapa). Durante o velório do padre Fuqian, estima-se que vinte mil pessoas estiveram presentes para prestarem-lhe a última homenagem.

O padre Fuqian fundou em 1987 uma congregação religiosa masculina. A agência UCAN revela: um membro desta congregação, que pediu anonimato, recordou que o padre falava com alegria e coragem dos tempos duros passados na prisão, na distante região de Xinjiang. A bravura do padre recém-falecido serviu de exemplo e “encorajou as novas gerações a defenderem sua fé”. A íntegra da reportagem, em inglês, está aqui.

Rezemos todos pelos católicos chineses! Rezemos todos pela Igreja, pelos padres, bispos, para que enfrentem as provações com coragem. E que eles nos sirvam de exemplo, pois não fraquejam frente às maiores adversidades. E quantos de nós católicos hoje em dia temos vergonha de sermos católicos? Em debates públicos, parece que muitos de nós temos que pedir desculpas por expor nossa fé. E outros tantos católicos bajulam com palavras doces os comunistas, irmãos de idologia daqueles que prendem, oprimem, torturam e matam os cristãos em todos os países que governam!

Escândalo ainda maior: quantos “católicos” votam e pasmem, até militam em partidos comunistas!

É para se refletir: um católico que vote, apoie ou milite em partido comunista merece ser chamado de católico? Alguém que se nomeie “católico” e que colabora ou mesmo manifesta simpatia pela ideologia que mais oprimiu e assassinou seguidores de Jesus Cristo em toda a História da humanidade merece algum crédito por parte dos verdadeiros católicos?

Antes que eu me esqueça: já notaram como a mídia e a imprensa são complacentes com os regimes comunistas em geral e com as ditaduras cubana e chinesa, em particular? A arma de quem quer se manter bem informado é a internet. E como indicação de link, sugiro a todos o blog Pesadelo Chinês. Em outro texto, vou comentar uma notícia neste referido blog, provando a hipocrisia, a desonestidade e a falta de escrúpulos das organizações mundiais de “direitos humanos” (sic), notadamente da Anistia Internacional, que hesitam em condenar os massacres diários promovidos pelos comunistas chineses – sem falar no silêncio constrangedor dessas associações frente à matança indiscriminada de cristãos que acontece em vários lugares do mundo.

Veja neste link uma chocante cena de execução promovida pelo regime chinês.

Perseguição à Igreja pela mídia: dois pesos e duas medidas nos escândalos de pedofilia nos Estados Unidos

Um assunto que pretendo que seja recorrente aqui em JORNADA CRISTÃ é a perseguição aos cristãos que atualmente ocorre em muitos lugares do mundo – e isso inclui a campanha de difamação promovida pela mídia ao cristianismo em geral e à Igreja Católica em praticular.

Isso diz respeito ao que é publicado em jornais, revistas, publicações impressas em geral e também em sites da internet de agências de notícias, além do que é veiculado na televisão e no rádio. Assuntos relacionados ao cristianismo e ao catolicismo aparecem, na maioria das vezes, imputando-lhes um viés negativo. Pronunciamentos de autoridades eclesiásticas (principalmente do próprio Papa) são deturpados, tendo seu contexto distorcido ou sendo adulterados mesmo, na maior cara de pau, mediante truques como “erros” de tradução, “adaptações” tendenciosas, “comentários” parciais; parágrafos são retirados, afirmações são interpoladas, e apartir dessas “alterações” são elaboradas manchetes com conteúdo “bombástico” do tipo “Para o papa, salvar gay é tão importante quanto salvar florestas”, sobre um pronunciamento feito por Bento XVI na segunda-feira, dia 22. Veja o post a respeito do blog Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem e tire você mesmo as conclusões sobre o que verdadeiramente o Papa disse:

O discurso do Papa está aqui, em italiano. Essa frase do Papa, segundo a qual “salvar gay é tão importante quanto salvar florestas”, simplesmente não existe. Verdade que a [agência] Reuters não colocou isso entre aspas, mas o fato é que no discurso não há nada nem remotamente parecido com isso.

O referido blog é de grande importância, pois o autor é um jornalista católico empenhado em defender a Igreja de tantas calúnias, tantas besteiras e tanta ignorância presentes na imprensa e na mídia. Em parte, tantos erros divulgados se explicam pela verdadeira doutrinação ideológica que ocorre em praticamente todas as faculdades de comunicação do país. Certa vez, o presidente chileno Salvador Allende disse: “O compromisso do jornalista de esquerda não é para com a verdade, mas sim para com a revolução”. Essas palavras são reveladoras. A imensa maioria de jornalistas formados nas faculdades de comunicação está empenhada com o processo revolucionário em curso atualmente nos países ocidentais; e uma das prioridades desse processo é justamente a destruição dos valores cristãos. Minar a autoridade moral da Igreja é de fundamental importância para atingir esse objetivo – assim, vale tudo: e mentir, ainda que descaradamente, é o de menos.

Mas há um outro aspecto interessante nessa campanha difamatória dos órgãos de comunicação: o que os jornalistas NÃO noticiam. Muitas informações são deliberadamente sonegadas ao público, impossibilitando que cada pessoa faça seu julgamento de forma correta, sem ser manipulada.

Qual a defesa do cidadão católico? A internet. Essas informações, sonegadas ao grande público pelos grandes veículos de (des)informação, estão disponíveis em muitos sites, e JORNADA CRISTÃ fará o que estiver em seu alcance para divulgar e disseminar notícias e reportagens que sejam ocultados pelos meios de comunicação convencionais. Conhecendo os fatos, podemos contra-atacar: como católicos, temos a obrigação moral de defender nossa Igreja contra aqueles que querem destruí-la.

O exemplo maravilhoso de hoje é uma reportagem publicada no excelente site World Net Daily. Este veículo noticioso é um dos mais prestigiados dos Estados Unidos e é um manancial de notícias sobre fatos deliberadamente ignorados pela grande mídia, merecendo a atenção de todo aquele que queira estar sempre bem informado sobre vários assuntos.

O texto foi publicado no sábado, 20 de dezembro último. A matéria assinada por Drew Zahn trata sobre assédios e abusos sexuais nas escolas norte-americanas, enfatizando os casos envolvendo professoras e alunos. Traduzo algumas partes da reportagem (original aqui):

De acordo com um importante estudo encomendado em 2004 pelo Ministério da Educação dos Estados Unidos – o mais categórico até a data – quase 10 por cento dos estudantes de escolas públicas norte-americanas têm sido objeto de abordagem sexual indesejada por funcionários das escolas, e, nesses casos, 40 por cento dos autores dessas abordagens eram mulheres.

Aqui, o texto que mais nos interessa:

Intitulado “Educator Sexual Misconduct: A Synthesis of Existing Literature” (“Conduta sexual imprópria do educador: uma síntese da literatura existente”) e de autoria do Professor Charol Shakeshaft, da Virginia Commonwealth University, o relatório trouxe à luz surpreendentes estatísticas.

Compare os números com os escândalos envolvendo a Igreja Católica, muito noticiados.

Um estudo realizado pela Conferência Episcopal Norte-Americana concluiu que 10.667 jovens foram molestados sexualmente por sacerdotes entre os anos de 1950 e 2002.

O estudo do Professor Shakeshaft, porém, estima que cerca de 290.000 estudantes sofreram algum tipo de abuso físico sexual por algum funcionário de escola pública entre os anos de 1991 e 2000.

Se funcionárias do sexo feminino forem responsáveis por 40 por cento desses crimes, isso significa que os Estados Unidos poderiam estar enfrentando uma média de mais de 11.000 casos de mulheres abusando de alunos na escola todos os anos – em outras palavras, mais casos em um ano que os notificados em 50 anos de abusos de sacerdotes católicos.

(Os grifos em negrito são meus).

Veja bem: em um ano, nas escolas públicas norte-americanas, foram notificados MAIS QUE O DOBRO de casos de abuso sexual de crianças e adolescentes que os ocorridos nas Igrejas Católicas daquele país em… cinqüenta anos!

E todos se lembram muito bem dos escândalos recorrentes durante a década de 90, e tantos processos e indenizações milionárias, isso sem falar na humilhação da Igreja promovida pela imprensa em geral e o pedido de perdão do Papa João Paulo II.

A mídia fez um escarcéu imenso pelos abusos cometidos por sacerdotes católicos. E sobre os abusos cometidos nas escolas norte-americanas, o que foi dito? Por que o silêncio? Vocês realmente acreditam que se trata de um deslize, de uma mera falta de atenção para a gravidade dos fatos?

A repetição contínua dessas omissões, falsificações, trapaças, distorções, é verificada por qualquer pessoa que busque informação em diversas fontes. Uma pessoa prudente acaba por desconfiar de tudo, simplesmente tudo, o que é noticiado pela grande mídia, pelos principais órgãos de imprensa escrita e falada. Não há como negar a articulação existente entre eles para desmoralizar por completo a Igreja junto à opinião pública.

É claro que os escândalos envolvendo sacerdotes são não apenas reprováveis, mas são motivo de vergonha para todos os fiéis e devem ser punidos com o máximo rigor. São intoleráveis e não podem ser encobertos em nenhuma hipótese. Entretanto, qual o interesse da imprensa em fazer estardalhaço sobre os casos de pedofilia na Igreja, enquanto silencia completamente sobre esses inúmeros crimes que ocorrem em instituições laicas?