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Ofensiva abortista cada vez mais intensa

A Veja da semana passada publicou uma matéria de capa que é uma apologia disfarçada à legalização do aborto. Com um discurso que supostamente evoca uma “imparcialidade” diante da polêmica, a reportagem tem por objetivo dizer basicamente o seguinte: muitas mulheres abortam, portanto… vamos legalizar a prática, para que elas possam abortar em segurança, sem correr riscos.

O interessante é que a reportagem evita o tempo inteiro responder à pergunta que não quer calar: afinal de contas, o que é um aborto?

A tática dos abortistas é justamente essa: sem que a opinião pública perceba, desvia dessa questão e arregimenta adeptos tontos para a legalização da matança de bebês sob o mantra “a mulher deve ter direitos sobre seu corpo e ninguém deve interferir”. Só o enunciado do texto já diz tudo – sem dizer absolutamente nada sobre a questão: “Enquanto as questões éticas, religiosas e científicas ficam sem resposta, mais médicos brasileiros optam por ajudar suas pacientes decididas a interromper uma gravidez indesejada”.

Ainda que não houvesse respostas… A questão é simples. Se não temos certeza sobre o que é o feto, há uma possibilidade de o feto ser uma pessoa. O feto é ou não é um ser humano? Segundo o ponto de vista da genial repórter da Veja, não temos a resposta. Ora, não temos uma resposta nem positiva, muito menos negativa. Portanto, se abortarmos um feto, há a possibilidade de estarmos matando apenas um amontoado de células; mas também há a possibilidade de matarmos um ser humano. É lícito correr o risco real de se matar uma pessoa?

Se você tiver estômago pra ler, a matéria está aqui [1]. Faz parte de um contexto onde a imprensa está preparando a opinião pública para se mostrar no mínimo indiferente à iminente aprovação do aborto no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal. Porque o que a mídia está fazendo é muito simples: enfiando na cabecinha oca do público em geral que aborto é uma questão íntima, que cabe à mulher decidir. Mesmo as opiniões contrárias ao aborto relatadas na reportagem demonstram isso: eu não faço aborto, mas… fica subentendido que outras pessoas “podem” fazer, não deveria ser um problema maior que uma questão de “consciência”.

Mas e se o aborto significar a morte de uma criança? Como as coisas ficam? Como ficaria o enunciado da reportagem? “mais médicos brasileiros optam por ajudar suas pacientes decididas a matarem os próprios filhos ainda dentro do ventre

O que é um aborto provocado? É uma intervenção para interromper a gravidez. Muito bem. Mas o que é interromper uma gravidez? É expulsar o feto em gestação do útero da mulher. Certo. Qual a conseqüência deste ato? A morte do feto, quase que invariavelmente – exceto nos abortos tardios, onde o feto pode sobreviver, embora com seqüelas graves.

O feto é ou não é o filho daquela mulher?

Essa retórica estúpida de considerar o feto até determinado momento da gestação como apenas um amontoado de células não se sustenta. Porque, sob esse ponto de vista materialista, somos todos nós, seres humanos, apenas um amontoado de células. Por acaso aquele amontoado de células vai se transformar em algo tão diferente assim? Ele vai se tornar ser humano apenas no momento do seu nascimento?

Convido a todos a uma leitura obrigatória, de um texto publicado no site Farol da Democracia Representativa [2]– desde já, linkado nos favoritos aqui do JORNADA CRISTÃ. O autor é Raphael De Paola.

Exemplar a matéria de capa da Veja da semana passada, 28 de janeiro, intitulada “Aborto: a realidade dos consultórios”, por uma Adriana Dias Lopes. Exemplar pela baixeza das analogias e pela escolha dos termos usados, parcial ao extremo em uns casos, e totalmente falsa em outros. E também por usar a mera constatação do fato de que há médicos realizando impunemente o aborto, que era para ser o núcleo da reportagem e é a mensagem passada pelo título, como premissa camuflada para fortalecer a tese abortista na discussão mais geral sobre a licitude do aborto. Exemplar ainda pela lógica absurda, cuja conclusão, ademais, induz médicos e mães a um comportamento irresponsável que é, de fato, criminoso no nosso país. E finalmente a reportagem se destaca por mostrar como se encaixam a mídia em particular, e a intelectualidade ativista em geral, na estrutura de poder do mundo de hoje. Em suma, uma reportagem que representa genuinamente a postura dos órgãos de mídia nacionais.

Para ler o restante do texto, clique aqui [3].