A Verdade muda conforme o “dinamismo da sociedade”?

Afe, de vez em quando dá um desânimo… Olha que beleza de comentário eu recebi:

“A Igreja acolhe o homossexual com caridade e amor, mas condena veementemente o homossexualismo.”

Como é isso? É do tipo: “Te entendo, mas não te aceito”?
Como é que se acolhe alguém com amor condenando-o?
Confuso isso…

Uma pena ver que a Igreja será eternamente esse pensamento fundamentalista e imutável, incapaz de acompanhar o dinamismo da sociedade. Daqui 200 anos ainda teremos que ver a Igreja rejeitando coisas como uso da camisinha e etc. Extremamente em baixa e sem capacidade de rever suas doutrinas, a cada ano que passa a Igreja católica perde mais fiéis para outras religiões e para a desilusão que assola quem olha mais criticamente para a instituição. Não se deram conta da realidade…

Só é confuso pra quem não quer entender. Será falta de inteligência ou de boa vontade? A condenação é feita ao pecado, não ao pecador. E isso já dizia Santo Agostinho, há 1600 anos.

É assim com o adúltero: eu te aceito, te entendo, mas não aceito o seu pecado.

É assim com o ladrão: eu te aceito, te entendo, mas não aceito o seu pecado.

É assim com o mentiroso: eu te aceito, te entendo, mas não aceito o seu pecado.

E é assim também com o homossexual: eu te aceito, te entendo, mas não aceito o seu pecado.

E aos pecadores, a Igreja repete o que disse o próprio Jesus à mulher adúltera: “Vai e não tornes a pecar” (João 8,11).

Quanto a taxar o pensamento da Igreja de “fundamentalista e imutável”, tenho más notícias para você: a verdade é fundamentalista e imutável.

Quando você vai ao supermercado, tem uma opção de produtos para escolher.

Quando você liga a tv, principalmente se tem tv por assinatura, tem centenas de canais para assistir.

Quando você vai a um cinema “multiplex”, tem várias opções de filmes para apreciar.

O problema é que a verdade é uma só. E o pior: ela não depende da sua vontade, da vontade da multidão, da vontade do Papa. Ela não depende da vontade de ninguém.

Vejam o que a falta de reflexão faz com as pessoas, hoje em dia: na hora de argumentar, apelam para o “dinamismo da sociedade”, seja lá o que isso signifique, como se isso por si só provasse que tal hábito é certo ou errado, é lícito ou ilícito.

Se um belo dia os legisladores decidirem que todas as leis se darão conforme a vontade da maioria da população, isso tornaria as leis moralmente aceitáveis?

A voz da “sociedade” é o critério correto para se definir o que é moral e o que é imoral, o que deve ser permitido ou o que deve ser proibido?

A sociedade é dinâmica, moderna; isso não quer dizer que a sociedade esteja seguindo à Verdade. A Verdade não é dinâmica, é eterna, a Verdade não é escolhida por maioria democrática. A Verdade, por ser eterna, é imutável. Já tentou estudar o porquê de a Igreja Católica rejeitar o uso da camisinha? É claro que não. Senão, não estaria aí falando essa bobagem.

Quanto a estar “extremamente em baixa”, você está extremamente mal informado: a Igreja Católica cresce velozmente na África e na Ásia. Quase dez por cento da população da Coréia do Sul já é católica. Na China, em meio às perseguições do fascismo comunista, os fiéis católicos se multiplicam, graças à santidade de seus pastores. Lá, ninguém discute picuinhas como “o dinamismo da sociedade” ou “uso da camisinha”. Quem está “extremamente em baixa” é o ocidente, ao rejeitar o fundamento espiritual que moldou seus valores, sua moral, sua ética, sua identidade cultural. Decadente é o ocidente pós-cristão, não a Igreja Católica, instituição que existe há dois mil anos, não nasceu ontem e não tem que rever doutrina nenhuma. Sua obrigação é ser o farol da Verdade a iluminar o coração de todos os seres humanos, porque todos somos pecadores, e a convidar-nos ao arrependimento de nossos pecados, buscando a Verdade que está naquilo que o Verbo Encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo, ensinou.

2 comentários sobre “A Verdade muda conforme o “dinamismo da sociedade”?

  1. Na mentalidade progressista não entra uma idéia básica chamada “responsabilidade por seus atos”. Errar humano, persitir no erro é burrice. Aceitar o carater falho do ser humano é algo que qualquer pessoa ou entidade, no caso a Igreja, compreende. Mas fazer do vício uma virtude é vergonhoso.

  2. Aí, pessoal da jornada cristão, finalmente um comentário sensato que vocês receberam. Eu não queria ser inimiga desse cara que criticou a posição da Igreja em “aceitar o pecador, não o seu pecado”… Ele deve ser daqueles que resolvem suas divergências na base da peixeira ou do facão. E depois vem dizer que a Igreja que é intransigente…

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