As falácias do “brother-parlamentar” Jean Wyllys para acusar cristãos

Agindo de forma leviana e irresponsável, o ex-vencedor do programa de televisão “Big Brother Brasil” e também por ironia deputado federal Jean Wyllys (PSOL) acusou os cristãos de omissão para com os abusos e crimes sexuais cometidos por líderes religiosos. O ex-confinado falou pelos cotovelos, como de costume, durante sessão da Comissão Especial que discute o Plano Nacional de Educação, na Câmara Federal. Rotulando de “fundamentalista” aquele que vai contra suas convicções pessoais, o “brother” não parece interessado em discutir e argumentar em favor da ideologia de gênero, a qual defende, mas apenas utilizar-se da retórica torpe da difamação pura e simples.

httpv://youtu.be/EHNEOf6UGCM

“Na comunidade cristã existem os fundamentalistas – não são todos os cristãos que são fundamentalistas – mas a expressão aqui nesta Casa, neste momento, é dos fundamentalismos cristãos. Então eu acho curioso que o fundamentalismo cristão queira influenciar retirando a identidade de gênero do texto do PNE, mas esteja muito pouco preocupado, por exemplo, com a prática de abusos sexuais no seio da igreja. A gente lê todos os dias notícias de abuso sexual praticado por líderes religiosos. As pessoas não estão preocupadas com isso, e isso é violência de gênero”, assim se pronunciou o ex-herói de Pedro Bial Wyllys sobre os manifestantes contrários à inclusão da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação.

Desviando-se completamente do assunto, o “BB” supõe, a partir de suposta leitura diária de “notícias de abuso sexual”, que cristãos não se importam com essa violência e com a moralidade dentro de suas própias igrejas. E de forma desorientada, conclui que se trata de uma “violência de gênero”, sendo portanto pertinente relacionar tais eventos com a discussão que se desenrolava na sessão.

Tais afirmações gratuitas têm dupla função. Em primeiro lugar, a ex-celebridade da tv tenta distrair seus interlocutores desviando-se do tema em questão. A discussão era sobre o Plano Nacional de Educação, não sobre violência sexual – muito menos em ambientes religiosos. Em segundo lugar, o “brother-socialista” Jean taxa aquele que discorda dele com o epíteto “fundamentalista” – pejorativamente, é um rótulo aplicável a qualquer pessoa que ouse se contrapor aos dogmas progressistas da esquerda iluminada. Ao mesmo tempo, desqualifica o debate, por julgá-lo inoportuno, e seu oponente, caracterizado de forma jocosa como um adversário do progresso das idéias, portanto, um inimigo da própria humanidade.

Não é necessário refutar os disparates proferidos pelo ex-artista global, mesmo porque ele não apresenta dados concretos que fundamentem suas observações. Seria de bom grado que o ex-herói da “casa mais vigiada do Brasil” explicasse para todos qual a relação entre ser contra a ideologia de gênero e desdenhar da apuração de crimes de natureza sexual.

As deturpações continuam: “Essas pessoas levantaram faixas aqui ofensivas à dignidade humana de diversos grupos deste país. Eu li todas as estupidezes escritas nessas faixas, e não falei nada contra elas. Eu espero que as pessoas respeitem o meu direito de fazer a minha avaliação do relatório, e nela, eu digo que num Estado laico democrático de direito, numa República federativa, dogmas religiosos não devem influenciar políticas públicas, e que fundamentalismos estão preocupados em proibir e vetar uma legislação que vai trazer cidadania a todos, mas não estão preocupados com abusos sexuais no seio de suas próprias comunidades”.

A “celebridade-parlamentar” não fala nada contra o conteúdo das manifestações contrárias à sua ideologia, porque não tem o que falar. Só pode mesmo xingar, contrariado. Apela para mais falácias, sem esquecer a velha e monótona churumela invocando o “estado laico” que, de acordo com sua visão, deveria impedir os religiosos de se manifestarem – como se as objeções à ideologia de gênero e sua implementação no Plano Nacional de Educação se resumissem a argumentos de matriz religiosa.

É interessante como o outrora “ocupante da nave BBB” (minha insistência em relacioná-lo com a atração televisiva está embasada na certeza de que o fato mais relevante de sua vida foi ter sido o vencedor de tal concurso) não tem o menor interesse em refutar as objeções trazidas pelos opositores da legislação que defende. Ao se ver incapaz de lidar com o contraditório, só resta ao “brother-deputado” partir para o ataque gratuito, que visa desmoralizar os religiosos e conservadores desqualificando sua argumentação na base do preconceito puro e simples contra aqueles que se manifestarem contrários à uma “teoria” que carece de fundamentação científica. Não se faz de rogado e, partindo para a chantagem emocional desesperada, tenta induzir a platéia a crer que ser contra a inclusão da ideologia de gênero no plano nacional de educação é “ofensivo à dignidade humana.”

Bravatas de um sujeito como esse não se respondem. Afinal de contas, é demais pedir coerência para um sujeito que se diz militante da “causa gay” e ao mesmo tempo posa fantasiado de “Che Guevara”, notório representante de um regime conhecido por prender, torturar e matar arbitrariamente homossexuais.

A homenagem a quem perseguiu aqueles a quem diz defender…

Incapacidade mental não merece meu respeito

Um sujeito me mandou uma penca de comentários, veio com discurso de fanático, de que não sei nada de sociologia jurídica, que eu sou um fundamentalista e blá, blá, blá. Não sei se eu rio ou se eu choro.

Olha, como o cara disse que vai seguir meu conselho e não vai mais acessar meu blog (aaaaahhhhhh, nem vou dormir essa noite de tanta tristeza), eu posso então dizer que não passa de um idiota metido a culto, ele não vai se importar mesmo, já que não vai ler. Então deixa eu descer o malho no sujeitinho (não vou ofendê-lo, né, ele não está sabendo).

Eu não entendo mesmo de sociologia jurídica. Mas eu não finjo que entendo. E outra coisa: não é isso que estou discutindo. As leis humanas mudam (e devem mudar) conforme uma série de fatores contingenciais. A questão não é essa: é se as leis divinas devem se modificar conforme as transformações da sociedade, para que a Igreja aceite então o homossexualismo, o aborto, o divórcio, todas essas coisas maravilhosas – entre outras que os modernosos adoram.

A Bíblia, no Antigo Testamento, proíbe o consumo de carne de porco, proíbe que se façam tatuagens e que uma mulher menstruada seja tocada, para citar alguns exemplos. Essas leis não se aplicam aos cristãos. Por que? Porque dizem respeito a uma realidade cultural diversa, são leis que regulamentam costumes relativos no tempo e no espaço. Essas leis foram endereçadas ao povo de Israel, e foram muito importantes na formação da identidade cultural desse povo, são circunstanciais, podendo ser modificadas. Entretanto, os Dez Mandamentos são imutáveis, não estão condicionados ao tempo, ao lugar, são leis que objetivam reger a moral de todos seres humanos, e essas leis foram dadas pelo próprio Deus. A moral, para o cristianismo, não é relativa; ela é imutável, porque o próprio Deus assim o É. Deus não muda em sua essência e não muda de idéia sobre as coisas que ensina. A Bíblia condena o homossexualismo: é pecado grave contra a castidade. Não se trata apenas de um costume a ser repreendido, mas de um hábito que vai contra a moral, contra a castidade, contra a família tradicional, base da sociedade. Dito isso, interrompo para um desabafo.

A incapacidade mental de sair do seu mundinho, do seu universo mental, e ir até o pensamento do seu oponente para tentar compreendê-lo é algo terrível, é uma verdadeira doença que já se apossou da mente de muitas pessoas “cultas” e “estudadas”. É desesperador o cenário, muito pior do que eu pensava antes de começar a escrever para este blog. Esse é o retrato da classe universitária brasileira, gente bocó, um bando de moleques, que pensa que sabe alguma coisa, sem saber da regra primordial de um debate, que é saber do que se está falando. Pronto, já desabafei. Voltemos.

Em primeiro lugar, como já frisei por aqui, a Igreja não é a favor da criminalização do homossexualismo. Mas é contra a promoção deste comportamento e não considera sua prática legítima. Por que a Igreja deveria mudar seu ensinamento a respeito? Para agradar à sociedade? O que Igreja tem a ver com modernização, com “dinâmica social”? Se a Igreja ensina a Palavra de Deus, qual a Sua autoridade para modificar ensinamentos que não foi Ela quem os inventou, mas recebeu do próprio Deus, através da inspiração do Espírito Santo, conforme o prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo?

O mané não sabe nada de teologia, história da Igreja, doutrina católica, não tem a menor idéia da complexidade das relações entre Igreja e modernidade, nem sonha em conhecer o conceito de Deus segundo São Tomás de Aquino, muito menos o que o Doutor da Igreja ensina sobre Deus ser eterno e imutável. Se Deus é eterno e imutável, o que Ele ensina sobre moral assim o é. Deus não muda de idéia conforme as vontades de um estudantezinho universitário metidinho à besta.

Ora bolas, se Deus se revela na Bíblia como sendo imutável, porque a Tradição da Igreja, em seu Magistério, deveria mudar o que Ele ensinou? Ele não muda, seus ensinamentos não mudam! Sua essência permanece a mesma! A missão confiada à Igreja é ensinar às nações tudo aquilo que Jesus ensinou (ver Mateus 28, 16-20). A Igreja não tem autoridade para modificar os ensinamentos de Deus; sua autoridade se limita a ensinar.

Caramba, será que é tão difícil assim entender? Deus não muda, suas idéias não mudam, portanto a Verdade está além de mudanças sociais! E o carinha ainda vem com picuinha de que é um absurdo a Igreja proibir a camisinha? Vai estudar, boboca, pra compreender no quê se fundamenta o argumento do seu adversário!

E daí vem a tática de sempre: me acusa de fundamentalista, berra que a Igreja vai ficar pra trás porque a pesquisa com células-tronco e blá, blá, blá… Meu Deus, eu escuto isso todos os dias de gente ignorante. Será que ele pensa que está abafando? Isso não passa de disco riscado, discurso de militante, de gente atôa, de gente que leu dois ou três livros, um do Michel Foucault, outro do Marcuse, e sai por aí arrotando que sabe tudo, não é possível! É claro que um carinha desses não tem a menor condição de ler São Tomás de Aquino – quando chegar à página sete da Súmula contra os gentios é capaz de ter uma concussão cerebral.

Rapazinho, vai ver se eu estou na esquina… Vai estudar, tenha vergonha de ser tão burro, de ser tão incapaz de lidar com uma linha de pensamento oposta, muito mais complexa do que você imagina, cuja divergência está na base: o raciocínio da Igreja Católica não se baseia em contingências históricas, em relativismos culturais, o que a Igreja Católica ensina está baseado em princípios imutáveis. É por isso que o ensinamento não muda, porque está atrelado a uma lógica perene, atemporal, espiritual.

Portanto, as leis morais para o Cristianismo são outra coisa, não são como leis humanas que norteiam costumes e relações sociais, apenas: são eternas e absolutas, não admitem mudanças, ou então entrariam em contradição com a essência do legislador – no caso, o próprio Deus.

Você devia se candidatar a aparecer nesses debates no Superpop ou no sofá do Progama da Hebe, algo que condiz com seu nível intelectual, pra dar uma de gostosão, de gente que sabe pra caramba, não venha a se meter a besta comigo. Eu sou um bom professor de história, sou um bom psicólogo (embora não exerça a profissão) e ainda sou caridoso o suficiente para perder tempo com um bocó como você.

Quanto a ficar sozinho, falando com as paredes, não tem problema: Santo Atanásio já dizia, “se o mundo for contra a verdade, Atanásio será contra o mundo”. Dentro da sua cabecinha oca, certamente o que é verdade e o que é certo ou errado é definido pela vontade da maioria, não é mesmo?

Olha, vai ser burrinho assim lá na PUC que o pariu…

Notícias que não saem no jornal: situação crítica dos cristãos no Paquistão

As famílias cristãs de Karachi “fechadas em casa” pelo terror dos talibãs; pena de morte para quem blasfema

Karachi (Agência Fides) – Temendo a escalada da violência talibã, constatada a fraqueza do governo, da polícia e das instituições civis, as famílias cristãs da cidade de Karachi, agredidas na semana passada pelos grupos talibãs armados, estão aterrorizadas e fechadas em suas casas. É o que comunica à Agência Fides, Pe. Mario Rodriguez, Diretor das Pontificas Obras Missionárias (POM) no Paquistão, expressando preocupação e alarme pela expansão da violência dos grupos militares islâmicos no país, não somente na província da Fronteira do noroeste, mas também nas principais cidades paquistanesas.

Pe. Rodriguez afirma: “os talibãs giram ameaçando nos bairros os cristãos da cidade aterrorizando as mulheres e convidando as pessoas a se converterem ao Islã. Acontecem episódios de violência, perseguições e maus-tratos improvisos. São militares armados com arma de fogo e kalashnikov. Estamos chocados por esta situação e por esta onda de violência insensata, que as autoridades não deveriam permitir: a polícia tem o dever de defender todos os cidadãos das agressões”.

O Diretor das POM pede atenção e apoio a todos os cristãos do mundo e convida a rezar porque as minorias cristãs no Paquistão estão passando por um dos momentos mais obscuros e difíceis da sua história.

“Esperamos a ajuda do Senhor e pedimos ao governo que recupere o controle da situação, em todo o país. Enquanto isso, as famílias cristãs estão aterrorizadas e não saem das suas casas. São obrigadas a se isolar”.

A Igreja vive esta situação buscando envolver a sociedade civil (inclusive grupos muçulmanos moderados) no combate ao extremismo religioso.

Dom Lawrence Saldanha, Arcebispos de Lahore e presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, nas últimas semanas enviou uma carta a todos os líderes políticos e institucionais do Paquistão, assinalando a situação de terror e violência à qual são submetidas as minorias religiosas, sob a pressão dos grupos integralistas islâmicos, falando da presença de uma “máquina homicida de terror em nome da religião”. Hoje, o Arcebispo assinala: “Existe o temor fundamentado de que os episódios de violência ocorridos em Karachi possam se repetir em outras partes do país. Os cristãos já sofrem injustiças e violências por causa da iníqua lei sobre a blasfêmia, aplicada contra eles. Agora é a sua própria sobrevivência que está em perigo”. O Arcebispo se pergunta preocupado: “O governo estará apto a salvar os cristãos? O governo e o exército saberão salvar o estado democrático do Paquistão?”

Enquanto isso, outra péssima notícia para as minorias religiosas veio do sistema jurídico nacional: pelo crime de “blasfêmia” (profanar o nome do Profeta Maomé) previsto no art. 295.C do Código Penal do Paquistão, agora está prevista a pena de morte, e foi cancelada a opção da prisão. A Corte Suprema, com efeito, numa recente sentença, tornou a pena de morte obrigatória. A Igreja há tempos denuncia o abuso da lei sobre a blasfêmia e a sua aplicação para penalizar ou eliminar cidadãos de fé não- islâmica. (PA)

Fonte: Agência Fides.

Darwinismo fana na Inglaterra e apela à força para impor suas hipóteses

No segundo centenário da nascença de Darwin [foto], mais da metade (51% x 40%) de seus conterrâneos acham que o evolucionismo não conseguiu explicar a complexidade da vida na Terra. E que, portanto, um desígnio inteligente deve ter presidido o aparecimento de um universo ordenado.

Além do mais, um terço dos britânicos acredita na Criação divina. Os dados são de enquete da firma ComRes e foram noticiados pelo diário “The Telegraph” de Londres.

A imagem do evolucionismo vem se deteriorando pronunciadamente no mundo todo. Mas piorou bem após um dos seus máximos apologistas, o biólogo Richard Dawkins, promover a campanha do chamado “ônibus-ateu”: cartaz colados nos ônibus convidando a esquecer de Deus.

Com isso, ele patenteou uma coisa que o evolucionismo astutamente escondia: que a teoria é usada como um véu científico para promover o ateísmo.

Por isso, Marx e os teóricos socialistas aderiram irrestritamente e sem provas – que até agora não apareceram – à teoria darwiniana para tirar Deus da origem dos seres criados.

Entretanto, os evolucionistas enfurecem quando alguém propõe analisar friamente seus dogmas.

Richard Dawkins no 'ônibus ateu'

Na Inglaterra, o biólogo Michael Reiss, foi obrigado a renunciar do cargo de Diretor de Educação da Royal Society, só pelo fato de sugerir que o criacionismo poderia ser discutido nas aulas, não como um erro, mas como uma interpretação do mundo.

Falando no Festival da Ciência, na Universidade de Liverpool, o Prof. Reiss observou que um décimo das crianças provém de famílias que acreditam mais no criacionismo do que no ponto de vista evolucionista.

Nessa situação, ele julga ser mais eficaz incluir a discussão sobre o criacionismo junto com as teorias científicas antes do que martelar as cabeças das crianças para mudar-lhes a opinião.

Reiss perdeu o cargo por causa dessa moderada proposta.

'Ônibus ateu', Barcelona

Positivamente, com atitudes desta o evolucionismo assume os ares de uma crença fundamentalista fanática. Ele não quer ouvir qualquer opinião em algo discordante de seus tabus absolutos e inverificáveis.

Sem provas nem argumentos convincentes, o evolucionismo recorre à força do governo para reprimir os dissidentes ou a imposições ideológicas de juízes infiéis. Parece pesadelo de novelas como 1984. Mas, o policiamento das mentes está se tornando a realidade do evoluído século XXI. E os evolucionistas estão na vanguarda da repressão.

Ainda na Grã-Bretanha, Paul Woolley, diretor da associação Theos disse: “Darwin está sendo usado por certos ateus hoje em dia para promover sua causa. O resultado é que, dada a falsa opção entre evolução e Deus, o povo está recusando a evolução.”

O líder ateu-evolucionista Dawkins indignou-se por causa dos resultados da pesquisa da ComRes, realizada sobre um total de 2.060 adultos. Muito grosseiramente, Dawkins disse à imprensa que grande parte da população inglesa é “ignorante como um porco” em matéria de ciência, segundo informou The Telegraph.

A falta de argumentos convincentes, xingatório e desrespeito… E isso é ainda chamado de ciência! É a ciência que se insurgiu contra a Igreja e virou uma caricatura do que deveria ser.

Fonte: Verde: a cor nova do comunismo.

Esquerda e direita na Igreja

Por Olavo de Carvalho.

Já faz tempo que a grande mídia no Brasil – refiro-me sobretudo à de São Paulo, Brasília e Rio — deixou de ser meio de informação confiável e se tornou puro instrumento de manipulação ideológica. O uso que ela faz dos termos para descrever situações e personagens não corresponde nunca à realidade objetiva, mas a um enfoque pré-calculado para produzir determinadas reações públicas. A linguagem-padrão do jornalismo brasileiro segue hoje estritamente a técnica soviética da desinformação. Isto não é modo de dizer, mas uma descrição exata do que acontece.

No caso das questões religiosas, a prova mais clara disso é o progressivo deslocamento do sentido dado aos rótulos “conservador” e “fundamentalista”. No começo, “conservadores” eram os católicos que se opunham às mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II. Muitos deles foram expulsos da Igreja, como dom Marcel Lefebvre, e hoje constituem um movimento religioso independente, de enormes proporções, cuja existência a mídia jamais menciona. Amputada essa parcela da realidade, o rótulo de “conservadora” passa a ser aplicado à própria ala da hierarquia católica que implementou as mudanças do Concílio. A margem de conservadorismo admitido, portanto, diminuiu consideravelmente. Antes, homens como João Paulo II ou o então cardeal Ratzinger eram o centro, o fiel da balança. Depois a mídia os deslocou para a direita e até para a extrema-direita enquanto dava sumiço nos conservadores genuínos, transformados em “não-pessoas”, sem direito a voz ou presença pública.

Processo análogo sofre o termo “fundamentalista”. Essa palavra designava os adeptos de uma interpretação literalista e legalista da Bíblia. Pouco a pouco, a classe jornalística passou a empregá-lo para rotular qualquer pessoa que seja fiel a uma religião tradicional. Isto significa que a quota de fidelidade religiosa admitida na sociedade “decente” vai se estreitando cada vez mais. É um estrangulamento progressivo, lento e calculado.

Outro exemplo. Até dez anos atrás, todo mundo na Igreja – esquerda e direita — era contra o aborto. Em 1991 os bispos de Chiapas, México, que estavam entre os mais esquerdistas da América Latina, acusaram de auto-excomunhão as militantes feministas que defendiam o aborto. Hoje, a mídia em peso carimba como “conservador” e até “fundamentalista” qualquer católico que seja anti-abortista.

Tudo isso é manipulação cínica, voluntária e consciente. Quem molda a linguagem popular domina a alma do povo. O uso de categorias políticas para descrever as facções da Igreja não é errado em si, pois o clero é composto de seres humanos, e seres humanos têm o direito e a inclinação de se alinhar politicamente. Mas essas categorias devem ser usadas honestamente como termos descritivos apropriados à realidade objetiva, não como instrumentos de manipulação destinados a criar uma falsa realidade politicamente conveniente a determinada facção. A mídia tem inclusive o direito de acompanhar as mutações semânticas quando vêm de fora, mas não o de produzi-las por iniciativa própria, moldando os acontecimentos em vez de descrevê-los.

Em cada grande redação do país existe hoje um forte grupo de iluminados que se autoconstituem donos do pensamento geral. Confrontados com um padrão normal de honestidade intelectual e jornalística, são na verdade criminosos, estelionatários. Um dos mais notáveis mentores intelectuais da esquerda mundial, o filósofo americano Richard Rorty, teve até o cinismo de enunciar a regra que orienta essa gente: não devemos – dizia ele — tentar convencer as pessoas expondo nossa convicção com franqueza, mas ao contrário, “inculcar nelas gradualmente os nossos modos de falar”. É o maquiavelismo lingüístico em estado puro.

João Paulo II e Bento XVI nunca estiveram efetivamente entre os conservadores. Foram transformados nisso por essa obra de engenharia verbal que, deslocando o eixo da linguagem cada vez mais para a esquerda, deforma as proporções da realidade para ludibriar a opinião pública. Complementarmente, essa manobra impõe o estereótipo de que os conservadores são a classe repressora e os progressistas são os coitadinhos oprimidos e perseguidos. Na verdade, jamais algum esquerdista da Igreja sofreu um milésimo das punições impostas à ala conservadora de dom Lefebvre. Os verdadeiros perseguidos da Igreja nunca são mencionados na mídia, embora constituam em certos países da Europa quase um terço da população fiel. No Brasil, os bispos de Campos foram humilhados, censurados e por fim excomungados sem ter feito mal algum. Leonardo Boff ou Gustavo Gutierrez, ao contrário, nunca sofreram punição nenhuma, apenas o período de silêncio obsequioso por alguns meses, e até hoje vivem da propaganda lacrimosa postiça que os mostra como verdadeiros mártires. Toda a grande mídia é cúmplice dessa mentira. O jornalismo no Brasil tornou-se uma forma de alucinação proposital.

Do mesmo modo, o chavão que divide a Igreja em “Igreja dos ricos” e “Igreja dos pobres”, que inicialmente aparecia só na propaganda comunista explícita, foi absorvido pela mídia e tornou-se de uso geral. A Igreja – toda a Igreja – sempre trabalhou pelos pobres. A ela devem-se a invenção dos hospitais, das maternidades, o ensino universal gratuito, a progressiva abolição da escravatura, etc. A “teologia da libertação”, que se auto-embeleza com o título de “Igreja dos pobres”, nada fez pelo povo pobre além de usá-lo como massa de manobra ou bucha de canhão, como o faz na Colômbia e em Cuba. A adoção daqueles estereótipos pela mídia é uma brutal inversão da realidade. Por outro lado, é a ala esquerda da Igreja – e não os conservadores ou mesmo os centristas — que hoje nada em dinheiro de George Soros, da ONU, da Unesco, das Fundações Ford e Rockefeller, e até de organizações abortistas como a Planned Parenthood Foundation e a Sunnen Foundation. Bela “Igreja dos pobres”, essa!

Fonte: site de Olavo de Carvalho.