Mensagem do dia (14/04/2022)

Uma das memórias de Cristo mais dignas de serem recordadas é, evidentemente, esta última refeição, a santíssima ceia, onde o cordeiro pascal foi dado a comer, mas onde o Cordeiro Imaculado, que tira os pecados do mundo, foi também oferecido em alimento sob a espécie de um pão «capaz de todos os sabores e adaptado a todos os gostos». Neste festim, a doçura da bondade de Cristo brilha admiravelmente: Ele senta-Se à mesma mesa e come do mesmo prato que estes pobrezitos, os seus discípulos, e que Judas, o traidor. Admirável exemplo de humildade resplandece então, quando o Rei da glória, com uma toalha à cintura, lava com enorme cuidado os pés destes pescadores, incluindo aquele que O havia traído. Igualmente admirável é a generosidade da sua magnificência, quando dá o seu santíssimo corpo em alimento e o seu verdadeiro sangue como bebida a estes primeiros sacerdotes, e consequentemente a toda a Igreja e ao mundo inteiro, a fim de que aquilo que em breve seria um sacrifício agradável a Deus e o preço inestimável da nossa redenção fosse o nosso viático e o nosso sustento. Enfim, o admirável excesso do seu amor brilha principalmente na terna exortação que, amando os seus até ao fim, lhes dirige para os confirmar no bem, advertindo especialmente a Pedro para lhe fortificar a fé e oferecendo o peito a João para suave e santo repouso. Todas estas coisas são, pois, admiráveis e cheias de doçura! Pelo menos para a alma que é chamada a refeição tão excelente e que acorre com todo o ardor do seu espírito, a fim de poder lançar aquele grito do profeta: «Como suspira a corça pelas águas correntes, assim a minha alma suspira por ti, ó Deus».

São Boaventura.

Mensagem do dia (30/08/2021)

Desejais uma recordação de mim. Outra recordação não tem a dar-vos se não um convite à santidade. As pessoas parecem que não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas defronte à santidade ainda crêem, ainda se ajoelham e rezam. As pessoas parecem que vivem ignorantes das realidades sobrenaturais, indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um Santo autêntico, ou vivo ou morto, passa, todos correm na sua passagem. […] Não esqueçais que o diabo não tem medo dos nossos campos esportivos e dos nossos cinemas, mas tem medo, contudo, de nossa santidade.

Beato Alfredo Ildefonso Schuster.

Mensagem do dia (10/12/2020)

Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.

São Carlos Borromeu.

Mensagem do dia (12/07/2020)

É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, depois desprezar a riqueza e livrar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a Palavra, antes de todas as outras condições, é porque é a condição fundamental.

São João Crisóstomo.

Mensagem do dia (26/02/2020)

Esta é a melhor devoção e mais útil penitência, e mais agradável a Deus, que podeis fazer nesta quaresma. Tomar uma hora cada dia, em que só por só com Deus e conosco cuidemos na nossa morte e na nossa vida. E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivi­do? Segundo: como vivi? Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quan­to posso viver? Como é bem que viva? Memento homo!

Padre Antônio Vieira.

Mensagem do dia (05/11/2019)

O Advento cristão sempre é recordar Aquele que já chegou, é acolher sua vinda incessantemente presente e, por último, é preparar-nos para o dia da sua volta prometida. Este é o paradoxo da nossa fé: recordar quem veio, a partir da acolhida de quem nunca foi embora, para preparar-nos para receber quem voltará. O paradoxo consiste em que o sujeito é a mesma pessoa: Jesus Cristo. Este é o tempo que nos prepara para a celebração do Natal cristão.

Dom Jesús Sanz Montes.

Mensagem do dia (29/03/2018)

Devemos lavar-nos os pés uns aos outros no recíproco serviço quotidiano do amor. Mas devemos lavar-nos os pés também no sentido de que nos perdoamos sempre de novo uns aos outros. A ofensa que o Senhor nos perdoou é sempre infinitamente maior do que todas as ofensas que outros poderão ter em relação a nós. A isto nos exorta a Quinta-Feira Santa: a não deixar que o rancor para com o próximo se torne no fundo um envenenamento da alma. Exorta-nos a purificar continuamente a nossa memória, perdoando-nos reciprocamente de coração, lavando os pés uns dos outros, para assim podermos ir juntos ao banquete de Deus.

Papa Bento XVI.

Mensagem do dia (29/12/2011)

O Natal não é uma simples recordação, mas é uma profecia única. Natal não é uma festa sentimental, é a maior conversão da história. A luz que irradia desta festa é o abraço de Deus aos homens. O que se pensava impossível aconteceu. Natal é, por isso, a possibilidade do impossível. Deus visitou o seu povo e fez-se carne no seu filho doado ao mundo.

Dom José Cordeiro.

Um ano sem um grande amigo

tonicogang

Nunca gostei de tirar fotos, nunca me achei fotogênico. Também nunca gostei de meu penteado, nunca consegui acertar um corte de cabelo que considerasse bacana… Hoje em dia, quando vou ao barbeiro fazer um corte de cabelo, passo máquina, re re re. Por isso mesmo, essa é uma das duas únicas fotos que tenho com Padre Tonico. Nesta aqui, está reunida uma gang “terrível”: Anderson, Tonico, Didico e eu (update: estou abaixo, de óculos, usando blusa azul). Tiramos essa foto por acaso, ao término de um curso de parapsicologia, realizado na paróquia do Horto, aqui em Belo Horizonte. Quando foi isso? Entre 1998 e 1999.

Fotografias são cruéis. Por um lado, eternizam eventos memoráveis, felizes, iludindo-nos por um instante com a sensação de que aquele momento em particular está sempre acessível a nossos sentidos, de alguma forma, e por isso, sempre passível de ser novamente vivido. Por outro lado, a mesma foto não apenas “diz” coisas que você quase sempre não quer “ouvir”, mas também lhe faz sentir coisas não muito agradáveis. Fotografias misturam impressões de lembranças e perdas, sendo que esses sentimentos provém de um mesmo fato, devidamente captado naquele instante há tempos desaparecido. E a foto, tudo o que restou daquele evento, o reconstitui.

Há exatamente um ano, Padre Tonico se foi. Pegou a todos desprevenidos, aconteceu de repente. Naquela época, eu estava levantando material para começar um projeto há tanto tempo prometido e nunca executado: um site em sua homenagem. Não havia ainda conversado com ele a respeito. Na verdade, fazia um bom tempo que não conversávamos – em parte, porque Padre Tonico absteve-se de cursos em Belo Horizonte nos últimos anos de sua vida.

Dias depois que Padre Tonico morreu, Didico veio aqui em casa e, entre algumas preciosidades, trouxe essa foto, da qual nem me lembrava mais. Aliás, preciso encontrar e copiar a outra foto que tirei com Padre Tonico, essa ainda mais antiga, que está guardada no meio de meus arquivos, entre apostilas, textos, recortes de jornais…

Hoje, de forma especial, queria expressar aqui o tanto que Padre Tonico me ajudou a conhecer a Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua verdadeira e única Igreja, Santa, Católica e Apostólica. Queria escrever algo mais bem elaborado sobre como foi um mestre e conselheiro, amigo e presença em minha vida – e tenho certeza, na vida de tantas outras pessoas. Gostaria de ser capaz de mensurar o quanto sua morte nos faz falta a todos. Mas não sou capaz de fazer isso. Melhor deixar a fotografia falar por si mesma, enchendo meu coração de sentimentos contraditórios e irreprimíveis.

Publico essa foto com um suspiro de saudade, “essa palavra sem tradução exata que os portugueses inventaram para dar nome a uma tristeza sem nome”, como disse certa vez João Pereira Coutinho.

Publico essa foto com um sorriso de alegria, confiante na Misericórdia Divina, que saberá recompensar Seu trabalhador pelos frutos de seu trabalho.