Mensagem do dia (25/02/2023)

Mesmo que, para a maioria dos homens, o tempo reservado à oração seja necessariamente muito curto, devido às suas muitas ocupações, não esqueçamos que vivemos todo o dia sob o olhar de Deus: devemos-lhe constantemente a homenagem da nossa obediência, que se traduz em oferecer-lhe explicitamente todas as nossas atividades.

Padre Georges Chevrot.

Mensagem do dia (24/08/2021)

A nossa eternidade bem-aventurada começou no dia do nosso batismo. É aqui, na terra, que começamos o nosso céu, orando a Deus e observando os seus mandamentos. A religião não é somente um assunto que diga respeito à outra vida; tem a sua função, e muito importante, nesta vida. Deve reger a nossa vida presente.

Padre Georges Chevrot.

As portas do inferno não prevalecerão

Por Pe. Georges Chevrot.

Desesperando de poder corromper as almas cristãs, as potências do inferno recorreram e recorrem ainda a um supremo recurso: a perseguição exterior. Cristo não deixou de prevenir os Apóstolos a esse respeito: Sereis perseguidos e arrastados aos tribunais, açoitar-vos-ão e dar-vos-ão a morte. Em todos os povos encontrareis homens que vos odiarão por causa do seu nome, mas confiai: eu venci o mundo (Mt 10, 17-22; Jo 16, 33).

Esta predição converteu-se numa realidade. Logo após o seu nascimento em Jerusalém, a Igreja foi perseguida pelos judeus. Depois, durante dois séculos e meio, o poder imperial de Roma serviu-se contra ela de todos os meios coercitivos possíveis: o confisco, o exílio, os trabalhos forçados e a pena capital precedida de suplícios. A este propósito, foi possível dizer que “depois de admirar que se tivessem encontrado juízes capazes de pronunciar contra os cristãos penas tão espantosas, não surpreende menos que as vítimas tivessem sido capazes de suportá-las”. No entanto, longe de impedir a propagação da Igreja, a perseguição homicida acelerou o seu ritmo: “Nós nos multiplicamos – escrevia Tertuliano – à medida que nos ceifais: o sangue dos mártires é semente de cristãos”.

A perseguição abate-se permanentemente sobre a Igreja, ora num país ora no noutro. As crueldades dos pagãos de outrora têm sido ultrapassadas no presente pelos verdugos comunistas. No entanto, a violência não consegue levar de vencida a Igreja.

As potências do inferno sabem mudar de tática. Um dos seus representantes proclamava-o recentemente no Parlamento: “A franco-maçonaria é eterna!” O que quer dizer: as forças do mal nunca capitularão. Cristo tinha-o dito antes desse deputado. Os poderes adversos forjarão contra a Igreja leis que, em alguns casos, dificultarão a sua atividade e, em outros, a impedirão por completo.

Com maior perversidade ainda, procurarão afastar da influência cristã os espíritos e os corações das massas populares mediante uma pressão metódica sobre a escola e sobre a imprensa. Nenhum meio lhes parecerá ignóbil na sua campanha de descristianização: nem o incentivo à imoralidade, nem o apelo às baixas paixões da inveja e do ódio, por mais trágicas que sejam as conseqüências das suas campanhas. Não recuarão perante a destruição da família, a corrupção da mulher, as convulsões sociais ou a própria guerra se, por esse preço, obtiverem a ruína da Igreja. E, para acumulo de hipocrisia, as seitas anticristãs ocultarão as suas manobras por trás de uma fachada filosofia, pseudo-científica ou beneficente.

Nesta guerra sem quartel de que as almas são presa, a Igreja combate corajosamente, sem olhar a sacrifícios para defender os seus filhos da mentira e do erro. De um ponto de vista humano, combate com armas desiguais, porque o ouro, os favores, os meios de comunicação e as ameaças não se encontram do seu lado. Humanamente, deveria ser vencida. Há séculos que os corifeus do anticristianismo assinaram a sua sentença de morte.

Já em tempos de Santo Agostinho os inimigos da Igreja declaravam: “A Igreja vai morrer, e os cristãos tiveram a sua época”. Ao que o bispo de Hipona respondia: “No entanto, são eles que morrem todos os dias e a Igreja continua de pé, anunciando o poder de Deus às gerações que se sucedem”. “Vinte anos mais – dizia Voltaire -, e a Igreja católica terá acabado…” Vinte anos depois, Voltaire morria e a Igreja católica continuava a viver. “A Igreja – escrevia Jules Janin – estava gravemente doente antes de 1830, mas a revolução de Julho matou-a de vez!” Renan Julgou que a amortalhava coberta de flores. Orpheus devia dar-lhe o tiro de graça… Assim, desde Celso, no século III, não houve uma única geração em que os coveiros não se preparassem para sepultar a Igreja; e a Igreja vive. Montalembert dizia-o magnificamente, em 1845, na Câmara dos Pares: “Apesar de todos os que a caluniam, subjugam ou atraiçoam, a Igreja católica tem há dezoito séculos uma vitória e uma vingança asseguradas: a sua vingança é orar por eles; a sua vitória, sobreviver-lhes”.

Cristo não nos enganou: as portas do inferno não prevalecerão contra a sua Igreja. Perpetuamente atacada, cercada de dificuldades e atraiçoada, prossegue com serenidade e confiança a missão que lhe foi marcada pelo seu fundador. A sua existência consiste, segundo a feliz expressão de Faber, numa “contínua derrota vitoriosa”. É humana e fraca a nossa Igreja, e sempre se encontra na véspera ou na antevéspera de um fracasso; mas não é divino que consiga sair sempre vitoriosa de todas essas derrotas?

“Há um certo prazer – dizia Pascal – em nos encontrarmos num barco açoitado por uma tormenta, quando temos a certeza de que não pereceremos. As perseguições que se abatem sobre a Igreja são desta natureza”.

Não podemos duvidar nunca da nossa Igreja. A sua história é um contínuo milagre, sobre o qual podemos apoiar a nossa fé. Mas se acreditamos que o Filho de Deus vive na sua Igreja, se estamos persuadidos de que a Igreja é o Corpo de Cristo, de que ela é Cristo e somos nós, não adormeceremos no sentimento da nossa segurança. JesusCristo pede-nos a ajuda do nosso esforço pessoal, a fim de contribuirmos para o triunfo de sua Igreja sobre os poderes do mal.

Cabe-nos reduzir as doenças que ela sofre com as nossas faltas humanas e suprimir as manchas que ocultam ao mundo o brilho do seu caráter divino.

Os nossos antepassados não diziam, secamente, como nós: “a Igreja”; com maior beleza, diziam sempre: “a Santa Igreja”. A ela devemos os desejos e os rebentos de santidade que, apesar de tudo, podemos reconhecer em nós. Por isso, cada um de nós deve esforçar-se por tornar a nossa Igreja cada vez mais santa.

Fonte: fragmento do livro “Simão Pedro”, de autoria de Georges
Chevrot. (CHEVROT, Georges. Simão Pedro. São Paulo: Quadrante, 1990.
p. 70-73).