Entrevista com Dr. Edward Green: preservativos não são a solução para a AIDS

Prezados,

Ainda continuo impossibilitado de atualizar este blog com mais freqüência, devido a meus compromissos. Agradeço a todos aqueles que continuam acompanhando JORNADA CRISTÃ e prometo uma volta em breve, se Deus quiser.

Hoje publico uma entrevista importantíssima, dada pelo pesquisador Dr. Edward Green, da Universidade de Harvard, especialista na área de Saúde Pública e População e Desenvolvimento. O texto foi publicado originalmente no blog Contra o Aborto, do meu amigo William Murat, que o traduziu.

Peço que este texto seja divulgado amplamente por nós católicos, para que tenhamos cada vez mais noção da manipulação midiática que é movida contra a Igreja Católica, o Papa Bento XVI e a moral cristã. Para enviar a entrevista a conhecidos e amigos, basta clicar em “Enviar este texto“. Boa leitura e reflexão a todos.

Dr. Edward Green é pesquisador sênior na Harvard School of Public Health and Center for Population and Development Studies. Ele deu uma entrevista para o Ilsussidiario.net (nota: tal entrevista foi reproduzida aqui em JORNADA CRISTÃ e se encontra neste link) quando da visita do Papa Bento XVI à África onde ele declarou – como liberal e como médico/antropólogo – que ele compartilha substancialmente as visões do Papa sobre AIDS e o uso de preservativos. O professor Green divulgou um paper em um encontro sobre AIDS na recente Conferência de Rimini.

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No geral, os níveis de infecção por HIV estão caindo. A taxa de novas infecções tem caído já há 11 anos. (…) Serviu a propósitos políticos e financeiros para a obtenção de mais fundos continuar dizendo que a AIDS estava piorando cada vez mais e mais. (…) Há porém alguns poucos países onde o número de HIV está ainda em ascensão e os EUA é um deles.

Il Sussidiario: Dr. Green, qual é a situação geral em relação à AIDS? Os níveis de infecção serão reduzidos?

Dr. Edward Green: No geral, os níveis de infecção por HIV estão caindo. A taxa de novas infecções tem caído já há 11 anos. Em 2007 a UNAIDS finalmente admitiu que estas taxas estavam em queda. Serviu a propósitos políticos e financeiros para a obtenção de mais fundos continuar dizendo que a AIDS estava piorando cada vez mais e mais. Na verdade, o pico de infecções na África deu-se por volta do ano 2000. Há porém alguns poucos países onde o número de HIV está ainda em ascensão e os EUA é um deles. E aqui estamos nós, os EUA, dizendo aos africanos para fazer isto e aquilo, enquanto que nós não conseguimos resolver o problema em nosso próprio quintal. Nós deveríamos ajoelhar diante de um país como Uganda e aprender. Há outros países na África onde sabemos que o índice de infecções por HIV está decaindo, tais como Zâmbia, Quênia, Zimbábue, Etiópia, Malawi. E em cada caso a proporção relatada de homens e mulheres, que era de mais do que um parceiro sexual, caiu significativamente alguns anos antes de as taxas de infecção caírem.

Il Sussidiario: O senhor tem destacado algumas particularidades da África em relação a outras regiões, correto?

Dr. Edward Green: Mesmo dentro da África, há dois tipos básicos de epidemia por HIV, a generalizada e a concentrada. A generalizada é quando encontramos a infecção na população em geral. A concentrada quando ela está concentrada entre homens que fazem sexo com outros homens, usuários de drogas ou prostitutas. E apenas nestes países onde o HIV é majoritariamente concentrado entre prostitutas — e mesmo assim não quaisquer prostitutas, mas prostitutas de bordéis –, apenas nestes poucos países, tais como Tailândia e Camboja, há uma chance de termos um impacto nacional através de uma política centrada na distribuição de preservativos.

Il Sussidiario: Na sua prévia entrevista publicada no Ilsussidiario.net em março passado, o senhor concordava com as declarações do Papa Bento XVI sobre AIDS e preservativos durante sua visita à África. Poderia explicar melhor?

Dr. Edward Green: Bem… Podemos dizer que o Papa provavelmente não pensa que os preservativos sejam a resposta em lugar algum no mundo, e eu diria que cientificamente os preservativos têm funcionado em alguns poucos locais, como a Tailândia e o Camboja. A razão porque eu falei em concordância ao Papa foi porque ele não se referiu à abstinência, porque ele disse que as pessoas precisam ser responsáveis e também porque ele sempre fala sobre fidelidade ao matrimônio. Fui procurado por duas revistas de circulação nacional sobre o assunto, e eu disse que basicamente o Papa estava com a razão por tais motivos. Eu sabia que a parte que seria mais controversa seria quando o Papa disse que os preservativos poderiam até mesmo piorar o problema. De fato, por muitos anos já nós temos visto uma associação entre alta utilização de preservativos e altas taxas de infecção por HIV. E ao olharmos para as pessoas que estão sendo infectadas, elas tendem a ser usuários de preservativos. Conseguimos explicar este fenômeno desta forma: se existe uma tecnologia para redução dos riscos (preservativo), mas você se arrisca mais, a redução de riscos será anulada devido aos maiores riscos a que você se expôs.

No momento, o país que tem a mais alta taxa de HIV no mundo é a Suazilândia e eu vivi lá por quatro anos, de forma que conheço bem sua realidade. A campanha atual por lá diz basicamente que sexo é divertido e o slogan da campanha é “Camisinha, onde a diversão está”.

Il Sussidiario: Durante a visita do Papa a Uganda, Sra. Museveni, a Primeira-Dama, escreveu um artigo que publicamos, onde ela reforça a importância da educação da população para o sucesso na luta contra a AIDS. Qual a sua opinião sobre o papel da educação como uma ferramenta para combater o HIV?

Dr. Edward Green: Esta deveria ser a principal arma para combater a AIDS. Uganda não tinha dinheiro para medicamentos. O presidente declarou que eles não conseguiam obter medicamentos vitais e nem mesmo medicamentos tais como drogas anti-malária ou aspirina. Como poderiam conseguir obter preservativos suficientes para todos? Então os preservativos não eram a solução. Ela teria de vir com palavras tais como “respeite sua esposa” e “respeita seu marido”. “Jovens, mantenham-se castos, adiem o início da vida sexual”. Há muito tempo para ter uma vida sexual quando se é adulto, mas, quando se é adolescente, deve-se aguardar, para que não haja preocupações. E deve-se fazer as pessoas terem medo de serem contaminadas por AIDS. Eu mostrei slides de crânios e ossos. Isto é contrário à abordagem da mídia global à AIDS. No momento, o país que tem a mais alta taxa de HIV no mundo é a Suazilândia e eu vivi lá por quatro anos, de forma que conheço bem sua realidade. A campanha atual por lá diz basicamente que sexo é divertido e o slogan da campanha é “Camisinha, onde a diversão está”.

Il Sussidiario: É impressionante o fato de que a AIDS está sempre nas manchetes e uma doença como a malária, que é epidêmica e letal como a AIDS, não tenha o mesmo nível de atenção na mídia.

Dr. Edward Green: Correto. Há muito dinheiro indo para a AIDS e, pela primeira vez durante um grande esforço na área de saúde, o dinheiro não está indo para a prevenção mas para o tratamento, e tratamento é muito caro. Não há paralelo de tal coisa. Isto acontece porque grupos ativistas continuam demandando mais e mais dinheiro. Não importa o quanto se dê, jamais é suficiente. O que eu disse em minha palestra é que o programa mais efetivo que o mundo já viu foi o de Uganda no final dos anos 80 e início dos 90. No final dos anos 80 o programa custava US$ 0,23 por cada pessoa anualmente. Hoje Uganda está sendo inundada por doações de dinheiro, não tanto quanto de outros países, mas agora os doadores estão gastando por volta de 8 vezes mais que anteriormente e o HIV está começando a mostrar uma ascensão. A maior história de sucesso mundial de combate à AIDS está sendo posta em perigo porque doadores internacionais, meu país inclusive, têm feito pressão para que Uganda se conforme ao que é comumente feito em outros países, para que dê ênfase aos preservativos, nos diagnósticos, no tratamento de DSTs, no tratamento de AIDS, e para que deixe de lado os ensinamentos para que que cada pessoa permaneça com um parceiro, seja fiel. Sim, é isto mesmo, o custo aumentou e a efetividade caiu. E ainda assim estão culpando não haver preservativos suficientes.

Il Sussidiario: Como o senhor lida com todo o preconceito contra sua posição não-convencional?

Dr. Edward Green: A primeira vez que estive em Uganda, em 1993, passei apenas uma semana lá mas pude pude ver que era um programa diferente e que ganhara alguma fama já em 1988. Eu fazia um trabalho no Caribe e na República Dominicana e lá havia um tipo difeente de epidemia, com muitas infecções entre prostitutas e por isto eles tinham um agressivo programa de distribuição de preservativos. Eu o avaliei e produzi um paper sobre o assunto e este tornou-se bem popular de tal forma que eu estive nos noticiários. Tive meus 15 minutos de fama como dizem. Quando retornei após minha primeira semana em Uganda, meu pai foi uma das primeiras pessoas a quem eu contei o que lá acontecia. Meu pai era muito conhecido no campo de estudos populacionais. Ele foi o primeiro embaixador de assuntos populacionais do Departamento de Estado e ele estava nos conselhos de todas organizações de planejamento familiar. Ele viu imediatamente a significância do que eu estava dizendo: porque é melhor, muito melhor que preservativos. Eu lhe disse que não sabia ainda se eu estava certo. E com todos com quem eu falava, à exceção dos ugandenses, todos os especialistas de vários países diziam que eu estava errado. Era o ano de 1993 e eu tinha a certeza que o programa não iria para frente. De toda forma, quando eu realmente tive de falar, em 1998 e em 2001, eu mais ou menos declarei guerra à máfia da AIDS. Há um artigo em uma recente revista Forbes que fala de mim declarando uma “jihad” contra a máfia da AIDS em 2001.

Tenho amigos que não mais falam comigo. As pessoas pensam que sou um traidor. Eu venho do meio que estuda o planejamento familiar, de tal forma que a Igreja Católica é encarada como o inimigo e nós somos muito polarizados nos EUA sobre tal assunto. (…) A razão porque o paradigma ainda não mudou é parcialmente porque há uma indústria multibilionária e esta indústria quer que as coisas continuem como estão e em parte porque existe a forte crença de que liberdade sexual é mais importante do que a vida humana. Algums destes ativistas gays dizem: “Eu defenderei a liberdade sexual até a morte do último africano”.

Il Sussidiario: E isto foi frustrante?

Dr. Edward Green: Sim, muito. Isto machuca. Tenho amigos que não mais falam comigo. As pessoas pensam que sou um traidor. Eu venho do meio que estuda o planejamento familiar, de tal forma que a Igreja Católica é encarada como o inimigo e nós somos muito polarizados nos EUA sobre tal assunto. E todos pensam que se você acredita no Programa ABC (“Abstinence, Be faithful, Condom” — Abstinência, Fidelidade, Preservativos) você deve ser um correlegionário do Bush. Eu digo que não, que jamais o apoiei. Eu escrevi dois livros recentemente, um tem por título “AIDS and Ideology” e o outro, “AIDS e Behavior”. Eles ainda não estão finalizados. Em “AIDS e Ideologia” eu digo que a razão porque o paradigma ainda não mudou é parcialmente porque há uma indústria multibilionária e esta indústria quer que as coisas continuem como estão e em parte porque existe a forte crença de que liberdade sexual é mais importante do que a vida humana. Algums destes ativistas gays dizem: “Eu defenderei a liberdade sexual até a morte do último africano”. Quero dizer, porém, que há gays que me apóiam, há organizações gays que advogam fidelidade de monogamia, mas ninguém sabe disto.

Il Sussidiario: E não se pode fazer nada contra a liberdade sexual. Quem come em demasia e ganha peso, corre o risco de perder a assistência médica, mas a liberdade sexual não pode ser contestada. Por que isto é assim?

Dr. Edward Green: Os ativistas que influenciam a política sobre AIDS construíram um muro ao redor do comportamento sexual, protegendo-o de qualquer tentativa de mudança. Eles fizeram a prevenção contra a AIDS uma simples matéria de adoção de tecnologia (preservativos, drogas), mas não de mudança de comportamento. Estou feliz em dizer que esta situação está mudando lentamente e que o perigo de se ter múltiplos parceiros está finalmente sendo reconhecido, pois esta evidência não pode ser ignorada para sempre.

Il Sussidiario: Ao final podemos dizer que o ponto principal é um uso responsável do sexo e das relações sexuais. E esta é uma uma atitude humana em geral, não necessariamente religiosa ou católica. Qual sua opinião sobre isto?

Dr. Edward Green: Concordo. Concordo com esta declaração: o ponto essencial é o sexo responsável e baseado em confiança e respeito mútuo. Não importa se você é católico ou protestante ou heterossexual ou gay. Há algumas organizações gays que advogam fidelidade e sexo de baixo risco. Mas nunca se ouve sobre tais organizações porque elas são sufocadas pelos gritos de grupos ativistas que dominam a mídia e o debate sobre AIDS.

Articulação mundial contra o Papa

Por Olavo de Carvalho.

Tão logo o Papa Bento XVI anunciou a reintegração da Igreja tradicionalista na ordem pós-conciliar – o que de si já é uma ironia, pois a novidade não pode reintegrar em si a tradição, e sim ao contrário -, desencadeou-se contra ele uma das mais maliciosas campanhas de ódio já vistas na mídia mundial.

Três episódios marcaram os seus pontos altos.

Primeiro veio o bispo Williamson – um factóide na mais plena acepção do termo. Até a véspera, ninguém o conhecia. Quando o descobriram entre os milhares de sacerdotes e fiéis beneficiados pela suspensão de uma pena eclesiástica coletiva, saiu do anonimato e tornou-se repentinamente um perigo para a espécie humana, por ter emitido numa igreja de bairro, ante umas poucas dezenas de fiéis se tanto, uma opinião antijudaica. Por toda parte ergueram-se gritos de escândalo, significativamente voltados não contra o bispo, mas contra o Papa. Como se a revogação do castigo não viesse do simples reconhecimento de um erro judicial velho de quatro décadas, e sim do endosso papal às convicções pessoais do bispo – até então ignoradas não só do Vaticano, mas do mundo – sobre matéria alheia ao seu sacerdócio, à fé católica, às razões da penalidade e às da respectiva suspensão. Forçando a inculpação por osmose até o último limite do artificialismo, lançava-se sobre toda a Igreja tradicionalista e, de quebra, sobre o Papa que a acolhera de volta, a vaga mas por isso mesmo envolvente suspeita de anti-semitismo. Não por coincidência, entre os mais inflamados denunciantes encontravam-se aqueles que tanto mais se esforçam para proteger os judeus contra perigos inexistentes quanto mais se devotam a entregá-los, inermes, nas mãos de seus inimigos armados.

Depois, veio o episódio das camisinhas. Não há como medir os gritos de horror, as lágrimas de escândalo, as gesticulações frenéticas de abalo moral com que a grande mídia reagiu à declaração blasfema de que esses sacrossantos dispositivos não protegem eficazmente contra a Aids. Na verdade, não protegem nada. Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisas sobre Prevenção da Aids no Harvard Center for Population and Development Studies, informa que a revisão mundial dos resultados obtidos nos últimos 25 não mostra o menor sinal de que as camisinhas impeçam a contaminação. O único método que funciona, diz Green, é a redução drástica do número de parceiros sexuais. Uganda, que por esse método e com forte base religiosa reduziu os casos de Aids em 70 por cento, é o único – repito: o único – caso de sucesso espetacular já obtido contra essa doença. Mas que importam esses dados? A camisinha não vale pela eficácia, ó materialistas prosaicos. Ela é um símbolo, a condensação elástica dos mais belos sonhos da utopia pansexualista, onde as criancinhas praticarão sexo grupal nas escolas, sob a orientação de professores carinhosos até demais (sem pedofilia, é claro), e nas praças os casais gays darão lições de sodomia teórica e prática, para encanto geral do público civil, militar e eclesiástico. De que vale a verdade, de que valem as estatísticas, de que valem as vidas dos ugandenses, diante de imagens tão radiosas da civilização pós-cristã que a ONU, o Lucis Trust, a mídia bilionária e todos os pseudo-intelectuais do mundo almejam para a humanidade? É em defesa desses altos valores que se ergueram gritos de revolta contra o Papa, esse estraga-prazeres, esse iconoclasta sacrílego.

Por fim, veio o documentário da BBC, onde o ex-cardeal Ratzinger é acusado de proteger padres pedófilos, determinando que fossem removidos de paróquia em vez de punidos. É claro que a coisa já estava pronta fazia tempo, aguardando a oportunidade política, que veio com os esforços de Bento XVI para restaurar a unidade da Igreja, algo que os apóstolos da nova civilização temem como à peste. A BBC, outrora uma estação respeitável, tornou-se uma central de propaganda esquerdista tão fanática e desavergonhada que o que quer que venha dela deve ser recebido a cusparadas, mas em todo caso vale lembrar que um padre formalmente condenado na justiça por pedofilia não tem como ser removido de paróquia, pois já está removido para a cadeia. Restam os padres meramente acusados, sem provas judiciais válidas. A mídia quer que a Igreja os castigue assim mesmo, a priori, à primeira palavra que se publique contra os desgraçados. O cardeal Ratzinger é acusado, no fim das contas, de não ter feito isso. É preciso toda a técnica cinematográfica da BBC para dar a impressão de que se trata de coisa imoral, até mesmo vagamente criminosa. Mas, nesses casos, a realidade não importa nada. A impressão é tudo.

Destaco esses três episódios só como amostras, no meio de um bombardeio multilateral, incessante e crescente, no qual só a estupidez voluntária pode enxergar uma simples confluência de casualidades, sem nenhuma coordenação ou planejamento.

Fonte: site de Olavo de Carvalho.

Diretora de ONG ugandense: distribuir preservativos não ajuda a sair da confusão

Apresentou seu testemunho em EncuentroMadrid

Por Patricia Navas

MADRI, segunda-feira, 30 de março de 2009 (ZENIT.org).- «Um preservativo não nos faz sair da confusão na qual vivemos, não nos faz protagonistas; só a pertença a Deus nos liberta dela», afirmou a fundadora e diretora da ONG de atenção a aidéticos em Uganda Meeting Point International, Rose Busingye, neste domingo, 29 de março, em EncuentroMadrid.

A especialista participou em uma mesa redonda titulada Uma nova laicidade: o protagonismo das obras, com a qual concluiu a sexta edição de EncuentroMadrid, encontro formativo-festivo anual organizado pelo movimento Comunhão e Libertação.

Este ano, EncuentroMadri congregou no Recinto de Feira Casa de Campo cerca de 15 mil pessoas, segundo a organização, entre 25 e 29 de março.

Com uma ampla experiência como enfermeira, Busynge considera que distribuir preservativos para combater a AIDS não ajuda as pessoas a saírem da confusão. Busynge assegura aos enfermos com os quais trata que o valor de sua pessoa é maior que o da doença e explicou sua experiência com alguns deles, que pediram para ser batizados após conhecer o cristianismo.

A enfermeira protagoniza o documentário Greater, ganhador do Babelgum Online do Festival de Cannes e Prêmio do Público no Festival 2007 de Nova York sobre Cinema e AIDS, que foi projetado durante o fim de semana no Teatro Auditório da Casa de Campo.

EncuentroMadrid também contou com o testemunho de protagonistas de outras iniciativas leigas, como o da presidente da Associação Famílias para a Acolhida, Belém Cabello, e o diretor do colégio Newman de Madri.

Em um campo mais teórico, o encontro contou com a intervenção de políticos, juristas e filósofos como o francês Remige Brague, que destacou que «a questão da laicidade se gera no seio do cristianismo».

Brague destacou que para que haja laicidade é preciso haver Igreja e Estado «e não há Igreja mais que no cristianismo». Também acrescentou que a Igreja foi uma instância secularizadora, pois o Império queria ser sagrado e produzir o sagrado.

Fonte: Zenit.

Preservativo não foi solução para AIDS na África do Sul

Um vídeo confirma as palavras do Papa

JOHANNESBURGO, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- Um novo site oferece documentários nos quais se mostra como é possível lutar contra a AIDS desde uma perspectiva cristã e mostra como, a partir da experiência sul-africana, o preservativo não está detendo a epidemia.

A iniciativa, recém-lançada na rede, publica os documentários audiovisuais, produzidos por Metanoia Media, «Semear entre lágrimas», merecedor de vários prêmios, assim como «Chegou a mudança», no qual se apresentam imagens e testemunhos inéditos dos ativistas católicos na luta contra a AIDS, na África do Sul e na Uganda.

Norman Servais, diretor da companhia de produção sul-africana, explicou à Zenit que «meu país, como se sabe, é a capital mundial da AIDS, de maneira que podem falar-nos de preservativos, se quiserem, mas nós lhes responderemos que não são a solução».

O bispo Hugh Slattery, de Tzaneen, na África do Sul, promoveu a produção destes vídeos como parte de um programa para responder à AIDS a partir de uma perspectiva católica.

Em uma entrevista com Zenit, Dom Slattery explica que o objetivo do segundo documentário consiste em mostrar que «a abstinência antes do casamento e a fidelidade no casamento deterão rapidamente a difusão da AIDS».

Um terceiro documentário da série, «Chamados a prestar ajuda», enfrentará o tema da «assistência aos enfermos, aos que vão morrer, e aos órfãos da AIDS», explica o produtor.

O quarto vídeo, que será divulgado ao final deste ano, mostrará «o casamento e a família como a autêntica solução à pandemia da AIDS».

Mais informação em The Change Is On!

httpv://www.youtube.com/watch?v=ErHLNc9F-UA

Fonte: Zenit. Ver também: Para combater a AIDS na África, é necessário sobretudo a educação em valores, considera o cardeal senegalês Théodore-Adrien Sarr.

Um dos maiores especialistas do mundo no combate à AIDS diz: “O Papa está certo”. Mas essa notícia foi devidamente sonegada dos leitores

Por Reinaldo Azevedo.

Há coisas que você jamais vai ler na imprensa brasileira porque, dada a sua “isenção” de propaganda, às vezes letal para a inteligência e a verdade, pouco importa a consideração de uma autoridade científica ou religiosa se o que elas dizem não coincide com a metafísica politicamente correta. Aceita-se a chamada pluralidade, mas sem exageros, é claro. Querem ver?

Vocês se lembram que, em Camarões — e, de fato, foi uma mensagem para o continente africano —, o papa Bento 16 afirmou que a distribuição maciça de camisinhas não era o melhor programa de combate à AIDS. E disse que o problema poderia até se agravar. A estupidez militante logo entendeu, ou fingiu entender, que Sua Santidade contestara a eficiência do preservativo para barrar a transmissão do vírus. Bento 16 não tratava desse assunto, mas de coisa mais ampla. Referia-se a políticas públicas de combate à expansão da doença. Apanhou de todo lado. De todo mundo. No Brasil, noticiou-se a coisa com ares de escândalo. Os valentes nem mesmo investigaram os números no Brasil — a contaminação continua alta e EM ALTA em alguns grupos — e no mundo. Adiante.

Se você pesquisar um pouco, vai saber que o médico e antropólogo Edward Green (foto) é uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard. Pois bem. Green concedeu uma entrevista sobre o tema. E o que ele disse? O PAPA ESTÁ CERTO. AS EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS CONFIRMAM O QUE DIZ SUA SANTIDADE. Ora, como pode o papa estar certo? Vamos sonegar essa informação dos leitores.

Em entrevista aos sites National Review Online (NRO) e Ilsuodiario.net, Green afirma que as evidências que existem apontam que a distribuição em massa de camisinha não é eficiente para reduzir a contaminação na África. Na verdade, ao NRO, ele afirmou que não havia uma relação consistente entre tal política e a diminuição da contaminação. Ao Ilsuodiario, assumiu claramente a posição do papa — e, notem bem!, ele fala como cientista, como estudioso, não como religioso: “O que nós vemos de fato é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento da AIDS. Não sabemos todas as razões. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação” — literalmente, nas palavras dele ao NRO: “Quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, freqüentemente perde o benefício (dessa redução) correndo mais riscos do que aquele que não a usa”.

Pois é… Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação. E diz que o grande fator para a queda é a redução de parceiros sexuais. Que coisa, não?

NÃO É MESMO INCRÍVEL QUE SEXO MAIS RESPONSÁVEL CONTRIBUA PRA DIMINUIR OS CASOS DE CONTAMINAÇÃO? Pois é… Critico as campanhas de combate à aids no Brasil desde o Primeira Leitura, como sabem. E, aqui, desde o primeiro dia. Há textos às pencas no arquivo. A petralhada que se pensa cheia de veneno e picardia erótica gritava: “Você quer impor seu padrão religioso ao país…” Ou então: “Você não gosta de sexo…” Pois é. Vai ver Harvard escolheu um idiota católico e sexofóbico para dirigir o programa…

Bento 16 apanhou que deu gosto. E apanhou pelo que não disse — e ele jamais disse que a camisinha facilita a contaminação de um indivíduo em particular — e pelo que disse: a AIDS é, sim, uma doença associada ao comportamento de risco e, pois, às escolhas individuais. Sem que se mude esse compartamento, nada feito.

Pois é… O mundo moderno não aceita que as pessoas possam ter escolhas. Como já escrevi aqui certa feita, transformaram a camisinha numa nova ética. E, como tal, ela é de uma escandalosa ineficiência.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo.