Aviso! Carta do Papa sobre o levantamento das excomunhões e a entrevista do bispo Williamson

O excelente blog La Buhardilla de Jerónimo (em espanhol) tem novidades: “O Papa enviará uma carta humilde e enérgica a todos os bispos”.

O blog transmite uma importante notícia publicada pelo vaticanista Andrea Tornielli (notícia em italiano aqui):

Será tornada pública, ao meio-dia de quinta-feira, uma carta de sete páginas que Bento XVI enviará a todos os bispos da Igreja Católica para abordar o caso do levantamento das excomunhões aos bispos lefebvrianos e às polêmicas decorrentes da entrevista emitida pelo bispo Williamson, negando à existência das câmaras de gás.

Aguardemos.

Ninguém imagine que não necessita de conversão

Que ninguém imagine que não precisa de converter-se: seria a maneira mais simples e infeliz de tornar inútil a ação, bem como o mistério de Cristo, o qual não veio para os saudáveis, senão para quem sabe se reconhecer como doente e necessitado. “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores”. (Lc. 5, 31-32).

Temos a Quaresma não para refletirmos se há ou não alguma coisa para ser mudada, senão para entendermos o que precisa ser mudado, porque alguma coisa para mudar, sempre há.

Este exame do próprio comportamento – mais ainda, essa resposta que, obviamente, é pessoal – em nosso comportamento quaresmal é um dever preliminar e irrenunciável.

Fonte: La Buhardilla de Jerónimo. Para ler o texto na íntegra, em espanhol, clique aqui.

O silêncio na liturgia

O site La Buhardilla de Jerónimo traduziu e publicou uma entrevista que o  monsenhor Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, concedeu à revista Radici Cristiane. O texto, na íntegra em espanhol, está aqui.

Para quem não sabe, monsenhor Guido se encarrega de preparar as cerimônias das quais o Papa participa, assim como todos os atos nas viagens ao exterior do Pontífice.

Transcrevo adiante em português trecho da entrevista que mais me chamou a atenção:

Qual é, em sua opinião, a importância do silêncio na liturgia e na vitalidade da Igreja?

Tem uma importância fundamental. O silêncio é necessário na vida do homem porque o homem vive de palavras e de silêncios. O silêncio é ainda mais necessário na vida do crente, que ali encontra um momento insubstituível da própria experiência do mistério de Deus. A vitalidade da igreja e, na Igreja, a liturgia, não estão subtraídos dessa necessidade. Aqui, o silêncio quer dizer escuta e atenção ao Senhor, a sua presença e a sua Palavra; e, junto a isso, implica a atitude de adoração. A adoração, dimensão necessária do ato litúrgico, expressa a incapacidade humana de pronunciar palavras, permanecendo “sem palavras” ante a grandeza do mistério de Deus e a beleza de seu amor.

A celebração litúrgica é composta por palavras, cantos, músicas, gestos… Também o silêncio e momentos de silêncio fazem parte dela. Se esses momentos faltaram, ou não foram suficientemente enfatizados, a liturgia não seria plena, porque estaria privada de uma dimensão insubstituível de sua natureza.