Mensagem do dia (10/09/2021)

Viver para Deus não significa porém, virar as costas para as coisas criadas: à profissão, ao progresso e bem-estar humanos; aos grandes empreendimentos da sociedade, da Igreja e da Pátria. Mas só devemos viver para essas coisas na medida em que, acima delas, acima de tudo quanto nos rodeia ou parece que se nos pede, o nosso olhar for mais longe e contemplar o essencial: Deus. É a Ele que tudo deve ser referido. É unicamente Deus que deve ser procurado em todas as coisas.

Padre Benedikt Baur.

Mensagem do dia (17/11/2019)

Nada mais ocupe agora os vossos corações e os vossos espíritos senão os preceitos divinos e os mandamentos celestes, por meio dos quais sempre o Espírito Santo vos animou a suportar os tormentos. Ninguém pense na morte, mas na imortalidade; nem no suplício transitório, mas na glória eterna.

São Cipriano de Cartago.

Mensagem do dia (05/05/2019)

Que simboliza o mar, senão o mundo atual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações e pelos turbilhões de uma vida caduca? E o que representa a margem firme, senão a perpetuidade do descanso eterno? Portanto, os discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da Sua ressurreição, fica na margem, uma vez que já ultrapassou a condição da fragilidade da carne.

São Gregório Magno (Papa).

Mensagem do dia (11/03/2019)

Deseja os dons celestes. Eleva-te pela chama do amor divino até Deus, que tão pacientemente suportou os teus pecados, te esperou com tanta longanimidade e te reconduziu à penitência com tal misericórdia, pelo perdão, a infusão da graça e a promessa da coroa eterna. Ele apenas te pede que Lhe ofereças, ou antes, que dele recebas para Lhe oferecer, o sacrifício de um espírito contrito, de um coração contrito e arrependido por amarga compunção, por uma confissão sincera e uma satisfação justa.

São Boaventura.

Mensagem do dia (26/03/2010)

Ó vós, misteriosa galáxia (…) Eu vos vejo, calculo, entendo, estudo e descubro, penetro e recolho. De vós eu tomo a luz e faço ciência, tomo o movimento e o torno sabedoria, tomo o brilho das cores e o torno poesia; recolho-vos, estrelas, em minhas mãos e, tremendo na unidade do meu ser, levanto-vos acima de vós mesmas e, em oração, ofereço-vos ao Criador, que somente por meu intermédio vós mesmas podeis adorar.

Enrico Medi.

Um exemplar entre os discípulos de Dawkins está grunhindo! Que gracinha!

Parabéns Richard Dawkins! O inimigo mortal dos babacas, trouxas e covardes teístas! Babam de raiva porque ele demonstra de forma racional e culta o absurdo na crença dessa farsa chamada Deus!

Por absoluta falta de tempo, eu ainda não havia escrito por aqui sobre ateísmo militante. Claro, há que se fazer uma diferenciação entre ateus e o ateísmo militante. A fé é um mistério; a ausência de fé, também o é. Tenho enorme respeito pela experiência individual de cada pessoa, e acredito que todos devemos ser compreensivos a esse respeito. Ninguém pode se considerar superior ou inferior a outrem em virtude de sua crença… ou da ausência dela. Não acreditar em Deus não é sinônimo, necessariamente, de indiferença para com o próximo ou de desinteresse para com as questões metafísicas. Isso pode acontecer em virtude de uma série de fatores.

Mas o ateísmo militante é uma aberração que tenta “sistematizar” um sistema de “não-crenças”, que por si só não possuem uma fundamentação comum. E é impressionante como o discurso é o mesmo, o da arrogância, prepotência, empáfia, que no fundo revelam um claro, óbvio, evidente complexo de inferioridade. Afinal de contas, se fossem tão superiores assim àqueles que acreditam em Deus, não precisariam de tanta publicidade para convencerem os outros… da própria inteligência e racionalidade: provariam isso refutando e debatendo. Na realidade, estão inconscientemente querendo convencer a si mesmos de sua pretensa superioridade intelectual, por se autoproclamarem “racionais” e “cultos”, como se todos os crentes do mundo fossem automaticamente “irracionais” e “incultos”.

É claro que o ridículo dessa gente ultrapassa todos os limites do bom senso e a atenção desmedida que recebem por parte da mídia só pode ser explicada pela total irracionalidade que tomou conta da cultura ocidental nas últimas décadas. Uma coisa é um ateu questionar a existência de Deus, tecer críticas, exigir esclarecimentos. Outra coisa, bastante diferente, é logo de saída rebaixar seus oponentes na discussão – coisa que Dawkins e sua laia fazem com bastante freqüência.

O comentário acima ilustra muito bem como funciona (ou não funciona…) o cérebro de um miltante ateísta. Como já dizia Chesterton, quando a pessoa deixa de acreditar em Deus, passa a acreditar em qualquer tolice. O mané aí apenas trocou a adoração a Deus pela adoração a um idiota como Dawkins.

A partir daí, rebaixa aqueles que pensam de outra forma: taxa-os de “babacas, trouxas e covardes teístas”. O nível de indigência intelectual do sujeito é tão alarmante, que coloca num mesmo balaio todos aqueles que crêem na existência de Deus ou do transcendente, como se tudo fosse a mesma coisa. Pode até ser sim, mas para pessoas completamente tomadas pelo ateísmo fanático.

O mais patético é o raivoso aí dizer que os “teístas” (???) é que “babam de raiva”. Ora, insultar de forma gratuita o adversário com tais termos utilizados no comentário é o quê? Para uma mentalidade tão inculta e primitiva, deve fazer parte de suas regras de etiqueta. Claro, claro, os outros é que babam de raiva. Esse aí é um gentleman. Bem, quem sabe lá na pocilga de onde veio ele realmente o seja…

Dawkins é uma farsa. Ele não demonstra nada, não sabe e nem quer saber o que seja a diferença entre imanência e transcendência. Obviamente, também não dá para esperar isso de alguém que lambe seus sapatos. Dawkins não tem cultura nenhuma para analisar e refutar argumentos filosóficos. Pode ser que no seu campo de conhecimento, Dawkins tenha sua relevância e méritos; mas nesse debate, sobre a existência ou não de Deus, o que faz é apenas aparecer e seduzir tietes descerebradas, pois seus conhecimentos a respeito são ridículos.

O grau de incultura de Dawkins pode ser medido em artigo publicado na Folha de São Paulo (sempre ela…) de 25/08/2007. Vejam como se inicia o texto:

A América, fundada em meio ao secularismo como farol do iluminismo do século 18, está se tornando vítima da política religiosa –uma circunstância que teria chocado seus fundadores.

Não pretendo analisar o artigo em sua totalidade aqui neste post, mas apenas sua frase inicial, que já é suficiente para demoli-lo por inteiro. E por quê? Ora, Dawkins está partindo do pressuposto que os Estados Unidos foram fundados como nação “laica” e que isso quer dizer que a religião não teve papel relevante na origem do estado americano. E a partir desta “constatação”, profere absurdos tais como os religiosos atribuírem “mais valor a células embrionárias que a pessoas adultas” ou então comparar a direita religiosa norte-americana ao Talebã – quantos atentados os militantes conservadores praticaram, mesmo? Para a mentalidade “pogreçista” de Dawkins, estado laico é aquele que exclui a religião dos debates públicos, ou seja, todos os pontos de vista são lícitos, menos os que tenham alguma fundamentação religiosa. Os Estados Unidos, garante Dawkins, foram fundados “em meio ao secularismo”, portanto sempre mantiveram a religião afastada dos debates políticos, e isso expresso pelos próprios “Founding fathers”. E aí está seu erro abismal.

Dawkins não sabe a diferença entre a tradição iluminista inglesa, inspiração para a independência norte-americana e para a fundação do país, e a tradição iluminista francesa, de onde brotou a revolução francesa. A primeira jamais negou as raízes cristãs da civilização ocidental e da própria Inglaterra. O iluminismo francês, de Voltaire, Diderot e companhia, é que é anticlerical e “secularista” no sentido de excluir a religião da política até o último fio de cabelo. A fundamentação da declaração de independência e da constituição dos Estados Unidos é claramente bíblica, conforme demonstrado por Benjamin F. Morris no livro The Christian Life and Character of the Civil Institutions of the United States. Claro que Dawkins não leu esse livro para refutá-lo, porque ele é o tipo do sujeito que só lê o que lhe convém.

Este, portanto, é um pequeno mas significativo exemplo da má fé do cara, que parte de um pressuposto completamente equivocado para, a partir disso, desenvolver seu “raciocínio”. Este é o ídolo cultuado pelo comentarista aí de cima, que chama a Deus de “farsa”. Deve ser efeito de alguma coisa que botaram na lavagem dele, coitadinho.

Para encerrar este post, uma citação de Chesterton…

Doutrinas espirituais na verdade não limitam a mente como fazem as negações materialistas. Mesmo que eu creia em imortalidade eu posso não pensar sobre isso. Mas se eu descreio na imortalidade eu devo não pensar nisso.

No primeiro caso, a estrada está aberta e eu sigo por ela até onde eu desejar; no segundo caso, a estrada está fechada.

… e link para textos de Olavo de Carvalho a respeito:

Richard Dawkins ou da puerilidade científica

Por Tibiriçá Ramaglio.

Não tenho a menor simpatia por eventos literários como a Flip, a Feira Literária de Parati. Considero que eventos como esses são perfeitamente análogos ao Salão do Automóvel, embora não se possa estabelecer uma sólida analogia entre romances e automóveis, contos e motocicletas, mesmo que todos eles sejam meios de transporte.

Porém, se sou contrário à Flip em teoria, sou ainda mais contrário na prática, na medida em que um evento como esse, num país como o nosso, acaba fatalmente se transformando numa celebração da corriola. – Que corriola?, quer saber o leitor. Ora, aquela mesma que se celebra cotidianamente, ainda que para isso não seja necessário realizar nenhum evento especial.

Alguém tinha dúvida de que, depois de ter lançado seu medíocre romance no começo deste ano, Chico Buarque dominaria a cena da Flip realizada no meio desse mesmo ano? É o mesmo que duvidar que o casamento de Gisele Bundchen tenha se transformado na capa da revista Caras na semana subseqüente a sua celebração.

Enfim, no que me toca, um evento como a Flip está destinado a ser algo que só pode estar aquém do que se projetou que fosse, devido a um vício originário no próprio projeto de um evento desse tipo. O resultado, por conseguinte, será sempre uma celebração de celebridades midiáticas e uma efeméride voltada para os aspectos efêmeros e superficiais da literatura, se tanto.

Mas a Flip deste ano conta com um elemento que transforma a minha indiferença em clara antipatia pelo evento: a presença de Richard Dawkins, o arauto do ateísmo. Ao meu ver, Dawkins é, antes de mais nada, um traidor da teoria de Darwin, que ele proclama como tese, quando, para ter cientificidade, ela não pode deixar de ser hipótese, pois a certeza científica, por definição, não pode ser definitiva.

O grau de certeza com que Dawkins apregoa a inexistência de Deus é puramente midiático. Só nas manchetes dos jornais e nas chamadas da propaganda se têm certezas tão peremptórias. Mas se isso não bastasse para demonstrar a presença de espetacularidade e a falta de cientificidade do pensamento dawkinsiano, eis uma foto do demiurgo publicada da revista Veja desta semana, em que Dawkins se encontra na porta de um ônibus londrino, que ostenta o seguinte cartaz publicitário: “There’s probably no God. Now stop worrying and enjoy your life.” (Deus provavelmente não existe. Portanto, pare de se preocupar e aproveite a vida.)

Deixemos de lado o fato de Dawkins se comprazer em posar como garoto propaganda da causa ateísta e vamos pôr em foco somente a proposta feita pelo texto do cartazete, para não nos estendermos demais. Sinceramente, eu até acho bacaninha a tentativa de trazer uma discussão metafísica desse calibre para os meios de comunicação de massa, mas infelizmente a massa não tem se mostrado o fórum mais adequado para a solução de problemas dessa natureza.

Começo, então, pelo “probably”, lembrando que as probabilidades, tais quais a calculou Pascal ao formular sua aposta, são de 50%, o que já deveria invalidar a proposta como um todo. Supondo que não a invalide, por que eu deveria deixar de me preocupar? Lamento, mas me parece que minha preocupação, nesse caso, faz parte integrante da minha possibilidade de aproveitar realmente a vida como o que sou: um homem.

Se me tirarem o prazer de especular sobre a existência de um Criador, estão me tirando em sua totalidade a minha faculdade de refletir. Afinal, se não devo me preocupar com as minhas origens, também não devo me preocupar com o meu fim e já não importa, então, quem eu sou ou o que faço aqui, como também não contam a minha história pessoal e a história nacional e universal em que ela se insere.

A natureza do “aproveitar” que se encontra nessa proposta é completamente alienante, ou antes é a de um aproveitamento exclusivo do presente, do aqui e do agora, típico do discurso publicitário, que visa apenas a atiçar a impulsividade animal do consumidor: “este é o momento, que gostoso que é!” ou ainda “isto é que é, Coca-cola!”.

Trata-se de um aproveitar instintivo e animalesco, como o que todos os animais aproveitariam, mas que efetivamente não aproveitam, pois se trata de um aproveitar uma vida que, supostamente, seria feita só de prazeres, não fosse ela perturbada pela dor (entre as quais a proposta inclui a existência de Deus). Em resumo, trata-se de uma proposta cujo apelo não passa de pueril. De um apelo a aproveitar a vida na Terra do Nunca. Será que uma proposta assim pode mesmo ser feita por alguém que se pretende um cientista?

Fonte: Observatório de Piratininga.