Documento indica que papa Pio XII mandou socorrer judeus

O papa Pio XII (1939-1958) ordenou que os mosteiros dessem cobertura aos judeus perseguidos pelos nazistas, segundo um documento de 1943 achado num convento de freiras agostinianas de Roma, informou nesta quarta-feira a Rádio Vaticano.

Segundo a fonte, uma nota extraída do “Memorial das Religiosas Agostinianas do Mosteiro dos Quatro Santos Coroados de Roma” traz a seguinte mensagem: “O Santo Padre quer salvar todos os seus filhos, também os judeus, e ordena que os mosteiros deem hospitalidade a estes perseguidos”.

O documento inclui ainda os nomes de 24 pessoas que foram recebidas pelo convento.

“Trata-se de um documento muito importante, já que é escrito” à mão, o que confirma os vários testemunhos orais sobre o trabalho de Pio XII a favor dos judeus durante a perseguição nazista, destacou hoje à Rádio Vaticano o jesuíta Peter Gumpel, postulante da causa de beatificação do falecido papa.

Pio XII, que liderou a Igreja Católica de 2 de março de 1939 a 9 de outubro de 1958, é acusado de antissemitismo por muitos historiadores e líderes judeus por não ter enfrentado com força suficiente o regime de Hitler, algo sempre negado pelo Vaticano.

Gumpel acrescentou que, naqueles anos de perseguição (do nazismo) de “situações como as que eram vividas em Roma, uma pessoa prudente não colocava muitas coisas por escrito, já que havia o risco de elas caíssem nas mãos dos inimigos e de serem adotadas medidas ainda mais hostis contra a Igreja Católica”.

“A obra de salvamento de Pio XII, confirmada também por fontes judaicas, foi feita mediante mensagens pessoais, mediante sacerdotes que eram enviados a instituições e casas católicas de Roma, à universidade, aos seminários, às paróquias e aos conventos de freiras, sempre com a mensagem ‘Abram as portas a todos os perseguidos pelo nazismo'”, o que significava ‘primeiro, os judeus'”, afirmou Gumpel.

O jesuíta reiterou que o novo documento desarma todos aqueles “que de maneira persistente querem denegrir Pio XII e toda a Igreja Católica”. Além disso, declarou esperar que o papa Bento XVI assine o decreto que abrirá caminho para a beatificação de um de seus antecessores.

Fonte: Terra / Agência Efe.

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