Mensagem do dia (19/04/2022)

«Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram.» Enganas-te, mulher; pensas que Cristo foi levado do túmulo por outros e que não ressuscitou pelo seu próprio poder. Mas ninguém retira o poder a Deus, ninguém retira a sabedoria a Deus, ninguém Lhe retira a venerável castidade. Cristo não foi levado do túmulo de justiça e de intimidade da Virgem, nem do segredo da sua alma fiel; e, mesmo que haja quem queira apoderar-se dele, tal não é possível.

Santo Ambrósio.

Mensagem do dia (18/12/2020)

Maria Santíssima, inflamada na mais alta caridade desde o primeiro instante da sua conceição, desejava ardentemente a vinda do Messias para a redenção do gênero humano, porém depois que teve ventura e glória inefável de conceber em seu castíssimo ventre o mesmo Redentor divino, quem pode explicar quais foram os transportes do seu coração? Com que veemência desejava ver já nascido o Verbo encarnado para que Deus fosse glorificado, e os homens livres da tirania do demônio e do pecado, em que há tanto tempo gemiam! Suspirava sem cessar por este ditoso momento; era ele o objeto dos seus votos e ânsias.

Padre Martinho António Pereira da Silva.

Mensagem do dia (19/03/2017)

Cristo, que é a fonte, sentado ao pé do poço, faz jorrar milagrosamente, nesse mesmo lugar, as águas da misericórdia; e uma mulher que já tinha tido seis amantes é purificada pelas torrentes de água viva. Que grande maravilha: uma mulher leviana, que vem buscar água ao poço da Samaria, vai-se embora casta, depois de beber da fonte de Jesus! Tendo vindo buscar água, regressa com a virtude: confessa de imediato os pecados a que Jesus alude, reconhece a Cristo e anuncia o Salvador.

São Máximo de Turim.

Mensagem do dia (12/09/2016)

Creio, ó Maria, que sois a Mãe de todos os homens. Creio que não há outro nome, fora do nome de Jesus, tão transbordante de graça, esperança e caridade para aqueles que o invocam. Creio que vossa beleza afugenta todo movimento de impureza e inspira pensamentos castos.

São Gabriel Possenti.

Mensagem do dia (23/11/2011)

Vossos filhos devem participar da disciplina de Cristo; devem aprender quanto vale perante Deus o sentimento humilde, como é apreciado o amor casto e como é sublime e belo o temor de Deus, que santifica a todos os que andam em reta intenção. Ele é o perscrutador dos pensamentos e planos íntimos. Seu sopro está em nós; ele o retira, quando lhe apraz.

São Clemente (Papa).

Mensagem do dia (15/12/2010)

A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, na sua unidade de corpo e alma. Por isso a castidade é imprescindível para o seguimento de Cristo, para o respeito aos outros e para uma ordem social justa, na qual o corpo e os sentimentos – e com eles a pessoa – não se convertam em meros instrumentos de prazer.

Pablo Cabellos Llorente.

Tentativa de intimidação por parte de militante gayzista

Um sujeito que se identifica como “Reverendo Márcio Retamero” envia comentário ao post Escândalo: PUC Minas promove homossexualismo em curso de extensão:

Cheguei até este site pela indicação do Professor Dr. Luiz Mott. Não estou surpreso com o que até aqui li! Não estou surpreso porque o fundamentalismo religioso cristão homofóbico que este site promove, vergonhoso, é exatamente o mesmo, dos sites e outras mídias fundamentalistas evangélicas. Aliás, essas tem debatido muito acerca do Acordo Brasil Vaticano, claro que estão se posicionando contra – e pasmem – estão lembrando que o Estado é laico! Quando é conveniente, os fundamentalistas cristãos lembram do princípio da laicidade do Estado! É claro que eles, os fundamentalistas evangélicos, deviam ser mais claros como vocês, católicos, que se possível fosse, faria de cada Estado da Terra uma teocracia administrada pelo “Santo Padre”, o Papa. Mas não me engano que o objetivo deles, ainda que estrategicamente oposto ao dos senhores católicos fundamentalistas, é o mesmo, pois eles também querem um Estado cuja Constituição seja as Escrituras.

O que vocês fazem aqui neste site, é um problema de vocês! Liberdade de expressão é um direito garantido pela Constituição do nosso país. Contudo, não pensem que liberdade de expressão é o direito de escrever o que quer, jogar lama sobre quem quer, salvo conduto pra desumanizar pessoas. Vocês infringem o Artigo 5º da Constituição da nossa Federação ao promoverem o discurso da desigualdade. Ferem também o direito constitucional da liberdade religiosa, pois esta também não é passaporte pra disseminar valores contrários aos Direitos Humanos.

Sabe o que vou articular a partir de agora, que conheço o conteúdo do site de vocês? Vou articular com o Movimento Homossexual Brasileiro, com o Ministério Público Federal, com as ONGs promotoras dos Direitos Humanos, para que façamos algo no campo do Direito contra o que vocês aqui pregam. Júlio Severo fugiu do Brasil, não sei se o editor de vocês tem algum lugar pra se esconder também. O que não pode continuar é essa disseminação xiita católica contra pessoas, seres humanos.

Parabéns à PUC MG, parabéns aos Jesuítas envolvidos neste tão belo e consciente trabalho.

Chorem, carpideiras!

Fica o registro de comentário tão “nobre”, “humanista” e “libertário”. Peço agora a atenção de todos, porque o assunto é muito sério.

Aqui neste site, em momento algum perseguiu-se determinada pessoa ou grupos de pessoas por suas condutas sexuais. O que as pessoas fazem em sua privacidade é algo de sua intimidade, não deve ser policiado ou punido pelo estado. JORNADA CRISTÃ não defende a criminalização de determinadas condutas morais pelo fato de serem pecaminosas – não somente o homossexualismo, mas também o adultério, por exemplo. Pessoalmente, não considero correto o estado legislar sobre a intimidade de ninguém. O próprio Vaticano recentemente se pronunciou contrário à criminalização do homossexualismo.

Entretanto, anunciar aos quatro ventos que homossexualismo é uma prática natural, que deve em si mesma ser respeitada, promovida e elevada ao mesmo patamar das relações heterossexuais monogâmicas, é pecado muito mais grave que o pecado do homossexualismo! Trata-se de inverter a lógica cristã, como já escrevi aqui anteriormente, e transformar um vício em uma virtude! É isso o que foi criticado aqui, e vai continuar sendo: sob a ótica cristã, homossexualismo é pecado, e não pode ser considerado pelos cristãos como sendo bom; é intrinsicamente mau e pecado gravíssimo contra a castidade.

O que o sr. reverendo quer simplesmente é: calar a minha boca. E calar a boca de todos aqueles que não aceitarem a naturalidade do homossexualismo. Isso é a ditadura gay. Eles terão todos os direitos: direito a criticar a Igreja Católica, a falar mal da família tradicional, a difamar a monogamia, a ridicularizar a santidade do matrimônio. Aos católicos e cristãos em geral restará o “direito” de abaixarem a cabeça, aceitarem e se sujeitarem ao que a Bíblia chama abominação (Levítico 18,22: Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação). Claro que a Bíblia do sr. reverendo é diferente da minha… A Igreja dele é “reformada”…

Segundo o reverendo, ele chegou até este blog por indicação do maior líder do movimento gay brasileiro, o sr. Luiz Mott (quem quiser saber mais sobre esse senhor, sugiro a leitura deste texto, longo, porém bastante elucidativo, além de artigo de Olavo de Carvalho a seu respeito).

E em sua mentalidade totalitária, o sr. reverendo promete “articular” (típico vocábulo empregado pelos militantes de esquerda) Ministério Público, movimento gay, Ongs… Eu não imaginava ser tão perigoso! Uau! Eu não imaginava ser tão importante assim, sr. reverendo! Muito me lisonjeia tamanha “articulação” contra a minha pessoa! Então, o senhor pretende colocar todo mundo contra mim, senhor reverendo? E qual a acusação? Ser fiel ao Magistério da Igreja? Ser fiel à Bíblia?

O que faço neste blog é, unicamente, seguir o Magistério da Igreja Católica. Reproduzir o que a Igreja Católica ensina. E é isso o que a Igreja Católica ensina sobre o homossexualismo:

Castidade e homossexualidade

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (1) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (2). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã. (Grifos meus)

(1) Gn 19, 1-29; Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 9-10; 1 Tm 1, 10.

(2) Congregação da Doutrina da Fé, Decl. Persona humana, 8: AAS 68 (1976) 95.

O reverendo deveria então acionar o Ministério Público não somente contra mim, mas também contra todas as Dioceses da Igreja Católica no Brasil. E deveria exigir a retirada de circulação de todas as edições da Bíblia e do Catecismo da Igreja Católica das livrarias e bibliotecas.

Também o reverendo deveria, por questão de coerência, processar todos os bispos, padres e leigos católicos que porventura façam qualquer comentário em oposição às práticas homossexuais.

Por que o senhor reverendo, tão valente, não aproveita e processa a Igreja Católica inteira? O sr. me acusa de ser fundamentalista? Então, a Igreja Católica também é. Não estou inventando nada: apenas sigo esses ensinamentos, os quais o senhor taxa de “homofóbicos”.

E lembro ao senhor reverendo: acusar alguém de crime sem apresentar provas é crime. Prove que estou violando o artigo 5º da Constituição. Prove que estou indo contra “direitos humanos” – existe o direito a pecar? Ser simplesmente contra atos homossexuais e manifestar em público sua opinião, e pelo bem dessas pessoas, advertindo-as de seu pecado e dos riscos dessa prática, é desumanizar alguém? Claro que o senhor quer me intimidar é para me calar, pois não é capaz de refutar o óbvio: homossexualismo é pecado, grave, que provoca a repulsa de Deus (a Bíblia diz claramente: abominação).

Se quer me acusar de ódio e perseguição aos homossexuais, que leve consigo as provas. Este é um aviso e não estou brincando.

A intimidação já começou. E de uma pessoa que não aceita críticas a seu comportamento. Que utiliza da ameaça para intimidar seus adversários ideológicos.

Repetindo sempre: amor ao homossexual. Repulsa e ódio ao homossexualismo, pecado gravíssimo e passível de condenar o pecador para sempre ao inferno. A maior prova de amor que podemos dar é dizer a verdade, alertando a todos para o mal. Para que todos se convertam e tenham a vida eterna.

E este comentário é a demonstração evidente de que o movimento gay não existe para proteger os direitos dos homossexuais: existe para impor uma agenda politicamente correta anticristã e obter poder e privilégios.

Respeitar qualquer pessoa, independentemente de seu pecado, orando sempre por sua conversão. E denunciar o mal em nosso meio. Essa é a missão de um verdadeiro cristão. Esta é a missão deste blog, e assim continuará sendo, quer o senhor reverendo queira ou não queira.

E isso, sr. reverendo, é o mesmo que o saudoso Padre Tonico, a quem o senhor disse ter conhecido pessoalmente, ensinava, como padre que era fiel ao Magistério Católico.

Quanto aos parabéns que o sr. dá à PUC/Minas… Isso realmente diz muita coisa.

E sugiro que o senhor processe também (agradeça-me, pois estou poupando-lhe do “nobre” trabalho de vigiar seus desafetos para então posteriormente ameaçá-los):

  • Toda a equipe do site Veritatis Splendor (texto: Sofismas mais comuns do mundo gay, entre outros).
  • O padre Luiz Carlos Lodi, do Pró-Vida de Anápolis (texto: O vício contra a natureza, que define muito bem a prática do homossexualismo, entre outros).
  • O jornalista Olavo de Carvalho (texto: Conseqüências mais que previsíveis, entre outros).
  • A Associação Cultural Montfort (texto: Condenações contra o homossexualismo, entre outros).
  • O padre João Carlos Almeida, ou padre Joãozinho (entrevista onde o sacerdote afirma “é preciso não se deixar contagiar por essa cultura gay” e “o homossexual está homossexual, ele não é homossexual, no coração de Deus ele é heterossexual. Ele tem uma condição, um limite humano que nós não sabemos tratar ainda direito”).
  • O bispo Dom Redovino Rizzardo (artigo: Quem são os discriminados?, onde escreve: “[A] partir da vigência do decreto de lei [PL 122/2006], além dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal a todos os cidadãos brasileiros, os homossexuais terão privilégios e benesses que derivam de sua opção sexual. Em contrapartida, todos aqueles que não se conformam com comportamentos homossexuais, deverão silenciar ou preparar-se para ocupar uma cela em algum presídio do país”).
  • O padre Luiz Antonio Bento (que afirma neste texto o óbvio: “Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou querer dar a elas o mesmo valor dado matrimônio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do patrimônio comum da humanidade”).
  • O prof. Felipe Aquino (que publicou em seu blog, entre outros artigos, o texto, obviamente “homofóbico” para o sr., Mulher criada por homossexual dá seu testemunho. Veja como se inicia o artigo: “Uma mulher canadense que foi criada em um lar homossexual se dedica agora a assistir a outras pessoas que atravessam a mesma situação e a pedir aos governos do mundo que protejam o matrimônio entre homem e mulher”. Um horror, não é mesmo sr. reverendo? Afinal, a verdade não deve ser dita, mas sim apenas o que convém ao movimento gay).
  • O padre Roger Luís (que em palestra disponibilizada aqui, proferida na comunidade Canção Nova, afirmou o seguinte: “Nossos filhos estão morrendo nas garras de satanás, nas baladas, nas drogas, no homossexualimo, lesbianismo”. Aliás, o senhor deveria processar a Canção Nova inteira, o que acha da idéia?).
  • Por que o senhor reverendo não aproveita e processa o Vaticano, também (arcebispo Angelo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou: “o casamento gay é um mal”)?
  • Aproveite e peça na justiça o bloqueio do site da NARTH – Associação norte-americana de pequisa e terapia da homossexualidade.
  • E não se esqueça do professor universitário Antônio Carlos, que testemunhou publicamente sua libertação do homossexualismo. Denuncie-o como “traidor do movimento gay”.

Cito apenas alguns exemplos de católicos fiéis ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e ao Magistério da Igreja Católica no que diz respeito ao assunto “homossexualismo” (exceção feita a NARTH).

O senhor e seus colegas “articulados” ficam vagando pela internet, buscando sites e pessoas que exponham opiniões divergentes com o objetivo de intimidá-las e ameaçá-las? É essa a sua prática, senhor reverendo? O senhor pretende processar e mandar todo mundo pra cadeia, senhor reverendo? Ou o senhor vai escolher quem o senhor e sua sanha de poder for capaz de destruir, esmagar, aniquilar, para satisfazer um prazer pessoal? O senhor chama isso de justiça, senhor reverendo?

O senhor e seus amiguinhos “articulados” não têm mais o que fazer, senhor reverendo?

Combatendo o pecado (homossexualismo), amando o pecador (homossexual)

Recebi o seguinte comentário, sobre o qual achei por bem respondê-lo com a devida atenção:

Sou extremamente católica e tenho amigos gays. Antes de saber via neles pessoas boas, com muitas qualidades e merecedoras do meu respeito, quando eu soube continuei a respeitá-los do mesmo modo porque continuei a vê-los exatamente do mesmo jeito. Sei que eles passaram por muitos sofrimentos e humilhações, e ainda hoje guardam marcas disso, por isso não posso crer que ser homossexual seja simplesmente uma escolha deles, pois ninguém escolhe sofrer e ser humilhado só para afrontar a sociedade e viver na sem-vergonhice como muitos julgam. Uma vez um desses amigos me disse “Não gosto quando dizem que ser gay é uma opção sexual, como se eu seguisse por um caminho e de repente tivesse a minha frente duas estradas e tivesse que escolher: Agora eu vou gostar de mulher ou agora vou gostar de homem. Se eu pudesse escolher escolheria me casar, ter filhos e netos, uma família tradicional. Mas se eu fizer isso estarei sendo hipócrita.” Não estou aqui para defender os gays, mas também não acho que seja meu direito condená-los como tenho visto ser feito até agora. Jesus em sua infinita sabedoria sempre respeitou a todos, mesmo aqueles que cometiam os piores pecados e eram desprezados pela sociedade da época ainda que não se convertessem. Muitas vezes ele os repreendeu sim, mas sempre mantendo o respeito e outras vezes ele acolheu aqueles que o procuravam buscando ajuda e fez com que se convertessem somente pelo amor. Promover o respeito aos homossexuais não significa promover o homossexualismo, significa promover o respeito ao ser humano, um princípio cristão. Pensamentos e atitudes intolerantes não condizem com a mensagem de Cristo e não farão com que os homossexuais mudem. Pelo contrário, só servem para afastar da Igreja as pessoas que talvez mais precisem dela. Jesus não faria isso! Julgar não é nosso papel, deixemos isso com Deus. A nós cabe somente respeitar, como eu disse, não o gay ou a lésbica, mas o ser humano que existe por trás deles.

Você, que se diz “extremamente católica”, leia o que o Catecismo da Igreja Católica diz sobre o homossexualismo – já que é “extremamente católica”, deve ter um exemplar em casa. Se não tiver, te dou uma ajudinha: o site do Vaticano oferece o conteúdo completo do Catecismo (aqui). Especificamente sobre homossexualismo e homossexuais, clique aqui para ler o que a Igreja ensina a respeito (confira os parágrafos 2357 a 2359).

Por que devemos promover o “respeito” aos homossexuais, como se eles fossem tão diferentes assim de qualquer outro ser humano? Por que não promover o respeito integral ao ser humano, independente dos seus pecados? Porque esse discurso de “tolerância” não é aos gays, mas sim à prática homossexual, como se essa prática fosse normal e tivesse que ser respeitada. Jesus ensinou o amor aos pecadores, não amor ao pecado.

Ninguém deve ser desrespeitado por ser gay; mas nenhum pecado pode deixar de ser veementemente condenado. Não entro no mérito se “a condição homossexual” é passível de escolhas ou não; entretanto, praticar atos homossexuais é escolha sim. Este amigo que se recusa a aceitar que somos livres para decidirmos pecar ou não se recusa a aceitar que há um caminho de escolhas para os atos dos seres humanos; ele se recusa a perceber que somos livres para escolhermos entre o bem e para o mal.

A Igreja convida os homossexuais à castidade, não a que se tornem heterossexuais – mesmo porque nem todas as pessoas têm vocação para o casamento. Ter atração sexual por pessoas do mesmo sexo não é pecado; pecado é dar vazão a esses instintos, é praticar atos homossexuais, que são por definição contrários à natureza.

“Ah, mas é muito difícil ser casto”… Ninguém aqui está falando que seja fácil, nem a Igreja diz isso. Não estamos falando de “fácil ou difícil”, mas sim de “certo ou errado”. Para Deus, tudo é possível.

Você se confunde toda: diz que não está aqui para “defender os gays”. Ora, mas é exatamente isso que você deveria fazer! Todos nós temos que defender os gays por exemplo da violência física a que estão sujeitos ao procurarem garotos de programa desconhecidos e levarem-nos para seus lares; do desrespeito a sua própria humanidade ao se deixarem levar por paixões estéreis; e, principalmente: defende-los espiritualmente do pecado! Orientá-los para seu próprio bem, para que tenham uma saúde física melhor abandonando a promiscuidade, para que sejam realmente felizes afastando-se de relacionamentos fugazes e, por fim, para que sejam libertos do pecado e alcancem a salvação. Onde você viu os gays sendo “condenados”? Só quem pode condenar é Nosso Senhor Jesus Cristo. E Ele nos julgará a todos conforme nossas obras…

O fato é que você ignora a pressão política do movimento gay, que não existe para defender homossexuais de supostas perseguições, mas simplesmente aponta suas armas contra aqueles que sustentam pontos de vista divergentes em defesa da família e contra a prática do homossexualismo. Esses grupos buscam promover abertamente o pecado como sendo uma virtude – pior ainda: silenciando quem pensa diferente através da intimidação e pressionando para aprovar leis que criminalizem seus adversários ideológicos.

A posição de JORNADA CRISTÃ é clara: contra a promoção da prática do homossexualismo como “direito humano”, especialmente nas escolas, para as crianças. E a proposta do curso a que se refere este post foi essa – pior: o curso foi patrocinado por uma universidade católica! Para quem estiver totalmente desinformado a respeito do movimento gay, sugiro a leitura do blog de Julio Severo.

Sobre o pecado do homossexualismo, veja o que São Paulo nos escreve:

Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus. Ao menos alguns de vós têm sido isso. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus. Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.

Leia todo o capítulo 6 da Primeira Carta aos Coríntios e reflita sobre o assunto! É seu dever alertar a seus amigos homossexuais da gravidade do pecado que é a prática de atos homossexuais. Você, “extremamente católica”, tem então a obrigação de ajudar seus amigos, conforme o que diz a Bíblia e conforme a Igreja Católica sempre ensinou através de seu Magistério.

Quanto à intolerância com o pecado, o próprio Jesus assim sempre procedeu, e é uma atitude cristã libertar as pessoas do pecado, ainda que utilizando palavras duras. Jesus fez assim: repreendia os pecadores às vezes com ternura, às vezes com a rispidez necessária – e às vezes com violência, como no caso dos vendilhões do templo.

Você vem com essa conversa fiada de “julgar não é nosso papel”, confundindo as coisas, pois alertar o pecador de seu pecado é nosso dever, veja o que diz Nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 18,15-18:

Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu.

Quanto a “afastar da Igreja as pessoas…”, quem precisa realmente da Igreja sabe que será sempre acolhido por ela. Todos somos pecadores; o que não podemos é aceitar o pecado com naturalidade, como se fosse algo normal – como se o pecado não fosse pecado. Está na hora daqueles que se dizem “extremamente católicos” saberem de uma coisinha: não é a Igreja que deve se adequar à modernidade, para agradar a todo mundo e desagradar ao próprio Deus; a Igreja deve permanecer firme, como farol da verdade, como luz para o caminho de todos os pecadores, sejam quem forem eles – ou seja: todos nós.

Carta aberta ao Pe. Fábio de Melo

Por Gustavo Souza.

Reverendíssimo Pe. Fábio de Melo,

Em primeiro lugar, conceda-me a sua bênção!

Escrevo-lhe para fazer algumas observações e questionamentos a respeito das suas colocações durante uma entrevista recentemente concedida ao Programa do Jô.

Caso não saiba, algumas das suas declarações geraram grande indignação entre os católicos. Sobretudo nos blogs e sites católicos multiplicaram-se as críticas e manifestações de repúdio a algumas de suas posições expressas na citada entrevista. Sem dúvida, houve diversas respostas adequadas e enriquecedoras; contudo, parece que essas felizes colocações soçobraram ante uma avalanche de afirmações imprecisas, imprudentes e, em alguns casos, incorretas.

Uma das suas primeiras assertivas, que a mim causou muito espanto e preocupação, foi a de que “precisamos nos despir dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema”. De fato, “donos” da verdade nós não somos. Mas nós a conhecemos! A Verdade é Cristo, e não há outra. Afirmações da natureza desta que o senhor proferiu induzem as pessoas a crer que a verdade é relativa ou até mesmo que não existe. Quando, na realidade, nem uma coisa nem outra procedem. Foi à Igreja que Cristo confiou a missão de ensinar e zelar pela Verdade. Quando, muitas vezes, pessoas imbuídas de um espírito de falso-ecumenismo admitem que todo aquele que prega diferente da Igreja, está ‘certo dentro da sua realidade’, está-se falseando a autêntica Doutrina, segundo a qual a verdade é objetiva, acessível, única, eterna (vide Tomás de Aquino, in De Veritatis). Outrossim, ao falar em uma “verdade suprema”, subentende-se que há uma ou mais verdades inferiores, submissas. O que não é também correto. Se existe uma, e somente uma, verdade, não há porque falar em verdade “suprema”. Fazendo uso de uma associação lógica, se – como diz o adágio latino – ubbi Ecclesia, ibbi Christus (onde está a Igreja, aí está Cristo); e se Cristo é a Verdade (Jo 14,6); então a Verdade está na Igreja. Por acaso é arrogante, feio ou pecaminoso apontar aos homens aquilo que eles às apalpadelas procuram há séculos? Se os homens estão sedentos de Verdade não podemos nós saciar-lhes mostrando onde ela se encontra?

E como explicar que, ao falar da condição adâmica do homem, o senhor tenha adotado a interpretação modernista segundo a qual a historicidade das escrituras fica reduzida ao nível das histórias da carochinha?! Dizer que Adão é uma imagem simbólica, metafórica, “fabulesca”, não faz parte da Doutrina Católica! O fato de a linguagem empregada no livro de Gênesis ser recheada de simbolismo não elimina o fato de que os acontecimentos nele narrados tenham se dado no tempo e no espaço tal como foram escritos. A interpretação literal complementa e enriquece a hermenêutica que se pode fazer a partir dos símbolos. Não é assim que ensina a Igreja?

Depois o senhor falou que durante muito tempo “nós (subentenda-se: Igreja) fomos omissos”. Parece-me que essa omissão se referia às questões ecológicas. Pelo amor de Deus, padre! A missão da Igreja é salvar a Amazônia ou salvar as almas? Que conversa é essa de “cristificação do universo”? Por que dar atenção a isso quando tantas almas se perdem na imoralidade, na heresia, na inércia espiritual?

Em seguida, veio aquela colocação, esdrúxula e totalmente non sense, de que a Igreja – que se considerava barca de Pedro – após o Concílio Vaticano II passou a se enxergar como Povo de Deus. Devo informar-lhe que a Igreja permanece sendo barca de Pedro, e o povo de Deus é – por assim dizer – a tripulação desta barca. Onde é que houve mudança na compreensão da eclesiologia?

Entre as críticas feitas pelos blogueiros, salientava-se a sua posição – no mínimo, omissa – quando o apresentador Jô Soares comentou que achava um absurdo que a Igreja considerasse que o matrimônio servia apenas à procriação. Pergunto: por que o senhor não afirmou, como ensina a Igreja, que o matrimônio tem duas finalidades: a unitiva e a procriativa? Por que não disse que, sim, o amor dos esposos importa e ele é – ou, pelo menos, deve ser – expresso pela unidade (de pensamento e de vontade) que os cônjuges demonstram em todas e cada uma de suas ações? Era tão simples desfazer a argumentação errônea do entrevistador e, ao mesmo tempo, aproveitar para instruir as pessoas segundo a Sã Doutrina! Pior que não ter ensinado no momento oportuno, foi o senhor afirmar que “o nosso discurso já mudou”! Diga-me, Pe. Fábio, acaso a doutrina imutável da Igreja perdeu a sua imutabilidade? O senhor crê, convictamente, que a Igreja está, dia após dia, se amoldando à mentalidade atual? Não seria missão da Esposa de Cristo formar na sociedade uma mentalidade cristã, isto é, fomentar um novo modo de pensar e de viver que esteja impregnado do perfume de Cristo? Ou é o contrário: o mundo é que deve catequizar a Igreja?

Em outro momento da entrevista o senhor afirmou que não “conseguia” celebrar a missa todos os dias? Não lhe parece estranho, e prejudicial, que a sua “agenda” não permita que o senhor celebre todos os dias a Eucaristia? Qual deve ser o centro da vida do sacerdote: o altar ou o palco? E quanto ao breviário? A sua “agenda” permite que o senhor o reze diariamente (considerando que não fazê-lo é pecado grave para o sacerdote)?

Depois veio a pergunta: “o senhor teve experiências sexuais antes de ser padre?” Creio um homem que consagrou (frise-se o termo: consagrou) sua sexualidade a Deus não deveria expor sua intimidade diante do público. Mas, já que a pergunta indecorosa foi feita, a resposta que esperei foi algo no sentido de fazer o interlocutor entender que aquela questão era de ordem privada; que não convinha ser tratada em público. Em resumo: algo como “não é da sua conta!”. Porém, que fez o senhor? Respondeu que teve, sim, experiências sexuais precedentes, mas “às escondidas”! Caro Pe. Fábio, o senhor acha que convém dar uma resposta deste tipo? Isso não induziria as pessoas a pensar que não existem padres castos (considerando que muitos confundem castidade com virgindade)? Isso não estimularia as pessoas a crer na falácia segundo a qual todo jovem já teve, tem ou deve ter experiências sexuais que precedam a sua decisão vocacional?

O senhor comentou, ainda, que “para a gente ser padre, a gente tem que ter amado na vida. É impossível (grifos meus) fazer uma opção pelo celibato, pela vida consagrada, se eu não tiver tido uma experiência de amar alguém de verdade”. O senhor acha, realmente, que o homem que nunca amou uma mulher não sabe amar? Baseado em que o senhor diz isso? Que dizer então do meu pároco que, tendo ido para o seminário aos 11 anos, nunca namorou? Ele é menos feliz por causa disso? Menos decidido pelo sacerdócio? Não creio que isso proceda.

O que se viu nessa malfadada entrevista à rede globo foi a apresentação de um comunicador, um cantor, um filósofo, um homem qualquer. Pudemos enxergar Fábio de Melo. E só. O padre passou desapercebidamente. De comunicadores, cantores e filósofos, já basta: nós os temos em número suficiente! Precisamos de padres! Padres que são, sim, homens por natureza; mas que tiveram sua dignidade elevada pelo caráter impresso no sacramento da Ordem. Homens que não são “como quaisquer outros” porque receberam a graça e a missão de agir in persona Christi. Temos carência de ver padres que ajam, falem e – até mesmo – se vistam, em conformidade com a sua dignidade sacerdotal.

Creio que muitos destes desdobramentos que eu estou expondo não foram sequer imaginados pelo senhor no momento em que concedeu a entrevista, e enquanto respondia às perguntas. Contudo, o ônus de quem se expõe à opinião pública é, exatamente, suportar os possíveis mal-entendidos que se geram quando as palavras são compreendidas de modo diverso da intenção e da mentalidade de quem as proferiu. Espero que tudo que eu falei aqui tenha sido realmente um grande mal-entendido… Sempre cabe, contudo, esclarecer os desentendimentos mais graves que possam prejudicar não só a sua imagem, mas a da Igreja como um todo. Um ensino errado pode levar uma alma à perdição.

Perdoe-me, sinceramente, a franqueza e, talvez, a dureza em alguns momentos. Mas eu precisava lhe expor as minhas dúvidas, impressões e inquietudes com relação a essa entrevista. Se o senhor se dignar me responder esta carta, ainda que de modo breve, sucinto, ficaria imensamente grato. Despeço-me rogando mais uma vez a sua bênção e garantindo-lhe as minhas orações em favor de seu sacerdócio e de sua alma.

Gustavo Souza,

Indigno filho da Santa Igreja Católica.

Fonte: “Erguei-vos, Senhor“. Link para o texto aqui.

Sexo sem conseqüências, mundo sem compromisso

Um mundo moldado pela contracepção está longe de ser favorável ao casamento e à família.

A 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou um documento, Humanae Vitae, em que se declarava que a pílula era incompatível com a moral católica. Teria esse fato conduzido a sua Igreja a décadas de irrelevância moral ou feito da Igreja um farol de clareza moral? Nesta entrevista, publicada originalmente no site MercatorNet, o filósofo norte-americano Christopher Tollefsen disseca do ponto de vista moral o movimento em favor dos anticoncepcionais.

MercatorNet: Recentemente, você escreveu sobre a fertilização in vitro (FIV) e outras técnicas similares que separam o sexo da reprodução, sobre os problemas éticos e as profundas implicações para o homem que elas têm. Mas gostaria que voltássemos um pouco no tempo para tratar da primeira tecnologia a separar o sexo da reprodução – os contraceptivos, especialmente a pílula, um produto eficaz e produzido em massa. Esses dois desenvolvimentos tecnológicos do século XX estão relacionados? Podemos dizer que um levou ao outro?

Christopher Tollefsen: São como os dois lados da mesma moeda. A sexualidade e a procriação, quando unidas no casamento, são as duas facetas de um bem grande e realizador, e ambas aperfeiçoam a vida dos cônjuges. Ao mesmo tempo, trazem consigo responsabilidades significativas, como todos os bens: não nos é fácil para praticar a virtude da castidade, dentro e fora do matrimônio, nem estar abertos ao dom de uma nova vida como fruto natural do amor entre os esposos.

A pílula permite que nos livremos da carga que supõe a conexão da sexualidade tanto com o matrimônio como com os filhos. Teremos as crianças de acordo com as nossas regras agora – talvez num casamento, talvez não. E a conseqüência lógica disso é que a FIV nos permite controlar mais e melhor a procriação. Em alguns casos, a FIV constitui uma reposta compreensível, embora eu a julgue errada, à incapacidade de conceber de alguns casais. Acontece que cada vez mais tem sido usada para garantir que teremos os tipos de filhos que quisermos, filhos livres de alguma doença, por exemplo, ou dotados de certos atributos que outros não têm.

Infelizmente, tanto a contracepção como a reprodução assistida são hoje vistas não apenas como coisas aceitáveis, mas como obrigações morais. Em última análise, penso que o assunto tem a ver com a nossa recusa em aceitar qualquer coisa que escape totalmente ao nosso controle – não é atrativo encarar a vida humana e a sexualidade como dons, porque isso revelaria que não somos os autores integrais da nossa própria existência. E, tristemente, a nossa resposta ao sofrimento, mesmo o sofrimento da esterilidade, segue essa mesma linha. O sofrimento é inteiramente um mal e deve ser rejeitado precisamente por estar fora do nosso controle, por ser uma ameaça à nossa “divindade” (a nossa descrição do sofrimento como algo “gratuito” também traz o caráter de algo que não escolhemos). Mas o cristianismo sempre ofereceu uma resposta redentora para os nossos sofrimentos ao ligá-los com os sofrimentos de Alguém que, sendo Deus, assumiu a forma de escravo.

MercatorNet: Houve uma reação negativa generalizada, entre os católicos inclusive, quando o Papa Paulo VI publicou a sua encíclica sobre a vida humana – Humanae Vitae – em que explicava por que a contracepção (diferentemente da abstinência periódica) era inaceitável do ponto de vista teológico e mesmo do ponto de vista meramente humano. A reação foi surpreendente, pois havia então apenas uns dez anos que a pílula estava disponível. Evidentemente, já devia estar em curso há algum tempo uma mudança de atitudes. Quais foram os antecedentes filosóficos dessa típica “revolta de 1968”?

Tollefsen: Com certeza, a aceitação geral de uma mentalidade utilitarista ou conseqüencialista, tanto na filosofia como na cultura política, contribuiu muito para essa revolta. A visão de que conseqüências boas podem tornar corretas ou mesmo obrigatórias algumas ações serviu de desculpa para muitos teólogos que afirmavam não existirem absolutos morais e que a moral sexual e reprodutiva precisava levar em conta o bem integral dos casais, unidos ou não pelo matrimônio. Só que essa é uma visão das coisas pelo avesso. Como disse o Papa João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, os mandamentos estão para proteger os bens e o desenvolvimento do homem, e isso vale também para o ensinamento da Igreja acerca da contracepção.

MercatorNet: Sexo antes do casamento, uniões livres em vez de matrimônio, infidelidade conjugal, aumento nas taxas de divórcio: esses e outros males foram todos atribuídos à contracepção. Não seria simplificar demais as coisas? Seria a chamada mentalidade contraceptiva assim tão fundamental na determinação das tendências da sociedade contemporânea?

Tollefsen: É difícil menosprezar o profundo impacto que a contracepção teve na sociedade, embora não se possa dizer que há sempre uma relação direta de causa e efeito; não queremos dizer, por exemplo, que os casamentos vão fracassar porque as pessoas tomam anticoncepcionais. Mas a contracepção possibilita um mundo em que a castidade pré-conjugal deixa de ser necessária, o que por sua vez cria um mundo em que a castidade conjugal também é mais difícil. Cria-se um mundo em que há uma tremenda pressão em ambos os esposos para que se dediquem ao trabalho e adiem os filhos, o que faz surgir mais tensões na família. Além disso, parece bem plausível que a idéia de que temos o direito de satisfazer irrestritamente os nossos desejos sexuais teve um papel considerável no crescimento da indústria pornográfica, que causou sérios danos à família. Assim, o resultado final de um mundo amplamente moldado pela contracepção é um mundo bem pouco amistoso para com o casamento e a família.

MercatorNet: O conceito de “planejamento familiar” já se tornou popular na sociedade. Você acha esse termo problemático? O termo “paternidade responsável”, que é o empregado pela Igreja Católica, é melhor? Por quê?

Tollefsen: Bem, um dos problemas é que “planejamento familiar” quase sempre é um eufemismo para aborto sob demanda. E sem dúvida a idéia de “planejamento” pode parecer demasiado técnica, como é patente em diversas formas de reprodução assistida. Mas acho que também seria um erro deixar de lado a idéia acima mencionada, que a sexualidade e a procriação implicam responsabilidades; os casais podem ter motivos de peso para espaçar os filhos ou evitar a concepção por um certo tempo. Assim, o termo “paternidade responsável” parece dar uma boa noção daquilo a que um casal está chamado a viver.

MercatorNet: Uma das afirmações mais controversas acerca da contracepção é que ela conduz à difusão do aborto. Muitas pessoas conscienciosas ficam zangadas e estarrecidas diante de tal afirmação, mas será que não se estão enganando a si próprias?

Tollefsen: Receio que sim. A contracepção possibilitou algo que muitos seres humanos sempre desejaram: sexo sem conseqüências. Antes do século XX, as conseqüências do sexo fora do casamento eram geralmente a gravidez, de vez em quando alguma doença e quase sempre uma reputação bastante rebaixada. Mas a tecnologia contraceptiva diminui a ocorrência da primeira e da terceira conseqüências… até certo ponto, claro. Não elimina completamente a possibilidade de gravidez; assim, o sexo sem conseqüências, mesmo com o uso generalizado de contraceptivos, permanece inatingível se não se tem acesso ao aborto. Por isso, parece-me natural que uma pessoa pró-vida que se opõe ao aborto passe a ser uma pessoa pró-vida que propõe a castidade dentro e fora do casamento.

MercatorNet: Algumas pessoas não vêem diferença entre a contracepção e as técnicas naturais para o controle da fertilidade – o chamado planejamento familiar natural -, uma vez que a finalidade desejada é a mesma: “nada de bebês desta vez”. Há diferença moral ou filosófica entre essas duas coisas?

Tollefsen: Contracepção significa: não querer bebês e garantir que a concepção não vai acontecer. Essa decisão de prevenir um eventual bebê parece-me contrária à vida humana. Por outro lado, os esposos claramente não têm a obrigação de ter relações em todas as ocasiões possíveis, e têm vários bons motivos para se absterem algumas vezes. Durante o período fértil, o efeito da abstinência é às vezes desejável, de maneira que a abstinência é permissível. Isso é bem diferente de optar por evitar absolutamente a concepção de um bebê.

MercatorNet: Afirmar que o uso da pílula é antiético é ir contracorrente. Você teria umas palavras bem redondas para fazer as pessoas pensarem no assunto?

Tollefsen: Acho que as pessoas deveriam perguntar-se se o mundo tornado possível pela pílula – um mundo em que as relações sexuais não implicam compromisso numa união permanente e exclusiva com a esperança de filhos, e em que o casamento é quase sempre visto como uma parceria para o aumento do patrimônio e do status, sendo as crianças um item opcional -, se esse mundo as fez mais felizes, ou fez mais felizes os seus amigos e parentes. Uma resposta honesta a essa pergunta provavelmente as deixaria surpresas.

Fonte: Quadrante. Para ler a entrevista no original em inglês, clique aqui.

Preservativo não foi solução para AIDS na África do Sul

Um vídeo confirma as palavras do Papa

JOHANNESBURGO, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- Um novo site oferece documentários nos quais se mostra como é possível lutar contra a AIDS desde uma perspectiva cristã e mostra como, a partir da experiência sul-africana, o preservativo não está detendo a epidemia.

A iniciativa, recém-lançada na rede, publica os documentários audiovisuais, produzidos por Metanoia Media, «Semear entre lágrimas», merecedor de vários prêmios, assim como «Chegou a mudança», no qual se apresentam imagens e testemunhos inéditos dos ativistas católicos na luta contra a AIDS, na África do Sul e na Uganda.

Norman Servais, diretor da companhia de produção sul-africana, explicou à Zenit que «meu país, como se sabe, é a capital mundial da AIDS, de maneira que podem falar-nos de preservativos, se quiserem, mas nós lhes responderemos que não são a solução».

O bispo Hugh Slattery, de Tzaneen, na África do Sul, promoveu a produção destes vídeos como parte de um programa para responder à AIDS a partir de uma perspectiva católica.

Em uma entrevista com Zenit, Dom Slattery explica que o objetivo do segundo documentário consiste em mostrar que «a abstinência antes do casamento e a fidelidade no casamento deterão rapidamente a difusão da AIDS».

Um terceiro documentário da série, «Chamados a prestar ajuda», enfrentará o tema da «assistência aos enfermos, aos que vão morrer, e aos órfãos da AIDS», explica o produtor.

O quarto vídeo, que será divulgado ao final deste ano, mostrará «o casamento e a família como a autêntica solução à pandemia da AIDS».

Mais informação em The Change Is On!

httpv://www.youtube.com/watch?v=ErHLNc9F-UA

Fonte: Zenit. Ver também: Para combater a AIDS na África, é necessário sobretudo a educação em valores, considera o cardeal senegalês Théodore-Adrien Sarr.

O maior de todos os pecados: negar o pecado

Um dos pontos mais contestados da catequese tradicional da Igreja pela sociedade e pelos próprios católicos é o ensino católico referente à sexualidade. A Igreja proibe tudo: sexo fora do casamento, homossexualismo, pornografia… Em contrapartida, a modernidade oferece uma “libertação” para isso, soprando nos ouvidos de todos uma proposta sedutora: você pode ser católico, bom cristão, basta seguir alguns mandamentos podendo descartar outros.

Infelizmente, a maioria dos que se dizem católicos “escolhe” quais os mandamentos da Igreja quer seguir – e essa atitude é muito mais grave que o pecado em si: é o desprezo pelo próprio conceito de pecado. Esse “self-service” espiritual tem conseqüências muito sérias, tornando o fiel cada vez mais desligado da Igreja e dos preceitos cristãos. O Papa torna-se um cara legal, mas com umas idéias meio ultrapassadas, e eu com meu senso crítico apuradíssimo é que devo decidir o que é melhor para mim. Portanto, se a Igreja diz que isso ou aquilo é pecado, primeiro eu tenho que consultar a minha sabedoria imensa para discernir e comprovar, de acordo com o meu julgamento, se tal coisa é ou não pecado.

Vamos refletir um pouco.

O ataque à moral sexual cristã é uma das frentes de batalha dos militantes anti-cristãos – ou vocês acham que a revolução sexual veio do nada, foi algo espontâneo, que chegou como um vendaval para “acabar com séculos de repressão (sic) da cultura ocidental católica” logo que um bando de malucos resolveu tirar a roupa na França e em Woodstock pra transar adoidado? A revolução sexual prega a absoluta desmoralização do magistério da Igreja no que diz respeito a castidade, casamento, sexo. A cultura ocidental a partir dos anos 60 abraçou o hedonismo sem contestação alguma, tornando-se a principal divulgadora de uma cultura libertária, negacionista, visando a construção de uma “nova sociedade”.

Ora, para construir uma “nova sociedade”, você tem que destruir a velha, certo? E qual o principal fundamento da “velha” e “antiquada” sociedade? O cristianismo, ora bolas, e a Igreja Católica, que tem um Papa para encher o saco de todo mundo, lembrando o que é certo e o que é errado. Uma nova sociedade “libertária” não pode ter “certo” e “errado”, tem que ter cidadãos “conscientes” que vão fazer as próprias escolhas morais, sem parâmetros pré-definidos.

A destruição da Igreja Católica e do Cristianismo tem que acontecer por dentro, como previa o pensador comunista italiano Antonio Gramsci. Você descaracteriza a doutrina católica, cria dúvidas e confusões entre os fiéis, a partir do que dizem leigos e eclesiásticos engajados não com a Igreja, mas com este projeto de “nova sociedade”. E, para a concretização deste admirável mundo novo, a Igreja Católica e o Cristianismo são obstáculos sérios, que devem ser removidos. Para isso, devem ser descaracterizados. As Igrejas devem se tornar um clubinho onde as pessoas vão para não se sentirem entediadas, cantam, lêem alguma coisa para se sentirem edificadas e voltam pra casa. Muito simples. “Mas, na minha moral individual, mando eu!” Manda nada, idiota: você já está sendo manipulado pela revolução pregada por Gramsci e seus sequazes.

O que os iluminados promotores da “nova sociedade” não percebem (ou talvez, ao contrário, percebam muito bem) é que uma escolha moral só pode ser feita de maneira consciente a partir de valores morais, que não são escolhidos por si mesmos! Ou então, a moral torna-se relativa… cada indivíduo tem sua própria moral, daí tudo se torna permitido, como adivinhou Dostoiévski.

O estrago provocado pela relativização do pecado entre os fiéis foi tão grande que, para a maioria dos cristãos hoje (e mesmo entre os que se dizem “praticantes”), o sexto mandamento foi praticamente abolido – ou “modificado” para “não farás sexo sem amor” ou “não colocarás um baita chifre na cabeça do seu namorado”. Ou quem sabe, “não farás sexo com mais de uma pessoa – ao mesmo tempo, pelo menos”. Ou o mais popular de todos, “não farás sexo sem usar a camisinha”. A mentalidade de que a Igreja só aconselha em matéria sexual e seus conselhos não precisam ser seguidos disseminou-se, e o que temos hoje são pais católicos permitindo que o filho leve a namoradinha pra dormir com ele em casa, no sábado à noite, e domingo de manhã todo mundo vai à missa e comunga numa boa.

Não existe escolha: ou você é um católico por inteiro ou não é nada, ou você se reconhece pecador e fica de joelhos todas as noites pedindo perdão a Nosso Senhor Jesus Cristo por todas as besteiras que você fez ao longo do dia, ou você é um farsante. E pecado não é aquilo que você quer que seja, não é uma definição pessoal – já cansei de ouvir católicos vira-latas estufando o peito pra dizer “pecado é aquilo que minha consciência julga como tal”. Não foi a Igreja que inventou que sexo fora do casamento é pecado, não foi o Papa que disse que homossexualismo é pecado, não foi o bispo Dom José das Couve que afirmou que métodos anti-concepcionais artificiais são moralmente inaceitáveis.

Se você realmente é católico, sabe que a Igreja tem a assistência divina do Espírito Santo, o Espírito da Verdade. E o que a Igreja define como pecado é aquilo que o Espírito Santo lhe inspirou – não somente através da Bíblia, mas da Tradição Oral e do Magistério da Igreja (leia sobre o assunto no Curso de Bíblia do Padre Tonico).

O ponto é esse: a mudança de costumes tem como objetivo a desmoralização da autoridade moral do cristianismo, particularmente da Igreja Católica. As pessoas vêem os “avanços” da modernidade e comentam: “o mundo mudou, mas a Igreja é muito atrasada…” Caramba, a Verdade não muda. E quando você começa a duvidar de um ensinamento da Igreja, do Cristianismo, da Bíblia, abre uma caixa de Pandora na sua cabeça. Se um mandamento da Igreja é furado, por que os outros também não estariam sujeitos à falibilidade?

O católico tem que obedecer à Igreja e ser submisso ao Papa. Sem isso, no way: não é católico, é simplesmente um imbecil que acha que é católico e permanece indiferente ao pecado.

Vejam um exemplo maravilhoso, bastante elucidativo. Você vai ao padre para se confessar – essas confissões moderninhas, de frente para o padre, cara a cara, fora do confessionário, parece mais um bate papo, só falta a cervejinha. Você começa falando: “Padre, eu pequei… Transei com minha namorada…” O padre olha pra você com uma cara de benevolência e lhe pergunta: “Você ama sua namorada?” E você responde “Amo, padre… Sou apaixonado por ela, mas foi um momento de fraqueza…” Daí o padre lhe interrompe: “Mas isso não é pecado! É algo maravilhoso, você está expressando seu amor por ela”, e tome blá-blá-blá digno de programa da Ana Maria Braga. “O que não pode é sexo sem amor, mas você não está pecando”. E você, ainda meio confuso, pergunta: “Mas padre, sexo antes do casamento não é pecado?” O padre, com sua sabedoria pai d’égua, responde: “Meu querido, a Igreja aconselha… Mas hoje em dia, as coisas estão muito mudadas…”

Daí você sai aliviado com os conselhos maravilhosos do padre (“Não esqueça a camisinha, hein… Vocês não estão preparados para terem um bebê…) e já planeja a próxima ida ao motel com a queridinha para comemorar – dessa vez, sem neuras, sem culpa, sem nenhum impedimento “divino”.

Vou contar outra, mas peço que não espalhem… Uma vez, um padre (que inclusive tempos depois abandonou a batina para se juntar com uma mulher divorciada, que morava perto da igreja, para escândalo de toda a comunidade…) me contou que um colega de sacerdócio absolveu em uma confissão e permitiu que recebesse a eucaristia um travesti que vivia com outro homem, tendo como justificativa a fidelidade que havia entre o “casal”. O padre não aconselhou que o travesti vivesse a castidade e que evitasse a relação homossexual: ele fez vistas grossas a esse pecado gravíssimo, que afasta a pessoa da Graça de Deus, e orientou o fiel como se essa prática fosse lícita, permitindo-o que comungasse. Provoca escândalo muito maior que essa união, pecado condenado reiteradamente por Deus na Bíblia e pelo Magistério da Igreja, a atitude do padre. Ninguém tem o “poder” de estabelecer pecados ou revogá-los.

Vejam o que diz o Catecismo da Igreja Católica, que está acima da autoridade de qualquer padre moderninho, sobre sexo fora do casamento e homossexualismo:

2353 A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.

Portanto, sinto muito, mas tenho uma péssima novidade para todos: pecado não é aquilo que você quer que seja pecado, não é aquilo que você acha que seja pecado, não é aquilo definido pela sua consciência, pela sua cabecinha oca. Pecado é um dado objetivo, revelado por Deus à Igreja Católica, através da assistência divina do Espírito Santo a ela. Jesus veio ao mundo para ensinar o que é certo e o que é errado, não para fazer turismo ou distribuir vinho para a galera encher a cara.

E o pecado maior de todos, aquele que Deus não perdoa e nem perdoará nunca, o pecado contra o Espírito Santo é… negar o próprio pecado!!! Colocar-se como Deus, juiz supremo, e negar um pecado é uma ofensa gravíssima a Deus, não somente à Igreja. Repetindo: a desmoralização do Cristianismo em geral e da Igreja Católica, em particular, passa pela relativização do conceito do que seja o pecado, pela disseminação da idéia de que o certo e o errado partem do julgamento de um indivíduo, não de uma ordem superior a que esse indivíduo, conscientemente, deve seguir.

“Ah, mas e agora??? Eu sou pecador!!!” Não brinca!!! Eu também sou. Eu, Raimundo e todo mundo… A misericórdia de Deus é infinita para todos aqueles que pedem perdão. Mas como pedir perdão sem ter a consciência do pecado? Como pedir perdão se o orgulho não permite o reconhecimento da própria infração?

Quem não aceita a existência do pecado, não é capaz de pedir perdão. E por isso, não o receberá. Este é o pecado contra o Espírito Santo: pecar contra a Graça santificadora do Pai e recusar-se a aceitar o seu perdão.