Mensagem do dia (27/01/2013)

Eis a razão por que este Espírito desceu sobre o Filho de Deus tornado Filho do Homem: deste modo, habituou-Se a partilhar o género humano, a repousar nos homens, a residir na obra moldada por Deus. Realizou neles a vontade do Pai e renovou-os fazendo-os trocar o seu antigo modo de vida pela novidade de Cristo.

Santo Irineu de Lyon.

Mensagem do dia (13/01/2013)

Fazendo-se batizar por João juntamente com os pecadores, Jesus começou a assumir sobre si o peso da culpa da humanidade inteira, como Cordeiro de Deus que “tira” o pecado do mundo. Obra que Ele cumpriu na cruz, quando recebeu também o seu “batismo”. De fato, ao morrer “imergiu-se” no amor do Pai e efundiu o Espírito Santo, para que os crentes n’Ele pudessem renascer daquela fonte inexaurível de vida nova e eterna. Toda a missão de Cristo se resume nisto: batizar-nos no Espírito Santo, para nos libertar da escravidão da morte e nos “abrirmos para o céu”, isto é, o acesso à vida verdadeira e plena.

Papa Bento XVI.

Mensagem do dia (26/12/2011)

Natal é o tempo de nos aproximar-nos e ficarmos contemplando em silêncio o amor do Pai revelado no menino de Belém. Nele vislumbramos a antecipação profética de Jesus, cheio de compaixão pelos pobres e pecadores, e de Jesus que na cruz, com a última gota do seu sangue, derrama o Espírito renovador do universo.

Dom Emanuele Bargellini.

Mensagem do dia (12/06/2011)

Como poderiam deixar de arder aqueles que tinham sido abrasados pelo fogo do Espírito Santo? Assim como o fumo assinala a presença do fogo, assim também, pela segurança dos seus discursos e pela diversidade das línguas que falavam, o fogo do Espírito Santo manifestou a Sua presença no coração dos apóstolos. Felizes os corações que estão cheios deste fogo! Felizes os homens que ardem com este calor!

São Bruno de Segni.

Mensagem do dia (18/03/2011)

Assim como aquele que se encontrava nas trevas, ao nascer o sol recebe nos olhos a sua luz e começa a contemplar com clareza o que antes não via, também o que se tornou digno do Dom do Espírito Santo recebe na Alma a sua Luz e, elevado da inteligência humana, começa a ver o que antes ignorava.

São Cirilo de Jerusalém.

Mensagem do dia (19/03/2010)

Se o desânimo vos invadir, pensai na fé de José; se a inquietação se apoderar de vós, pensai na esperança de José, descendente de Abraão que esperava contra toda a esperança; se a aversão ou o ódio vos penetrar, pensai no amor de José, que foi o primeiro homem a descobrir o rosto humano de Deus na pessoa do menino concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Bendigamos a Cristo por Se ter feito tão solidário connosco e dêmos-Lhe graças por nos ter dado José como exemplo e modelo do amor para com Ele.

Papa Bento XVI.

Mensagem do dia (08/12/2009)

“Avé Maria, cheia de graça!”: Revelação do Espírito, que nos demonstra em Maria o que poderíamos ser sem o pecado e o que havemos de ser pela redenção, nela preparada e consentida. A imaculada conceição de Maria é o primeiro e prévio fruto da redenção de Cristo, onde a graça da criação se aumenta com a da nova criação.

Dom Manuel Clemente.

A legítima interpretação da Bíblia

Meu xará Matheus me manda um comentário com uma pergunta bastante pertinente, a qual faço questão de responder por aqui, por ser um ponto bastante importante:

“Do ponto de vista cristão, homossexualismo é considerado erro. E a Bíblia é a Palavra de Deus, infalível quando ensina doutrina religiosa, cuja interpretação correta para os católicos é de responsabilidade do Magistério da Igreja Católica.”

Isso pode soar retórico, mas, realmente, desconheço o assunto. Recentemente, comecei a ler a bíblia. Vai minha pergunta: não é possível o indivíduo católico seguir sua própria interpretação da bíblia? abraço!

Resposta objetiva: não, isso não é possível.

Para ficar mais claro, transcrevo um comentário a respeito deste assunto, escrito pelo Pe. Antônio das Mercês Gomes e embasado pela própria Bíblia:

Nós, católicos, afirmamos que só a Igreja, através dos legítimos sucessores dos Apóstolos [os bispos], pode dar a interpretação certa e verdadeira dos textos da Bíblia. O Espírito Santo está em todos nós, nos move e ilumina para entender, pôr em nossa vida a Palavra de Deus. Mas, quando se trata de ver o sentido exato de um texto, não cabe ao cristão em particular, mas à Autoridade da Igreja, por seus legítimos pastores, sucessores dos apóstolos, que formam o Magistério da Igreja (seu ensinamento oficial), nos dar a verdadeira interpretação.

Lutero criou a chamada interpretação particular da Bíblia, dizendo que o Espírito Santo ilumina a todos e a cada um. Resultado disto é esta divisão entre eles [protestantes], que se torna cada vez maior, pois perderam o centro, o eixo de tudo.

Vejamos o que diz a própria Bíblia a este respeito. Diz Pedro, na sua Segunda carta, capítulo I, versículo 20: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal”.

Falando sobre as cartas de Paulo, na mesma carta, cap. 3, vers. 16, Pedro diz: “Nelas ha algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como fazem também com as demais escrituras”.

Conversando com o eunuco da rainha da Etiópia, o diácono Felipe lhe pergunta, depois de vê-lo lendo o livro do profeta Isaías:

– Porventura entendes o que estás lendo?

Responde o eunuco:

– Como posso entender se não há alguém que me explique?

E Felipe, escolhido pelos apóstolos, explica ao eunuco. (Atos 8, 26-31).

Muito bem, Matheus. Você desconhece o assunto e procura aprender a respeito, evitando cometer injustiças. Esta é uma atitude sensata. Que o Espírito Santo o ilumine em sua busca pela Verdade.

Mensagem do dia (19/08/2009)

De fato, o dom do cêntuplo é grande conforto para a nossa caminhada, e a posse da vida eterna será a felicidade infinita na pátria celeste. Mas o que é este cêntuplo? É, simplesmente, o consolo do Espírito doce como mel, as visitas que nos faz e os seus primeiros frutos. É o testemunho da nossa consciência, é a feliz e muito alegre espera dos justos, é  a memória da bondade generosa de Deus, é também, na verdade, a imensidão da sua doçura. Os que experienciaram estes dons não precisam que deles lhes falemos; mas como descrevê-los, por simples palavras, a quem por eles não passou?

São Pedro Damião.

Papa condena «pecados» e exige fidelidade aos padres

Ano Sacerdotal inaugurado no Vaticano, diante das relíquias do Santo Cura d’Ars

Bento XVI condenou esta Sexta-feira, no Vaticano, os “pecados dos pastores” da Igreja e pediu fidelidade aos que foram consagrados neste ministério. O Papa assinalava a abertura do Ano Sacerdotal, por ele convocado no 150.º aniversário do Santo Cura d’Ars, João Maria Vianney.

Na homilia da celebração de Vésperas e diante da relíquia do coração do Cura d’Ars, o Papa disse aos padres presentes que “a nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo” e que a mesma exige “fidelidade”.

“Nada faz sofrer tanto a Igreja como os pecados dos seus pastores”, assinalou Bento XVI, numa cerimónia que decorreu na Basílica de São Pedro e para a qual estavam convidados os sacerdotes de todo o mundo.

Ao recordar as “promessas sacerdotais” que se pronunciam no dia da ordenação, o Papa alertou para os padres que se tornam “ladrões de ovelhas, seja porque as desviam com as suas doutrinas privadas, seja porque as sufocam com laços de pecado e de morte”.

Neste contexto, deixou um apelo à “conversão e ao recurso à Divina Misericórdia” para esconjurar o “terrível risco de prejudicar os que somos obrigados a salvar”.

O Papa falou do “coração de Deus”, “um Deus que se comove”, e da “ingratidão” com que o seu amor é várias vezes recusado. “O coração de Cristo expressa o núcleo essencial do Cristianismo”, indicou, aludindo a festa celebrada. Para Bento XVI, em Jesus está “toda a novidade revolucionária do Evangelho, o amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus”.

Mais à frente, lembrou a “bela e comovente afirmação” do Cura d’Ars, que dizia que “o sacerdócio é o amor pelo coração de Jesus”. “Nós presbíteros fomos consagrados para servir, com humildade e autoridade, o sacerdócio comum dos fiéis”, indicou.

Bento XVI desafiou os presentes a fazer deste Ano Sacerdotal “uma ocasião para crescer na intimidade com Jesus, que conta conosco, seus ministros, para difundir e consolidar o seu reino”, sendo no mundo de hoje “mensageiros de esperança, reconciliação e de paz”.

“Para ser ministros ao serviço do Evangelho é útil, certamente, o estudo com uma apurada e permanente formação pastoral, mas é ainda mais necessária a ‘ciência do amor’ que se aprende só no ‘coração a coração’ com Cristo”, advertiu.

A Igreja, disse o Papa, “tem necessidade de sacerdotes santos, que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam testemunhas convictas”.

No início da celebração, Bento XVI proclamou a oração para o ano sacerdotal, pedindo que “por intercessão do Santo Cura d’Ars, as famílias cristãs se tornem ‘pequenas igrejas’, nas quais as vocações e todos os carismas, dados pelo Espírito Santo, possam ser acolhidos e valorizados”.

Fonte: Agência Ecclesia.

Igreja: lugar privilegiado para entender a Bíblia, assegura Papa

Audiência aos participantes da plenária da Pontifícia Comissão Bíblica

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 24 de abril de 2009 (ZENIT.org).- A Igreja de Cristo é o lugar privilegiado para a reta compreensão da Sagrada Escritura, assegurou Bento XVI ao receber nesta quinta-feira os participantes da assembléia plenária da Pontifícia Comissão Bíblica que tratou do tema «Inspiração e verdade da Bíblia».

Em seu discurso, o Papa sublinhou que «só o contexto eclesial permite à Sagrada Escritura ser entendida como autêntica Palavra de Deus, que se converte em guia, norma e regra para a vida da Igreja e em crescimento espiritual dos crentes».

Isso, declarou, «não impede de nenhuma maneira uma interpretação séria, científica, mas abre também o acesso às dimensões ulteriores de Cristo, inacessíveis a uma análise só literária, que é incapaz de acolher em si o sentido global que através dos séculos guiou a Tradição de todo o Povo de Deus».

Confirmando que «Deus é o autor da Sagrada Escritura», o Pontífice ofereceu um princípio de reta interpretação «sem o qual os escritos sagrados ficariam como letra morta, só do passado: a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do próprio Espírito mediante o qual foi escrita».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o estudo científico dos textos sagrados é importante, mas não é por si só suficiente, pois levaria em conta só a dimensão humana».

«Para respeitar a coerência da fé da Igreja, o exegeta católico tem que estar atento a perceber a Palavra de Deus nestes textos, dentro da mesma fé da Igreja.»

«Na ausência deste imprescindível ponto de referência, a pesquisa exegética ficaria incompleta, perdendo de vista sua finalidade principal, com o perigo de ficar reduzida a uma letra meramente literária, na qual o verdadeiro autor, Deus, deixa de aparecer.»

A interpretação das Sagradas Escrituras também «não pode ser só um esforço científico individual, mas deve confrontar-se sempre, ser integrada e autenticada pela tradição viva da Igreja. Esta norma é decisiva para precisar a relação correta e recíproca entre exegese e magistério da Igreja», declarou.

No início da audiência, o cardeal William Joseph Levada, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica, dirigiu uma breve saudação ao Papa para sublinhar a importância do tema que os reunia, pois a interpretação dos textos bíblicos «tem consequências diretas sobre os crentes e sobre sua relação e pessoal e comunitária com Deus, e está também intimamente ligada à missão da Igreja».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o exegeta católico não se sente só membro da comunidade científica, mas também e sobretudo membro da comunidade dos crentes de todos os tempos».

«Na realidade, estes textos não foram entregues só aos pesquisadores ou à comunidade científica para satisfazer sua curiosidade e ou para oferecer-lhes temas de estudo e de pesquisa. Os textos inspirados por Deus foram confiados em primeiro lugar à comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a vida de fé e para guiar a vida de caridade.»

«Uma hermenêutica da fé corresponde mais à realidade deste texto que uma hermenêutica racionalista, que não conhece Deus», declarou.

Fonte: Zenit.

Intolerância contra os católicos, sim! E orquestrada!

…os casos em que se produzem imagens inadequadas da identidade e dos valores cristãos por parte da mídia e da política, que levam a mal-entendidos e preconceitos.

O parecer da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa está corretíssimo e se aplica perfeitamente ao que está acontecendo agora, no Brasil, nessa campanha contra o bispo Dom José Cardoso em particular e contra a Igreja Católica em geral (ver o post seguinte).

A imprensa está caindo de pau. Eliane Cantanhêde e Kennedy Alencar, jornalistas especializados em escrever bobagens (devem ter feito alguma pós-graduação nisso), já deram seus palpites na Folha. Artigos irados circulam pela internet. Aqui mesmo neste blog que vos fala o número de visitações deu um salto e já veio gente aqui espinafrar e insultar a Igreja e suas autoridades.

O caso da menina de Alagoinha é somente um pretexto. Se estivessem com boas intenções, dariam oportunidade para que membros da Igreja explicassem o que é excomunhão, porque ela foi publicamente anunciada, quais as conseqüências de uma excomunhão. Claro que essa gente não tem vontade de debater ou dialogar, a baba ressentida que exalam mostra muito bem que descobriram uma ótima oportunidade para atacar gratuitamente a Igreja.

Até parece que se importam com a garotinha. Quem dera se importassem! Se tivessem alguma compaixão por ela, estariam lamentando o trágico fim das crianças concebidas em seu ventre. Estariam lamentando o trauma que essa criança vai ter que enfrentar para sempre por ter abortado seus filhos. Estariam preocupados com as seqüelas psicológicas e físicas as quais essa menina está sujeita a sofrer a partir de agora. Como já mencionei em post anterior, nos Estados Unidos 31% das mulheres sofrem complicações de saúde após praticarem aborto – e isso acontece em um país onde o aborto é legalizado.

Acusar os católicos de não se importarem com o sofrimento da menininha violentada tem um nome: vigarice. Na verdade, eu duvido muito que esses arautos da liberdade se preocupem com ela.

A preocupação dos militantes anti-cristãos é uma só: destruir a autoridade moral da Igreja Católica para transformá-la em um clubinho onde as pessoas vão apenas para se entreter. O objetivo da perseguição aos cristãos no mundo é constrangê-los, silenciá-los através da imposição de leis (a lei “anti-homofobia”, por exemplo), da ridicularização de sua doutrina (através da repetição exaustiva pelos “formadores de opinião” de adjetivos tais como “retrógada”, “arcaica” e “ultrapassada” para descrevê-la), da exposição de seus líderes fiéis ao ridículo pela imprensa e pela mídia, voltados a distorcer e deturpar a mensagem católica para confundir os fiéis.

O catolicismo está sendo vítima de uma onda de intolerância em todo o mundo. Quem afirma que é católico fiel à doutrina da Igreja é imediatamente taxado de “fundamentalista”. Esse rótulo não é apenas estúpido: ele é deliberadamente mentiroso. Faz parte de uma etapa de fundamental importância para esse processo de implosão da Igreja Católica: corroê-la por dentro, com a ajuda dos falsos católicos, que relativizam sua fé, acreditando apenas naquilo que os convém. Como escrevi em post anterior, quem nega ou relativiza um ensinamento da Igreja, ataca de frente toda a sua autoridade, pois a torna falível – uma instituição como outra qualquer.

O Católico instruído e fiel sabe, ao contrário dos católicos vira-latas, que sua Igreja é a Igreja fundada sobre Pedro por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 16,18-19). Sabe também que sua Igreja é assistida pelo Espírito Santo (João 20,21-23). Sabe que Jesus transmitiu sua autoridade, dada diretamente a Ele pelo Pai, à Igreja que fundou (Mateus 28,18-20); para um verdadeiro católico, a autoridade da Igreja Católica para ensinar vem de Deus. Transformar o catolicismo em uma “igreja qualquer”, tal como desejam muitos católicos e clérigos, e agem dentro da própria Igreja para isso, é a melhor estratégia para desacreditar a instituição.

Vocês duvidam que esteja acontecendo agora, neste momento, uma ação coordenada no mundo inteiro para desmoralizar por completo a Igreja Católica? Então, saibam que isso já aconteceu com a igreja anglicana – em apenas poucas décadas, essa instituição, que era a própria representação da tradição religiosa inglesa, vai deixar de existir. Sua autoridade moral, anteriormente abalada pela “ordenação” de mulheres, foi recentemente destruída por completo com a eleição de um bispo assumidamente homossexual. A igreja anglicana passa por um processo interno de desestruturação que parece ser irreversível e que vai terminar por destruí-la em um espaço razoável de tempo.

Católicos, reajam… Cabe a nós a defesa da Igreja do Senhor Jesus, não aos anjos do céu!

Polêmica sem fim: o Concílio Vaticano II – ruptura ou continuidade?

Esses últimos dias foram bastante movimentados para nós, católicos. A revogação da excomunhão aos bispos ordenados pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre reascendeu a discussão sobre a validade do Concílio Vaticano II e à obediência a seus decretos. Zenit publicou ontem artigo relacionado ao assunto. Transcrevo um trechinho:

Concílio, eixo do magistério de Bento XVI, segundo cardeal Bertone

Rejeita que o Concílio tenha suposto «uma ruptura» na história da Igreja

ROMA, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- «Alguns sustentam que o Concílio Vaticano II supôs uma nova ‘Constituição’ na Igreja, mas isso é absurdo», como manifestaram todos os papas até agora, inclusive Bento XVI: assim explicou o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado Vaticano, em uma conferência sobre o pensamento do Papa Bento XVI, por ocasião do 60º aniversário da fundação do Círculo de Roma, segundo recolhe L’Osservatore Romano em sua edição de ontem.

O cardeal Bertone afirmou que a tese que uma ruptura entre a Igreja anterior e posterior ao Concílio é «falsa», pois «a constituição essencial da Igreja vem do Senhor, que se entregou a nós para que pudéssemos alcançar a vida eterna e, partindo desta perspectiva, estamos em situação de iluminar também a vida no tempo e o próprio tempo».

Para o purpurado, o Vaticano II gerou «duas interpretações opostas: a da descontinuidade e a ruptura, que obteve simpatia da mídia e de uma parte da teologia moderna», e «a da reforma e a renovação na continuidade da única Igreja que o Senhor deu, e que é a que está, silenciosamente, mas cada vez de modo mais visível, dando fruto».

Portanto, o Papa atual, acrescentou, «inscreve-se a título pleno no grupo de pontífices que disse ‘não’ à hermenêutica da descontinuidade e ‘sim’ à da reforma, tal como explicou João XXIII na abertura do Concílio e confirmou Paulo VI no discurso de conclusão».

Leia o restante da matéria aqui.

O cardeal Bertone parece afirmar o que os tradicionalistas negam veementemente: a validade do que ensina o Concílio Vaticano II. Ao mesmo tempo, desmente a idéia modernista de que o Concílio fez surgir uma “nova Igreja”, o que é um absurdo, dado que a Igreja de Cristo sempre foi assistida pelo Espírito Santo desde sua fundação e o próprio Senhor Jesus lhe prometeu proteção e assistência até o fim dos tempos (Mt 16,18-19; Mt 28,18-20). Portanto, a idéia de uma Igreja “renovada” é descabida, afinal de contas o Espírito Santo jamais deixou de assisti-la.

E qual a minha opinião? Nenhuma. Minha opinião é irrelevante. Pretendo estudar com carinho todos os 21 concílios ecumênicos realizados no decorrer da História da Igreja – mas isso fica pra depois que eu encerrar meu mestrado. Claro, pretendo estudar também o Concílio Vaticano II, e somente aí serei capaz de dizer alguma coisa que valha a pena ser lida. Mas, por enquanto, apenas relato aqui de forma tímida o que está acontecendo.

Papa mostra como união de Escritura e Tradição está presente na Igreja nascente

Assim como a estrutura ministerial e a «sucessão apostólica»

Por Inma Álvarez.

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI, continuando com o ciclo de catequese sobre São Paulo por ocasião do ano paulino, analisou hoje várias questões que aparecem em suas três últimas cartas, a propósito da estrutura da Igreja nascente.

Trata-se das duas cartas a Timóteo e da carta a Tito, de quem o Papa recorda que foram estreitos colaboradores do Apóstolo, e que certamente acabaram sendo bispos de Éfeso e Creta, respectivamente.

Porém, «a maioria dos exegetas é hoje do parecer de que estas cartas não teriam sido escritas pelo próprio Paulo, mas que sua origem estaria na ‘escola de Paulo’, e refletiria sua herança para uma nova geração, talvez integrando algum breve escrito ou palavra do próprio Apóstolo».

Estas cartas, conhecidas como «pastorais», explicou o Papa, dirigem-se a pessoas concretas, e nelas se trata de várias questões doutrinais que já preocupavam nas primeiras comunidades, entre elas os primeiros desvios que depois dariam origem ao gnosticismo.

«O autor enfrenta estas doutrinas com dois convites de fundo. Um consiste na volta a uma leitura espiritual da Sagrada Escritura (cf. 2 Tm 3, 14-17), ou seja, a uma leitura que a considera realmente como «inspirada» e procedente do Espírito Santo,», explicou. 

O outro convite «consiste na referência ao bom ‘depósito’ (parathéke): é uma palavra especial das cartas pastorais com a qual se indica a tradição da fé apostólica que deve ser custodiada», e que é «a soma da Tradição apostólica e critério de fidelidade ao anúncio do Evangelho». 

«Neste sentido, Escritura e Tradição, Escritura e anúncio apostólico como chaves de leitura, aproximam-se e quase se fundem, para formar juntos o ‘fundamento firme posto por Deus’ (2 Tm 2, 19). O anúncio apostólico, ou seja, a Tradição, é necessária para introduzir-se na compreensão da Escritura e captar nela a voz de Cristo.»

Leia mais aqui. A íntegra do texto da catequese do Papa está aqui.