“Morte ao bispo!”

Por Percival Puggina.

No Brasil e em diversos lugares onde ainda persistem restrições ao aborto, o Dia Internacional da Mulher foi assinalado por passeatas e manifestações favoráveis à sua legalização. Esse polêmico tema, sem dúvida, é o que mais claramente define sobre quais bases morais uma sociedade deseja situar-se.

Sou contra o aborto porque, com robusta base científica e filosófica, sei que a vida do embrião e do feto é vida humana distinta da vida da mãe e que nenhum direito pode prevalecer contra o direito à vida de um ser humano inocente. Ponto. Embora católico e conhecedor da doutrina da Igreja sobre o assunto, tenho-a como totalmente dispensável para fundar minha convicção como cidadão. Aliás, a orientação da Igreja sobre o tema mudou acompanhando a Ciência. Foi ela, a Ciência, foram os médicos, foram os embriologistas que informaram ser humana a vida do embrião e do feto.

A posição da lei brasileira é clara e boa: a) o aborto é crime; b) esse crime só não implica penalização em caso de gravidez decorrente de estupro ou que ponha em risco a vida da mãe. Não preciso mencionar aqui os atropelos administrativos e legais praticados no Brasil com portarias que violentaram o crime de estupro com o objetivo de favorecer o aborto, fazendo com que, para sua realização, seja suficiente a declaração da vítima. É como emitir-se norma dispensando a perícia para o pagamento de indenização a vítimas de incêndio com danos materiais. Falou, está falado.

Os defensores do aborto tentam fazer chover para cima. Usam sofismas berrantes e sustentam, com o ar mais sério do mundo, tolices que constrangeriam um ruminante. Assim, por exemplo, uma desembargadora gaúcha aposentada declarou outro dia, num debate de tevê, que “se a lei não penaliza o aborto em certas condições, então ela o autoriza”. Até o parafuso que sustenta o quadro instalado na minha parede, ao lado do aparelho de TV, balançou a cabeça em reprovação. Se não penalizar for o mesmo que autorizar, então, doutora, a lei brasileira autoriza o crime de menor! Ora bolas! O que a lei brasileira faz, mesmo reconhecendo a natureza sempre criminosa do ato, é levar em conta, nesses dois casos, que suas condicionantes são tão graves que a condenação criminal seria uma violência inaceitável.

O caso da menina pernambucana potencializa todas essas condições: a vítima do estupro tem nove aninhos, o estuprador era seu padrasto e a gravidez, para agravar ainda mais o quadro, era de gêmeos. Temos aí um criminoso que deveria passar o resto da vida atrás das grades, para nunca mais chegar perto de uma criança e uma mãe corresponsável pela inominável violência praticada contra sua filha, porque, ou ela sabia o que estava acontecendo ou tinha a obrigação de saber o que estava acontecendo. Mas quem vem sendo execrado perante a opinião pública? O bispo, que simplesmente enunciou um princípio, tornando clara uma pena espiritual que os próprios envolvidos se autoaplicaram e à qual não parecem atribuir maior importância.

“Morte ao bispo!” clama, quase uníssona, a mídia internacional. Um tarado, uma mãe com muito a explicar a respeito do que acontecia sob seu teto, mas o monstro da história é … o bispo.

Atravessamos o border line da esquizofrenia social. Vivemos numa sociedade que jogou os valores morais no lixão de suas próprias desordens e libertinagem. Ela não mais aceita que alguém insinue que existe o certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e a mentira. O certo, o bem e a verdade são impronunciáveis porque implicam coisas tão infames quanto exame de consciência, juízo moral, sentimento de culpa, arrependimento, perdão e reparação. Estamos construindo um mundo sem essas coisas e aparece um bispo para estuprar nossa insensibilidade! Moral é coisa que só se cobra de políticos, não é mesmo?

Fonte: Percival Puggina: a política como ela deve ser.

Intolerância contra os católicos, sim! E orquestrada!

…os casos em que se produzem imagens inadequadas da identidade e dos valores cristãos por parte da mídia e da política, que levam a mal-entendidos e preconceitos.

O parecer da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa está corretíssimo e se aplica perfeitamente ao que está acontecendo agora, no Brasil, nessa campanha contra o bispo Dom José Cardoso em particular e contra a Igreja Católica em geral (ver o post seguinte).

A imprensa está caindo de pau. Eliane Cantanhêde e Kennedy Alencar, jornalistas especializados em escrever bobagens (devem ter feito alguma pós-graduação nisso), já deram seus palpites na Folha. Artigos irados circulam pela internet. Aqui mesmo neste blog que vos fala o número de visitações deu um salto e já veio gente aqui espinafrar e insultar a Igreja e suas autoridades.

O caso da menina de Alagoinha é somente um pretexto. Se estivessem com boas intenções, dariam oportunidade para que membros da Igreja explicassem o que é excomunhão, porque ela foi publicamente anunciada, quais as conseqüências de uma excomunhão. Claro que essa gente não tem vontade de debater ou dialogar, a baba ressentida que exalam mostra muito bem que descobriram uma ótima oportunidade para atacar gratuitamente a Igreja.

Até parece que se importam com a garotinha. Quem dera se importassem! Se tivessem alguma compaixão por ela, estariam lamentando o trágico fim das crianças concebidas em seu ventre. Estariam lamentando o trauma que essa criança vai ter que enfrentar para sempre por ter abortado seus filhos. Estariam preocupados com as seqüelas psicológicas e físicas as quais essa menina está sujeita a sofrer a partir de agora. Como já mencionei em post anterior, nos Estados Unidos 31% das mulheres sofrem complicações de saúde após praticarem aborto – e isso acontece em um país onde o aborto é legalizado.

Acusar os católicos de não se importarem com o sofrimento da menininha violentada tem um nome: vigarice. Na verdade, eu duvido muito que esses arautos da liberdade se preocupem com ela.

A preocupação dos militantes anti-cristãos é uma só: destruir a autoridade moral da Igreja Católica para transformá-la em um clubinho onde as pessoas vão apenas para se entreter. O objetivo da perseguição aos cristãos no mundo é constrangê-los, silenciá-los através da imposição de leis (a lei “anti-homofobia”, por exemplo), da ridicularização de sua doutrina (através da repetição exaustiva pelos “formadores de opinião” de adjetivos tais como “retrógada”, “arcaica” e “ultrapassada” para descrevê-la), da exposição de seus líderes fiéis ao ridículo pela imprensa e pela mídia, voltados a distorcer e deturpar a mensagem católica para confundir os fiéis.

O catolicismo está sendo vítima de uma onda de intolerância em todo o mundo. Quem afirma que é católico fiel à doutrina da Igreja é imediatamente taxado de “fundamentalista”. Esse rótulo não é apenas estúpido: ele é deliberadamente mentiroso. Faz parte de uma etapa de fundamental importância para esse processo de implosão da Igreja Católica: corroê-la por dentro, com a ajuda dos falsos católicos, que relativizam sua fé, acreditando apenas naquilo que os convém. Como escrevi em post anterior, quem nega ou relativiza um ensinamento da Igreja, ataca de frente toda a sua autoridade, pois a torna falível – uma instituição como outra qualquer.

O Católico instruído e fiel sabe, ao contrário dos católicos vira-latas, que sua Igreja é a Igreja fundada sobre Pedro por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 16,18-19). Sabe também que sua Igreja é assistida pelo Espírito Santo (João 20,21-23). Sabe que Jesus transmitiu sua autoridade, dada diretamente a Ele pelo Pai, à Igreja que fundou (Mateus 28,18-20); para um verdadeiro católico, a autoridade da Igreja Católica para ensinar vem de Deus. Transformar o catolicismo em uma “igreja qualquer”, tal como desejam muitos católicos e clérigos, e agem dentro da própria Igreja para isso, é a melhor estratégia para desacreditar a instituição.

Vocês duvidam que esteja acontecendo agora, neste momento, uma ação coordenada no mundo inteiro para desmoralizar por completo a Igreja Católica? Então, saibam que isso já aconteceu com a igreja anglicana – em apenas poucas décadas, essa instituição, que era a própria representação da tradição religiosa inglesa, vai deixar de existir. Sua autoridade moral, anteriormente abalada pela “ordenação” de mulheres, foi recentemente destruída por completo com a eleição de um bispo assumidamente homossexual. A igreja anglicana passa por um processo interno de desestruturação que parece ser irreversível e que vai terminar por destruí-la em um espaço razoável de tempo.

Católicos, reajam… Cabe a nós a defesa da Igreja do Senhor Jesus, não aos anjos do céu!

Carta aos professores Rivaldo Albuquerque e Olímpio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, extensiva ao reitor Carlos Calado – assunto: o aborto da menina de 9 anos de Alagoinha (PE)

Prezados leitores:

Este talvez seja o post mais importante já publicado aqui em JORNADA CRISTÃ. Trata-se de uma carta enviada aos professores Rivaldo Albuquerque e Olímpio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, extensiva ao reitor Carlos Calado. Os referidos professores Rivaldo e Olímpio fizeram parte da equipe de médicos que realizaram o aborto na menininha de nove anos violentada pelo padrasto em Alagoinha (PE).

O autor da carta é o estudante do 10º período da referida instituição, Artur Costa, que de forma corajosa sai em defesa do arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, explicando o que é uma excomunhão “latae sententiae”. Em seguida, faz algumas considerações sobre a atribuição da moral em contraponto à função da medicina. Finalmente, vai direto ao ponto:

“Até que alguém me prove o contrário, a gravidez da menina era cientificamente viável. Todos nós sabemos que a medicina é imprevisível, e é assim como devemos encará-la. E na minha opinião, a conduta correta deveria ser esperar a evolução do caso, acompanhar de forma contínua a gravidez, e induzir o parto se necessário, sempre procurando SALVAR VIDAS, que é a verdadeira atribuição da medicina. Se alguém me provar o contrário com o devido respaldo da ciência, EU mudo de opinião”.

Aos católicos: frente à profusão de matérias caluniosas, tendenciosas, destilando ódio, preconceito e intolerância contra a Igreja Católica, fiquemos firmes e fieis aos sucessores dos apóstolos! Procurem ver a argumentação do lado católico, neste momento marginalizado e relegado à obscuridade pelos grandes órgãos de imprensa. Lembrem-se da perseguição movida contra a Igreja Católica, o clero católico e o cristianismo pelos meios de comunicação social. Lembrem-se que a postura dos jornalistas, em 99% dos casos, é a de se portarem contra a Igreja, tendo como objetivo último minar a sua autoridade moral e desacreditar os membros de sua hierarquia.

É exatamente isso que está acontecendo agora: a postura da Igreja, na pessoa do arcebispo D. José Cardoso Sobrinho, foi em primeiro lugar, como é permitido por lei, demover a mãe da menininha da idéia de fazer o aborto; em segundo lugar, novamente usando da liberdade de expressão, sem em nenhum momento ir contra a lei civil, comunicar publicamente a excomunhão dos envolvidos no aborto – como prevê o Código de Direito Canônico. A pena da excomunhão é única e exclusivamente eclesiástica, sem nenhum efeito prático para a lei civil: diz respeito apenas aos católicos, que têm o dever de seguirem a doutrina católica.

Enviem esse texto a amigos, conhecidos e colegas católicos; façamos nossa parte em defesa da fé católica e dos bispos escravos do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Estimados professores Rivaldo e Olimpio e reitor Carlos Calado.

Sou estudante do 10 período da FCM – UPE, e estou escrevendo este e-mail para prestar a minha solidariedade ao Arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho. Em primeiro lugar, Dom José não excomungou ninguém, segundo a imprensa, que é maldosa e tendenciosa, informou. Como, boa parte de vocês declaram ser católicos, apesar de não entender a doutrina, vou explicar algumas coisas.

De acordo com o código de direito canônico, existem 7 ocasiões que levam um católico a ser excomungado latae sententiae:

1 – Profanação do santíssimo sacramento
2 – Agressão física à pessoa do Papa
3 – Revelação por parte do sacerdote de segredos de confissão
4 – Absolvição por um sacerdote do cúmplice do pecado da carne
5 – Ordenação sacerdotal de Bispos por outros bispos sem autorização do Papa
6 – Apostasia e Cisma por parte de um católico bem informado.
7 – ABORTO

Logo, com isso, chegaremos à conclusão que o Bispo não excomungou ninguém, uma vez que todos os que participaram do procedimento já foram excomungados AUTOMATICAMENTE. Excomunhão Latae sententiae significa isso: EXCOMUNHÃO AUTOMÁTICA NO MOMENTO DO ATO. E o Arcebispo nada mais fez do que lembrar o que está previsto pela lei canônica, que é uma lei promulgada pelo Papa, e consequentemente de Deus, uma vez que o Papa quando se pronuncia em questão de fé e de MORAL, se pronuncia in persona christi. Cristo deu as chaves dos céus para o Papa, para que o mesmo tivesse esse poder de ligar e desligar de forma infalível. Logo, a condição para ser católico é acreditar nisso. Quem não acredita nessa questão de fé, não é católico. NINGUÉM É OBRIGADO A SER CATÓLICO.

A outra atitude de Dom José foi procurar a família da menina, e tentar intervir no processo para que o procedimento não fosse feito. Em momento nenhum a integridade moral do senhor professor foi ferida, e nem sequer Dom José faltou com respeito a ninguém. Muito pelo contrário, o que eu só ouvi por parte das pessoas que convivo ao redor foram manifestações de ridicularização e ofensas ao nosso Arcebispo. As pessoas, a imprensa, a declaração universal dos direitos humanos defendem tanto a liberdade de expressão… Agora o Bispo é uma exceção, e deveria ser proibido de se expressar? Que hipocrisia é essa? Que ditadura do relativismo é essa?

Por acaso é atribuição da medicina decidir o que é moralmente correto ou errado? Que eu saiba, a função da medicina é a de salvar vidas, de amenizar o sofrimento. NUNCA MATAR, não importa os argumentos sentimentalóides que costumeiramente se propagam por aí. Decidir o que é moralmente correto ou errado é atribuição da filosofia. Isso está fora do campo da medicina, embora deva caminhar junto. Por sinal, todo sacerdote para ser ordenado precisa ter estudo de filosofia e teologia, coisa que nós médicos e estudantes da medicina não temos. Logo, é competência de Dom José intervir na questão moral sim. E a sua opinião não pode ser ridicularizada nem impedida por ninguém. É direito dele se expressar, desde que não falte ao respeito com ninguém.

Qual a atribuição da moral? Nada mais nada menos que interpretar a lei natural. A declaração universal dos direitos humanos nada mais é do que uma tentativa de interpretação da lei natural. E o que é a lei natural? É a lei que rege a inclinação natural de todos os seres vivos. Um exemplo disso é que todo ser humano é inclinado a fazer o bem. Todo ser humano sabe que é certo fazer o bem, e é errado fazer o mal. Está no coração de todo ser humano que é errado matar uma pessoa inocente. E aí poderemos citar vários exemplos. A lei natural está no coração de todos os homens. E a declaração universal dos direitos humanos nada mais é que uma tentativa de interpretação disso. Os 10 mandamentos nada mais são do que um resumo dessa lei natural. Uma vez que a lei natural é fato concreto, chegaremos à conclusão que o bem e o mal são absolutos. A relativização do certo e do errado significa dizer que qualquer crime ou absurdo pode ser uma atitude correta de acordo com o ponto de vista das pessoas. É a negação completa da lei natural e da existência de Deus. Logo, a mesma deve ser levada em consideração sempre. E Dom José interveio dentro desse contexto, que NÃO É UM CONTEXTO CIENTÍFICO, mas moral!

Sabendo que é intríncecamente mal matar um ser inocente, e que nunca podemos ver no mal uma solução, chegaremos ao assunto Aborto. Perceberam que o assunto fé não entrou aqui em nenhum momento? E realmente não é questão de fé. É questão de ética. Coisa que todo ser humano tem o direito de intervir e opinar. E quando discutimos o que é certo e errado, a razão, e somente a razão deve fazer parte do discussão. O que a gente vê frequentemente por meio da mídia e das pessoas em geral são argumentos sentimentalóides, que estrapolam os limites da razão, e que não medem as consequências das atitudes. Evitemos isso!

Menina de 9 anos de idade foi estuprada várias vezes pelo padrasto, e engravidou, pior ainda! Gravidez gemelar. Todos vocês sabem que uma menina de 9 anos pode engravidar e pode dar à luz, como já ocorreu em outras situações. Gravidez na infância e na adolescência é uma triste realidade do nosso mundo. Toda gravidez tem o seu risco. Não é a toa que se usa os termos “baixo risco” e “alto risco. O CISAM é especializado em alto risco. E a medicina, como falei antes, tem a atribuição de salvar a vida da mãe e a vida do filho. O bom tratamento da mãe é o melhor tratamento para a vida intra-uterina. Até que alguém me prove o contrário, a gravidez da menina era cientificamente viável. Todos nós sabemos que a medicina é imprevisível, e é assim como devemos encará-la. E, na minha opinião, a conduta correta deveria ser esperar a evolução do caso, acompanhar de forma contínua a gravidez, e induzir o parto se necessário, sempre procurando SALVAR VIDAS, que é a verdadeira atribuição da medicina. Se alguém me provar o contrário com o devido respaldo da ciência, EU mudo de opinião, e ainda explicarei pessoalmente a situação ao Arcebispo Dom José, que certamente também mudará de opinião e voltará atrás.

Se foi estupro, se foi acidente, se foi o alienígena, NADA justifica pela razão a destruição da vida intra-uterina. Consequências psicológicas… abortando ou não, a menina carregará pra sempre da mesma maneira. Não existe estudo científico de credibilidade que prove algum benefício ou malefício a esse respeito. Argumentos sentimentalóides não substituem a razão, mesmo estando previsto por lei a autorização do procedimento. Professores Rivaldo e Olímpio, respeito muito vocês, tenho uma simpatia especial pelo prof. Rivaldo, vejo em vocês professores comprometidos com a FCM – UPE, mas é FATO que vocês são defensores ferrenhos da legalização do aborto em todas as ocasiões, e que essa foi uma oportunidade de instigar a população e propagar o que vocês pensam. Eu sei disso.

Bem, caros professores, estou à disposição de vocês, espero não os ter ofendido com nenhuma palavra. Espero inclusive artigos científicos que contribuam para esclarecer o caso e para contribuir para minha formação acadêmica. Estou disposto também a realizar iniciação científica com vocês dentro da área dos riscos que envolvem a gravidez na infância e adolescência, caso vocês se interessem.

Um Abraço,

Artur Costa.

Dom José Cardoso Sobrinho, o mártir em defesa da vida

Prezado Dom José Cardoso Sobrinho

Louvada seja Aquela que nos trouxe o Autor da Vida!

Aqui em Roma, em meio aos estudos de Bioética, desejaria ter mais calma para escrever esta carta de elogio à sua brilhante atuação como pastor diante da Arquidiocese de Olinda e Recife. Temo, porém, pecar por omissão se deixar para depois algo que deveria escrever hoje em apoio à sua defesa da vida de três crianças.

Sim, três são as crianças que o senhor defendeu: uma menina de nove anos, violentada pelo padrasto, e duas crianças gêmeas geradas neste ato de violência.

Em meu trabalho pró-vida, várias vezes deparei-me com casos de adolescentes ou crianças vítimas de estupro. Enquanto as feministas ofereciam aborto, nós, cristãos, oferecíamos acolhida, hospedagem, assistência espiritual e acompanhamento durante a gestação, parto e puerpério. As crianças geradas em um estupro costumam ser alvo de um carinho especial de suas mães. Longe de perpetuar a lembrança da violência sofrida (como dizem alguns penalistas), o bebê serve de um doce remédio para o trauma do estupro. Podendo doar o bebê após o parto, elas se assustam só de pensar em ficar longe dele. Tremem ao se lembrar que um dia cogitaram em abortá-lo. O aborto, além de ser uma monstruosidade maior que o estupro, causa um trauma adicional à mulher violentada. A idéia do aborto como “alívio” para o estupro é uma falsidade que deveria ser banida dos livros de Direito Penal.

A imprensa que acusa o senhor teve o cuidado de não revelar como o aborto foi feito. E com razão. Pois enquanto os defensores da vida mostram com alegria a linda criança concebida em um estupro, os abortistas não podem mostrar os restos mortais dos bebês que foram assassinados. Em se tratando de dois bebês de quatro meses, é possível que os médicos tenham feito uma cesariana para extraí-los do ventre materno. E depois? Depois, devem tê-los jogado no lixo, esperando que morressem. Uma cena nada agradável, nem digna de quem professa a Medicina. Os autores desse assassínio precisaram ter o sangue frio de um algoz para olhar nos olhos de suas duas vítimas abortadas. Mas é a pura realidade.

Outro argumento usado pelos abortistas é que a menina-mãe, por causa de sua tenra idade, não poderia levar até o fim a gravidez. Por isso, o aborto seria “necessário” para salvar a vida dela. Evidentemente, como o senhor sabe, tudo isso é mentira. A menina não estava prestes a morrer nem o aborto se apresentava como a “solução”. Uma gravidez como a dela exigiria um acompanhamento adequado. Médicos que honrassem o seu juramento fariam tudo para salvar os gêmeos, esperando que eles chegassem a uma idade gestacional em que poderiam sobreviver a uma operação cesariana. Afinal, para que servem as nossas UTIs neonatais? Talvez os bebês morressem espontaneamente durante a gravidez. Mas os médicos não carregariam a culpa por esse aborto espontâneo.

Aos que levianamente criticam o senhor, defendendo o aborto como meio para salvar a vida da mãe, eu proponho o seguinte caso.

Suponhamos que, de fato, o aborto pudesse “curar” alguém. Façamos de conta que, em alguma hipótese, o aborto seja “terapêutico”. Estaríamos diante de um caso semelhante ao de uma mulher que, oprimida pela fome durante o cerco de Jerusalém (ano 70 d.C), matou e devorou o próprio filho recém-nascido. O episódio é narrado pelo historiador Flávio Josefo. O raciocínio é o mesmo. Se a mulher não matasse seu filho, ambos morreriam de fome. Ao matá-lo, pelo menos uma das vidas foi salva.

Quem aplaude o aborto como meio para salvar a vida da mãe, deve, por coerência, aplaudir a atitude desse mulher que matou o filho para salvar a própria vida.

O senhor sabe muito bem – mas há muitos que não sabem e não querem saber – que nunca é lícito matar diretamente um inocente, nem sequer para salvar outro inocente. Por isso, o senhor está de parabéns por ter cumprido sua missão, que não é a de matar, mas a de dar a vida por suas ovelhas.

Permita-me agora referir-me a uma das mentiras que estão sendo apregoadas. A grande imprensa vem apregoando que, no caso da pobre menina de nove anos, o aborto foi legal. Ora, isso é absurdo. Não há aborto “legal” no Brasil, assim como não há furto “legal”. Nossa Constituição, que protege o direito à propriedade (por isso, não há furto “legal”), também reconhece a inviolabilidade do direito à vida (por isso não há aborto “legal”). O que os médicos fizeram, aos olhos da lei penal, foi um crime. Ocorre que, nem sempre a pena é aplicada ao criminoso. Há hipóteses, chamadas de “escusas absolutórias”, em que a pena não se aplica, embora subsista o crime. Um exemplo típico é o do furto praticado em prejuízo de ascendente, descendente ou cônjuge (art. 181, CP). Quem pratica tal furto (por exemplo, o filho que furta do pai) comete crime. No entanto, por razões de política criminal (como a preservação da intimidade da família) em tal caso o furto não se pune. Analogamente o aborto, que é sempre crime, tem dois casos em que a pena não se aplica: I – se não há outro meio (que não o aborto) para salvar a vida da gestante; II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido do consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (art. 128, CP).

O médico que pratica aborto em ambas as hipóteses comete crime. A lei não autoriza a praticar o crime, mas pode deixar de aplicar a pena após o crime consumado. Como, porém, houve crime, faz-se necessário um inquérito policial. A polícia, indiciando os médicos e outras pessoas envolvidas, verificará se de fato foram preenchidos os requisitos para a não-aplicação da pena. Em outras palavras: verificará se a atitude dos médicos, além de ilegal e criminosa, é também passível de sanção penal.

Pode ser que o delegado de polícia chegue, por exemplo, à conclusão – nada improvável – de que o consentimento da mãe da menina foi obtido mediante fraude ou coação. Nesse caso, uma vez comprovada a invalidade do consentimento, a conduta dos médicos se enquadrará no artigo 125 do Código Penal (aborto provocado sem o consentimento da gestante), cuja pena é reclusão de três a dez anos.

Se os genitores da menina gestante foram vítimas de fraude ou coação, será possível ainda acionar judicialmente os médicos requerendo uma reparação civil de danos. Claro que nada repara a perda de duas vidas, nem o trauma sofrido pela menina de nove anos submetida ao aborto, mas uma indenização serviria como meio de advertência para os profissionais da morte.

Escrevo tudo isso para dizer que o senhor está do lado, não apenas da lei de Deus, mas também da lei dos homens. O senhor é digno de aplausos pela Igreja Católica e pelo direito positivo brasileiro.

Peço que o senhor não desanime. Estamos do seu lado. E, mais ainda, o Senhor da Vida está do seu lado!

Os ataques que o senhor sofre por todos os lados, até mesmo por pessoas de dentro da Igreja, fazem-me lembrar o que predisse Jesus: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra. Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” (Mt 10,34-36).

As injúrias, as perseguições, as calúnias, tudo isso que o senhor está fazendo deve ser para nós, não só motivo de dor, mas motivo de grande alegria. Com efeito, assim se pronunciou Jesus na última das bem-aventuranças:

“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós” (Mt 5,11-12).

Parabéns, Dom José Cardoso Sobrinho! Subscreve o seu admirador, pedindo-lhe a bênção.

O escravo de Jesus em Maria,

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
http://www.providaanapolis.org.br/

Urros vindos do reino das trevas…

Estou assustado com a repercussão em torno do caso da menina de 9 anos violentada pelo padrasto e que sofreu aborto, e com alguns comentários recebidos aqui por este blog.

Em primeiríssimo lugar, este blog visa ao diálogo e ao esclarecimento. Quem quiser mandar comentários que sejam discordantes das posições tomadas aqui, será bem vindo, contando que respeite a Igreja enquanto instituição e seus clérigos – ainda que, muitas vezes, estes não mereçam respeito por infidelidade à palavra de Deus.

Ofensas aqui serão devidamente e sumariamente descartadas. Este é o meu blog: eu, Matheus Cajaíba, assumo a responsabilidade por ele. Ele não pertence à Igreja ou a qualquer movimento ou instituição ligado à Igreja. Ele pertence a mim, um leigo, pecador e imperfeito que busca a salvação trilhando a doutrina ensinada pela Igreja Católica. O objetivo principal deste blog é transmitir os ensinamentos católicos, explicando, justificando, analisando fatos e acontecimentos sob o ponto de vista do catolicismo.

Este blog não é a casa da mãe joana, portanto não percam seu tempo para xingar bispo ou padre ou papa ou o que quer que seja relacionado ao catolicismo e ao cristianismo. Matem-se com seu próprio veneno, o ódio contra a Igreja Católica; mas aqui no meu blog vocês, inimigos da Igreja, não terão vez. Escrevam para a Folha de São Paulo, para os jornais, a rede Globo, portais de internet, blogs, todos os meios de comunicação, onde vocês poderão vomitar seus rancores e ressentimentos a vontade, e podem ficar tranqüilos porque a mídia é realmente muito mais importante que esse bloguezinho mixo, um grão de mostarda escrito e mantido por miserável pecador que clama para si a misericórdia de Deus, confiando apenas em Seu amor. A mídia vai dar ouvidos a vocês, Arnaldo Jabor vai bater palmas para o que vocês escreverem, os “formadores de opinião” em TODOS os veículos da grande mídia vão lhes ser solidários e divulgarão com enorme prazer suas mensagens carregadas de fúria contra o catolicismo, seus clérigos e os fiéis católicos.

Mas aqui não. Uma coisa é escrever aqui “discordo da sua postura” ou ainda “discordo da sua opinião, discordo da Igreja”. Isso é válido. Aqueles que quiserem buscar a verdade de coração sincero e buscam compreender o ponto de vista católico, serão bem recebidos e tratados com cortesia. Quem vier com pedras na mão, será mandado de volta para seu devido lugar: a lixeira. No meu blog, mando eu e não é qualquer comentário que será publicado. Entenderam?

Dito isso, vou avisando que excluí comentários agressivos e/ou recheados de ofensas gratuitas. Para vocês verem o nível da horda que se abateu por aqui, vejam o maravilhoso exemplo de um comentário expurgado, que dizia, entre outras coisas: “Canalha, vá cuidar dos filhos dela então seu palhaço!!!” Não vou, idiota, porque eles já foram assassinados. Você me insulta sem a mínima noção do trabalho realizado pelas instituições católicas e por heróis como o Padre Lodi – publicarei logo acima deste post um relato corajoso desse bravo sacerdote a respeito desse caso. Quantas garotas estupradas são apoiadas e recebem tratamento digno em casas de abrigo e instalações mantidas por religiosos! Quantas mulheres que, mesmo tendo amparo legal para abortar desistem de fazê-lo, e até mesmo de dispor dos filhos após o parto, porque os filhos gerados são o bálsamo, a cura, a terapia, a manifestação do próprio amor de Deus para a superação do horrendo trauma do estupro!

E o que pessoas como você ofereceriam à menininha? O aborto e adeus! E eu sou o canalha? Vai escrever pra sua corja, pros jornalistas vendidos e militantes corruptos que recebem dinheiro para defender o assassinato de bebês ainda no ventre da própria mãe.

Outro urro foi de uma senhora metida a esclarecida. Transcrevo um trecho:

É interessante como em certas questões católicos (e também, evangélicos) em geral apelam para o sentimentalismo barato para tentar angariar apoios e enganar os incautos. Se aproveitaram de uma situação repulsiva e traumática para fazer proselitismo religioso. Colocam fotos de fetos, numa apelação, sensacionalismo e mau gosto de fazer inveja aos piores programas policialescos da TV. Demonstraram muita preocupação com os bebês mas se esqueceram do personagem principal: a pobre menina violentada pelo padrasto.

A sensibilidade da missivista me comove. Não pode mostrar o resultado do aborto, não pode mostrar o que acontece com o feto após um aborto, ela fica ofendidinha! Tadinha! Mas fazer aborto pode, né? Ah, então tá bom! Fazer pode, não pode é mostrar o que foi feito!

Contra fatos, não há argumentos e, nessas fotos, existe o fato objetivamente demonstrado: vidas jogadas fora. Mostrar isso é “apelação”, “mau gosto”. Outra coisa: todos os pronunciamentos eclesiásticos demonstraram sim, ao contrário do que diz a missivista, preocupação com a menininha. Convido a todas as pessoas de boa vontade a visitarem os links “pró-vida” nos favoritos deste blog. Vejam o que dizem esses sites. Muitos estão em inglês, mas o Pró-vida de Anápolis tem informações preciosas sobre os efeitos devastadores do aborto sobre as mulheres. Evitar que uma mulher faça o aborto é sim preocupar-se com sua saúde física e mental.

A primeira vítima de um aborto é sempre a mulher que o pratica, em qualquer caso.

Mostrar o resultado dessa prática abominável, repugnante, horrível é considerado… abominável, repugnante, horrível. MAS A PRÁTICA, EM SI, É LEGÍTIMA! UM DIREITO DA MULHER! Ora, que contradição é essa? Mostrar um feto abortado é motivo de crítica; o aborto, O QUE PROVOCOU AQUILO QUE ESTÁ RELATADO NA FOTO, NÃO SOMENTE É TOLERÁVEL, MAS ATÉ DESEJÁVEL.

E quem defende a vida é que é hipócrita? A sra. é o quê, então? Uma iluminada? Não tolera ver fotos de fetos mortos, mas tolera que esses fetos sejam assassinados? Qual o nome que devo dar a isso?

Bem, se a senhora acredita que a Igreja Católica “está caminhando para a completa insignificância”, agradeço por dispensar um precioso tempo comentando neste blog ASSUMIDAMENTE CATÓLICO, FIEL À DOUTRINA DA IGREJA, E MUITÍSSIMO MAIS INSIGNIFICANTE QUE ELA. Surpreende-me a senhora gastar tempo com algo tão risível, ligado a uma instituição caduca, segundo diz.

A porta da rua é a serventia da casa: vão todos vocês insultar a Igreja e seus fiéis pastores em outros lugares, abundantes aliás, por aí. Repito: quem quiser discutir e até criticar, com civilidade e boa vontade, será acolhido. Mas aqui vocês, militantes anti-católicos, não terão vez. Voltem para as trevas, de onde vieram!

Que tristeza!

Bebê abortado durante o segundo trimestre de gravidez.

No post abaixo, o relato do padre Edson Rodrigues sobre o desenrolar da tragédia em Alagoinha, Pernambuco. Infelizmente, terminou em outra tragédia: a menininha grávida de gêmeos abortou. Pelo relato do padre Edson, percebemos a manipulação em torno do caso por parte dos abortistas, que mostraram total desprezo pela vida dos nascituros.

O aborto é a solução para curar todos os males? O aborto foi tão melhor assim do que se a menininha mantivesse a gravidez? Por que não se tentou salvar a vida dos bebês que ela carregava em seu ventre?

O aborto é um alívio? Mas para quem? Para a garotinha? Para seus dois bebês mortos? Isso é um alívio?

O aborto vai curar os traumas dessa garotinha? E os males físicos e psicológicos que o aborto provoca? Por que não levam isso em conta também?

O que muitos não percebem é que os católicos “carolas” e “radicais” sofrem de coração amargurado com esses casos horríveis, com a abominação do estupro de uma menininha, com essa gravidez terrível… É claro que ninguém em sã consciência tolera isso!

Mas é ilícito ter piedade dos dois inocentes mortos? Ou eles não eram humanos? Não eram humanos por terem sido concebidos em virtude de um crime horrendo? De sua mãezinha ser uma criancinha? Esses fetos não tinham direito a uma chance? O nascimento dessas crianças, caso fosse possível a gravidez ser levada adiante, seria um trauma maior que o seu “desaparecimento”?

Vocês realmente acham que psicologicamente a menininha está bem por causa do aborto que sofreu?

Vocês acham que isso vai livrá-la dos traumas decorrentes do estupro?

Vocês acham tão horrível assim dar oportunidade a dois bebês de nascerem? Acham tão horrível assim ao menos que se tentasse fazer isso? Acham uma monstruosidade tentar salvar as tres vidas, mas descartar duas para o lixo é não apenas justo, mas necessário?

E ainda atacam com ódio e com essa baba venenosa que lhes escorre pela boca a nós que defendemos a integridade física e moral dos três, a mãe e os bebês?

Será que estamos tão errados assim em defender a vida, buscando alternativas que minimizassem também o sofrimento da menininha?

Grávida de gêmeos em Alagoinha: o lado que a imprensa deixou de contar

Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.

O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.

No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.

Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.

Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.

Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.

Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.

Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.

Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.

Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.

No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?

Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.

Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.

Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!

Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha-PE

O texto foi publicado originalmente aqui.

Pesquisa relaciona aborto com nascimentos prematuros em gravidezes posteriores

Por Hilary White.

04 de março de 2009 (LifeSiteNews.com) – Uma recém publicada meta-análise (estudo abrengendo dados de várias outras pesquisas) mostrou uma forte ligação entre aborto induzido e subseqüentes nascimentos prematuros.

Publicado na edição de fevereiro do prestigioso Journal of Reproductive Medicine, o estudo revisou dados internacionais de 21 estudos realizados entre 1995 a 2007 sobre nascimentos prematuros relacionados a abortos induzidos e espontâneos. A conclusão foi de que “abortos espontâneos e induzidos estão associados com um aumento similar de casos de nascimentos prematuros nas gravidezes seguintes”.

Os pesquisadores descobriram que abortos anteriormente induzidos aumentam a possibilidade de uma mulher ter um parto prematuro em 64%.

Embora a maioria das organizações abortistas neguem veementemente que haja um risco considerável de nascimentos prematuros decorrentes de abortos anteriormente realizados, o estudo publicado mês passado sustenta as descobertas de várias pesquisas anteriores. Um estudo realizado entre partos de filhos únicos no período entre 1998 e 2003 na Austrália, publicado no Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine em janeiro deste ano, também relacionou aborto com nascimentos prematuros.

Os pesquisadores naquele estudo descobriram que “aborto anteriormente induzido e  cigarro durante a gravidez (particularmente entre mulheres nativas da região) são fatores de risco evitáveis para partos prematuros”.

Outro estudo publicado em 2007 no Journal of Epidemiology and Community Health descobriu que abortos aumentam em três vezes o risco de nascimento de bebês com peso abaixo do normal em futuras gravidezes, e dobram o risco de nascimentos prematuros posteriores.

Fonte: LifeSiteNews. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.

Novos links entre os favoritos

Todos muito interessantes, parece que são da mesma “família”… Não conheço o autor (ou autores), mas sempre trazem informações relevantes – algumas, até necessárias.

Católicos abrem centros na Sibéria para ajudar mães e evitar que abortem

Reproduzo notícia da Zenit. Depois, meu comentário:

O aborto está provocando um inverno demográfico

MOSCOU, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) deu a conhecer seu apoio a uma iniciativa do sacerdote Michael Shields, que trabalha na cidade siberiana de Magadan, com o objetivo de abrir centros pró-vida para ajudar mulheres grávidas com dificuldades.

Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira pela instituição, destaca-se a boa acolhida que a iniciativa teve entre os próprios médicos estatais, preocupados pela alarmante diminuição da população «provocada pela atual legislação russa a favor do aborto, que retorna aos tempos soviéticos».

A iniciativa será levada a cabo a partir de junho em Magadan e arredores, uma região de triste fama por ter sido sede dos gulags stalinistas. Precisamente, o sacerdote se deu a conhecer há pouco por seu livro Martys of Magadan (Mártires de Magadan), publicado pela AIS.

Em declarações à AIS, o Pe. Shields destaca que a idéia da iniciativa partiu de um dos médicos governamentais que trabalham no Centro de Informação a Mulheres. «Isso é maravilhoso, porque a Rússia realmente está mudando e quer mais nascimentos», afirmou.

«O governo russo sabe que a demografia do país não vai bem, e essa é a razão pela qual os médicos nos pediram que trabalhássemos a favor das mulheres grávidas», explica.

No ano passado, o Pe. Shields abriu uma casa para alojar pais e crianças recém-nascidas com problemas, especialmente mães em período de estudos, a quem as autoridades expulsam das residências escolares quando se constata a gravidez.

Este centro, «Casa da Natividade», teve bastante êxito «graças ao boca-a-boca» entre as próprias mulheres, sublinha o Pe. Shields, que também destaca «o forte apoio à causa pró-vida por parte da Igreja Ortodoxa Russa».

A notícia não deixa de ser auspiciosa, mas é como ascender uma vela na escuridão. Com uma das legislações abortistas mais permissivas do mundo, a Rússia é o exemplo de um desastre demográfico anunciado. Nesse país, a média de abortos atinge a assombosa marca de quatro por mulher. Para cada nascimento em que o bebê nasce vivo, há dois abortos – dois terços dos nascituros são assassinados.

Os abortos na Rússia são financiados pelo estado, o que explica a facilidade em que ocorrem. A taxa de natalidade do país é baixíssima. A população, atualmente na casa dos 142 milhões de habitantes, está diminuindo em 700 mil pessoas por ano. Se algo não for feito, em 2050 poderá estar reduzida a 100 milhões. A Rússia está morrendo e a prática disseminada do aborto está contribuindo de forma decisiva para que isso aconteça.

Esquerda e direita na Igreja

Por Olavo de Carvalho.

Já faz tempo que a grande mídia no Brasil – refiro-me sobretudo à de São Paulo, Brasília e Rio — deixou de ser meio de informação confiável e se tornou puro instrumento de manipulação ideológica. O uso que ela faz dos termos para descrever situações e personagens não corresponde nunca à realidade objetiva, mas a um enfoque pré-calculado para produzir determinadas reações públicas. A linguagem-padrão do jornalismo brasileiro segue hoje estritamente a técnica soviética da desinformação. Isto não é modo de dizer, mas uma descrição exata do que acontece.

No caso das questões religiosas, a prova mais clara disso é o progressivo deslocamento do sentido dado aos rótulos “conservador” e “fundamentalista”. No começo, “conservadores” eram os católicos que se opunham às mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II. Muitos deles foram expulsos da Igreja, como dom Marcel Lefebvre, e hoje constituem um movimento religioso independente, de enormes proporções, cuja existência a mídia jamais menciona. Amputada essa parcela da realidade, o rótulo de “conservadora” passa a ser aplicado à própria ala da hierarquia católica que implementou as mudanças do Concílio. A margem de conservadorismo admitido, portanto, diminuiu consideravelmente. Antes, homens como João Paulo II ou o então cardeal Ratzinger eram o centro, o fiel da balança. Depois a mídia os deslocou para a direita e até para a extrema-direita enquanto dava sumiço nos conservadores genuínos, transformados em “não-pessoas”, sem direito a voz ou presença pública.

Processo análogo sofre o termo “fundamentalista”. Essa palavra designava os adeptos de uma interpretação literalista e legalista da Bíblia. Pouco a pouco, a classe jornalística passou a empregá-lo para rotular qualquer pessoa que seja fiel a uma religião tradicional. Isto significa que a quota de fidelidade religiosa admitida na sociedade “decente” vai se estreitando cada vez mais. É um estrangulamento progressivo, lento e calculado.

Outro exemplo. Até dez anos atrás, todo mundo na Igreja – esquerda e direita — era contra o aborto. Em 1991 os bispos de Chiapas, México, que estavam entre os mais esquerdistas da América Latina, acusaram de auto-excomunhão as militantes feministas que defendiam o aborto. Hoje, a mídia em peso carimba como “conservador” e até “fundamentalista” qualquer católico que seja anti-abortista.

Tudo isso é manipulação cínica, voluntária e consciente. Quem molda a linguagem popular domina a alma do povo. O uso de categorias políticas para descrever as facções da Igreja não é errado em si, pois o clero é composto de seres humanos, e seres humanos têm o direito e a inclinação de se alinhar politicamente. Mas essas categorias devem ser usadas honestamente como termos descritivos apropriados à realidade objetiva, não como instrumentos de manipulação destinados a criar uma falsa realidade politicamente conveniente a determinada facção. A mídia tem inclusive o direito de acompanhar as mutações semânticas quando vêm de fora, mas não o de produzi-las por iniciativa própria, moldando os acontecimentos em vez de descrevê-los.

Em cada grande redação do país existe hoje um forte grupo de iluminados que se autoconstituem donos do pensamento geral. Confrontados com um padrão normal de honestidade intelectual e jornalística, são na verdade criminosos, estelionatários. Um dos mais notáveis mentores intelectuais da esquerda mundial, o filósofo americano Richard Rorty, teve até o cinismo de enunciar a regra que orienta essa gente: não devemos – dizia ele — tentar convencer as pessoas expondo nossa convicção com franqueza, mas ao contrário, “inculcar nelas gradualmente os nossos modos de falar”. É o maquiavelismo lingüístico em estado puro.

João Paulo II e Bento XVI nunca estiveram efetivamente entre os conservadores. Foram transformados nisso por essa obra de engenharia verbal que, deslocando o eixo da linguagem cada vez mais para a esquerda, deforma as proporções da realidade para ludibriar a opinião pública. Complementarmente, essa manobra impõe o estereótipo de que os conservadores são a classe repressora e os progressistas são os coitadinhos oprimidos e perseguidos. Na verdade, jamais algum esquerdista da Igreja sofreu um milésimo das punições impostas à ala conservadora de dom Lefebvre. Os verdadeiros perseguidos da Igreja nunca são mencionados na mídia, embora constituam em certos países da Europa quase um terço da população fiel. No Brasil, os bispos de Campos foram humilhados, censurados e por fim excomungados sem ter feito mal algum. Leonardo Boff ou Gustavo Gutierrez, ao contrário, nunca sofreram punição nenhuma, apenas o período de silêncio obsequioso por alguns meses, e até hoje vivem da propaganda lacrimosa postiça que os mostra como verdadeiros mártires. Toda a grande mídia é cúmplice dessa mentira. O jornalismo no Brasil tornou-se uma forma de alucinação proposital.

Do mesmo modo, o chavão que divide a Igreja em “Igreja dos ricos” e “Igreja dos pobres”, que inicialmente aparecia só na propaganda comunista explícita, foi absorvido pela mídia e tornou-se de uso geral. A Igreja – toda a Igreja – sempre trabalhou pelos pobres. A ela devem-se a invenção dos hospitais, das maternidades, o ensino universal gratuito, a progressiva abolição da escravatura, etc. A “teologia da libertação”, que se auto-embeleza com o título de “Igreja dos pobres”, nada fez pelo povo pobre além de usá-lo como massa de manobra ou bucha de canhão, como o faz na Colômbia e em Cuba. A adoção daqueles estereótipos pela mídia é uma brutal inversão da realidade. Por outro lado, é a ala esquerda da Igreja – e não os conservadores ou mesmo os centristas — que hoje nada em dinheiro de George Soros, da ONU, da Unesco, das Fundações Ford e Rockefeller, e até de organizações abortistas como a Planned Parenthood Foundation e a Sunnen Foundation. Bela “Igreja dos pobres”, essa!

Fonte: site de Olavo de Carvalho.

PT: o partido do aborto

Eu ia escrever sobre isso, mas o Jorge Ferraz, do Deus Lo Vult!, já o fez, e muito bem neste post aqui. A cúpula da quadrilha aprovou uma resolução contrária a CPI do aborto, em que reitera a convicção do PT em liberar a matança de bebês no Brasil ainda no ventre de suas mães. A parte mais bonita do texto é essa aqui, que não resisto em comentar:

Tratar desse tema criminalizando as mulheres, impondo valores religiosos ou morais, é apostar no autoritarismo que queremos que não exista em nossa sociedade.

Esse trecho é uma pérola da hipocrisia, do cinismo, da falta de moral, exatamente o que caracteriza o PT. Vamos voltar à perguntinha básica: o que é aborto? Responder a essa pergunta é “impor valores religiosos ou morais?” Quais as conseqüências de um aborto para a saúde da mulher e para a sociedade? Por que os corajosos (sic) abortistas se eximem de responder a essas perguntas? Que moralidade é essa, que sonega informações básicas ao público em geral e às próprias mulheres?

A frase “apostar no autoritarismo que queremos que não exista em nossa sociedade” é bastante reveladora. Trata-se da velha retórica espúria de esquerdistas: aqueles que são contrários ao que nós defendemos, baseiam suas crenças em moralismos religiosos. São as forças do atraso. Novamente, a tática absurda e cada vez mais disseminada de desqualificar o discurso do oponente apenas por ele ter sido proferido por um adversário, sem ter a necessidade de provar ou refutar argumentos. O PT é a mentira ambulante, que se traveste de liberdade para pregar o assassinato de bebês. Autoritarismo bom é o autoritarismo do PT.

Um católico realmente fiel à sua Igreja e à moral católica não vota no PT. O PT é inimigo dos valores éticos, morais, do cristianismo, da vida, enfim. Arrisco-me a dizer: se não reagirmos, o PT vai arruinar este país para sempre.

Liberaram o aborto em Portugal. E adivinhem o que aconteceu

Trecho de notícia da Agência Ecclesia. Depois, meu comentário:

Aborto aumentou 38% no último ano

A Federação Portuguesa pela Vida assinalou o 2.º aniversário do referendo ao aborto alertando para os números e para a falta informação no Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com os dados oficiais, terá havido perto de 18 mil abortos a pedido da mulher em 2008. Números que para a federação provam a falência dos argumentos que sustentaram a legalização do aborto.

“Um dos objectivos deste referendo foi tornar o aborto raro. Aquilo que se dizia era que a legalização iria diminuir o número de abortos – encaminhando mais as mulheres para o planeamento familiar. Mas, verificamos precisamente o contrário”, sustenta Isilda Pegado.

O texto completo aqui.

Quer dizer que o número de abortos cresceu em Portugal depois da legalização? Não me diga!… Mas não legalizaram o aborto justamente para que ele se tornasse raro?…

Vou sintetizar aqui a fala de Olavo de Carvalho que transcrevi em outro post: a legalização do aborto não visa a diminuição da prática, ao contrário! Vejam bem: as fundações que financiam a campanha mundial pelo “direito de escolha” (eufemismo para direito de matar bebês) são proprietárias de redes de clínicas de aborto! Agora, vejam bem: você acha que donos de clínicas de aborto estão interessados em que o aborto diminua? Já citei aqui a Planned Parenthood, que fez campanha ostensiva em favor da eleição de Barack Obama à presidência dos EUA. Para quê Obama despejou milhões de dólares do governo americano que deverão ser usados em campanhas para promover o aborto em países em desenvolvimento?

O que mais me irrita são os estúpidos argumentos de que “com a liberação do aborto, as mulheres terão melhor assistência e pensarão melhor, daí o número de abortos deverá cair”. Até hoje, isso não aconteceu em lugar nenhum do mundo, ao contrário; e Portugal é o exemplo mais recente disso.

CPI do Aborto cria guerra de blocos na Câmara

Debate que será retomado em março divide PT e une governistas e oposicionistas, católicos e evangélicos

Luciana Nunes Leal

Uma briga que aproximou governistas e oposicionistas, católicos e evangélicos e levou o PT a uma grave divisão interna será retomada em março, já sob a gestão do novo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O motivo da discórdia é a CPI do Aborto, criada pelo ex- presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), no dia 8 de dezembro, que na prática ainda não existe. O impasse envolve acusações de perseguição e volta à Inquisição, de um lado, e de omissão ante a prática ilegal e do contrabando de drogas abortivas, do outro.

O ponto de partida da CPI, segundo o autor do requerimento, deputado Luiz Bassuma (PT-BA), é uma entrevista do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em que citou a existência de comércio ilegal de remédios que provocam aborto. Deputadas contrárias à investigação, no entanto, dizem que a comissão quer convocar mulheres que já praticaram o aborto, para tentar indiciá-las por infração do Código Penal e levá-las à prisão. No Brasil, o aborto só é permitido em casos de estupro e de alto risco para a mãe. A interrupção da gravidez de bebês anencéfalos continua proibida, mas muitas mães têm conseguido autorização judicial para fazer o aborto.

Quando estiverem escolhidos todos os líderes dos partidos e os presidentes das comissões, a CPI voltará à discussão e dará dor de cabeça a Temer . A tendência dos líderes partidários é atender à bancada feminina e não indicar os integrantes da CPI, o que levaria a comissão à extinção. No entanto, os defensores da investigação, participantes da Frente Parlamentar de Defesa da Vida e contra o Aborto, prometem uma mobilização radical para neutralizar a manobra dos líderes e obrigar o presidente da Casa a indicar os nomes, como prevê o regimento interno da Câmara.

Leia mais no Estadão.

Ofensiva abortista cada vez mais intensa

A Veja da semana passada publicou uma matéria de capa que é uma apologia disfarçada à legalização do aborto. Com um discurso que supostamente evoca uma “imparcialidade” diante da polêmica, a reportagem tem por objetivo dizer basicamente o seguinte: muitas mulheres abortam, portanto… vamos legalizar a prática, para que elas possam abortar em segurança, sem correr riscos.

O interessante é que a reportagem evita o tempo inteiro responder à pergunta que não quer calar: afinal de contas, o que é um aborto?

A tática dos abortistas é justamente essa: sem que a opinião pública perceba, desvia dessa questão e arregimenta adeptos tontos para a legalização da matança de bebês sob o mantra “a mulher deve ter direitos sobre seu corpo e ninguém deve interferir”. Só o enunciado do texto já diz tudo – sem dizer absolutamente nada sobre a questão: “Enquanto as questões éticas, religiosas e científicas ficam sem resposta, mais médicos brasileiros optam por ajudar suas pacientes decididas a interromper uma gravidez indesejada”.

Ainda que não houvesse respostas… A questão é simples. Se não temos certeza sobre o que é o feto, há uma possibilidade de o feto ser uma pessoa. O feto é ou não é um ser humano? Segundo o ponto de vista da genial repórter da Veja, não temos a resposta. Ora, não temos uma resposta nem positiva, muito menos negativa. Portanto, se abortarmos um feto, há a possibilidade de estarmos matando apenas um amontoado de células; mas também há a possibilidade de matarmos um ser humano. É lícito correr o risco real de se matar uma pessoa?

Se você tiver estômago pra ler, a matéria está aqui. Faz parte de um contexto onde a imprensa está preparando a opinião pública para se mostrar no mínimo indiferente à iminente aprovação do aborto no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal. Porque o que a mídia está fazendo é muito simples: enfiando na cabecinha oca do público em geral que aborto é uma questão íntima, que cabe à mulher decidir. Mesmo as opiniões contrárias ao aborto relatadas na reportagem demonstram isso: eu não faço aborto, mas… fica subentendido que outras pessoas “podem” fazer, não deveria ser um problema maior que uma questão de “consciência”.

Mas e se o aborto significar a morte de uma criança? Como as coisas ficam? Como ficaria o enunciado da reportagem? “mais médicos brasileiros optam por ajudar suas pacientes decididas a matarem os próprios filhos ainda dentro do ventre

O que é um aborto provocado? É uma intervenção para interromper a gravidez. Muito bem. Mas o que é interromper uma gravidez? É expulsar o feto em gestação do útero da mulher. Certo. Qual a conseqüência deste ato? A morte do feto, quase que invariavelmente – exceto nos abortos tardios, onde o feto pode sobreviver, embora com seqüelas graves.

O feto é ou não é o filho daquela mulher?

Essa retórica estúpida de considerar o feto até determinado momento da gestação como apenas um amontoado de células não se sustenta. Porque, sob esse ponto de vista materialista, somos todos nós, seres humanos, apenas um amontoado de células. Por acaso aquele amontoado de células vai se transformar em algo tão diferente assim? Ele vai se tornar ser humano apenas no momento do seu nascimento?

Convido a todos a uma leitura obrigatória, de um texto publicado no site Farol da Democracia Representativa – desde já, linkado nos favoritos aqui do JORNADA CRISTÃ. O autor é Raphael De Paola.

Exemplar a matéria de capa da Veja da semana passada, 28 de janeiro, intitulada “Aborto: a realidade dos consultórios”, por uma Adriana Dias Lopes. Exemplar pela baixeza das analogias e pela escolha dos termos usados, parcial ao extremo em uns casos, e totalmente falsa em outros. E também por usar a mera constatação do fato de que há médicos realizando impunemente o aborto, que era para ser o núcleo da reportagem e é a mensagem passada pelo título, como premissa camuflada para fortalecer a tese abortista na discussão mais geral sobre a licitude do aborto. Exemplar ainda pela lógica absurda, cuja conclusão, ademais, induz médicos e mães a um comportamento irresponsável que é, de fato, criminoso no nosso país. E finalmente a reportagem se destaca por mostrar como se encaixam a mídia em particular, e a intelectualidade ativista em geral, na estrutura de poder do mundo de hoje. Em suma, uma reportagem que representa genuinamente a postura dos órgãos de mídia nacionais.

Para ler o restante do texto, clique aqui.

Igreja critica Obama por aprovar financiamento federal do aborto

Notícia da Zenit. Depois, meu comentário:

Os bispos dos Estados Unidos e o Vaticano mostram seu desacordo

Por Karna Swanson

WASHINGTON, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cardeal Justin Rigali, arcebispo da Filadélfia, qualificou de «muito decepcionante» a decisão do novo presidente americano, Barack Obama, de revogar a proibição de destinar fundos federais a organizações que promovem o aborto em países em vias de desenvolvimento.

A decisão de revogar a conhecida como «Política Cidade do México», que o ex-presidente George Bush pôs em andamento há oito anos, foi divulgada no terceiro dia de mandato do novo presidente. 

O cardeal Rigali, que é também presidente do Comitê de Atividades Pró-vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, afirmou que «uma administração que quer reduzir o aborto não deveria destinar fundos federais a grupos que promovem o aborto». 

Estas declarações se referem à reiterada afirmação de Obama em campanha eleitoral, de que ele não é «partidário do aborto, mas de reduzir o número de abortos sem tornar este procedimento ilegal».

Leia o restante da notícia aqui. Já avisei aqui antes: se você acredita na sinceridade de um abortista, eu tenho um terreno na lua para lhe vender. Obama comprometeu-se com vários grupos ligados ao aborto durante não apenas o decorrer da sua campanha presidencial, mas em toda sua (curtíssima) carreira política. E esses grupos não estão interessados em diminuir o número de abortos, mas ao contrário, tem por objetivo aumentá-los, seja por questões financeiras (essas organizações estão intrinsicamente ligadas à redes de clínicas de aborto), seja por questões ideológicas (que acreditam piamente ser de máxima importância impor um controle populacional para toda a humanidade).

Na foto acima, Obama discursa em evento promovido pela Planned Parenthood, atualmente proprietária da maior cadeia de clínicas de aborto dos Estados Unidos e, oh!, surpresa, organização que luta pelo “direito das mulheres decidirem o que fazer com o próprio corpo”.

Se você não conhece a Planned Parenthood, deixe que eu faça as honras: trata-se de uma instituição que diz lutar pelo “direito” ao aborto e ao mesmo tempo é dona de milhares de clínicas de aborto em todo o planeta – tem filiais em 180 países. Nos países onde o aborto é proibido (inclusive o Brasil), ela atua assim: fomenta o aborto clandestino, infringindo a lei, para criar um problema de saúde público, proclamar aos quatro ventos que “está havendo um morticínio, as mulheres estão morrendo por causa do aborto clandestino”, com o objetivo de manipular a opinião pública e pressionar os governos para mudarem a lei, legalizando o aborto e daí… ganherem ainda mais dinheiro fazendo esses abortos em suas clínicas, na medida em que também pressionam os governos a financiarem abortos com dinheiro público.

A Planned Parenthood fez campanha ostensiva em favor da eleição de Barack Obama e de canditados abortistas. Com a melhor das intenções, é claro. Agora, está na hora do Presidente retribuir a gentileza. Será que algum trouxa realmente acredita que Obama, tendo sido apoiado por todos os grupos abortistas e donos de clínicas de aborto dos Estados Unidos, está interessado em diminuir a prática do aborto naquele país?

E vocês acham que eu tenho que agüentar calado os “pogreçista” de cabeça (de vento) aberta e miolo mole, defendendo o direito da mulher de matar o próprio filho no ventre… Ora, vão lamber sabão! Esses panacas se comportam como idiotas úteis para a causa abortista, não têm a menor consciência disso e acham que a opinião deles é deveras importante.

Quanta estupidez!

Algumas estatísticas sobre aborto nos Estados Unidos

Alguns dados sobre a prática do aborto nos Estados Unidos, tiradas do site TheUnChoice.com. Depois, meus comentários:

  • 64% dos abortos realizados envolvem algum tipo de coerção de outras pessoas à mulher que aborta;
  • 84% das mulheres que realizaram aborto não estavam plenamente informadas;
  • 52% das mulheres que abortaram o filho disseram sentir-se apressadas em fazê-lo e 54% se sentiram inseguras, mas ainda assim…
  • 67% não receberam aconselhamento;
  • 79% não foram informadas sobre alternativas ao aborto;
  • Coerção pode degenerar em violência;
  • Homicídio é a principal causa de morte de mulheres grávidas;
  • Risco de morte para as mulheres é 62% maior após realizar aborto;
  • 31% das mulheres sofrem complicações de saúde após praticarem aborto (nota: estamos falando dos Estados Unidos, onde o aborto é legalizado e realizado em clínicas onde há “segurança”);
  • 65% sofrem sintomas de estresse pós-traumático;
  • 60% das mulheres que praticaram aborto afirmaram depois: “parte de mim morreu”;
  • Adolescentes são seis vezes mais propensas a cometer suicídio, em um período de seis meses após a prática de um aborto;
  • O risco de depressão clínica é 65% maior após um aborto;
  • Taxas de suicídio são 6 vezes maiores entre mulheres que praticaram aborto.

Detalhes (em inglês) aqui.

O que me deixa mais aborrecido, irritado, agressivo mesmo, é a quantidade de papagaios, que não sabem absolutamente nada sobre o assunto e repetem os slogans, batendo bumbo por aí: “ah, a mulher tem direito sobre o próprio corpo”, “aborto é um assunto íntimo”, “tem que haver o direito à escolha”… “Ah, eu quero dar minha opinião…”

Ainda que houvesse um “direito à escolha”, como escolher alguma coisa de forma consciente se você não recebe a informação adequada? Como sustentar a falácia de que os grupos e militantes abortistas na verdade querem legalizar o aborto para diminuir sua ocorrência, quando está claro que esses grupos se opõem ao direito à informação, e na realidade fazem apologia ao aborto seja por motivos financeiros ou ideológicos?

Estamos falando dos Estados Unidos, onde o aborto é legal até o momento do parto do bebê! E os dados indicam: 84% das mulheres que fazem aborto afirmaram depois do ato que não estavam plenamente informadas sobre o que iriam fazer. E 67% dessas mulheres não receberam qualquer tipo de aconselhamento.

Como acreditar na sinceridade dos militantes abortistas, quando pregam, com a cara mais limpa, que a liberação do aborto iria diminuir sua prática – e dizem defender sua legalização argumentando exatamente desta maneira para a opinião pública? Como não considerar isso uma falácia? Se querem a diminuição do número de abortos, o que esses militantes fazem para conscientizar as mulheres dos males que o aborto provoca, e assim dissuadi-las de praticarem tal ato?

Uma propaganda anti-aborto, uma notinha na imprensa e um comentário

Lá vou eu de novo falar de aborto. Na verdade, o tema é apenas pano de fundo; o que pretendo abordar é a sutileza do jornalista em manipular a informação que pretende divulgar, fazendo associações discretas, mas ainda assim notáveis, entre ser pró-vida e ser “retrógado”, “moralista” ou “reacionário”.

A matéria saiu em um blog do Ig, com o título Propaganda antiaborto usa imagem de Obama como exemplo. Reproduzo-a aqui, com meus comentários:

Não demorou muito para as primeiras críticas da direita contra Barack Obama começarem a aparecer. Obama liberou novamente o financiamento para entidades que apóiam o aborto e planejamento familiar na última semana, atitude definida como “decepcionante” pelo Vaticano.

Mas a polêmica maior veio com o anuncio publicado pelo Catholic Vote, um projeto de católicos, sem laços formais com a igreja, mas de grande influência na mídia e política dos EUA.

O anúncio, de título “Vida: imagine o potencial”, gerou polêmica ao usar a imagem de Barack Obama, um filho de casal interracial, abandonado pelo pai e com infância pobre, como possível vítima de aborto. Assista abaixo:

httpv://www.youtube.com/watch?v=V2CaBR3z85c

O anúncio diz:

“O futuro dessa criança é um lar em pedaços
Ele será abandonado por seu pai
Sua mãe solteira vai ter dificuldades para criá-lo
Apesar dos desafios que ele vai enfrentar
Esta criança
Vai se tornar
O 1º presidente negro dos Estados Unidos
Vida: imagine o potencial”

E aí? Polêmico mesmo ou estão querendo apenas tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama? Deixe seu comentário!

O texto já começa com uma sutileza digna de um elefante em uma loja de louças.

Sem criticar a propaganda em si, o iluminado colunista cutuca: “Não demorou muito para as primeiras críticas da direita contra Barack Obama começarem a aparecer.”

“Não demorou muito” quer dizer: o cara mal tomou posse e vocês já estão criticando? Que bando de impertinentes! Deviam calar a boca e ir pra casa.

Claro que esse comentário está de acordo com a lógica de jardim de infância que prevalece no jornalismo brasileiro, que trata seus leitores como dementes. Exemplo clássico: esquerda = bonzinhos, direita = malvados. Quem é contra o aborto, é de direita; logo, quem é contra o aborto é malvado.

Veja o anúncio. Se não souber inglês, veja a tradução. Estão falando alguma mentira ali? Alguma incorreção? Alguma imprecisão? Tem alguma coisa errada com o anúncio que o invalide, que tire sua credibilidade?

Depois, o arremate fantástico: “E aí? Polêmico mesmo ou estão querendo apenas tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama? Deixe seu comentário!”

O meu comentário é que já passou da hora de reagir frente a notinhas tão idiotas. O que o iluminado escriba quis dizer com “tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama”? Ora, esse anúncio é um tapa de luvas no presidente abortista justamente por uma de suas primeiras decisões – rever a proibição de financiamentos públicos do governo norte-americano para a prática de abortos nos Estados Unidos e no resto do mundo. Trata-se de uma referência, ainda que implícita, aos rumos políticos adotados por Obamba neste assunto. Ora, como o anúncio então poderia “tirar o foco” de uma das “primeiras decisões” do novo presidente, se o que faz é justamente chamar a atenção do público para ela? Que pergunta estúpida é essa, que encerra o texto apenas com o intuito de confundir o leitor?

Esse é o nível a que chegou a imprensa brasileira: o fundo do poço. E não se surpreendam, porque lá embaixo tem um alçapão.

P.s.: antes que eu me esqueça, já incluí o Catholic Vote na lista de links favoritos.

Notícia da Folha sobre a Marcha pela Vida – e eu faço algumas perguntinhas, quem pode me responder?

Essa notinha publicada na Folha Online tem direito a comentários. Vamos lá:

Obama reafirma apoio ao aborto enquanto milhares protestam em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira o direito das mulheres de praticarem o aborto. A declaração foi feita em comentário escrito sobre o 36° aniversário da decisão da Suprema Corte sobre o caso “Roe versus Wade”, que estabeleceu o entendimento de que o aborto é legal em todo o país.

Em português claro: Obama defendeu o direito das mulheres de matarem o próprio filho dentro do ventre. Ou aborto é outra coisa que não seja isso e eu não estou sabendo?

“A decisão de 1973 não somente protege a liberdade e a saúde das mulheres, mas representa um princípio mais amplo: que o Governo não deve se intrometer em assuntos familiares mais íntimos”, disse Obama, defendendo ainda que todos precisam trabalhar para evitar a gravidez indesejada, reduzir a necessidade de abortos, e apoiar as mulheres e as famílias nas escolhas que fizerem.

Permitir aborto é não se intrometer em “assuntos familiares mais íntimos”. Hum. Vamos seguir esse brilhante “rassiossímio”: quando o marido enche a esposa de pancada, a gente não deve se intrometer, então? Não se trata de “assuntos familiares mais íntimos”? Por que não legalizar a pedofilia? São assuntos de família também. A maioria absoluta dos casos de abusos sexuais contra menores acontecem entre parentes próximos. E isso também é assunto de família. E como são íntimos! Se eu posso matar meu filho antes de ele nascer para evitar maiores problemas e inconvenientes para mim, o que me impede moralmente de abusar dele depois de ele já ter nascido?

Ou algumas pessoas devem ter direitos e outras não devem? O que retira do feto o seu status de “pessoa humana”: a “liberdade da mãe”? Então a liberdade, o direito de escolha de alguém é superior ao direito à vida de outrem?

Aborto é realmente uma coisa indefensável. Quem defende essa aberração está com um parafuso a menos, pra dizer o mínimo.

As declarações foram divulgadas enquanto dezenas de milhares de opositores ao aborto realizavam um protesto em Washington contra a legalidade da prática. A manifestação, que acontece uma vez por ano desde 1974, incluiu uma marcha até a Suprema Corte para exigir que Obama “impeça a morte intencional” dos que ainda não nasceram.

A tradicional “guerra de números”: a imprensa, fazendo questão de minimizar a importância da Marcha pela Vida, diminui o número de seus participantes. Reparem que mimo: nem mesmo o nome do evento foi mencionado na matéria! E qual o nome do evento? Marcha pela Vida. Porque entre a vida e a morte, qual é a escolha a ser feita?

A Folha, assim como a imprensa em geral, já fez sua escolha. E não foi pela verdade, muito menos pela vida.

“Queremos que Obama seja um defensor dos direitos humanos, dos quais o mais fundamental é defender a vida dos inocentes, dos que não nasceram”, disse Julio Hurtado, um manifestante colombiano. Muitos participantes do protesto disseram que o apoio de Obama ao aborto aumentou a necessidade de tornarem a mensagem deles mais visível.

Mudança

Obama venceu a corrida presidencial com um forte apoio das mulheres, e defendeu durante a campanha o direito de decidir sobre sua própria gravidez, o que causou a repulsa dos ativistas contra o aborto.

Novamente, eu pergunto: quais as conseqüências desse “direito de decidir sobre a própria gravidez”? Por que tantos eufemismos para dizer o óbvio? Interromper a gravidez = aborto = morte do feto = morte de um ser humano dentro da barriga da própria mãe, sem direito à defesa.

Ou eu estou errado? Ou aborto é na verdade uma operação de apendicite, sei lá? Ou é pra tirar o baço… Aborto é pra tirar o quê do corpo da mulher? Alguém pode me responder?

O que a mídia tenta fazer é uma verdadeira lavagem cerebral, um controle dos pensamentos e das próprias ações. Em primeiro lugar, tira-se o significado da palavra “aborto” da discussão, trocando-se para eufemismos e slogans como “interrupção da gravidez”, “liberdade de escolha”, “direito de decidir”. Assim, manipula-se a informação para que a “opinião pública” perca a noção do que aquilo realmente significa.

Em segundo lugar, toda a discussão sempre se dá com relação à mulher, mas nunca em função do que está dentro da barriga dela. Trata-se de um aborto; a mulher tem direitos? Sim. Mas espere um pouco: a mulher que se recusa a ser mãe é a única envolvida no ato de abortar? É só a ela que isso diz respeito? Os abortistas dizem: “sim”. Mas, peraê: o que está dentro da barriga dela? (a) Um amontoado de células; (b) Um alien do filme O 8º Passageiro; (c) Uma lombriga; (d) O filho (ou filha, afinal feto também tem sexo, não é? Ou nunca ouviram falar de “aborto seletivo“?) que ela está gerando em seu ventre.

Essa pergunta nunca é respondida de forma satisfatória por quem defende o aborto. “Ah, não sabemos exatamente quando a vida começa”. Se não tem certeza, então mata-se o que está lá dentro assim mesmo? O que é que está dentro da barriga da mãe, será que alguém pode responder isso? Será que apenas uma parte da discussão é que conta? “Ah, mas é o direito da mulher…”, repetem os papagaios. Direito da mulher fazer o quê, afinal de contas?

O ex-presidente George W. Bush regularmente manifestou apoio aos manifestantes na marcha anual. Em uma gravação endereçada aos manifestantes, no ano passado, ele disse que a biologia confirma que desde o início, cada feto é uma pessoa com seu próprio código genético.

E isso que o Bush falou é mentira?

Veja como a imprensa é tendenciosa: imparcialidade é narrar o que acontece com uma neutralidade sapiencial, como se um jornalista estivesse do alto o Olimpo analisado os pobres mortais. Veja que texto limpinho, com uma narração bem equilibrada, sóbria… O Bush disse isso, não que isso seja verdade, ainda mais que foi o Bush quem falou, mas isso também não quer dizer que seja mentira… E tudo vira uma questão de opinião.

Grupos como a Organização Nacional da Mulher (NOW, em inglês) também realizaram nesta quinta-feira atos de pressão para que Obama reverta as restrições ao envio de fundos americanos a organizações de planejamento familiar no exterior que “realizam ou promovem” o aborto.

Detalhe: para minimizar a importância da Marcha pela Vida, que levou às ruas de Washington mais de duzentas mil, talvez trezentas, vindas do país inteiro, para protestar contra o aborto, a Folha emenda com um “ato de pressão” de uma entidade pró-aborto. Essa é a imparcialidade, estão vendo? Pois bem, quantas pessoas participaram desse ato pró-aborto? Ele é realizado todos os anos? Qual a sua relevância?… Se eu juntar uma meia dúzia de gatos pingados pra protestar contra ou a favor de alguma coisa, trata-se de um grupo, não é verdade? Pois bem, qual o tamanho desse grupo? Por que não aprofundar na comparação entre as duas manifestações?

Agora, essa novidade do Obama é de uma hipocrisia ímpar. O governo americano vai dar dinheiro para organizações que promovam o aborto no mundo inteiro. E desde quando quem promove o aborto e lucra com ele está interessado em limitar o número de abortos? Essas restrições, impostas pelo governo Reagan, retiradas por Bill Clinton e novamente colocadas em prática por Bush, reduziram sensivelmente o número de abortos nos Estados Unidos. Isso é fato.

Ora, qualquer pessoa sensata que não tenha sido abortada pela própria mãe, percebe que, para reduzir o aborto, tem que haver algum tipo de cerceamento à sua prática. O que Obama está fazendo é justamente o contrário. E as milhares de clínicas de aborto norte-americanas agradecem comovidas pelo apoio presidencial. Você acha realmente que isso tem alguma coisa a ver com “escolha” ou “direito da mulher em decidir”? Isso tem a ver com dinheiro, ora bolas. Deixem os idiotas acreditarem que essa militância pró-aborto luta pela liberdade feminina… Sim, lutam pela liberdade de ganhar muito dinheiro.

A opinião pública americana sobre o aborto tem sido bastante estável nas últimas décadas, com pesquisas mostrando uma pequena margem de vantagem àqueles que defendem o procedimento em todos ou na maioria dos casos. A questão continua entre as mais polêmicas entre os americanos.

Hum… Veja o que é manipular estatísticas. “Uma pequena margem de vantagem àqueles que defendem o procedimento em todos ou na maioria dos casos.” Sim. Mas, veja: apenas 11% dos americanos é a favor do aborto sem nenhuma restrição. 88% dos entrevistados são totalmente contrários ao aborto ou manifestam restrições, que são inexistentes pela lei norte-americana. Se a mulher quiser matar o próprio filho cinco minutos antes do parto, ela está amparada pela lei para fazê-lo. Essa “antecipação do parto” é considerada aborto – livre exercício da liberdade, do direito a fazer o que bem quiser. Traduzindo: embora esses 88% por cento incluam aqueles favoráveis ao “direito de escolha”, mesmo estes querem restrições, como limitar o aborto ao tempo de gestação.

E é isso o que querem impor aqui no Brasil, sem que a mídia revele exatamente o que significa. Essa é a imparcialidade da imprensa: relata a formiga, mas omite o elefante. Trata o aborto como “interrupção da gravidez”, “direito da mulher ao próprio corpo”, mas omite e distorce dados e conceitos fundamentais para que a opinião pública esteja corretamente informada sobre o debate. E sem informação, não pode existir debate honesto – muito menos democracia.

Viva os manifestantes da “Marcha pela Vida!” Que Deus abençõe a todos eles.

Washington se prepara para marcha pela vida

Milhares de norte-americanos protestam anualmente contra o aborto neste país

Por Carmen Elena Villa

WASHINGTON, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Milhares de pessoas chegaram à capital dos Estados Unidos para participar mais uma vez da «Marcha pela Vida», que se realizará em Washington amanhã, a partir das 9h.

Este evento acontece desde 1974, todo dia 22 de janeiro, dia em que a Corte Suprema de Justiça deu via livre à lei Roe versus Wade, a qual legalizou o aborto neste país. Cerca de 200 mil manifestantes levantarão sua voz a favor dos não nascidos diante do Capitólio de Washington.

Este ano, os participantes pedirão ao novo presidente, Barack Obama, que cessem as políticas que sutilmente geram uma cultura de morte na sociedade americana.

«Temos um novo presidente que tem um poder gigante de mudar o rumo pró-vida dos Estados Unidos. Nosso país precisa dizer que o aborto é um crime terrível que mata humanos inocentes e temos de rezar para que esta nova administração tenha a previsão de assumi-lo», disse a Zenit Eileen Picket, uma professora do Ensino Fundamental que viajou de Connecticut para participar deste evento.

Leia a reportagem completa aqui.

Amanhã é dia de oração pela vida nos Estados Unidos – e aqui também, porque não?

Amanhã, dia 21 (quarta-feira), milhares de católicos são esperados em Washington na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição para rezar pelo fim do aborto. É a véspera do triste aniversário da decisão da Suprema Corte norte-americana que liberou o aborto em 1973. Haverá uma missa de abertura e, após, confissões, a oração do Rosário pela vida e uma noite intensa de orações segundo o rito Bizantino. A vigília começará às 7 horas da noite e terminará às 7:30 da manhã (horários locais) do dia 22, com a celebração de uma missa de Penitência. Ao término da missa, os milhares de peregrinos de todos os Estados Unidos se encontrarão com outros milhares de manifestantes na Marcha Pela Vida, que espera esse ano atrair mais de 200 mil pessoas de todo o país em uma corrente uníssona pelo fim do massacre de bebês não-nascidos.

Todos nós, cristãos e defensores da vida, devemos amanhã ter um olhar de carinho e afeição especial por esses nossos irmãos, que enfrentarão o frio e a indiferença da grande mídia em defesa da vida daqueles que não podem se defender. Rezemos por eles com carinho e pela nobre causa que eles defendem. E não nos esqueçamos da intenção do governo brasileiro de legalizar o aborto a qualquer custo (como citei em post anterior). Rezemos por nossos governantes, para que a Providência Divina impeça a aprovação do aborto no Brasil, rezemos pela conversão de Barack Obama e por todos militantes pró-vida do mundo.

A programação da vigília, em inglês, está aqui.

Bispos norte-americanos escrevem ao presidente eleito; prioridade fundamental: defender o direito à vida

A Conferência Episcopal Norte-americana tornou pública, na última quinta-feira, dia 15, uma carta do Cardeal Francis George, o presidente da conferência, ao presidente eleito Barack Obama. A carta, datada de terça-feira (dia 13), resume os “princípios e prioridades que guiam os esforços das políticas públicas [defendidas pelos bispos] para propor uma “agenda para o diálogo e a ação”. Uma carta semelhante foi enviada ao vice-presidente eleito e a membros do Congresso americano.

A prioridade fundamental, de acordo com o Cardeal George, é a proteção da vida humana de inocentes. “Fundamentalmente”, ele escreve, “trabalharemos para proteger as vidas dos membros mais vulneráveis e incapazes de opinar da família humana, especialmente os nascituros e aqueles que são inválidos ou doentes terminais”. Ele prossegue:

Constantemente, defenderemos o direito fundamental à vida, desde a concepção até a morte natural. Opondo-nos ao aborto como a matança direta de vidas humanas inocentes, apoiaremos a todos para procurarem um consenso que irá reduzir o número de abortos de uma forma moral e sensata, que afirme a dignidade das mulheres grávidas e de seus filhos ainda não nascidos. Iremos nos opor a medidas legislativas, dentre outras, que objetivem a expansão do aborto. Trabalharemos para conservar o essencial, amplamente apoiando políticas que mostrem respeito para a vida dos nascituros, protegendo os direitos de consciência dos prestadores de saúde e outros americanos, e impedindo a promoção e o financiamento públicos do aborto. A “emenda Hyde” e outras disposições que por muitos anos têm impedido financiamentos públicos para o aborto comprovam em números a redução do número de abortos. Tentativas de obrigar os americanos a financiarem abortos com seus impostos colocariam-se como uma séria provocação moral e comprometeriam a aprovação de reformas essenciais nos serviços de saúde.

Outros temas abordados pelo Cardeal George em sua carta:

  • Mudanças econômicas em favor prioritariamente de famílias mais pobres e trabalhadores vulneráveis;
  • Por um sistema de saúde universal que proteja toda a vida humana, inclusive a vida pré-natal, e que provenha acesso a todos, especialmente aos mais pobres;
  • Uma transição responsável em um Iraque livre da opressão religiosa, com um aumento dos investimentos do governo americano para superar a pobreza, a fome e as doenças nos países mais pobres – sem esquecer da complexidade das mudanças climáticas, não tomando partido neste debate, mas conclamando em favor dos pobres e mais vulneráveis, que serão os mais afetados pelas dramáticas ameaças ao meio-ambiente;
  • Uma reforma nas leis de imigração que defenda os direitos e a dignidade de todos os povos;
  • O reconhecimento do casamento como uma união “exclusiva entre um homem e uma mulher, tratando-se de uma contribuição única e insubstituível para o bem comum da sociedade, especialmente através da geração e educação das crianças, o que exclui outras formas de relacionamentos pessoais, que não podem ser equiparadas ao compromisso de um homem e uma mulher;
  • A pioridade da família em educar seus filhos;
  • O fortalecimento de grupos de base religiosa.

Fonte: Catholic Culture. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original e completo em inglês, clique aqui. Para ler a carta do Cardeal Francis George na íntegra, em inglês, clique aqui.

Papa Bento iniciando ano movimentado e histórico

Por Edward Pentin.

Este ano reserva muitas surpresas para o Papa Bento XVI. O líder espiritual dos 1,2 bilhões de católicos do mundo deve embarcar em duas viagens papais históricas, fazer mudanças significativas nas lideranças do Vaticano, e encontrar-se com Barack Obama, no que pode vir a ser um encontro complicado.

O Pontífice, que completará 82 anos de idade no próximo dia 16 de abril, viajará pela primeira vez como Papa à África no mês de março, rumo a Camarões para fazer parte das preparações para um encontro de bispos africanos. Em seguida, partirá para Angola para celebrar os 500 anos da evangelização do país.

O Papa pode esperar uma recepção calorosa num continente onde o catolicismo está crescendo rapidamente e muitos estão a aderir ao sacerdócio católico. Mas a África, continuamente afetada pela pobreza e pelos conflitos, é de grande preocupação para a Igreja, levando o Vaticano a informalmente declarar 2009 como o Ano para a África. Como fez no Natal, o Papa deverá chamar a atenção especificamente para os conflitos e sofrimentos no Zimbabwe, no Congo e na Somália.

Sua visita também deverá reacender a controvérsia sobre a proibição da Igreja do uso de preservativos como método para se evitar o vírus HIV. O Papa não mudará o ensinamento da Igreja nesse assunto, mas ao invés disso provavelmente deverá salientar a razão pela qual a Igreja mantém seus ensinamentos e que organizações católicas assistem aproximadamente um quarto de todas as vítimas da AIDS no mundo.

As atenções então se voltarão para a viagem histórica seguinte de Bento XVI, à Terra Santa. O Vaticano não confirmou oficialmente a visita e, se os conflitos continuarem em Gaza, provavelmente será adiada. De qualquer maneira, o Vaticano diz que o planejamento para a viagem continua, e fontes dizem que está agendada para acontecer entre os dias 8 e 15 de maio. Incluirá paradas em Aman, Tel Aviv, Jerusalém, Nazaré e Belém. O biógrafo papal George Weigel diz que provavelmente será o ponto alto do ano para o Papa.

Sem dúvida, a visita será uma das mais delicadas para Bento XVI. Fontes dizem que o pontífice alemão tem um encontro marcado com membros da Autoridade Palestina (que não inclui o Hamas) em Belém, e visitará o memorial do Holocausto em Jerusalém. Ele fará muitos apelos pela paz na região e em solidariedade com os cristãos da Terra Santa, que enfrentam muitas provações e emigram em número elevado. O Vaticano espera que a viagem do Papa também alivie recentes tensões com israelenses e líderes judeus. A ação do Papa Pio XII para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial mantém-se como uma questão ardentemente controvertida entre alguns líderes do judaísmo.

Além das viagens do Papa, novos escritos papais são aguardados para este ano. A primeira e muito aguardada encíclica social de Bento, “Caritas in Veritate” (“Amor na Verdade”), provavelmente será lançada na primeira metade do ano (pré-vendas já estão sendo feitas online em sites como o Amazon.com). O documento, endereçado a todos os católicos, oferecerá uma crítica moral para a atual crise financeira. É esperada para ser convenientemente “ecológica”, enfatizando a administração responsável da criação, mas sempre com uma visão antropocêntrica que coloca a dignidade humana e o bem-estar, não a natureza, no cerne da questão.

O Papa, um leitor voraz e autor talentoso, deve também publicar o segundo volume de seu livro “Jesus de Nazaré”. O livro, cujo primeiro volume foi publicado em 2007, oferecerá suas próprias análises e compreensões teológicas sobre a Paixão e Ressurreição de Jesus.

Este ano também verá mudanças significativas em muitos altos cargos no Vaticano. Pelo menos três cardeais devem se demitir, já que chegaram ou excederam a idade limite de 75 anos. Em decorrência disso, e da aposentadoria de outros cardeais ao redor do mundo, a necessidade de um consistório (quando o Papa formalmente indica novos cardeais) se tornará premente. Comentaristas acreditam que isso deverá acontecer na primavera (entre setembro e dezembro).

O Papa também estará empenhado em assegurar que continuem os até agora significativos progressos nas relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. Um novo patriarca ortodoxo russo será escolhido em junho, em seguida à morte inesperada do patriarca Alexis II, no final do ano passado. O escolhido poderá renascer as esperanças de que aconteça o primeiro e histórico encontro entre um Papa e um patriarca, desde que as duas igrejas quase mil anos atrás se dividiram.

Quanto aos ilustres visitantes que o Papa deverá receber, a visita de Barack Obama em julho é a mais aguardada. O presidente eleito comparecerá ao encontro do G8 na ilha italiana de Maddalena e espera-se que ele inclua em seu trajeto uma passagem pelo Vaticano. Tendo em vista sua conhecida posição sobre aborto e outras questões pró-vida, o encontro de Obama com o Pontífice poderá se tornar embaraçoso.

Mas mesmo que os dois não se encontrem, comentaristas dizem que a nova administração e a Igreja provavelmente se enfrentarão. “Se a administração Obama tentar remover as cláusulas de consciência que protegem instituições e profissionais de saúde católicos nos Estados Unidos [da obrigação de realizarem abortos], podemos muito bem ver um desafio papal à nova administração”, Weigel diz. Ele acredita que tal confronto é provável “de qualquer jeito”, tendo em vista o quanto a administração Obama irá se esforçar no campo dos assim chamados “direitos reprodutivos” junto às Nações Unidas e em outros países.

Ainda assim, isso não impedirá Bento XVI de reunir-se com Obama se a oportunidade surgir. Um dos pontos fortes deste Papa é sua disposição em ouvir todas as opiniões, mesmo aquelas com as quais discorde. Para o Papa Bento, uma discussão intelectual honesta supera qualquer medo de controvérsia. Por isso, não se surpreenda se, como em anos anteriores, este Pontífice voltar a ser manchete em virtude de debates pragmáticos e provocativos.

Fonte: Newsmax.com. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.

Mais links pró-vida

Aproveitando o tema “Santidade da Vida” (ver post anterior), convido os leitores a visitarem mais alguns endereços favoritos de JORNADA CRISTÃ que estão sendo adicionados agora:

  • Contra o Aborto, de William Murat: blog sempre atualizado com notícias sobre o tema.
  • After Abortion: o que os abortistas e os matadores de bebês não dizem nem querem que você saiba sobre o que acontece após a realização de um aborto. Muitas estatísticas, artigos e estudos de grande importância para conscientização. Por exemplo: os canalhas afirmam que “a legalização do aborto vai acabar com as mortes de mulheres por causa do aborto inseguro”. Mas veja o que eles escondem: uma mulher tem três vezes mais chances de morrer em decorrência de um aborto, ainda que realizado em segurança (o estudo foi realizado nos EUA, onde o aborto é legalizado), que em decorrência de um parto. Artigo em inglês sobre este estudo aqui.
  • National Right to Life: essa comissão foi fundada em 1973, em resposta à decisão (absurda) da Suprema Corte Norte-americana, que legalizou naquele país a prática do aborto durante os nove meses de gravidez. É um dos principais órgãos do movimento Pró-vida dos Estados Unidos.
  • Violência dos abortistas (ProChoiceViolence.com): atenção para este site! Relatos de casos de violência praticados por militantes abortistas contra militantes pró-vida ou obrigando mulheres a abortarem: assassinatos, raptos, roubos, atos de vandalismo contra escritórios ou campanhas de movimentos anti-aborto, estupros. Tem de tudo um pouco. Para se ter uma idéia, a média de assassinatos cometidos por militantes abortistas em um ano nos Estados Unidos é maior que o número de assassinatos cometidos por militantes radicais contrários ao aborto em 40 anos! O pior é que a mídia (sempre ela) omite esses dados, dando a impressão à sociedade de que os pró-vida é que são fanáticos (por causa da religião), radicais e violentos, dando ênfase exagerada em episódios isolados. Para se ter uma idéia da parcialidade da imprensa, aqui cito uma declaração (melhor seria dizer “confissão”) do editor do telejornal da rede de tevê norte-americana NBC News, Gilbert Millstein: “O jornal da NBC não usa o termo ‘pró-vida’, que é considerado tendencioso, mas se alguém quisesse usar a expressão ‘pró-escolha’, eu dizia que estava tudo bem”.

Feliz Dia Nacional da Santidade da Vida Humana para todos!

Esta semana é de grande importância para os movimentos a favor da vida em todo o mundo. No próximo dia 22, quinta-feira, será realizada em Washington a Marcha Pela Vida, que espera reunir 200 mil pessoas para protestar contra o assassinato legalizado de bebês ainda no ventre materno. Hoje, dia 18 de janeiro, é o Dia Nacional da Santidade da Vida Humana, decretado pelo presidente George W. Bush na última quinta-feira. O ato do presidente Bush foi publicado na íntegra pelo blog Oblatus, acrescido de um belo comentário, do qual transcrevo um trecho:

Não tenho procuração para defender G. W. Bush de seus detratores, nem tenho filiação partidária no Brasil e, menos ainda, nos Estados Unidos. Entretanto, tenho razões para acreditar que o ódio dos “progressistas” e os slogans antiamericanos e anti-Bush gritados por “maritacas” de todos os quilates se devem à decidida oposição de sua Administração à escalada abortista mundial. De líderes incontestes da campanha assassina, os Estados Unidos sob a liderança de Bush passaram a inimigos figadais, conscientes e determinados. Falta muito para reverter décadas de políticas antivida, mas Bush havia dado alguns passos na correta direção. Desnecessário dizer que Barack Hussein Obama irá trilhar o caminho oposto. E pensar que muitos católicos americanos contribuíram para isso!

Do jeito que as coisas estão, temos mesmo é que agradecer a Deus por nossas mães não terem nos abortado…

Falando no Obama, terça é dia de sua posse e pretendo tecer algumas considerações sobre o que vem por aí, no que diz respeito a nós, católicos.

Guerra contra a Igreja Católica no México: socialistas ameaçam a Igreja por sua oposição ao aborto, ao “casamento” homossexual e à eutanásia

Vejam que gracinha essa notícia publicada no LifeSiteNews (o texto original em inglês você lê clicando aqui). Em seguida, meus comentários:

Cidade do México, 14/01/2009 (LifeSiteNews.com) – A liderança do Partido Social Democrático (PSD) emitiu uma exigência ao Cardeal Arcebispo da Cidade do México Norberto Rivera para que ele e a Igreja parem de se opor às iniciativas do partido para legalizar o aborto, o “casamento” entre homossexuais e a eutanásia, caso contrário enfrentarão ações legais.

O PSD está enfurecido pelas constantes reiterações do Cardeal dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a santidade da vida humana, moralidade sexual e valores familiares.

“É um ataque contra nossa ideologia, porque eles (os católicos) nos descrevem como inimigos da família, protestam contra a legislação que despenaliza o aborto, ignora a existência de casais do mesmo sexo, a prática da eutanásia, e eles debocham da transexualidade”, disse o presidente nacional do PSD, Jorge Carlos Diaz, em uma conferência de imprensa.

“Estamos falando de uma campanha que irá se prolongar, porque o assunto é delicado e nós iremos comparecer perante as agências eleitorais, porque nós iremos ratificar que há uma campanha negativa contra nós, porque nós defendemos idéias que diferem das idéias defendidas pela Igreja”, ele acrescentou.

Diaz disse que, se a Igreja não concordar em parar de denunciar as iniciativas legislativas de seu partido, “nós iremos denunciá-la ao Instituto Federal Eleitoral (IFE) por proselitismo.”

A constituição mexicana proíbe o clero de participar de discussões políticas, embora não proíba membros da Igreja de ensinarem valores morais. Anteriormente aplicadas com maior severidade, as cláusulas anti-clericais da Constituição não são mais vistas como proibitivas para que o clero faça declarações analisando as implicações morais da legislação.

As proibições mexicanas contra a participação do clero em questões políticas foram usadas para intimidar o Cardeal Rivera em 2007, durante a campanha para legalizar o aborto na Cidade do México. Após ser ameaçado com uma investigação por declarações suas e de padres subordinados opondo-se à medida, Rivera recuou de sua ameaça em excomungar conselheiros municipais que votaram pela legalização do aborto.

Em todas as democracias ocidentais, repete-se o expediente: as opiniões cristãs contrárias à nova ordem mundial são silenciadas através da intimidação. Os liberais bradam em alta voz “o estado é laico!” Sim, mas a sociedade não é laica, e os valores que a norteiam têm influência decisiva da religião. Então, como já tomaram a mídia de assalto, utilizam os jornais, as revistas, a televisão como seus porta-vozes: a Igreja é retrógada, é um obstáculo à liberdade, ela não tem que se intrometer na discussão, porque religião não se mistura com política!

Ora, esperem um pouco: em uma democracia, todos têm o direito de manifestarem sua opinião. Ou não têm? A Igreja Católica é uma instituição que faz parte da sociedade, seus membros têm todo o direito de se manifestarem e de se organizarem para defender seus interesses, suas idéias e suas crenças.

Os membros da Igreja têm o direito de falar, de mostrar seu ponto de vista. Isso é uma coisa tão óbvia, que só aqueles que têm certeza íntima de que estão errados e mantém a mesma opinião por safadeza tentam calar a boca da Igreja se utilizando da intimidação pura e simples. “Ah, temos que abrir o debate sobre o aborto…” Claro, ouvindo-se apenas uma das partes e silenciando a outra, desqualificando a priori o ponto de vista do adversário silenciado. Isso é debate?

É claro que essa exclusão da Igreja das discussões públicas é proposta por socialistas, que nas últimas décadas abraçaram com entusiasmo a bandeira da destruição da família tradicional e da moral católica. Desde quando socialismo e democracia são compatíveis? Se é pra propor um debate sobre esses assuntos, porque a Igreja não pode participar deste debate? “Ah, porque o estado é laico…” Ora, bolas, o estado é laico e não admite que religiosos se manifestem? Isso é autoritarismo disfarçado, travestido de laicidade. Para que haja um debate verdadeiramente democrático, as duas partes devem confrontar suas idéias. É isso que os partidos socialistas propõem?

Claro que não! O que eles dizem é: a Igreja não deve se meter na discussão. Porque a Igreja é o alvo principal nessa onfensiva. O cristianismo é o inimigo a ser derrotado. A nova ordem mundial pretende que a manifestação pública da fé seja, a médio prazo, considerada um crime; religião é um “assunto privado”, que não deve interferir no debate público.

No México, a infeliz tradição anti-clerical presente na constituição daquele país (perguntinha: a perseguição à Igreja Católica ajudou o México a se tornar uma grande nação?) cai como uma luva para pressionar e intimidar a Igreja. Os católicos devem reagir com vigor para expressarem seu ponto de vista! E devem fazê-lo agora, ou em algumas gerações fazer o sinal da cruz em público será caso de polícia.

Em favor da família e da vida

A Zenit hoje destaca dois eventos importantíssimos que acontecerão nos próximos dias e terão pouco ou nenhum destaque na mídia convencional: o Encontro Mundial das Famílias, a ser realizado no México…

O cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, garante que o VI Encontro Mundial do México será uma festa para a família, também para as que não podem ir a Guadalupe.

Antes de viajar à capital asteca, o purpurado italiano, nomeado para este cargo por Bento XVI em junho passado, em uma entrevista concedida à Zenit, compartilhava as grandes esperanças do Papa e da Santa Sé para este encontro, que deve congregar mais de um milhão de pessoas até 18 de janeiro.

«O encontro mundial das famílias é um evento de tal importância, de tal significado, que por si só convida a participar, e de fato vêm representantes de todo lugar do mundo. Em particular, do México, vêm também representantes qualificados da sociedade civil», explica.

«Faço um convite aos cidadãos da Cidade do México e aos cidadãos das diversas cidades do México, para que venham em massa, porque será certamente uma grande festa, uma festa belíssima, e também muito acolhedora, como os mexicanos gostam», afirma.

Pois bem, dado que muitas pessoas não podem viajar ao México, o purpurado recorda que será possível acompanhar pela rádio, televisão e internet os momentos culminantes do Encontro: em particular, o evento festivo testemunhal, às 18h, hora local do México, de 17 de janeiro, assim como a missa do domingo, 18 de janeiro, que começará às 9h, horário local.

Leia o restante da matéria aqui.

…e a Marcha Pela Vida, a ser realizada em Washington/Estados Unidos.

Todo dia 22 de janeiro, as principais ruas da capital americana são invadidas por cartazes com mensagens como «Defender a vida» ou com painéis que têm rostos de bebês e crianças recém-nascidas.

Nem o inverno nem a neve podem deter as quase 200 mil pessoas que chegam a Washington de diferentes lugares dos Estados Unidos para marchar diante do Capitólio. Seguem a rota da Corte Suprema de Justiça com cantos. Exigem o respeito e a dignidade dos não nascidos, assegurando que esta é equivalente à de qualquer outro ser humano e recordando que o valor da vida não pode ser relativizado.

Quando os pró-vida decidiram unir-se

Em 22 de janeiro de 1973, sete de nove advogados da Corte Suprema de Justiça dos Estados Unidos deram via livre à lei Roe versus Wade, que assegura que o aborto deve ser permitido à mulher, por qualquer razão, até o momento em que o feto se transforme em «viável», ou seja, quando seja potencialmente capaz de viver fora do útero da mãe sem ajuda artificial.

Diferentes líderes pró-vida se deram conta das consequências que estava começando a ter a legalização do aborto nos Estados Unidos e foi assim como, em outubro de 1973, decidiram unir-se no dia 22 de janeiro seguinte, data na qual cerca de 20 mil pessoas participaram da primeira «Marcha pela vida» em Washington.

Desde esse dia, ano após ano, milhares de norte-americanos se reúnem para este evento. Várias dioceses dos Estados Unidos, assim como colégios e universidades católicas, enviam uma delegação para que façam parte da «Marcha pela vida».

Leia o restante da matéria aqui.

“Humanae Vitae”: profecia científica

Esta matéria, com certeza, não vai sair nos jornais convencionais. Por isso, a importância de se buscar meios alternativos de informação, tais como a Zenit.

Este texto é bom para os católicos “modernistas”, que adoram dar palpites sobre o que não entendem e ficam posando de católicos “independentes”, de cabeça aberta, que gostam de julgar o que a Igreja ensina – como se soubessem mais que a própria Igreja e estivessem realmente mais interessados em entender o que ela ensina do que fomentar a própria vaidade. “Ah, eu acho um A-B-S-U-R-D-O a Igreja condenar a pílula anticoncepcional! Que coisa mais retrógada!” Bem, vamos ao texto:

O presidente dos médicos católicos denuncia os perigos da pílula anticoncepcional

Por Antonio Gaspari

ROMA, quinta-feira, 8 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Apesar de ter sido publicada há 40 anos, a encíclica Humanae Vitae ainda suscita um forte debate. Para alguns, inclusive dentro da Igreja Católica, trata-se de um texto inadequado aos tempos e insuficiente nas respostas, enquanto outros sustentam que se trata de uma encíclica «profética».

Para estes últimos, o Papa Paulo VI fez bem em advertir contra o uso de anticoncepcionais, já que estes são perigosos para a saúde da mulher e para a relação dentro do casal.

Neste contexto, o doutor espanhol José María Simón Castellví, presidente da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos (FIAMC), anunciou um texto em 4 de janeiro passado, com o título «40 anos depois da Encíclica Humanae Vitae, do ponto de vista médico», no qual se ilustram todos os problemas relativos à saúde da mulher, à contaminação ambiental e ao enfraquecimento e banalização das relações de casal que a pílula contraceptiva provocou.

Sobre esta questão, o dr. Simón Castellví concedeu esta entrevista à Zenit.

– Os críticos da Humanae Vitae sustentam que os anticoncepcionais trouxeram a emancipação feminina, progresso, saúde médica e ambiental. Mas segundo o informe da FIAMC, isso não é verdade. Pode explicar-nos por quê?

– Simón Castellví: Os anticoncepcionais não são um verdadeiro progresso nem para as mulheres nem para o planeta. Compreendo e sou solidário com as mulheres que deram a vida a muitos filhos, mas a solução não está na contracepção, e sim na regulação natural da fertilidade. Esta respeita os homens e as mulheres. O estudo que apresentamos é científico e nos diz que a pílula é contaminadora e em muitos casos anti-implantatória, ou seja, abortiva.

– O estudo sustenta de fato que a pílula denominada anovulatória, a mais utilizada, que tem como base doses de hormônios de estrogênio e progesterona, funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório. É verdade?

– Simón Castellví: É verdade. Atualmente, a pílula anticoncepcional denominada anovulatória funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório, ou seja, abortivo, porque expele um pequeno embrião humano. E o embrião, inclusive em seus primeiros dias, é um pouco diferente de um óvulo ou célula germinal feminina. Sem essa expulsão, o embrião chegaria a ser um menino ou menina.

O efeito anti-implantatório destas pílulas está reconhecido na literatura científica. Os investigadores o conhecem, está presente nos prospectos dos produtos farmacêuticos dirigidos a evitar uma gravidez, mas a informação não chega ao grande público.

– O estudo em questão sustenta que a grande quantidade de hormônios no ambiente tem um efeito grave de contaminação meio-ambiental que influi na infertilidade masculina. Você poderia nos explicar por quê?

– Simón Castellví: Os hormônios têm um efeito nocivo sobre o fígado, e depois se dispersam no ambiente, contaminando-o. Durante anos de utilização das pílulas anticoncepcionais se verteram toneladas de hormônios no ambiente. Diversos estudos científicos indicam que isso poderia ser um dos motivos do aumento da infertilidade masculina. Pedimos que se façam pesquisas mais precisas sobre os efeitos contaminadores desses hormônios.

Leia a entrevista completa aqui.

PT, através de ministra, declara 2009 como o ano do aborto

A máquina da morte está aí, com a corda toda, contando, como sempre, com o apoio escancarado da imprensa. E também do PT. E já avisaram: 2009 é o ano do aborto. Jorge Ferraz, em seu blog Deus Lo Vult!, comenta uma fala estúpida do dep. Chico Alencar (que ainda por cima tem a cara de pau de se dizer “católico”) e uma declaração da ministra do aborto, Nilcéa Freire, extraída de uma entrevista infeliz dada ao Jornal do Brasil. Para ler, clique aqui.

A pressão pela aprovação do aborto no Brasil é insuportável. Temos a obrigação moral de nos organizarmos. Uma das armas é a lista de deputados da “bancada da morte”. São os deputados pró-aborto que insistem em discutir o projeto de lei nº. 1135/91, rejeitado por unanimidade na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), em 7 de maio do ano passado, e por maioria de 57 votos contra 4 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal no dia 9 de julho segunte.

O deputado José Genoino, do PT (é claro…), apresentou um requerimento que foi assinado por mais 62 deputados, para que este projeto permaneça em discussão e seja votado em plenário. Genoino é aquele mesmo que disse certa vez: “Nós do PT não praticamos irregularidades. O PT não compra nem paga deputados”. Tá certo. E eu sou a Madonna. E o PT é a virgem daquela música “like a virgin…”

São esses os deputados da bancada da morte:

ACRE (01)
Nilson Mourão – PT/AC

AMAPÁ (03)
Dalva Figueiredo – PT/AP
Evandro Milhomen – PCdoB/AP
Janete Capiberibe – PSB/AP

AMAZONAS (01)
Vanessa Grazziotin – PCdoB/AM

BAHIA (06)
Nelson Pellegrino – PT/BA
Zezéu Ribeiro – PT/BA
Daniel Almeida – PCdoB/BA
Alice Portugal – PCdoB/BA
Roberto Britto – PP/BA
Severiano Alves – PDT/BA

CEARÁ (04)
José Guimarães – PT/CE
Eudes Xavier – PT/CE
Chico Lopes – PCdoB/CE
Flávio Bezerra – PMDB/CE

DISTRITO FEDERAL (01)
Magela – PT/DF

ESPÍRITO SANTO (01)
Iriny Lopes – PT/ES

GOIÁS (01)
Rubens Otoni – PT/GO

MARANHÃO (02)
Domingos Dutra – PT/MA
Sarney Filho – PV/MA

MINAS GERAIS (03)
Virgílio Guimarães – PT/MG
Jô Moraes – PCdoB/MG
Edmar Moreira – DEM/MG

MATO GROSSO (01)
Carlos Abicalil – PT/MT

MATO GROSSO DO SUL (01)
Antônio Carlos Biffi – PT/MS

PARÁ (04)
Paulo Rocha – PT/PA
Beto Faro – PT/PA
Zé Geraldo – PT/PA
Asdrubal Bentes – PMDB/PA

PARANÁ (02)
Angelo Vanhoni – PT/PR
Max Rosenmann – PMDB/PR

PERNAMBUCO (07)
Pedro Eugênio – PT/PE
Fernando Ferro – PT/PE
Maurício Rands – PT/PE
Raul Jungmann – PPS/PE
Silvio Costa – PMN/PE
Ana Arraes – PSB/PE
Inocêncio Oliveira – PR/PE

RIO DE JANEIRO (05)
Jorge Bittar – PT/RJ
Carlos Santana – PT/RJ
Edmilson Valentim – PCdoB/RJ
Chico Alencar – PSOL/RJ
Brizola Neto – PDT/RJ

RIO GRANDE DO NORTE (01)
Sandra Rosado – PSB/RN

RIO GRANDE DO SUL (04)
Marco Maia – PT/RS
Luciana Genro – PSOL/RS
Pompeo de Mattos – PDT/RS
Darcísio Perondi – PMDB/RS

RONDÔNIA (01)
Eduardo Valverde – PT/RO

RORAIMA (01)
Francisco Rodrigues – DEM/RR

SÃO PAULO (13)
José Genoíno – PT/SP
Paulo Teixeira – PT/SP
Jilmar Tatto – PT/SP
Vicentinho – PT/SP
Cândido Vaccarezza – PT/SP
Devanir Ribeiro – PT/SP
José Mentor – PT/SP
Cláudio Magrão – PPS/SP
Arnaldo Jardim – PPS/SP
Ivan Valente – PSOL/SP
Regis de Oliveira – PSC/SP (12)
Paulo Pereira da Silva – PDT/SP
Dr. Ubiali – PSB/SP

AO TODO 63 DEPUTADOS ASSIM DIVIDIDOS POR PARTIDO:
1. PT 31 Deputados (49,20 %)
2. PC do B 07 Deputados (11,11 %)
3. PSB 04 Deputados (6,33 %)
4. PDT 04 ” ”
5. PMDB 04 ” ”
6. PSOL 03 ” (4,76 %)
7. PPS 03 ” ”
8. DEM 02 ” (3,17 %)
9. PMN 01 ” (1,58 %)
10. PR 01 ” ”
11. PV 01 ” ”
12. PSC 01 ” ”
13. PP 01 ” ”

Bem, qualquer pessoa esperta sabe bem sobre o caráter de um sujeito como Genoino, então é para se perguntar o porquê de sua liderança para o propósito tão nobre de legalizar a matança de bebês no Brasil, levando nosso país definitivamente para o “primeiro mundo”, já que a maioria dos países “desenvolvidos” já legalizou o assassinato de crianças no ventre das respectivas mães.

Percebam que os partidos de esquerda (PT, PC do B, PSB, PSOL) estão empenhados na legalização do aborto. O PT, partido que nasceu na Igreja Católica, sob a influência da teologia da libertação, e com grande parte dos militantes que ainda se dizem católicos e freqüentam a igreja, está envolvido com essa causa até o pescoço. Dois deputados federais do partido, Luiz Bassuma, da Bahia, e Henrique Afonso, do Acre, estão respondendo a processo na Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores e podem ser expulsos do partido.

O site do Partido dos Trabalhadores apresentou recentemente o processo de expulsão contra os deputados a favor da vida como “uma vitória das feministas do PT”. Outros parlamentares do partido que também tem se pronunciado a favor da vida, como o deputado Nazareno Fonteles, já estão na mira de novos processos.

Na página oficial da quadrilha, quer dizer, do partido, você pode ler mais sobre todo esse disparate. Veja um trecho: “A defesa do direito ao aborto legal e seguro é uma bandeira histórica das mulheres petistas”. Vejam bem: historicamente, o PT é ligado à ala “progressista” (melhor seria dizer pôgreçista) da Igreja Católica. Quantas dessas mulheres petistas se dizem católicas e freqüentam a missas, enquanto se empenham pela luta em matar bebês?

O deputado oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ironizou o fato de nenhum parlamentar do PT ter sido punido no Conselho de Ética do partido por conta do suposto envolvimento no escândalo do mensalão. “O PT é liberal com roubo de dinheiro público e radical a favor da eliminação da vida,” observou. Veja uma matéria completa a respeito do assunto aqui. Um trecho me chamou mais a atenção e transcrevo na íntegra:

O deputado Gilmar Machado (PT-MG), um dos vice-líderes do governo no Congresso, diz que vai defender Bassuma e Henrique Afonso perante os colegas. “São dois grandes companheiros. Eu espero que não sejam expulsos. Temos que discutir isso”, conta.

[…]Machado diz que esse é um assunto “de foro íntimo”. Evangélico, o petista mineiro também é contra a descriminalização do aborto, mas não foi levado à Comissão de Ética do partido porque, na avaliação da Secretaria de Mulheres, ao contrário dos outros dois colegas, não faz campanha sistemática em torno do assunto. “Depende da forma como você se expressa”, avalia Machado.

Ou depende da forma como você se omite, não é verdade?

Abro um parênteses: a nova ordem mundial prevê a proibição e a criminalização da expressão em público dos seus sentimentos religiosos! Este deputado petista já entrou no esquema: se diz cristão, mas é um cristão calado, emudecido! É um cristão dentro de casa! No espaço privado! E o que diz em público para defender a vida? O que diz em público sobre sua própria crença? Defender o evangelho é questão de “foro íntimo”? O sr. não tem vergonha de ser petista, sr. Machado, mas tem vergonha de se pronunciar contra o aborto? O senhor não tem é vergonha nenhuma, não é mesmo?

Voltando. O PT se revela cada vez mais uma ameaça não somente à democracia, mas à própria civilização brasileira. Todos os países onde o aborto foi legalizado enfrentam agora um problema sério de crise demográfica – o último exemplo noticiado pela imprensa é o de Cuba. Trecho desta reportagem:

Em Cuba, o aborto foi legalizado em 1965 e as mulheres são livres para decidir quando ter filhos e quantos serão. O país é considerado um dos mais avançados da região em matéria de planejamento familiar.

Mas o recurso indiscriminado do aborto preocupa os médicos, demógrafos e políticos de Cuba. Em 2006, por exemplo, 67.903 mulheres na faixa dos 12 aos 49 anos se submeteram a pelo menos um aborto, ou seja, de cada 100 mulheres grávidas, 37 abortaram.

Em todos os países do mundo que adotaram o aborto, aconteceu a mesma coisa, e as estatísticas provam: o número de abortos explodiu, chegando ao ponto de provocar uma perigosíssima crise demográfica. Pretendo abordar este assunto aqui com mais profundidade em outra ocasião. Mas é isso o que esses arautos dos direitos da mulher querem impor ao Brasil: um estrito controle da natalidade, de acordo com o ideal de uma nova ordem mundial, com uma população sob controle e uma opinião pública cada vez mais manipulável e passiva.

Este projeto é defendido pelos movimentos políticos de esquerda, comprometidos que estão com essa nova ordem. Basta ver quem são os grandes financiadores desses grupos: são as grandes corporações capitalistas como as fundações Ford, MacArthur, Rockfeller. Basta ver o empenho dessas fundações em promover o aborto como um “direito da mulher” para impor por debaixo dos panos o mais severo controle da natalidade possível. O que aconteceu em Cuba aconteceu em todos os lugares: o aborto torna-se um método contraceptivo aplicado em larga escala. E os efeitos são uma bomba a explodir décadas depois.

É deplorável que um partido, que há muito merece a alcunha de quadrilha, composto em grande parte por católicos (apenas de nome, é claro) se empenhe em legalizar a aberração do aborto. E é mais abominável ainda que nenhuma autoridade eclesiástica se manifeste sobre este assunto. Por que o silêncio da hierarquia católica? Por que o silêncio da CNBB? A resposta dos católicos, aqueles que o são de verdade, não os “católicos vira-latas”, na expressão do querido Padre Tonico, deve ser o repúdio total ao PT. Católico que realmente tem consciência de sua fé não vota no PT, muito menos apoia qualquer político que esteja envolvido com essa verdadeira organização criminosa.

Os abortistas já mostraram as garras e estão aí, com sangue nas bocas e nas mãos. E aqueles que dizem defender a vida vão permanecer quietos?

PS: saiu um artigo muito interessante no jornal baiano A Tarde, intitulado Aborto, PT, PC do B e Freakonomics. Trata da recente ofensiva na ONU de grupos feministas que pressionam as “Abominações” Unidas a incluírem na Declaração Universal dos Direitos Humanos o direito de matar bebês ainda no ventre materno. A pressão acontece no mundo inteiro, e no Brasil em particular legalizar o aborto é política de saúde do governo Lula. Leiam todos!

Podcast Olavo de Carvalho: o financiamento ilegal para o aborto no Brasil

Olavo de Carvalho é um dos mais importantes, senão o mais importante, pensador brasileiro da atualidade. Seus textos são fundamentais para a compreensão da política brasileira e internacional de nossos dias. Atualmente, é correspondente nos Estados Unidos, em Richmond, Virgínia, de onde escreve para os jornais Diário do Comércio e Jornal do Brasil. Além de seus artigos, um vasto material de sua autoria está disponível ao público em seu website; às segundas-feiras, sempre às 20 horas, transmite ao vivo seu podcast, True Outspeak, através do site BlogTalkRadio, onde aborda temas relacionados à filosofia, política, cultura, sempre com uma boa dose de conhecimento, erudição e… palavrões, muitos palavrões, sempre que se exalta ao denunciar injustiças ou comentar trapaças de políticos, empresários, professores, intelectuais, entre muitos outros.

JORNADA CRISTÃ selecionará e publicará, toda semana, algum trecho mais interessante do programa que se refira à religião e a temas que interessem mais diretamente aos católicos. Como, por exemplo, o aborto. Vamos lá, passando a bola para Olavão:

(…)Recebi um email aqui da sdv@pesquisasedocumentos.com.br com uma entrevista do professor e vereador Hermes Nery, que denuncia o financiamento internacional da legalização do aborto no Brasil, disfarçado por trás da imagem de direitos das mulheres. Notem bem: essas organizações, o que elas fazem? Elas financiam o aborto ilegal, disseminam o aborto ilegal para tudo o quanto é lado, e depois denunciam que as mulheres estão morrendo por causa do aborto ilegal. Quer dizer: além de ser, vamos dizer, já um crime (isso aí é um estelionato, evidentemente), ainda tem o fato de que as mulheres não estão morrendo de aborto ilegal coisíssima nenhuma. Segundo estatísticas do SUS, o número de mulheres que morrem disso aí por ano no Brasil é sete ou oito. E fica esse (…), esse canalha, esse vigarista desse ministro Temporão dizendo “não, são milhares de mulheres… dezenas de milhares estão morrendo e nós temos que legalizar o aborto para impedir esse morticínio…” Quer dizer: estão criando um problema inexistente para enganar vocês, tá certo? E permitir a legalização do aborto e a matança legal de milhões de bebês, estão entendendo? Porque, notem bem: é aquilo que diz o Thomas Sowell, no livro The Vision of the Anointed (A Visão dos Ungidos): os ungidos, a função deles, é descobrir problemas, diagnosticar problemas, e inventar uma solução que, naturalmente, os favorece. Então, por exemplo, o aborto: “o aborto ilegal está epidêmico, etc. etc. etc. Se nós liberarmos o aborto, legalizarmos, haverá menos aborto”. Daí o que fazem? Legaliza-se o aborto, e o número de abortos centuplica, multiplica por cem, por mil, por dois mil, por dez mil. E daí eles dizem “não, esse não é um resultado totalmente indesejável, é bom, porque é um direito das mulheres, etc. etc. etc.” Ou seja: eles alegaram resolver um problema, pioraram o problema e daí no fim você vê que era exatamente isso o que eles queriam. É um grandíssimo erro, um grandíssimo erro, imaginar que essas coisas são equívocos, vamos dizer, foram desastres ocorridos no meio de um plano conduzido com a melhor das intenções. Não há melhor intenção, a intenção deles jamais foi diminuir o número de abortos, foi justamente aumentar!

(…)

Essa campanha mundial do aborto, financiada por Fundação Ford, Fundação Rockfeller, tem o nome de várias fundações, MacArthur, a Buffet, é muito dinheiro, são bilhões e bilhões de dólares que são despejados, primeiro para incentivar o aborto ilegal; e depois, para forçar a legalização do aborto. Quer dizer: eles disseminam a criminalidade e em seguida inventam um segundo crime, sob a alegação de que vai resolver o problema do primeiro. Meu Deus do céu! (…) Infelizmente, as mães dessas pessoas não eram abortistas, deveriam ter sido… Eu sou a favor do “aborto-voluntário-retroativo”: se você é a favor do aborto, aborte-se retroativamente. Siga o seu próprio exemplo, siga suas próprias doutrinas: aborte-se, meu filho.

A entrevista com o vereador Hermes Nery, a qual Olavo se refere, está publicada aqui, no blog O Possível e O Extraordinário, de Wagner Moura. Já o podcast do Olavo pode ser baixado para ser ouvido aqui.