Grupo pró-aborto internacional conspirou com hospital para matar bebês gêmeos em gestação em famoso caso brasileiro

Parte I

Por Matthew Cullinan Hoffman, correspondente do LifeSiteNews na América Latina

RECIFE, BRASIL, 9 de abril de 2009 (LifeSiteNews.com) – Uma organização pró-aborto internacional conspirou com equipe pró-aborto de hospital para provocar o agora famoso aborto numa menina brasileira de nove anos, de acordo com testemunhas.

LifeSiteNews recebeu informação de que, ao contrário das alegações repetidas nos principais meios de comunicação do Brasil, o hospital onde ela foi originalmente internada reconheceu publicamente que a vida dela não estava em perigo na época em que o aborto foi realizado.

O aborto, que atraiu a atenção da mídia internacional quando o arcebispo local excomungou os participantes, foi executado depois que se ficou sabendo que uma menina cujo nome não foi revelado estava grávida de gêmeos depois de ter sido estuprada por seu padrasto durante vários anos. Ele confessou o crime e agora está preso.

Embora outros bispos brasileiros e até mesmo uma autoridade do Vaticano tenham se distanciado da excomunhão, relatos de testemunhas e declarações públicas feitas à imprensa indicam que os motivos dados para justificar o aborto são longe de acurados.

De acordo com o Pe. Edson Rodrigues, um sacerdote católico da cidade natal da menina de Alagoinha que estava presente durante o momento difícil, os pais da menina declararam sua oposição ao aborto em geral e ao aborto em particular proposto para sua própria menina. Contudo, depois que a menina foi internada no Instituto de Medicina Infantil de Pernambuco (IMIP), ela e sua mãe foram isoladas pela equipe do hospital, que declarou que um aborto era necessário para salvar a vida de sua filha.

Em 28 de fevereiro, “chegamos ao IMIP por volta das 15h”, escreve Rodrigues numa declaração no site de sua diocese de Pesqueira. “Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial”.

“Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade”, continua Rodrigues.

“Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado ‘alguns papéis por lá’. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos”.

“Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital… Saímos, pois, do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que ‘ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus'”.

Na segunda-feira seguinte, o Pe. Rodrigues chegou com o pai da menina, que tinha claramente declarado sua oposição ao aborto, e dois conselheiros. O grupo tentou chegar até o quarto andar para visitar a mãe e a menina, mas foram impedidos.

O Pe. Rodrigues escreve que “quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues”.

O Pe. Rodrigues observa que, apesar do fato de que o pai não havia dado consentimento para a realização do aborto, a assistente social informou ao grupo que “com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito”.

Depois de descobrir que o pai estava presente, a assistente social insistiu em conversar com ele sozinho, sem a presença do Pe. Rodrigues ou dos dois conselheiros tutelares, de acordo com Rodrigues. Depois de 25 minutos de conversa, o pai mudou de idéia, diz Rodrigues. Ele declara que o pai mais tarde contou que ele havia sido informado de que sem o aborto, sua filha morreria, e assim era melhor abortar os gêmeos em gestação.

Parte II – 192.445 meninas de 10 a 14 anos de idade deram a luz entre 2000 e 2006 no Brasil

Reportagem investigativa de Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

RECIFE, BRASIL, 10 de abril de 2009 (LifeSiteNews.com) – Depois de ficar sabendo que a equipe do hospital no Instituto de Medicina Infantil de Pernambuco (IMIP) estava buscando manipular os pais de uma menina de nove anos grávida para que aprovassem um aborto para ela, o Pe. Edson Rodrigues diz que os funcionários do IMIP impediram que os conselheiros tutelares e o próprio Pe. Rodrigues tivessem acesso aos pais e à menina.

Contudo, depois que o pai saiu do IMIP, o Pe. Rodrigues diz que ele e os dois conselheiros tutelares puderam conversar com ele. O pai, Erivaldo Francisco, disse que uma assistente social chamada Karolina Rodrigues – uma mulher sem nenhuma especialização médica – o havia convencido da necessidade de um aborto. Apesar das manchetes do jornal local afirmando que ele e a mãe da menina estavam sendo guiados por uma equipe de especialistas médicos no hospital, ele reconheceu que não chegou a conversar com um único médico.

Mas o que disseram a Francisco não era verdade. Aliás, conforme o IMIP mais tarde confessaria publicamente, a filha dele não estava em perigo na época em que o aborto foi feito. Além disso, as próprias estatísticas do Brasil revelam que gravidezes em meninas de menos de 14 anos de idade têm uma mortalidade mais baixa do que nas mulheres em geral.

De acordo com as estatísticas fornecidas pelo Grupo Curumin, que é pró-aborto, e extraídas do serviço DATASUS/MS do governo brasileiro, entre 2000 e 2006 192.445 meninas de 10 a 14 deram a luz no Brasil, enquanto 105 morreram durante a gravidez, parto ou aborto, isto é, 55 de cada 100.000 (http://grupocurumim.blogspot.com/2009/03/coletiva-sobre-caso-da-menina-de.html). Mesmo que presumíssemos que nenhuma dessas mortes foi causada por abortos provocados, que é uma suposição improvável, essa taxa de mortalidade é mais baixa do que a taxa média de mortalidade materna para todas as idades no Brasil, que é 75 de cada 100.000 (veja http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2007/c03.htm).

A taxa pode ser mais baixa porque tais casos, sendo relativamente incomuns, recebem atenção especial no Brasil. Os hospitais monitoram rigorosamente tais gravidezes, e uma operação cesariana pode ser feita para proteger a menina das dificuldades na hora do parto.

A Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira, obstetra brasileira, disse em declaração pública sobre o caso que “não sei de ninguém que morreu por causa da idade precoce com que engravidou, se recebeu acompanhamento adequado”, e que ela pessoalmente sabe de casos de meninas de 10 anos que deram a luz e estão bem de saúde. Ela acrescentou que o aborto provavelmente provocará graves danos psicológicos à menina, e comentou que poderia-se induzir um parto prematuro em algum ponto depois das 22 semanas, em vez de um aborto. Os gêmeos já estavam na 20ª semana de gestação quando foram mortos.

Ironicamente, na mesma época em que a equipe do IMIP estava querendo um aborto para a sua jovem paciente, uma menina de nove anos no Peru estava dando a luz sem nenhum problema, se tornando a mãe mais jovem do Peru. Ela havia sido sexualmente abusada por um parente, e estaria recebendo aconselhamento e assistência financeira do governo peruano, noticiou a AP (veja o artigo em http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm).

Entretanto, apesar da ausência de perigo para a mãe, médicos pró-aborto nos níveis mais elevados do hospital conspiraram para provocar a morte de seus gêmeos em gestação. Vilma Guimarães, coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do IMIP, defendeu publicamente um aborto já em 27 de fevereiro, muito embora ela admitisse que nunca havia examinado a menina. “Em situações de gravidez de risco para a mãe o melhor é interromper a gestação”, ela disse ao jornal Diário de Pernambuco. Com base em tal padrão, daria para se justificar abortos em todas as gravidezes, pois a gravidez sempre traz algum grau de risco.

O Pe. Rodrigues observa que Vilma Guimarães era uma das duas pessoas que tinham acesso à mãe e sua filha no IMIP. A outra era o diretor do hospital, Antonio Figueiras. Não se sabe se Guimarães induziu a mãe da menina a dar consentimento ao aborto.

Depois dos eventos no IMIP, Rodrigues e os conselheiros tutelares entraram em contato com o Bispo Francisco Biasin de Pesqueira, a diocese em que a menina residia, e explicou a situação. Por sua vez, Biasin fez contato com o Arcebispo José Cardoso Sobrinho da Arquidiocese de Olinda e Recife, onde estava localizado o IMIP. Os dois começaram a se consultar com advogados e médicos para decidir o que deveriam fazer para salvar os bebês gêmeos em gestação dentro da menina. Durante o período em que a controvérsia estava pegando fogo, o Arcebispo Cardoso diz que ele estava trabalhando 15 horas por dia no caso.

Cardoso convocou uma reunião na manhã de 3 de março na residência episcopal, comparecida pelo diretor do IMIP, Antonio Figueiras. Depois de ser informado da conduta manipulativa da equipe do hospital, Figueiras concordou em cancelar os planos para realizar o aborto dos gêmeos em gestação no IMIP.

Além disso, a arquidiocese de Olinda e Recife começou procedimentos legais para deter o aborto. Na tarde de 3 de março, Figueiras e Erivaldo compareceram diante do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, e o juiz expressou desejo, conforme saiu na imprensa, de impedir a realização do aborto. Erivaldo Francisco ficou convencido de que ele havia cometido um engano ao dar consentimento para a realização do aborto, e assinou uma declaração retirando a permissão do procedimento, que ele havia entregue ao hospital. O hospital reconheceu publicamente para o jornal O Globo que Francisco havia retirado a permissão para realizar o aborto.

No entanto, no meio tempo, o arcebispo Cardoso havia recebido uma ligação de Figueiras, relata Rodrigues. Membros de uma organização feminista pró-aborto chamada Grupo Curumim haviam entrado no hospital com dois técnicos da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, e haviam convencido a mãe a assinar um documento para tirar sua filha do hospital. Rodrigues diz que ele foi informado de que ela então saiu, acompanhada da pró-aborto Vilma Guimarães. O hospital afirmou que não sabia onde elas haviam ido, e não tinha meios de fazer contato com Guimarães.

O Grupo Curumim, que incita a opinião pública a apoiar a legalização do aborto no Brasil, é uma organização financiada pelo lobby pró-aborto internacional, comenta Alberto Monteiro, um conhecido ativista pró-vida do Brasil.

“O Grupo Curumim afirma ser uma organização cujo trabalho é financiado pela IWHC… A IWHC é uma entidade feminista e uma das maiores promotoras internacionais do aborto clandestino”, escreve Monteiro num email público sobre o caso (Nota: o texto deste email está disponível aqui, em sua íntegra). “A entidade foi praticamente fundada por Adrianne Germain, uma socióloga que antes de haver fundado a IWHC havia trabalhado no Conselho Populacional de Nova York, uma das Organizações Rockefeller que desencadeou, nos anos 50, todo o trabalho de controle populacional e de promoção do aborto ao qual assistimos hoje a nível internacional sem saber de onde estas coisas procedem”.

Quando perguntados pelo jornal O Globo sobre como a menina foi liberada do hospital, o jornal relata que “O hospital argumenta que foi obrigado a conceder a alta, uma vez que a garota não corria risco de morte e esse é um direito que assiste a quem tem a guarda da criança”, assim admitindo publicamente que a menina não estava, na realidade, em perigo de morte (veja o artigo original aqui: http://oglobo.globo.com/pais/cidades/mat/2009/03/04/igreja-catolica-tenta-impedir-aborto-de-gemeos-de-menina-de-9-anos-abusada-por-padrasto-em-pernambuco-754680349.asp)

Chegando ao hospital com Francisco e um médico e psicóloga enviados pela arquidiocese, Rodrigues relata que depois de serem obrigados a esperar, eles foram informados de que a menina havia sido removida pela sua mãe, e ninguém sabia onde elas haviam ido. Rodrigues realizou uma coletiva à imprensa denunciando a transferência.

No dia seguinte, 4 de março, a imprensa revelou que a menina havia sido levada para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) da Universidade de Pernambuco. Ali, a equipe médica abertamente pró-aborto abortou os gêmeos.

O Dr. Rivaldo Mendes de Albuquerque, que realizou o aborto, declarou publicamente que o caso “mostra que a questão do aborto é um assunto de saúde pública no Brasil, e tem de ser considerado caso a caso. Leis restritivas não melhoram a saúde pública, principalmente a saúde das mulheres”, numa entrevista com a BBC.

Ele também afirmou na mesma entrevista que “as leis religiosas foram escritas pelos clérigos, e não traduzem exatamente as palavras de Deus. Isso nos dá paz de espírito, e reconhecemos que a Igreja Católica cometeu, e continuar a cometer, erros, e principalmente com relação aos direitos das mulheres no Brasil e no resto do mundo. A Igreja está se metendo inapropriadamente nesses direitos, que são reconhecidos internacionalmente como direitos humanos”.

Parte III – Arcebispo pró-vida brasileiro abandonado por colegas bispos e por autoridade do Vaticano por excomungar médicos aborteiros

Artigo de monsenhor Fisichella no jornal L’Osservatore Romano provocou “danos incalculáveis à causa pró-vida”

Por Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

RECIFE, BRASIL, 11 de abril de 2009 (LifeSiteNews.com) – O arcebispo Cardoso de Recife, depois de dias tentando salvar a vida dos bebês gêmeos em gestação, os filhos de uma menina tragicamente engravidada com a idade de nove, disse que se sentiu angustiado com a notícia da morte deles.

O caso ficou amplamente conhecido no Brasil, tendo sido noticiado nos grandes jornais desde 27 de fevereiro. Em 3 de março, um dia antes do aborto, Cardoso anunciou a excomunhão dos médicos e qualquer outra pessoa envolvida no procedimento. Ele teve o cuidado de especificar que a própria menina não foi excomungada, devido à sua falta de controle sobre a situação.

Cardoso mais tarde explicou que a excomunhão pela participação direta no aborto é automática sob a lei canônica da Igreja Católica, e assim sua declaração foi simplesmente o cumprimento de um fato que ele se sentiu obrigado em consciência a anunciar.

“Eu quero dizer que estou com a minha consciência tranqüila”, disse o arcebispo para a revista Veja vários dias depois. “Cumpri o meu dever. Não podia prever essa reação em nível nacional e internacional, mas remorso eu sentiria se tivesse ficado em silêncio. Humanamente falando, é muito mais cômodo cruzar os braços e fechar os olhos. Eu estou tranquilíssimo”.

“Espero que os fiéis católicos se conscientizem da gravidade de um aborto. Nós sabemos que no mundo inteiro acontecem 50 milhões de abortos por ano. No Brasil, há 1 milhão a cada ano. Quero lembrar o que aconteceu na II Guerra Mundial. Hitler, aquele ditador, queria eliminar o povo judaico e dizem que ele chegou a matar 6 milhões de judeus. Não podemos esquecer esse delito”.

“Agora, eu pergunto: por que vamos ficar em silêncio quando estão acontecendo 50 milhões de abortos no mundo? Eu chamo isso de o holocausto silencioso. E nós, cristãos, não podemos ficar quietos”.

Embora Cardoso tenha recebido uma carta de elogio do Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação dos Bispos em Roma, e tenha sido inicialmente apoiado por seus colegas bispos, suas ações provocaram uma grande oposição no Brasil, onde o público foi levado a crer que o aborto foi necessário para salvar a vida da menina, uma noção que os meios de comunicação repetiram, sem receberem críticas, durante a cobertura inteira do caso (grifo meu).

Os médicos envolvidos no aborto expressaram menosprezo público pela declaração do arcebispo. “Graças a Deus estou no rol dos excomungados”, disse Fátima Maia, que se descreve como “católica” e que declarou que ela “teria feito tudo novamente”, e que o “Cisam fez e vai continuar fazendo, estamos preparados, qualificados e referenciados para esse tipo de atendimento há 16 anos”, completou”.

O gerente médico do Cisam, Sérgio Cabral, que conforme a imprensa ajudou no aborto, disse não ter nenhum problema de consciência. “Estou cumprindo um trabalho perante a população pobre de Pernambuco”, afirmou ele.

O Grupo Curumim, a organização feminista pró-aborto que recebe financiamento internacional e que ajudou a convencer a mãe da menina a dar consentimento para o aborto, também usou a mesma conversa. Repetindo a falsa afirmação de que a vida da menina estava em perigo, a coordenadora Paula Viana disse que “assusta achar que a vida de uma menina vale menos que o pensamento de um religioso fundamentalista” (grifo meu).

O presidente Lula, que defende publicamente a legalização do aborto, uniu-se ao coro de denúncias, junto com seu ministro da saúde pró-aborto, José Gomes Temporão, e vários membros do Congresso Nacional.

“Como cristão e católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como esse. Não é possível que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco de vida”, Lula disse aos meios de comunicação.

A imprensa brasileira, que de maneira geral é considerada socialmente como esquerdista e simpatizante do aborto, noticiou denúncias de longe, inclusive da Itália, enquanto virtualmente ignorando aqueles que apoiaram o arcebispo.

Nos dias seguintes, a liderança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou a recuar em face das críticas. Depois das declarações iniciais de apoio ao arcebispo, o secretário-geral da CNBB, Dimas Lara Barbosa, disse que a excomunhão não se aplicava à mãe porque ela agiu sob pressão, e estava tentando salvar a vida de sua filha. Com relação aos médicos, Barbosa disse que “não temos os meios de dizer qual médico foi excomungado e qual não foi. Depende do grau de compreensão de cada um”.

Entretanto, Barbosa foi além, insinuando que de certa maneira Cardoso havia criado “confusão” ao anunciar a excomunhão. “Segundo ele [Barbosa], a repercussão da excomunhão dos médicos envolvidos mudou o foco da situação e esvaziou o debate da sociedade”, noticiou a Agência Brasil, citando declaração de Barbosa dizendo que “esse aspecto tão repugnante do que foi o crime praticado, se diluiu diante da história da excomunhão”.

Contudo, a resposta do arcebispo Salvatore “Rino” Fisichella, o presidente da Pontifícia Academia pela Vida, representou a rejeição mais devastadora das ações do arcebispo Cardoso.

Usando linguagem que ecoa a retórica de organizações pró-aborto, Fisichella acabou com Cardoso no jornal L’Osservatore Romano em 15 de março, defendendo os médicos que realizaram o aborto, negando que eles mereciam ser excomungados da Igreja Católica, e denunciando Cardoso por ter agido “precipitadamente”.

Parecendo insinuar de certa forma que cometeu-se uma ofensa contra a menina de nove anos grávida, Fisichella intitulou seu artigo, “Do Lado da Menina Brasileira”, e escreveu que “Carmen deveria ter em primeiro lugar sido defendida, abraçada, acariciada para fazê-la sentir que estamos todos com ela, todos, sem nenhuma distinção”.

“Antes de considerar a excomunhão, era necessário e urgente proteger a vida inocente e retorná-la a um nível de humanidade da qual os homens da Igreja deveriam ser pregadores e mestres especializados”, continuou ele. “Mas não foi desse jeito, e, infelizmente, afetou a credibilidade de nosso ensino que parece aos olhos de muitos como insensível, incompreensível e cruel”.

A menina, cujos gêmeos haviam sido abortados, “representa uma história de violência diária e virou manchetes de jornais só porque o arcebispo de Olinda e Recife apressadamente anunciou a excomunhão dos médicos que a ajudaram a interromper a gravidez”, escreveu Fisichella, usando o eufemismo da indústria do aborto para se referir ao aborto. Contudo, o caso foi noticiado com destaque na mídia brasileira por mais de uma semana antes que a excomunhão fosse anunciada.

O arcebispo também fez a afirmação, comum entre organizações pró-aborto, de que o aborto foi “Uma decisão difícil para os médicos e para a própria lei moral. Escolhas como essa, ainda que sejam de uma classificação diferente, são enfrentadas diariamente na salas de emergência e a consciência do médico se acha sozinha no ato de ter de decidir a melhor coisa a fazer. Ninguém, porém, chega a uma decisão desse tipo com desleixo; é injusto e ofensivo até mesmo levar isso em consideração”.

Ele também repetiu a afirmação de que o aborto foi necessário para salvar a vida da menina, declarando que “O médico carrega em si sua história e sua experiência; uma escolha como essa de ter de salvar uma vida, sabendo que está colocando uma segunda vida em sério risco, jamais é uma experiência fácil”.

Embora reconhecesse que a lei automaticamente excomunga aqueles que estão envolvidos em abortos diretos, Fisichella concluiu declarando sua opinião de que os médicos e outros que estavam envolvidos no aborto não “mereciam” excomunhão.

Dirigindo-se à menina, Fisichella escreveu que “Outros merecem excomunhão e nosso perdão, não aqueles que permitiram que você vivesse e que ajudarão você a recuperar a esperança e a confiança, apesar da presença do mal e da perversidade de muitos”.

O artigo do arcebispo Fisichella virou manchete no Brasil e no mundo inteiro. A Associated Press anunciou que “prelado do Vaticano defende o aborto para menina de nove anos” e a manchete do Washington Post foi semelhante: “Autoridade do Vaticano Defende Aborto para Menina”.

O Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida de Anápolis, disse para LifeSiteNews que “o artigo do monsenhor Fisichella no L’Osservatore Romano provocou danos incalculáveis à causa pró-vida”, e acrescentou que “a Igreja Católica no Brasil nunca passou por uma perseguição nesse nível”.

Lodi escreveu uma carta ao arcebispo Fisichella, chamando o arcebispo Cardoso de herói e pedindo que Fisichella “esclareça sua posição com relação ao aborto executado na pobre menina”.

“Esse caso já está sendo usado pelos abortistas para promover a legalização do aborto no Brasil. É necessário evitar qualquer aparência de aceitação por parte da autoridade da Igreja”, escreveu Lodi.

De acordo com a imprensa, Fisichella recebeu queixas de outras organizações e indivíduos pró-vida. Entretanto, até o momento ele vem se recusando a se retratar de suas declarações.

Apesar de ter sido abandonado por muitos na hierarquia, o arcebispo Cardoso recebeu apoio de líderes pró-vida internacionais e membros de sua própria administração diocesana, bem como da vizinha Diocese de Pesqueira. Vários deles, inclusive o Pe. Rodrigues (o padre da paróquia onde a menina reside), o Vigário Geral e o Reitor do Seminário de Olinda e Recife, e o advogado diocesano, escreveram uma carta opondo-se a Fisichella e respondendo suas declarações.

Chamando o artigo de Fisichella de “uma direta afronta à defesa pela vida das três crianças feita veementemente por Dom José Cardoso Sobrinho” os autores da carta disseram que o prelado do Vaticano falou “sobre o que não conhecia, e o que é pior, sequer deu-se ao trabalho de conversar anteriormente com o seu irmão no episcopado…”

Informações de contato

Congregation for the Bishops
Giovanni Battista Re, Cardinal, Prefect
Francesco Monterisi, Secretary
Palazzo della Congregazioni,
00193 Roma,
Piazza Pio XII, 10
Phone: 06.69.88.42.17
Fax: 06.69.88.53.03

S. E. R. Mons. Salvatore FISICHELLA,
Titular Archbishop of Voghenza
President, Pontifical Academy for Life
Via della Conciliazione 1
00193 Roma
Tel. +39 06 69882423 / 06 69881693
Fax +39 06 69882014

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com. Para ler os originais em inglês, clique aqui: Parte I, Parte II e Parte III.

Onde estão os gêmeos? (a pergunta que incomoda os abortistas)

Por Pe. Luiz Carlos Lodi.

Casos de maternidade precoce

Em 5 de julho de 2006, uma índia de nove anos deu à luz, por parto cesáreo, na 38ª semana, um bebê de 2,210 kg e 42 cm. O bebê nasceu na Maternidade Municipal Moura Tapajoz, em Manaus (AM)[1].

No dia 2 de dezembro de 2006, uma menina de nove anos deu à luz em um hospital público de Lima, Peru. O bebê, que nasceu com 2,520 kg e 47 cm, foi colocado na UTI por apresentar dificuldades respiratórias. “A mãe precoce receberá ajuda psicológica, e seu filho terá toda assistência de que precisar, ressaltou o ministro [da Saúde] Vallejos, após visitá-la”[2].

A mãe mais jovem do mundo, porém, foi Lina Medina, uma menina peruana de cinco anos que foi submetida a uma cesariana em um hospital de Lima em 14 de maio de 1939 e deu à luz um menino saudável de 2,7 kg chamado Gerardo[3].

Estatísticas do Brasil

Em 2006 (último ano sobre o qual o SUS dispõe de estatísticas sobre nascidos vivos), 27.610 meninas da faixa etária de 10 a 14 anos deram à luz. Desse total, 260 deram à luz gêmeos, conforme a tabela a seguir[4]:

Nascidos vivos – Brasil
Nascimento por ocorrência por Idade da mãe e Tipo de gravidez
Período: 2006
Idade da mãe Única Dupla Tripla e mais Ignorada Total
10 a 14 anos

27316

260

3

31

27610

Pelos dados acima, percebe-se que a pouca idade da mãe não impede que ela dê à luz com segurança, inclusive do meio da selva amazônica, e mesmo quando os bebês são gêmeos. Não estamos mais no século XIX, em que a cesariana era uma operação arriscada, com alta taxa de mortalidade materna, e havia um medo enorme de a criança ficar entravada diante de uma bacia estreita. Hoje o bom parto depende apenas de um bom acompanhamento pré-natal.

O triste caso de Alagoinha

Em 25 de fevereiro de 2009, na pequena cidade de Alagoinha (PE), descobriu-se que uma menina de nove anos estava no quarto mês de uma gestação de gêmeos. A menina teria sido vítima de abuso sexual por parte de seu padrasto, com quem sua mãe convivia. Ele foi imediatamente preso e levado para a Penitenciária de Pesqueira.

Na sexta-feira, 27 de fevereiro, o Conselho Tutelar resolveu encaminhar a menina para o Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP) em Recife, a fim de iniciar o acompanhamento pré-natal, depois de submetê-la aos exames no Instituto Médico Legal (IML). Chegando ao IMIP, a assistente social Karolina Rodrigues solicitou à conselheira Maria José Gomes que assinasse, em nome do Conselho Tutelar, um documento em que autorizava o aborto! Como ela se negou a fazê-lo – pois ninguém tinha vindo ao hospital para abortar – a assistente escreveu de próprio punho um documento solicitando ao Conselho Tutelar de Alagoinha um encaminhamento “no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato“. Difícil é imaginar em que artigo do ECA a assistente encontrou uma justificação legal para exterminar os dois bebês. O Conselho Tutelar teria até segunda-feira (2 de março) para responder. No entanto, na noite do mesmo dia 27, sexta-feira, o Jornal do Comercio anunciou que o aborto poderia ser realizado no sábado[5] (!). No dia 28, sábado, ao meio dia, o mesmo jornal anunciou que o aborto já contava com o “consentimento da família” (!) e que seria realizado naquele mesmo dia[6] (!). Essas notícias falsas, transmitidas para todo o Brasil pela assessoria de imprensa do IMIP, assustaram o Conselho Tutelar. Então o pároco de Alagoinha Pe. Edson Rodrigues, juntamente com a conselheira tutelar Maria José e mais dois paroquianos, enfrentou uma viagem de três horas de carro até Recife. Chegaram ao IMIP por volta das 15 horas. A menina brincava de boneca no hospital e nenhum aborto havia sido iniciado. Quanto à mãe, ela se mostrava totalmente desfavorável ao aborto de seus netos, alegando que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus“. No entanto, ela afirmou ao pároco que tinha assinado “alguns papéis por lá”. Ora, sendo ela analfabeta, e não sabendo sequer assinar o nome, havia simplesmente posto suas impressões digitais naqueles documentos, cujo conteúdo ignorava.

Retornando a Alagoinha, os conselheiros procuraram o pai biológico da menina, que vivia separado da mãe, Sr. Erivaldo, frontalmente contrário ao aborto. Ele concordou em ir a Recife na segunda-feira (2 de março) para pedir a alta da filha do IMIP. No domingo, 1º de março, os membros do Conselho Tutelar decidiram por unanimidade encaminhar ao IMIP uma solicitação de que fosse respeitada a vontade dos pais da menina, que desejam preservar a vida dos bebês.

No dia 2 de março, segunda-feira, Sr. Erivaldo foi ao IMIP juntamente com Pe. Edson e membros do Conselho Tutelar. Foram recebidos pela assistente social Karolina Rodrigues, que afirmou que tudo já estava resolvido, pois havia obtido o consentimento (?) da mãe da menina para a prática do aborto. Os conselheiros se mostraram preocupados em salvar a vida das três crianças, ao que a assistente respondeu: “Aqui não há três crianças. Só existe uma criança, o resto são apenas embriões“. Além disso, ela acrescentou que a menina corria risco de vida. Os conselheiros estranharam, uma vez que já haviam tomado conhecimento de várias gestações bem sucedidas de menores em Recife. Por que aquele caso seria uma exceção? A assistente respondeu que, por não ser médica, não sabia explicar, mas que o aborto já havia sido decidido para salvar a vida da menina. Foi então que Sr. Erivaldo, que estava presente, apresentou-se como pai da menina e solicitou a suspensão do aborto e a alta da filha. A assistente então solicitou que todos saíssem e conversou a sós por meia hora com Sr. Erivaldo. Após a conversa, ele saiu mudado, dizendo que sua filha iria morrer e que, se fosse assim, melhor seria abortar as crianças. Quem o convenceu não foi um médico, nem uma equipe médica, mas uma assistente social que nem sequer havia sabido explicar aos conselheiros a razão do aborto.

O Conselho Tutelar então tentou entregar o documento em que se pedia a suspensão do aborto. A assistente não quis receber, alegando que não havia pedido coisa alguma ao Conselho (!). A conselheira então mostrou à assistente o documento por ela escrito de próprio punho solicitando o parecer do Conselho. A assistente, nervosa, pegou o documento, rasgou-o em pedacinhos e disse: “Isto não vale nada”. Ao saber que a conselheira havia mostrado o documento ao pároco, a assistente respondeu: “Você não deveria ter feito isso. Eu tinha dado esse documento só para você. Não tinha que mostrar para mais ninguém”. Com insistência, a assistente recebeu e protocolou o documento do Conselho e permitiu que os conselheiros visitassem a menina e a mãe. Mas esteve sempre próxima para inibir alguma pergunta que fizesse mudar o rumo das coisas.

O rapto da menina e o aborto dos gêmeos

Chocados com o que estava acontecendo no IMIP, os conselheiros fizeram contato com o bispo de Pesqueira Dom Francisco Biasin, a cuja diocese pertence a cidade de Alagoinha, e por meio dele, com o Arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho. Na manhã do dia 3 de março, terça-feira, Dom José telefonou para Dr. Antonio Figueira, diretor do IMIP, explicou o modo como os pais da menina, contrários ao aborto, estavam sendo tratados, e perguntou sobre o verdadeiro estado de saúde da menina. Dr. Antonio Figueira dirigiu-se à residência do arcebispo, no Palácio dos Manguinhos, onde se reuniu com uma equipe de médicos, psicólogos e juristas convocados por Dom José para estudar o caso. Constatando os abusos cometidos pela assistente contra os conselheiros e, sobretudo contra o pai da menina, Dr. Figueira telefonou para o IMIP determinando a suspensão do aborto. Declarou na presença de todos que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais o desejassem, a gestação poderia ser levada a termo com os cuidados do hospital. Isso ocorreu por volta das 8 horas.

No início da tarde do mesmo dia, Sr. Erivaldo voltou para Recife a fim de encontrar-se com o serviço de assessoria jurídica da Arquidiocese. Assinou um documento solicitando a não realização do aborto e a alta da filha. Assinou também uma procuração a um advogado. Desta vez os abortistas entraram em pânico. Pois, de acordo com o Código Civil, Sr. Erivaldo, mesmo não coabitando mais com a mãe da menina, continuava a exercer o pátrio poder (agora chamado “poder familiar”), que incluía o direito de representar a filha nos atos da vida civil (cf. art. 1632 e art. 1634, V, CC). Assim o IMIP seria obrigado a dar alta à menina sem praticar o aborto. A solução encontrada foi raptar a menina e a mãe.

Quando Sr. Erivaldo e seu advogado chegaram ao IMIP, foram informados de que a menina e a mãe já não estavam mais no hospital. A mãe teria pedido alta para a filha e, como ela não corresse risco iminente de vida, o IMIP não havia podido recusar o pedido. Mas ninguém sabia (ou queria) dizer onde estavam as duas. Na verdade, membros do grupo Curumim, uma ONG pró-aborto[7], haviam estado lá, conversado com a mãe da menina e convencido a pedir alta para a filha. Mãe e filha haviam saído junto com Dra. Vilma Guimarães, ginecologista e coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do IMIP. Para onde? Para o CISAM (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), um hospital onde, pelo menos desde 1996 se abortam criancinhas concebidas em um estupro. Sobre a pressa com que tudo foi feito, assim relata outro grupo pró-aborto: “Uma vez deslocado o atendimento, do IMIP para o CISAM, o aborto foi realizado depois de uma ação ágil e coordenada de grupos feministas e outros atores chaves que apóiam os direitos reprodutivos de mulheres em todas as fases de sua vida[8].O aborto foi feito no dia 4, quarta-feira. Somente ao meio-dia, quando o crime já se havia consumado, a notícia foi publicada.

Os dois bebês tinham cerca de 20 semanas quando foram expulsos do seio materno. O coração batia, o cérebro emitia ondas, todos os órgãos já estavam formados. Provavelmente eles respiraram e choraram antes de morrer. Mas até hoje ninguém informou em qual lata de lixo eles foram colocados. A mãe e a menina, após o aborto, foram transferidas para um “abrigo” desconhecido e inacessível. Até o fechamento desta edição, nem o pai Sr. Erivaldo, nem o Conselho Tutelar, nem o delegado de polícia de Alagoinha tinham conseguido ter acesso àquele lugar. (Grifo meu)

Conseqüências jurídicas

O aborto é sempre crime, mesmo que a gravidez resulte de estupro. Se o crime já foi consumado, o médico que o praticou pode ficar isento de pena se tiver havido consentimento da gestante ou, quando incapaz (como é este caso), de seu representante legal (cf. art. 128, II, CP). Se, porém, o consentimento foi obtido mediante fraude (como parece ter ocorrido com a mãe) ou se faltou o consentimento (como ocorreu com o pai Sr. Erivaldo), a isenção de pena não se aplica. A conduta dos médicos se enquadra, portanto no artigo 125 (aborto sem consentimento da gestante) ou no artigo 126, parágrafo único do Código Penal (aborto com consentimento obtido mediante fraude), cuja pena é reclusão de três a dez anos. Faz-se necessária a instauração de um inquérito policial.

A estratégia abortista é manter ocultas a mãe e a criança e extrair do caso a maior aprovação possível, por meio da mentira e do engano. Prepara-se assim o caminho para a liberação do aborto no país. (grifo meu)

Roma, 13 de abril de 2009.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
http://www.providaanapolis.org.br
“Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto”

[1] Índia de 9 anos dá à luz uma menina em Manaus. 07/07/2006 – 09h50. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u123617.shtml>

[2] Menina estuprada de 9 anos é mãe mais jovem do Peru. 02/12/2006 – 19h13. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm>.

[3] A incrível história de Lina Medina. 11/09/2002. Correio Braziliense. Disponível em: <http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020911/vid_mat_110902_36.htm>.

[4] Fonte: MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: <http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php>.

[5] Criança aguarda exames para realização de aborto. 27.02.2009, às 23h58, Disponível em: <http://jc3.uol.com.br/2009/02/27/not_192976.php>.

[6] Autorizado aborto em menina estuprada pelo padrasto. 28.02.2009, às 12h01. Disponível em: <http://jc3.uol.com.br/2009/02/28/not_192993.php>.

[7] O grupo Curumim recebe apoio financeiro da International Women’s Health Coalition – IWHC, uma das maiores promotoras internacionais do aborto clandestino. Cf. <http://www.redece.org/pgcurumim.htm>.

[8] Aborto: Caso de Pernambuco é questão de Direitos Humanos. Comissão de Cidadania e Reprodução. Disponível em: <http://www.ccr.org.br/uploads/noticias/EditorialCCR5-mar.pdf>.

Fonte: Pró-vida de Anápolis.

Human Life International premia a Arcebispo de Olinda e Recife por defesa da vida

Human Life International é uma organização internacional cuja missão é a construção de uma cultura que evidencie e defenda a vida em contraponto àquela de morte que se instalou em todo o mundo.

“A Human Life International tem a honra de conceder a Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo de Olinda e Recife, o Prêmio Cardeal Von Galen em reconhecimento por sua atitude heróica no cumprimento do ministério episcopal, na defesa da vida humana, ao enfrentar o desagrado de tantos que promovem a cultura da morte”.

Agindo em nome das associações católicas pró-vida em mais de 80 países do mundo, a Human Life International concede o Prêmio Cardeal Von Galen a personalidades – especialmente Prelados – que se destacam na defesa da sacralidade da vida conforme a Lei de Deus proclamada pela Igreja Católica.

O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August Von Galen (1878-1946), bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista, o qual, levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição dos judeus e a expulsão dos religiosos. Por causa de sua coragem, ficou conhecido como o “Leão de Münster”. O lema que escolheu quando foi eleito bispo foi “Nem elogios nem ameaças” (me distanciarão de Deus).

O Prêmio já foi concedido a outros prelados que se destacaram em iniciativas em defesa da vida e da moral católica, como o Cardeal Lopez Trujillo, o Cardeal Tumi de Benin, Dom Antonio Arregui, arcebispo de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, e muitos outros em vários países.

O cardeal Von Galen demonstrou coragem ao enfrentar os nazistas, desvelando a verdade sobre a ideologia do nazismo, defendendo a liberdade da Igreja e das associações católicas, bem como a educação religiosa. Acusou abertamente o nazismo de discriminação contra os cristãos, os quais eram encarcerados e assassinados. Condenou outros abusos do governo totalitário, lutou pelo direito à vida e denunciou de modo veemente o massacre das pessoas deficientes físicas e mentais consideradas “inúteis”.

Dom José Cardoso Sobrinho se destacou pelo empenho com que lutou pelos gêmeos nascituros daquela pobre menina grávida de apenas 9 anos de idade, em face de tanto negativismo, sobretudo em vários setores da mídia.

O Mons. Ignacio Barreiro-Carámbula, JD, STD, chefe do bureau da Human Life International em Roma, virá ao Recife em nome do Rev. Padre Thomas Euteneuer, Presidente do Human Life International e entregará pessoalmente a Dom José o Prêmio Cardeal Von Galen.

A solenidade para outorga do Prêmio será no dia 16 de abril de 2009, às 20 horas, no auditório do Colégio Damas, à Av. Rui Barbosa, 1426, no bairro dos Aflitos, no Recife.

Blog Contra o Aborto: Marco Aurélio de Mello, pede para sair!

Por William Murat.

“Espero que o placar seja acachapante, seja de 11 a 0”

Foi com estas palavras que o Ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, antecipou seu voto no importantíssimo julgamento da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental no. 54 (ADPF 54), que tratará da liberação do aborto de anencéfalos. Em declaração ao jornal O Globo, o ministro deixou claro não só seu voto como, também, sua torcida. É difícil imaginar que quem dá uma declaração como esta possa olhar para a parte contrária, a parte que é contra o aborto de uma criança anencéfala, e ser capaz de julgar algo de maneira isenta.

O ministro parece esquecer que sua função é julgar, coisa que é bem diferente de torcer por um resultado. Fazendo isto, ele parece-se muito mais com as partes envolvidas do que com um elemento neutro que deve votar para decidir a questão no âmbito constitucional. O placar “acachapante” pelo qual o ministro torce é coisa de futebol, o que não cabe na seriedade com que a questão merece ser decidida.

Aliás, se o jogo já está decidido antes do final, por que o STF faz as vezes de interessado no que os que são contrários ao aborto têm a falar? Por que a pantomima de Audiências Públicas? Por que um ministro do STF acha-se suficientemente à vontade para dar entrevista divulgando voto?

O ministro esquece também a própria legislação à qual ele mesmo está subordinado. A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar 35/79) diz o seguinte no artigo 36, inciso III:

Art. 36 – É vedado ao magistrado:

(…)

II – manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.

Ninguém põe em dúvida o notório saber jurídico do Ministro Marco Aurélio de Mello, mas ele errou — e errou feio! — ao achar que poderia divulgar seu voto abertamente. Isto lhe é vedado. E sua torcida para que seus colegas votem seguindo seu pensamento só confirma que, neste caso, sua isenção está mais do que comprometida.

Fonte: Blog Contra o aborto. Para ler o restante da matéria, clique aqui.

«Quando você aborta, sente abandono e silêncio, ninguém quer escutá-la»

Entrevista com Esperanza Puente, autora de um livro-depoimento


Por Sara Martín.

MADRI, segunda-feira, 6 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Acaba de ser publicado na Espanha «Quebrando o silêncio» (Rompiendo el silencio – Editora LibrosLibres), escrito por Esperanza Puente, que abortou há 15 anos e hoje conta sua experiência de dor e solidão.

A autora também relata casos de homens e mulheres que ela conheceu e que, da mesma forma que ela, sofreram a síndrome pós-aborto. Um testemunho em primeira pessoa de uma terrível realidade oculta até a publicação deste livro.

– Por que escrever um livro contando sua própria experiência de aborto? Ajuda a fechar a ferida ou a abri-la?

– Esperanza Puente: Escrevi este livro para dar a conhecer à opinião pública uma realidade social oculta, para que se saiba o que uma mulher sofre quando aborta. Os 23 anos de existência da lei do aborto representam um fracasso e uma mácula para a sociedade. Eu também quis que, além de meu testemunho, aparecessem outros de homens e mulheres que fazem parte de minha vida e cujos casos me afetaram especialmente. São casos também representativos de diferentes âmbitos e circunstâncias. Mas, insisto, eu o escrevi sobretudo para expressar esta realidade: o que se vive e se sofre antes, durante e depois de um aborto provocado.

– E o que se sofre?

– Esperanza Puente: Antes do aborto, quando uma mulher está grávida, continua estando só, indefesa e desamparada. Ninguém explica que opções ela tem; ou que abortar não é uma solução, mas um grande problema; que há pessoas que podem lhe ajudar em suas preocupações…

Durante o próprio aborto se sente dor e ruptura. É como uma ferida mortal que nos deixa devastadas por dentro, física e mentalmente.

Depois de acabar com a gravidez, o que sente é abandono, silêncio e solidão. Ninguém se interessa em escutar a mulher e tentar ajudá-la em seu problema, e isso se acrescenta à síndrome pós-aborto que ela já sofre. No meu caso, sofrer em silêncio me levou a ser um «morto vivo»: tinha ansiedade, pesadelos, culpa, me machucava olhando as crianças… Cheguei a bater no meu próprio filho, momento no qual decidi que tinha de buscar ajuda. E meu caso não é algo isolado, cada dia falo com mulheres que passam pela mesma situação. Por isso mesmo, eu tinha que contar em um livro.

– Diante disso, o que a sociedade e o governo deveriam fazer?

– Esperanza Puente: A sociedade deveria tomar consciência, adquirir formação neste tema para não se deixar enganar com eufemismos sobre a vida e a morte.

O governo, por sua parte, também deve tomar consciência do que significa um aborto provocado para a mulher, e tem de realizar um exercício de honestidade moral e admitir que não existe uma demanda social para esta medida. A realidade do aborto está aí, todos nós vemos suas consequências.

Mais informações em www.libroslibres.com.

Fonte: Zenit.

Sexo sem conseqüências, mundo sem compromisso

Um mundo moldado pela contracepção está longe de ser favorável ao casamento e à família.

A 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou um documento, Humanae Vitae, em que se declarava que a pílula era incompatível com a moral católica. Teria esse fato conduzido a sua Igreja a décadas de irrelevância moral ou feito da Igreja um farol de clareza moral? Nesta entrevista, publicada originalmente no site MercatorNet, o filósofo norte-americano Christopher Tollefsen disseca do ponto de vista moral o movimento em favor dos anticoncepcionais.

MercatorNet: Recentemente, você escreveu sobre a fertilização in vitro (FIV) e outras técnicas similares que separam o sexo da reprodução, sobre os problemas éticos e as profundas implicações para o homem que elas têm. Mas gostaria que voltássemos um pouco no tempo para tratar da primeira tecnologia a separar o sexo da reprodução – os contraceptivos, especialmente a pílula, um produto eficaz e produzido em massa. Esses dois desenvolvimentos tecnológicos do século XX estão relacionados? Podemos dizer que um levou ao outro?

Christopher Tollefsen: São como os dois lados da mesma moeda. A sexualidade e a procriação, quando unidas no casamento, são as duas facetas de um bem grande e realizador, e ambas aperfeiçoam a vida dos cônjuges. Ao mesmo tempo, trazem consigo responsabilidades significativas, como todos os bens: não nos é fácil para praticar a virtude da castidade, dentro e fora do matrimônio, nem estar abertos ao dom de uma nova vida como fruto natural do amor entre os esposos.

A pílula permite que nos livremos da carga que supõe a conexão da sexualidade tanto com o matrimônio como com os filhos. Teremos as crianças de acordo com as nossas regras agora – talvez num casamento, talvez não. E a conseqüência lógica disso é que a FIV nos permite controlar mais e melhor a procriação. Em alguns casos, a FIV constitui uma reposta compreensível, embora eu a julgue errada, à incapacidade de conceber de alguns casais. Acontece que cada vez mais tem sido usada para garantir que teremos os tipos de filhos que quisermos, filhos livres de alguma doença, por exemplo, ou dotados de certos atributos que outros não têm.

Infelizmente, tanto a contracepção como a reprodução assistida são hoje vistas não apenas como coisas aceitáveis, mas como obrigações morais. Em última análise, penso que o assunto tem a ver com a nossa recusa em aceitar qualquer coisa que escape totalmente ao nosso controle – não é atrativo encarar a vida humana e a sexualidade como dons, porque isso revelaria que não somos os autores integrais da nossa própria existência. E, tristemente, a nossa resposta ao sofrimento, mesmo o sofrimento da esterilidade, segue essa mesma linha. O sofrimento é inteiramente um mal e deve ser rejeitado precisamente por estar fora do nosso controle, por ser uma ameaça à nossa “divindade” (a nossa descrição do sofrimento como algo “gratuito” também traz o caráter de algo que não escolhemos). Mas o cristianismo sempre ofereceu uma resposta redentora para os nossos sofrimentos ao ligá-los com os sofrimentos de Alguém que, sendo Deus, assumiu a forma de escravo.

MercatorNet: Houve uma reação negativa generalizada, entre os católicos inclusive, quando o Papa Paulo VI publicou a sua encíclica sobre a vida humana – Humanae Vitae – em que explicava por que a contracepção (diferentemente da abstinência periódica) era inaceitável do ponto de vista teológico e mesmo do ponto de vista meramente humano. A reação foi surpreendente, pois havia então apenas uns dez anos que a pílula estava disponível. Evidentemente, já devia estar em curso há algum tempo uma mudança de atitudes. Quais foram os antecedentes filosóficos dessa típica “revolta de 1968”?

Tollefsen: Com certeza, a aceitação geral de uma mentalidade utilitarista ou conseqüencialista, tanto na filosofia como na cultura política, contribuiu muito para essa revolta. A visão de que conseqüências boas podem tornar corretas ou mesmo obrigatórias algumas ações serviu de desculpa para muitos teólogos que afirmavam não existirem absolutos morais e que a moral sexual e reprodutiva precisava levar em conta o bem integral dos casais, unidos ou não pelo matrimônio. Só que essa é uma visão das coisas pelo avesso. Como disse o Papa João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, os mandamentos estão para proteger os bens e o desenvolvimento do homem, e isso vale também para o ensinamento da Igreja acerca da contracepção.

MercatorNet: Sexo antes do casamento, uniões livres em vez de matrimônio, infidelidade conjugal, aumento nas taxas de divórcio: esses e outros males foram todos atribuídos à contracepção. Não seria simplificar demais as coisas? Seria a chamada mentalidade contraceptiva assim tão fundamental na determinação das tendências da sociedade contemporânea?

Tollefsen: É difícil menosprezar o profundo impacto que a contracepção teve na sociedade, embora não se possa dizer que há sempre uma relação direta de causa e efeito; não queremos dizer, por exemplo, que os casamentos vão fracassar porque as pessoas tomam anticoncepcionais. Mas a contracepção possibilita um mundo em que a castidade pré-conjugal deixa de ser necessária, o que por sua vez cria um mundo em que a castidade conjugal também é mais difícil. Cria-se um mundo em que há uma tremenda pressão em ambos os esposos para que se dediquem ao trabalho e adiem os filhos, o que faz surgir mais tensões na família. Além disso, parece bem plausível que a idéia de que temos o direito de satisfazer irrestritamente os nossos desejos sexuais teve um papel considerável no crescimento da indústria pornográfica, que causou sérios danos à família. Assim, o resultado final de um mundo amplamente moldado pela contracepção é um mundo bem pouco amistoso para com o casamento e a família.

MercatorNet: O conceito de “planejamento familiar” já se tornou popular na sociedade. Você acha esse termo problemático? O termo “paternidade responsável”, que é o empregado pela Igreja Católica, é melhor? Por quê?

Tollefsen: Bem, um dos problemas é que “planejamento familiar” quase sempre é um eufemismo para aborto sob demanda. E sem dúvida a idéia de “planejamento” pode parecer demasiado técnica, como é patente em diversas formas de reprodução assistida. Mas acho que também seria um erro deixar de lado a idéia acima mencionada, que a sexualidade e a procriação implicam responsabilidades; os casais podem ter motivos de peso para espaçar os filhos ou evitar a concepção por um certo tempo. Assim, o termo “paternidade responsável” parece dar uma boa noção daquilo a que um casal está chamado a viver.

MercatorNet: Uma das afirmações mais controversas acerca da contracepção é que ela conduz à difusão do aborto. Muitas pessoas conscienciosas ficam zangadas e estarrecidas diante de tal afirmação, mas será que não se estão enganando a si próprias?

Tollefsen: Receio que sim. A contracepção possibilitou algo que muitos seres humanos sempre desejaram: sexo sem conseqüências. Antes do século XX, as conseqüências do sexo fora do casamento eram geralmente a gravidez, de vez em quando alguma doença e quase sempre uma reputação bastante rebaixada. Mas a tecnologia contraceptiva diminui a ocorrência da primeira e da terceira conseqüências… até certo ponto, claro. Não elimina completamente a possibilidade de gravidez; assim, o sexo sem conseqüências, mesmo com o uso generalizado de contraceptivos, permanece inatingível se não se tem acesso ao aborto. Por isso, parece-me natural que uma pessoa pró-vida que se opõe ao aborto passe a ser uma pessoa pró-vida que propõe a castidade dentro e fora do casamento.

MercatorNet: Algumas pessoas não vêem diferença entre a contracepção e as técnicas naturais para o controle da fertilidade – o chamado planejamento familiar natural -, uma vez que a finalidade desejada é a mesma: “nada de bebês desta vez”. Há diferença moral ou filosófica entre essas duas coisas?

Tollefsen: Contracepção significa: não querer bebês e garantir que a concepção não vai acontecer. Essa decisão de prevenir um eventual bebê parece-me contrária à vida humana. Por outro lado, os esposos claramente não têm a obrigação de ter relações em todas as ocasiões possíveis, e têm vários bons motivos para se absterem algumas vezes. Durante o período fértil, o efeito da abstinência é às vezes desejável, de maneira que a abstinência é permissível. Isso é bem diferente de optar por evitar absolutamente a concepção de um bebê.

MercatorNet: Afirmar que o uso da pílula é antiético é ir contracorrente. Você teria umas palavras bem redondas para fazer as pessoas pensarem no assunto?

Tollefsen: Acho que as pessoas deveriam perguntar-se se o mundo tornado possível pela pílula – um mundo em que as relações sexuais não implicam compromisso numa união permanente e exclusiva com a esperança de filhos, e em que o casamento é quase sempre visto como uma parceria para o aumento do patrimônio e do status, sendo as crianças um item opcional -, se esse mundo as fez mais felizes, ou fez mais felizes os seus amigos e parentes. Uma resposta honesta a essa pergunta provavelmente as deixaria surpresas.

Fonte: Quadrante. Para ler a entrevista no original em inglês, clique aqui.

Dra. Elizabeth Kipman em novo show, digo, debate

Debate sobre o ABORTO no Programa Jurídico News, na quarta-feira, dia 08/04/2009, às 22:00 horas.

O programa é exibido ao vivo e pode ser assistido pelos internautas (que podem enviar perguntas no ar), no site www.justtv.com.br.

Convidados:

Dr. Cicero Harada – advogado, conselheiro da OAB-SP, presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP, foi Procurador do Estado de São Paulo (cicero.harada@terra.com.br; http://tamarmatar.wordpress.com/).

Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira – Médica ginecologista-Obstétrica; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, São Paulo, Diretora do Centro Interdisciplinar de Bioética da Associação “Casa Fonte da Vida”; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação.

Dr. Luiz Riccetto Neto – entrevistador.

Controle das natalidade leva ao desespero milhões de chinesas

Na China, todo ano, mais de 13 milhões de crianças são mortas no seio materno por aborto, informou LifeNews.

O 55% do total das chinesas já sofreu um. 27,3 % dos mais de 100 milhões de mulheres na faixa dos 20 já tiveram um filho assassinado.

O 35,97% de 8.846 mulheres que abortaram em Pequim em 10 hospitais, o fizeram por segunda vez num período inferior a um ano. Estas macabras estatísticas foram apresentadas pelo governo em Xangai.

As estatísticas oficiais constatam que 70,7% das mulheres quer ter mais filhos. Porém, elas são forçadas pelo governo socialista a abortar, se esterilizar ou a alguma outra violência contra seus direitos e instintos mais básicos.

O ministro Jiang Fan reconheceu que essas mães sofrem de solidão e contraem doenças psíquicas. Mas, com a insensibilidade amoral da planificação socialista, na hora de apresentar estes dados o Dr Liu Xiaoai, vice-diretor do Shanghai Institute of Family Planning Technical Instruction, pediu mais anticonceptivos e mais técnicas contra a concepção.

A política abortista do socialismo chinês trouxe imensos problemas socioeconômicos derivados do desequilíbrio entre o número de homens e mulheres (as crianças de sexo feminino são as mais abortadas), falta de esposas (o que leva a comprá-las) tráfico sexual, prostituição e escalada recorde dos suicídios e da AIDS.

Fonte: Pesadelo Chinês.

Bispo peruano ressalta ataques ao Papa pela mídia

Ayaviri (Agência Fides) – Domingo, 29 de março, na ocasião do Dia do Nascituro, na Prelazia de Ayaviri foi celebrada uma Santa Missa presidida por Dom Kay Schmalhausen, Bispo de Ayaviri, durante a qual foi novamente reiterado o ensinamento e a ação da Igreja no apoio à vida e contra a nefasta prática do aborto, como informa o próprio Dom Schmalhausen em nota enviada à Agência Fides.

Depois de ressaltar que “a Igreja continua a ser atacada na pessoa do Sucessor de Pedro por causa do seu ensinamento coerente com o Evangelho da Vida“, o Bispo afirmou que na sua viagem à África, “o Santo Padre explicou que a solução para a AIDS pressupõe acima de tudo ‘uma humanização da sexualidade e uma renovação espiritual que comporta uma nova forma de conduta de alguns em relação aos outros’, o que supera amplamente a solução simplista dos preservativos, defendida às vezes de maneira agressiva por estados, governos e grupos de interesses econômicos do primeiro mundo“.

Fonte: Agência Fides. Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

Notícias que não saem no jornal: a Marcha pela Vida em Madri – 500 mil pessoas contra o aborto

EUROPA/ESPANHA – Madri, capital da Aliança de Civilização em defesa do direito à vida: 700 associações de todo o mundo representando 20 milhões de pessoas, aderiram à Marcha pela Vida


Madri (Agência Fides) – Madri se transformou no domingo, 29 de março, na capital da Aliança da Civilização em defesa do direito à Vida. Foi o que afirmou o Instituto de Política Familiar ao final das Marchas pelo Direito á Vida que se realizaram no domingo em várias cidades da Espanha, apoiadas por cerca de 700 associações de todo o mundo representando mais de 20 milhões de pessoas. França, Alemanha, Suíça, Noruega, Malta, Reino Unido, Portugal, Eslováquia, Hungria, Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Argentina, Peru e Brasil são alguns dos países em que a sociedade civil apoiaram a iniciativa da Espanha em defesa dos direitos das crianças no período pré-natal.

Entre as associações que declararam o seu apóio à iniciativa: a Federação AIC, que reagrupa 53 associações presentes na África, América Latina, Ásia, Estados Unidos; Rede Família, que representa mais de 500 associações em toda a América Latina; as norte-americanas C-FAM, Famílias Internacionais Unidas, Internazional Organization Research Group, Alliance Defence Fund, Concerned Women of America e a Internazional Organization Law Group, além da Associação húngara de Famílias Numerosas, a Gift of Life de Malta, a Confederação Portuguesa de Família, a britânica Society for the Protection of the Unborn Children, a Seção Alemã de Famílias e o Fórum (Fórum pela vida, com 30 ONGs na República Eslováquia).

“O governo não pode virar as contas diante deste clamor, não somente espanhol, mas mundial, em defesa do direito à vida”, declarou Lola Velarde, Presidente da Rede Européia do Instituto de Política Familiar. “A proteção dos direitos da criança no período pré-natal é um valor partilhado em todas as civilizações e gera uma autêntica aliança. O demonstra o apóio que as associações de tantos países deram em marchas realizadas domingo na Espanha”, acrescentou Velarde. “Estas manifestações representam o início de várias mobilizações em toda a Espanha que mostrarão o rejeição social dessa proposta de lei regressiva dos direitos da mulher e da criança”, prosseguiu Lola Velarde.

A marcha pela vida, que teve como tema “Não existe o direito de matar, existe o direito à vida”, reuniu mais de quinhentas mil pessoas no centro de Madri, superando abundantemente as previsões dos organizadores. Esta manifestação foi acompanhada por outros 87 encontros em outras cidades da nação.

Entre os participantes, Paloma de Cendra, membro da Comissão de Especialistas de Direito à Vida (DAV), psicóloga de casais e famílias, e especialista em crise de gravidez e síndrome pós-aborto; Ignacio Arsuaga, Presidente de HazteOir.org, e a doutora Gádor Joya, porta-voz nacional de Direito A Vida (DAV), encarregada da leitura do Manifesto pela Vida, lido quase simultaneamente diante do municípios de toda a região espanhola.

Como denunciado por Paloma de Cendra, “o aborto não mata somente a criança, destrói mães, famílias, sociedades inteiras, destrói consciências”. Em particular o “aborto tem duas vítimas principais: o filho e a mãe”. “Não é verdade que esta lei defende o direito das mulheres. Não é verdade que esta lei esteja procurando a coisa melhor para elas, O aborto vai contra a mulher. Não representa uma solução mas um problema. Um verdadeiro problema. Não facilita a vida. A transforma num calvário”, acrescentou.

Ao final da manifestação, a doutora Gádor Joya leu o “Manifesto da Marcha pela Vida”, onde foi sublinhado “a evidência científica que do momento da fecundação existe vida humana digna de ser respeitada e protegida” e foi ressaltado que “o aborto é a morte violenta de um ser humano e um terrível drama para a mulher que aborta”.

“Com o aborto livre, o número de crianças mortas aumentariam quase o dobro” e também o das mulheres vítimas “dos já conhecidos danos físicos e psicológicos que o aborto provoca nelas”, prossegue o texto do manifesto, que exige que as “nossa leis protejam o direito a viver”, e que “seja respeitado o direito à objeção de consciência do agente de saúde”; a doutora termina se opondo “a essa nova lei do aborto que causará somente mais mortes e mais sofrimentos para milhares de mulheres”. (RG)

Fonte: Agência Fides. Mais informações sobre a Marcha espanhola aqui (em espanhol).

“Frei” abortista

Por Antonio Emilio Angueth de Araujo.

Sou obrigado a repetir neste blog uma frase muito sábia de Pe. Leonel Franca:

Agitar idéias é mais grave do que mobilizar exércitos. O soldado pode semear os horrores da força bruta, mas tem uma hora em que seu braço cansa e a espada torna à cinta ou se enferruja e se consome com o tempo. A idéia, uma vez desembainhada, é arma sempre ativa, que não volta ao estojo nem se embota com o tempo.

“Frei” Beto faz da agitação de idéias sua profissão. Veja o que ele diz na edição de quinta-feira, 12 de março de 2009, do Estado de Minas, num artigo intitulado “Direito ao Aborto”:

Ao longo da história, a Igreja Católica nunca chegou a uma posição unânime e definitiva quanto ao aborto. Oscilou entre condená-lo radicalmente ou admiti-lo em certas fases da gravidez. Atrás dessa diferença de opiniões situa-se a discussão sobre qual o momento em que o feto pode ser considerado ser humano. Até hoje, nem a ciência nem a teologia têm a resposta exata. A questão permanece em aberto.

Santo Agostinho (séc. 4) admite que só a partir de 40 dias depois da fecundação se pode falar em pessoa. Santo Tomás de Aquino (séc. 13) reafirma não reconhecer como humano o embrião que ainda não completou 40 dias, quando então lhe é infundida a ‘alma racional’.

O mal contido nestes dois parágrafos é incalculável. Todo o artigo é eivado de malícia, mas estes dois parágrafos são especiais, pela autoridade teológica desses dois santos.

Imaginem vocês uma jovem católica, medianamente culta, que está grávida. Imaginem também que ela seja solteira e que esteja sofrendo pressão da família, do namorado, das amigas, para abortar. Ela resiste, pois a Lei Natural diz, em seu íntimo, o que é certo e o que é errado. Além disso, ela imagina que a Igreja seja contra o aborto. Ela lembra que já ouviu falar nas missas (aquelas modernas e barulhentas) que a Igreja luta pela vida. Lembra até de uma Campanha da Fraternidade, que apesar de não usar uma vez sequer a palavra aborto, dizia que a Igreja defendia a vida “em todas as suas fases”. Pode ser que ela já tenha até ouvido falar da posição do papa João Paulo II e de algum escrito dele.

Aí então, ela pega o jornal e lê o artigo de “Frei” Beto. Nele, esse individuo malicioso está dizendo que a Igreja nem sempre foi contra o aborto: “oscilou em condená-lo ou admiti-lo em certas fases da gravidez”. Não só isso. Ela fica sabendo também que os dois mais eminentes teólogos da Igreja também não condenaram o aborto. Era disso que ela precisava para se justificar perante si mesma e perante a sociedade para fazer o aborto. Tomem muito cuidado: o artigo de “Frei” Beto é abortivo.

A técnica desse “frei” é apurada. Ele sabe que se disser apenas mentiras, será fácil refutá-lo. Por isso, mistura algumas verdades com muitas mentiras. Antes de refutá-lo quanto a Santo Agostinho e Santo Tomás é bom saber algo sobre a posição da Igreja quanto ao aborto.

Existe um documento intitulado “Didaqué: Instrução dos Doze Apóstolos” (in Padres Apostólicos, Ed. Paulus, 3ª edição, 2002) que é considerado por muitos o primeiro catecismo católico e uma síntese da pregação dos apóstolos depois da morte de nosso Salvador. A data provável desse documento é o final do século I. Estamos falando de um documento escrito antes de 70 anos da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nele se lê: “Não mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não fornique, não roube, não pratique magia, nem feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe, nem depois que ela tenha nascido.

Esta é a prova documental de que os apóstolos pregaram contra o aborto. Mas o que aconteceu de lá para cá? Será que a Igreja “oscilou” em sua posição? Será que ela, alguma vez, defendeu o aborto, como “frei” Beto quer que acreditemos?

Reproduzo aqui o parágrafo 7 da Declaração sobre o Aborto Provocado, da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé:

E no decorrer da história, os Padres da Igreja, bem como os seus Pastores e os seus Doutores, ensinaram a mesma doutrina, sem que as diferentes opiniões acerca do momento da infusão da alma espiritual tenham introduzido uma dúvida sobre a ilegitimidade do aborto. É certo que, na altura da Idade Média em que era opinião geral não estar a alma espiritual presente no corpo senão passadas as primeiras semanas, se fazia uma distinção quanto à espécie do pecado e à gravidade das sanções penais. Excelentes autores houve que admitiram, para esse primeiro período, soluções casuísticas mais suaves do que aquelas que eles davam para o concernente aos períodos seguintes da gravidez. Mas, jamais se negou, mesmo então, que o aborto provocado, mesmo nos primeiros dias da concepção fosse objetivamente falta grave. Uma tal condenação foi, de fato, unânime. Dentre os muitos documentos, bastará recordar apenas alguns. Assim: o primeiro Concílio de Mogúncia, em 847, confirma as penas estabelecidas por Concílios precedentes contra o aborto; e determina que seja imposta a penitência mais rigorosa às mulheres « que matarem as suas crianças ou que provocarem a eliminação do fruto concebido no próprio seio »[9]. O Decreto de Graciano cita estas palavras do Papa Estêvão V: « É homicida aquele que fizer perecer, mediante o aborto, o que tinha sido concebido »[10]. Santo Tomás, Doutor comum da Igreja, ensina que o aborto é um pecado grave contrário à lei natural [11]. Nos tempos da Renascença, o Papa Sisto V condena o aborto com a maior severidade [12]. Um século mais tarde, Inocêncio XI reprova as proposições de alguns canonistas « laxistas », que pretendiam desculpar o aborto provocado antes do momento em que certos autores fixavam dar-se a animação espiritual do novo ser [13]. Nos nossos dias, os últimos Pontífices Romanos proclamaram, com a maior clareza, a mesma doutrina. Assim: Pio XI respondeu explicitamente às mais graves objeções;[14] Pio XII excluiu claramente todo e qualquer aborto direto, ou seja, aquele que é intentado como um fim ou como um meio para o fim;[15] João XXIII recordou o ensinamento dos Padres sobre o caráter sagrado da vida, « a qual, desde o seu início, exige a ação de Deus criador » [16]. E bem recentemente, ainda, o II Concílio do Vaticano, presidido pelo Santo Padre Paulo VI, condenou muito severamente o aborto: « A vida deve ser defendida com extremos cuidados, desde a concepção: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis » [17]. O mesmo Santo Padre Paulo VI, ao falar, por diversas vezes, deste assunto, não teve receio de declarar que a doutrina da Igreja « não mudou; e mais, que ela é imutável »[18].”
Vemos assim a continuidade da posição apostólica na história da Igreja, com relação ao aborto. Em nenhum momento a Igreja “oscilou” na condenação do aborto, como diz o “frei” velhaco. Santo Tomás, apesar de acreditar, influenciado por Aristóteles, que a alma só se infundia no embrião 40 dias depois da concepção, condenava veementemente o aborto, como contrário a Lei Natural. Essa mentira sobre a posição de Santo Tomás é tão velha que a encontramos no site Newadvent, numa coleção de perguntas e respostas, de 1993, sobre várias mentiras correntes sobre o catolicismo, a maioria delas espalhadas por protestantes.

Ah! Mas e quanto a Santo Agostinho? Essa estória de dizer que Santo Agostinho era favorável ao aborto é muito velha. A questão é complexa e nestas questões complexas os maliciosos estão sempre preparados para nos confundir. Vou traduzir aqui um trecho de um post do blog On the Contrary. Neste post, o blogueiro está se referindo a uma discussão havida na eleição de Obama, em que Nanci Pelosi (o Sarney deles) afirma sobre Santo Agostinho o mesmo que este frei de meia tigela. O blogueiro faz uma citação de um trecho do livro “Santo Agostinho através dos tempos: uma enciclopédia”. Vamos ao trecho:

Agostinho aceitava a distinção entre fetos ‘formados’ e ‘não-formados’ encontrada na versão da Septuaginta do Êxodo 21:22-23. Enquanto o texto em hebreu admitia uma compensação no caso de um homem ferir uma mulher grávida de tal forma que cause o aborto, e uma pena adicional se maior dano for causado, a versão da Septuaginta traduziu ‘dano’ como ‘forma’, introduzindo uma distinção entre um feto ‘formado’ e um feto ‘não-formado’. A confusão na tradução está fundamentada na distinção aristotélica entre o feto antes e depois de sua suposta ‘animação’ (aos quarenta dias de gravidez para o sexo masculino e noventa, para o feminino). Segundo a Septuaginta, o aborto de um feto ‘animado’ era punido com a pena capital.

Agostinho desaprovava o aborto tanto de fetos ‘animados’ quando ‘não-animados’, mas distinguia os dois. O feto ‘não-animado’ morria antes de viver, enquanto o feto ‘animado’ morria depois de nascer (De Nuptiis et Concupiscentiis, c.15).

Referindo-se explicitamente à esta passagem da obra de Santo Agostinho, a Declaração sobre o Aborto Provocado, citada acima, diz:

Por vezes esta crueldade libidinosa, ou esta libidinagem cruel vão até ao ponto de arranjarem venenos que tornam as pessoas estéreis. E se o resultado desejado não é alcançado desse modo, a mãe extingue a vida e expele o feto que estava nas suas entranhas; de tal maneira que o filho morre antes de ter vivido; de sorte que, se o filho já vivia no seio materno, ele é matado antes de nascer (P.L. 44, 423-424: CSEL 42, 230).

Vemos aqui a concepção de Santo Agostinho sobre o momento da infusão da alma no feto. Mas onde está sua aprovação do cometimento do aborto?

Diz ainda o documento do Vaticano:

Esta Declaração deixa expressamente de parte o problema do momento de infusão da alma espiritual. Sobre este ponto não há tradição unânime e os autores acham-se ainda divididos. Para alguns, ela dá-se a partir do primeiro momento da concepção; para outros, ela não poderia preceder ao menos a nidificação. Não compete à ciência dirimir a favor de uns ou de outros, porque a existência de uma alma imortal não entra no seu domínio. Trata-se de uma discussão filosófica, da qual a nossa posição moral permanece independente, por dois motivos: 1° no caso de se supor uma animação tardia, estamos já perante uma vida humana, em qualquer hipótese, (biologicamente verificável); vida humana que prepara e requer esta alma, com a qual se completa a natureza recebida dos pais; 2° por outro lado, basta que esta presença da alma seja provável (e o contrário nunca se conseguirá demonstrá-lo) para que o tirar-lhe a vida equivalha a aceitar o risco de matar um homem, não apenas em expectativa, mas já provido da sua alma.

O artigo de “frei” Beto contém ainda muita agitação perigosa de idéias. Dou apenas mais um exemplo da malícia do “frei”. Ele diz: “Roma é contra o aborto por considerá-lo supressão voluntária de uma vida humana. Princípio que nem sempre a Igreja aplicou com igual rigor a outras esferas, pois defende o direito de países adotarem a pena de morte …”.

“Frei” Beto se espanta por sermos contrários ao aborto e a favor da pena de morte. Cito aqui trecho do artigo Pela pena de morte:

Raciocínio torto esse, totalmente ‘nonsense’. Somos a favor de punir bandidos, e não inocentes que nunca fizeram nada. Esse raciocínio é o equivalente a dizer: ‘quem é contra prender uma criança durante 10 anos numa cela, não pode ser a favor de prender um criminoso por 10 anos numa cadeia’.

A tese contrária é verdadeira ‘Quem é a favor do aborto não pode ser contra a pena de morte’. Se alguém defende o assassinato de uma criança inocente, não poderá ser contra a execução de um bandido. Infelizmente, hoje em dia, há várias pessoas que são favoráveis ao assassinato intra-uterino (aborto) e são contra a pena de morte. É o cúmulo do ‘nonsense’.

Termino por aqui um post já ficou muito longo. Posso garantir aos leitores que não me deu nenhum prazer escrevê-lo.

Fonte: Blog do Angueth.

O show da Dra. Elizabeth Kipman

Alguns vídeos do debate do programa “Canal Livre”, da Rede Bandeirantes, estão disponíveis no site da emissora. Praticamente, são todos os membros da mesa contra a Dra. Elizabeth – e ela dá um banho. Sua oponente repetia apenas o velho e surrado discurso de “direito da mulher” e chegou ao ridículo de dizer que a criminalização do aborto está ligada ao patriarcado, à “repressão sexual” da mulher. Ou seja: esse velho feminismo de boteco, que se apoia em discursos, não em fatos.

Na tag “aborto” aqui neste site, há várias informações a respeito do tema, além dos sites pró-vida listados nos links favoritos, no canto superior direito da imagem do cabeçalho, que repetem as estatísticas citadas por Dra. Elizabeth no programa. Claro que sua oponente não tinha nem o que dizer sobre o aumento estratosférico da quantidade de abortos feitos nos países onde a prática foi liberada.

O link para os vídeos de partes do debate está aqui. Outras informações no site do Movimento Brasil Sem Aborto.

Não se deixar impressionar por «discursos enganosos» sobre o aborto

Arcebispo de São Paulo convida católicos para manifestação em defesa da vida

SÃO PAULO, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- Ao convidar os católicos a participarem de uma manifestação contra o aborto na manhã deste sábado, na praça da Sé, em São Paulo, o cardeal Odilo Scherer adverte contra o risco de se deixar impressionar por discursos enganosos sobre o tema.

«Não nos deixemos impressionar por discursos enganosos. Não dá para justificar o aborto a partir da Bíblia, sem forçar interpretação da Escritura», afirma o arcebispo, na edição desta semana do jornal «O São Paulo».

Segundo Dom Odilo, a decisão sobre a vida e a morte de seres humanos «não pode ser deixada à iniciativa e decisão privada, nem deve depender da lógica da vantagem ou da comodidade individual».

«É dever do Estado proteger as pessoas e garantir a defesa e o respeito à sua vida. Não se pode privatizar esta responsabilidade!»

«Da parte do Estado seria uma atitude cínica descarregar na conta da mulher, ou de outra pessoa, uma responsabilidade tão grande! E seria muito arriscado, pois quem levaria sempre a pior seriam os doentes, indefesos e incapazes de resistir à vontade dos mais fortes», afirma.

O arcebispo de São Paulo considera que os fiéis não devem se assustar se alguém discorda ou até trata com preconceito a posição católica contrária ao aborto.

«Deveríamos ficar até honrados quando identificam a posição católica como contrária ao aborto. Oxalá todas as pessoas que têm fé em Deus também defendessem de maneira firme a dignidade e a vida do ser humano em todas as circunstâncias e em cada uma de suas etapas.»

Mesmo assim – prossegue o arcebispo -, «é inaceitável que isso seja um dever apenas de pessoas religiosas».

«Acaso podem matar outros seres humanos aqueles que não crêem em Deus ou não praticam nenhuma religião? O respeito à vida é um preceito ético que obriga a todos.»

O arcebispo chama também a que «não nos deixemos impressionar nem enganar por discursos que reivindicam a autonomia na decisão sobre a vida de outros, ou até mesmo um suposto “direito humano” ao aborto».

«Tendo em vista que o aborto implica sempre na morte de um ser humano inocente e indefeso, é absurda a reivindicação de semelhante “direito”», explica.

Dom Odilo afirma que a manifestação na praça da Sé, às 10h da manhã do dia 28 de março, será uma ação concreta «contra toda forma de violência e agressão contra a vida, principalmente o aborto provocado».

«É necessário que nos manifestemos e expressemos com clareza e firmeza nossa convicção», destaca.

Fonte: Zenit.

Dia 25 de março “Dia Nacional do nascituro” em toda a América Latina: uma campanha internacional por uma cultura da vida humana

Roma (Agência Fides) – No dia 25 de março, solenidade da Anunciação do Senhor, em vários países da América Latina se celebrará o “Dia Nacional do nascituro”. Esta prática está se estendendo de ano em ano depois do ataque sempre mais freqüente contra a vida humana nascente. A Conferência Episcopal da Colômbia, através da Seção para a Família, promove este evento, unindo-se assim à campanha internacional iniciada pela Igreja por uma cultura pela vida humana. Este dia recorda que “a criança que está para nascer é um ser humano, um filho de Deus, que merece toda atenção, tanto da parte dos pais que a geraram quanto pela sociedade que deste modo se vê enriquecida de um novo membro”.

“Diante de um ambiente que procura prescindir de muitos seres indefesos, lê-se no material preparado para a ocasião, somos chamados a lutar a fim de que a nova vida das crianças nascituras possam se desenvolver e chegar à sua plenitude: em casa que acolhe com a experiência do amor sincero e fiel dos esposos e dos pais, e na sociedade que reconhece os seus direitos fundamentais e facilita a elas as possibilidades de chegar a uma maturidade pessoal”.

Os temas propostos para a reflexão neste Dia 2009 são: “reafirmar o valor de toda vida humana desde a concepção até a morte natura; promover a cultura da vida humana; despertar a solidariedade: acompanhar as mães gestantes; rezar a fim de que tenha em nosso país respeito por toda vida humana”.

A Conferência Episcopal propõe além disso, uma série de iniciativas de caráter formativo, social, cultural e religioso para celebrar este dia, entre elas: “assembléias familiares para o estudo dos temas durante a semana de 24 a 31 de março; laboratórios de formação sobre paternidade e a maternidade responsável; projeção de vídeo sobre o tema do aborto; encontros e convivências com agentes de saúde dos hospitais e das clínicas; laboratórios de formação com dirigentes públicos e agentes de saúde sobre objeção de consciência e sobre o consenso informado; lançamento do dia através dos meios de comunicação; realização de marchas e manifestações culturais em defesa da vida humana, celebração eucarística e bênção das mães gestantes”.

No Chile, no dia 24 de março às 19 horas, na Catedral de Santiago se realizará uma Santa Missa que será presidida por Dom Fernando Chomali, bispo auxiliar de Santiago, e concelebrada pelo Padre Marcos Burzawa, Msf. Durante a celebração, organizada pelo Departamento pela Família e pela Rede para a Vida e a Família, se realizará a entrega da imagem da Virgem de Guadalupe, a grande advogada e patrocinadora da vida humana, reafirmando o compromisso da Igreja no Chile em favor da vida. “A idéia é celebrar o maravilhoso ato de amor que é o florescimento de um novo ser e, com isso, promover uma cultura da vida em nossa sociedade”, explicou Pe. Burzawa.

No âmbito das celebrações deste ano, a Rede para a Vida premiará pelo seu trabalho em defesa da vida, Patrícia Mondaca, Diretora do Centro de Atenção às Jovens Grávidas de “Maria Ajuda”, e ao Jornalista da Rádio “O Conquistador” de Temuco, Luis Muñoz. A cerimônia de entrega dos prêmios se realizará no dia 25 de março, às 13 horas, no Auditório da Sede do Instituto DUOC de Ponte Alto. No Chile o evento se celebra desde o dia 18 de maio de 1999, data em que o senado aprovou, por unanimidade, um projeto no qual solicitava o Presidente da República a declarar o dia 25 de março de cada ano, “Dia do nascituro”. (RG)

Fonte: Agência Fides.

Texto na íntegra do “Manifesto de Madrid”

Como percebem, é difícil ficar muito tempo afastado daqui (risos), mas preciso postar a íntegra da Declaração de Madrid, texto contundente da campanha contra o aborto iniciada na Espanha, assinado já por mais de mil cientistas, professores, médicos, etc. O texto foi traduzido rapidamente da língua espanhola, portanto pode conter erros. Espalhem para amigos e conhecidos os argumentos científicos contra a prática do aborto.

«Os abaixo assinantes, professores de universidades, investigadores, acadêmicos, e intelectuais de diferentes profissões, ante a iniciativa do Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, de promover uma lei de prazos, assinamos o presente Manifesto em defesa da vida humana em sua etapa inicial, embrionária e fetal e rechaçamos sua instrumentalização ao serviço de lucrativos interesses econômicos ou ideológicos.

Em primeiro lugar, reclamamos uma correta interpretação dos dados da ciência em relação com a vida humana em todas suas etapas e a este respeito desejamos se tenham em consideração os seguintes feitos:

a) Existem demasiadas evidências científicas de que a vida começa no momento da fecundação. Os conhecimentos mais atuais assim o demonstram: a Genética assinala que a fecundação é o momento em que se constitui a identidade genética singular; a Biologia Celular explica que os seres pluricelulares se constituem a partir de uma única célula inicial, o zigoto, em cujo núcleo se encontra a informação genética que se conserva em todas as células e é a que determina a diferenciação celular; a Embriologia descreve o desenvolvimento e revela como se desenvolve sem solução de continuidade.

b) O zigoto é a primeira realidade corporal do ser humano. Depois da fusão dos núcleos gaméticos materno e paterno, o núcleo resultante é o centro coordenador do desenvolvimento, que reside nas moléculas de DNA, resultado da adição dos genes paternos e maternos em uma combinação nova e singular.

c) O embrião (da fecundação até a oitava semana) e o feto (a partir da oitava semana) são as primeiras fases do desenvolvimento de um novo ser humano e no claustro materno não formam parte da sustantividade nem de nenhum órgão da mãe, embora dependa desta para seu próprio desenvolvimento.

d) A natureza biológica do embrião e do feto humano é independente do modo em que se originou, bem seja proveniente de uma reprodução natural ou produto de reprodução assistida.

e) Um aborto não é só a «interrupção voluntária da gravidez» mas um ato simples e cruel de «interrupção de uma vida humana».

f) É preciso que a mulher a quem se proponha abortar adote livremente sua decisão, depois de um conhecimento informado e preciso do procedimento e as conseqüências.

g) O aborto é um drama com duas vítimas: alguém morre e a outra sobrevive e sofre diariamente as conseqüências de uma decisão dramática e irreparável. Quem aborta é sempre a mãe e quem sofre as conseqüências também, embora seja o resultado de uma relação compartilhada e voluntária.

h) É portanto preciso que as mulheres que decidam abortar conheçam as seqüelas psicológicas de tal ato e em particular do quadro psicopatológico conhecido como o «Síndrome Post-aborto» (quadro depressivo, sentimento de culpa, pesadelos recorrentes, alterações de conduta, perda de auto-estima, etc.).

i) Dada a transcendência do ato para o qual se reclama a intervenção de pessoal médico, é preciso respeitar a liberdade de objeção de consciência nesta matéria.

j) O aborto é além disso uma tragédia para a sociedade. Uma sociedade indiferente à matança de perto de 120.000 bebês ao ano é uma sociedade fracassada e doente.

k) Longe de supor a conquista de um direito para a mulher, uma Lei do aborto sem limitações fixaria à mulher como a única responsável por um ato violento contra a vida de seu próprio filho.

l) O aborto é especialmente duro para uma jovem de 16-17 anos, a quem se pretende privar da presença, do conselho e do apoio de seus pais para tomar a decisão de seguir com a gravidez ou abortar. Obrigar a uma jovem a decidir sozinha a tão tenra idade é uma irresponsabilidade e uma forma clara de violência contra a mulher.

Em suma, consideramos que as conclusões que o Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, transladará ao Governo para que fique em marcha uma lei de prazos, agrava a situação atual e não escuta a uma sociedade, que longe de desejar uma nova Lei para legitimar um ato violento para o não nascido e para sua mãe, reclama uma regulação para deter os abusos e a fraude de Lei dos centros onde se praticam os abortos».

Fdo.:
Nicolás Jouve (Catedrático de Genética; DNI 1154811)
Francisco Ansón (Escritor; DNI 847005)
Cessar Nombela (Catedrático de Microbiologia; 1346619S)
Francisco Javier do Arco (Biólogo, Filósofo e Escritor; DNI: 00138438-N)
Vicente Bellver (Professor Titular Filosofia do Direito: DNI: 24335564T)
Luís Franco Beira (Catedrático de Bioquímica: DNI é 02.464.829B)
…/…

Seguem um milhar de adesões a data de 17 de março de 2009, e seguem aumentando.

Apresentado “o Manifesto de Madri”, uma mobilização sem precedentes da elite de pesquisa biomédica na Espanha contra a reforma legislativa sobre o aborto

Madri (Agência Fides) – Nasceu como o “Manifesto dos 300”, mas mudou o seu nome em “Manifesto de Madri” porque antes de sua apresentação contava um milhão de adesões entre professores universitário, intelectuais, cientistas, acadêmicos, e especialistas nos campos da genética, embriologia, medicina, antropologia, filosofia, biologia, histologia. O texto, que foi apresentado na terça-feira 17 de março, em Madri constitui uma mobilização sem precedentes porque com provados argumentos científico, se apresenta como uma resposta à proposta dramática e cruel da reforma legislativa sobre o aborto apoiada pelo governo. Os signatários constituem a elite de pesquisa biomédica na Espanha, a serviço dos melhores centros de pesquisa da Espanha e do mundo. Além disso, o número de adesões não para de crescer, superando as previsões iniciais dos promotores.

O documento “defende a vida humana em sua vida inicial, embrionária, fetal e rejeita a sua instrumentalização a serviço de grandes interesses econômicos ou ideológicos”. Segundo o que explicou durante a apresentação o professor universitário de genética, Nicolás Jouve de la Barreda, para “sair da ignorância da sociedade em relação ao princípio da vida humana” e para argumentar a sua defesa, os signatários desprezam as considerações ideológicas ou pessoais e se limitam a ilustrar cada ponto, os dados científicos relativos ao princípio da vida.

Entre eles se recordam que existe ampla e evidente documentação científica segundo o “qual a vida começa no momento da fecundação”, assim testemunham a genética, a biologia celular e a embriologia; que o “zigoto é a primeira realidade corporal do ser humano, o embrião, desde a fecundação até a oitava semana, e o feto, a partir da oitava semana, são as primeiras fases do desenvolvimento de um novo ser humano e no seio materno não fazem parte de nenhum órgão da mãe, não obstante dependam dela para o seu próprio desenvolvimento”.

Além disso, a “natureza biológica do embrião e do feto humano é independente da modo em que nasceu, tanto proveniente de uma reprodução natural ou produto de reprodução assistida” e que “um aborto não é a ‘interrupção voluntária da gravidez’ mas um ato simples e cruel de ‘interrupção de uma vida humana”.

Neste sentido, Mônica López Barahona, diretora acadêmica do Centro de Estudos biosanitários e consulente na área de bioética das Nações Unidas, afirmou que visto que o zigoto é vida, é vida humana, é um indivíduo único da espécie humana, “ele tem os mesmos direitos como qualquer outro indivíduo da espécie humana”. “Por este motivo, continuou, “entrar em certas definições de termos não é aceitável, se não pertence ou não à espécie humana segundo o número de células que tenha ou os quilos que pesa”.

Os signatários do manifesto reconhecem além disso que “o aborto é um drama com duas vítimas: uma morre e a outra sobrevive e sofre as conseqüências de uma decisão dramática e irreparável” porque pedem que as mulheres que decidem abortar sofram as conseqüências psicológicas em questão conhecidas como a “síndrome pós-parto”.

Diante da proposta parlamentar do grupo socialista, os cientistas propõem “uma regularização para acabar com os abusos e a fraude da lei dos centros onde se praticam os abortos” e ressaltam que “é necessário respeitar a liberdade de objeção de consciência nesta matéria, visto que não se pode obrigar ninguém a agir contra ela”.

Além disso, afirmam que “o aborto é particularmente duro para uma jovem de 16-17 anos que se pretende da presença, do conselho e do apoio de seus pais para tomar a decisão de prosseguir com a gravidez”. Portanto “obrigar uma jovem a decidir sozinha, numa idade tão precoce, é uma irresponsabilidade e uma forma clara de violência contra a mulher”. (RG) (Agência Fides 18/3/2009)

Fonte: Agência Fides.

Aborto não é «saúde reprodutiva», afirma Papa

Faz-se porta-voz do sofrimento das famílias com a pobreza

LUANDA, sexta-feira, 20 de março de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI afirmou nesta sexta-feira na capital angolana que o aborto constitui a eliminação de uma pessoa, motivo pelo qual não pode ser disfarçado de instrumento de «saúde reprodutiva».

O Papa colocou-se ao lado das famílias africanas que sofrem dificuldades com a pobreza, no discurso que pronunciou no Palácio Presidencial, residência do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, em presença das autoridades políticas, civis e do corpo diplomático em Luanda.

O Santo Padre denunciou que «também aqui se abatem numerosas pressões sobre as famílias: ânsia e humilhação causadas pela pobreza, desemprego, doença, exílio… para mencionar apenas algumas».

«Particularmente inquietante é o jugo opressivo da discriminação sobre mulheres e jovens meninas, para não falar daquela prática inqualificável que é a violência e exploração sexual que lhes causa tantas humilhações e traumas.»

O bispo de Roma confessou que há «uma nova área de grave preocupação: as políticas de quantos, com a miragem de fazer avançar o «edifício social», estão ameaçando os seus próprios alicerces».

«Que amarga é a ironia daqueles que promovem o aborto como um dos cuidados de saúde «materna»! Como é desconcertante a tese de quantos defendem a supressão da vida como uma questão de saúde reprodutiva», afirmou, citando o Protocolo de Maputo, (art. 14).

Por sua parte, assegurou, a Igreja se encontrará «sempre – por vontade do seu Fundador divino – ao lado dos mais pobres deste continente».

«Posso assegurar-vos que ela, através de iniciativas diocesanas e inumeráveis obras educativas, sanitárias e sociais das diversas ordens religiosas, continuará a fazer tudo o possível para apoiar as famílias, nomeadamente feridas pelos trágicos efeitos da AIDS, e promover a igual dignidade de homens e mulheres na base de uma harmoniosa complementaridade», disse.

Fonte: Zenit.

A gravidade do aborto

Por Dom Fernando Arêas Rifan.

Na polêmica suscitada em torno da questão da menina violentada em Pernambuco, alvo depois de um aborto provocado, há o perigo de se desviar o foco do ponto central de toda a questão: a gravidade do pecado do aborto voluntário.

Considerando-se o feto como um ser humano, apesar de ainda em formação, – como, aliás, também o é um bebê recém-nascido – com código genético, conjunto de cromossomos e personalidade independente da sua mãe, como o comprova a própria ciência moderna, a sua morte provocada vem a se constituir em um voluntário e direto ato de se tirar a vida de um ser humano inocente, ato ilícito perante a lei natural e a lei positiva de Deus.

A conseqüência dessa consideração é que nada poderá justificar o tirar diretamente a vida de um inocente, nenhuma razão ou pretexto, por mais louváveis e bem intencionados que sejam, como proteger a vida de outrem, salvar a honra de alguém, diminuir a pobreza da família, evitar o escândalo, etc. É princípio básico de moral que não se pode fazer diretamente o mal para se obter um bem. E quando se trata de princípios, não adianta tentar contradizê-lo apelando para argumentos sentimentais.

Assim como a Igreja, o Estado também considera como o maior bem a vida humana.

A excomunhão é uma pena aposta pela Igreja a um pecado grave, com o objetivo de alertar os católicos sobre a gravidade de tal ato, no nosso caso, o pecado grave do aborto voluntário e o prejuízo irreparável causado ao inocente morto. Isso não quer dizer que outros pecados graves, que não tenham sobre si tal pena, sejam permitidos ou com culpabilidade diminuída. A Igreja está tomando a defesa de um inocente, que não tem voz nem outros meios de se defender, o feto no útero materno.

Mas existe sim uma gradação na gravidade dos pecados. Jesus disse a Pilatos que quem o havia entregue a ele tinha maior pecado do que ele, Pilatos (Jo 19,11).

Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, que tem toda a nossa solidariedade, não excomungou os que diretamente provocaram tal aborto, apenas anunciou que tal ato constituía um delito canônico punido automaticamente com a excomunhão. Nem muito menos defendeu o crime hediondo do padrasto.

Ademais, há que se ter em conta uma segunda opinião de médicos abalizados: a menina não corria risco de vida imediato e a gravidez poderia ter sido levada até mais adiante, quando os fetos já seriam considerados viáveis, fazendo-se então até mesmo um parto cesariano, se fosse preciso. Assim se teriam salvado duas vidas, sem o trauma do aborto para a mãezinha e sem o pecado diante de Deus.

Infelizmente, só quem defendeu essas duas vidas que se perderam foi a Igreja. E a voz delas foi a única que não se ergueu contra a Igreja.

Fonte: Folha da Manhã, de Campos.

Fora da estatística

Uma senhora me escreve:

No caso de estupro, 99% das mulheres optam pela interrupção, até como uma forma de alívio psicológico. Ninguém quer carregar dentro de si as sementes do mal. Superestimar a vida intra-uterina de um ser concebido à força é que se mostra como a verdadeira relativização da vida: é colocar a saúde física e psicológica da vítima em segundo plano, em detrimento da superproteção ao fruto do crime.

Não sei se a missivista é cientista… Ou apenas tem bola de cristal. Em todo o caso, transcrevo as seguintes notícias publicadas pelo G1:

Menina de 11 anos dá à luz no RS

Padrasto é suspeito de ter abusado de enteada e ser pai da recém-nascida.

Mãe e filha passam bem e devem ficar três dias em observação.

Do G1, em São Paulo, com informações do ClicRBS*

Uma garota de 11 anos deu à luz uma menina na quarta-feira (11), em Tenente Portela (RS). O bebê nasceu com 2,8 quilos e 45 centímetros, de cesárea. As duas passam bem. A jovem mãe teria sido violentada pelo padrasto, de 51 anos. Ele está preso e é suspeito de ser pai da recém-nascida.

O ginecologista e obstetra Claudio José Furini, que fez o parto, disse que a gestação já havia completado oito meses e meio. “Sob o ponto de vista médico, está tudo ótimo com a mãe e com a filha. A menina parece feliz com a maternidade, já pegou o bebê no colo”, afirmou.

Mãe e filha deverão ficar internadas, em observação, durante pelo menos três dias. Depois, devem retornar juntas para casa, em Iraí (RS). Familiares afirmam que a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. “Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar”, conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa.

O padrasto, que é pedreiro, foi denunciado por estupro. Ele se apresentou à polícia na terça-feira (10) e foi encaminhado a um presídio.

Menina de 13 anos que ficou grávida do pai não quer abortar na Bahia

Vítima está grávida de 4 meses em Guaratinga e começa a fazer pré-natal.

Pai está preso e teria confessado o crime à polícia.

Glauco Araújo Do G1, em São Paulo

A menina de 13 anos, que ficou grávida do pai após ser estuprada por ele em novembro do ano passado, não pretende fazer aborto em Guaratinga (BA), segundo informações da conselheira tutelar Lindidalva Batista Santana, que obteve a guarda provisória da jovem.

“Não haverá o risco de acontecer a mesma polêmica que aconteceu em Pernambuco (quando uma menina de 9 anos ficou grávida após um estupro e os médicos fizeram aborto para preservar a vida dela [sic]), pois a menina não pretende fazer um aborto. Ela quer continuar a com a gravidez até o fim“, disse Lindidalva.

A guardiã da menina de 13 anos disse ainda que foram feitos exames periciais no Instituto de Criminalística de Porto Seguro para atestar a violência sexual. “Além disso, a acompanhei até um médico, que fez uma ultrassonografia para saber como estava a saúde da criança e está tudo bem com o bebê.”

A menina está grávida de 17 semanas, o equivalente a cerca de quatro meses de gestação. “Ela não fez nenhuma tipo de pré-natal. Agora, que estou com a guarda provisória dela, faremos todo o acompanhamento médico para que ela não tenha problemas na gravidez”, disse Lindidalva.

Como podemos constatar, esses dois casos são exceções na estatística citada pela missivista – aliás, de onde ela tirou esses dados, de que 99% por cento das mulheres que sofrem violência sexual e engravidam preferem realizar o aborto a terem os bebês? Deve ser do mesmo instituto de pesquisa que repete à exaustão a mesma ladainha de que “um milhão de abortos são realizados no Brasil todos os anos…”

Mas eu queria mesmo era saber uma coisa.

Essa senhora teria coragem de, estando diante dessa menininha gaúcha e de seu bebê recém-nascido, chamá-lo de “semente do mal”?

Teria coragem de, diante dessa heroína de 13 anos, chamar o bebê que está em gestação em seu ventre de “fruto de um crime”?

O que essa senhora “esquece” é que os filhos não são apenas daqueles que cometeram a horrível violência. Os filhos também são das vítimas. Foram concebidos no corpo delas, portanto trazem em si algo dessas meninas também.

Uma mulher inocente, uma criança, pode trazer dentro de si uma “semente do mal”? Uma menininha concebeu dentro de si o “fruto de um crime”?

Quem teria a coragem de chegar perto de uma pessoa concebida por um estupro e dizer: “Você não devia ter nascido. Você não devia existir. Você é apenas uma ‘semente do mal’ que vingou. Você é o fruto de um crime, nada mais”.

Isso não seria apenas uma falta de respeito com o bebê. Seria uma desumanidade com a mãe, também.

Quando alguém enche a boca para definir uma vida humana inocente com os termos “semente do mal” e “fruto de um crime” não está relativizando essa vida?

É justo e moralmente correto chamar um bebê de… “semente do mal”? Então, sua mãe foi a terra que fez germinar essa semente?

O assunto não está encerrado!

Não, senhores: o assunto não está encerrado. Há que ser intransigente pela defesa da vida. Já vou avisando que alguns comentários desaforados foram pro lixo. Alguma argumentação contrariando os textos deste blog referentes ao aborto da menina de Alagoinha? Nenhuma! E não adianta vir dar faniquitos aqui neste blog. Quem quiser, que escreva felicitando a Folha de São Paulo e a grande imprensa, que fez um grande escarcéu em torno dessa lamentável história. Lá vocês, promotores do aborto, têm todo o espaço para sapatearem em cima da Igreja Católica. Mas aqui, não percam seu precioso tempo!

O que está difícil de enfiar na cabecinha oca dessa gente iluminada é que a vida não pode ser relativizada: desde a concepção até a morte natural, ela deve ser intransigentemente defendida. Alguma prova de que a menininha corria risco de vida? Não. As evidências são contrárias a isso.

Duas pessoas que estavam em seu ventre foram mortas. E isso não pode encerrar o assunto de forma alguma. Alguma coisa poderia ser feita para salvar essas pessoas? Sim! E por que isso não aconteceu?

Se fetos não são pessoas, são o quê? Repolhos? Ora, tenham senso do ridículo.

Tudo leva a crer que a mãe da menininha foi manipulada psicologicamente, forçada a concordar com a realização do aborto. Quem quiser ser manipulado, que o seja: mas, decididamente, a imprensa não mostrou todos os lados e não foi apenas parcial, mas cínica.

Quem acredita que o assunto está encerrado comporta-se como o avestruz que enfia a cabeça dentro do buraco para escapar do perigo iminente – mantendo o resto do corpo do lado de fora.

A mentira e a confusão orquestradas pelos abortistas – menina violentada grávida de gêmeos não corria risco de vida: o aborto era desnecessário

Começo esse importantíssimo post respondendo a um comentário enviado:

Ora, parem de inventar desculpas esfarrapadas. As palavras foram de uma autoridade do Vaticano, superior ao bispo de Olinda e Recife. E felizmente isso demonstra como existe gente sensata e serena na Santa Sé, ao contrário do prepopente bispo que acabou causando o efeito contrário: a população em massa condenou veemente sua atitude intempestiva e precipitada. Destaque para as palavras do monsenhor Rino Fisichella: “Há outros que merecem a excomunhão e o perdão, não aqueles que salvaram sua vida (a da menina) e a ajudarão a recuperar a esperança e a fé”.

Está havendo realmente uma confusão generalizada sobre o que aconteceu em Alagoinha e as repercussões do caso. Em primeiro lugar, o missivista está erradíssimo quando diz: “As palavras foram de uma autoridade do Vaticano, superior ao bispo de Olinda e Recife”. As únicas autoridades eclesiásticas superiores a um bispo são o Papa e um Concílio Ecumênico. A CNBB não tem autoridade sobre nenhum bispo, e muito menos um palpiteiro do Vaticano o tem. Essas palavras expressam a opinião de um clérigo, nada mais que isso, e não correspondem necessariamente ao posicionamento da Igreja Católica enquanto instituição.

Pelo que pude perceber, a definição que o missivista faz da palavra “sensatez” é “dar palpites sobre um assunto sem ter o conhecimento necessário”. Há que ser dito novamente: os médicos não salvaram a vida da menina coisíssima nenhuma. Não havia risco iminente de morte – embora sua gravidez pudesse ser considerada sim de alto risco. O que os médicos fizeram foi matar dois bebês que já se encontravam quase no quinto mês de gestação, com a ajuda de funcionários de uma ong abortista. Por isso, todos os envolvidos no aborto estão excomungados pela lei da Igreja – nenhuma autoridade eclesiástica está acima do Direito Canônico.

Dom José Cardoso cumpriu seu papel de pastor ao advertir a todos os católicos: quem pratica o aborto está automaticamente excomungado. E ponto final. Podemos até relativizar a culpa da mãe da menininha grávida neste caso de Alagoinha – tudo leva a crer que ela foi manipulada pelos abortistas, por isso, dada à pressão psicológica que sofreu, sua culpa é mínima – portanto não estaria excomungada. Mas a lei da Igreja é clara: o aborto é um pecado passível de excomunhão automática, aplicada independentemente do pronunciamento de qualquer autoridade eclesiástica – nem o Papa precisa declarar a excomunhão. Dom José apenas avisou o que está no Direito Canônico. Repetindo pela enésima vez: Dom José Cardoso não excomungou ninguém.

O blog Deus Lo Vult! publicou muitos textos interessantes sobre todo o caso. Destaco quatro dentre todos. Sem pedir licença ao Jorge (ele vai entender…), vou linkar aqui seu texto “Comentando o artigo de Dom Fisichella“, sobre o artigo publicado no L’Osservatore Romano, objeto da declaração da Arquidiocese de Olinda e Recife publicada aqui neste site, que por sua vez motivou o comentário que abre este post.

Outros dois textos são pareceres médicos acerca do caso, publicados originalmente no Orkut. Republico aqui, pela sua importância, ao mesmo tempo que linko a publicação do blog do Jorge. Novamente, os grifos em negrito são meus:

1) Luiz Fontes (São Paulo)

Lamento informar que os nossa imprensa, quando faz uma pesquisa sob “moderação” (= CENSURA), publica apenas aquilo que lhes interessa e vai de encontro à opinião pessoal do “moderador”. É a 2a e última vez que manifesto minha opinião nesses fóruns nada democráticos. Vai logo abaixo a minha mensagem encaminhada ontem (11/03/09) por volta das 16:55h e censurada, provavelmente por não atender as “normas” do forum.
Também vai no final a mensagem de um homônimo, escrita com toda a educação que lhe foi transmitida em casa e na escola.

Abraço do

Luiz Fontes – CRM 62317 – São Paulo
Médico Ginecologista e Obstetra
Médico Legista

A MENSAGEM NÃO PUBLICADA

Sou médico ginecologista e obstetra, faço partos desde 1985. A equipe médica de Pernambuco agiu intempestivamente e cometeu dois erros grosseiros:

1- toda gestação gemelar e toda gestação em adolescente é considerada de alto risco. No caso em apreço (idade materna de 9 anos), de adolescente em idade fértil (pois ovulou e engravidou), não existe, nem de longe, a condição exigível para a prática do aborto, nem sob o ponto de vista médico nem jurídico: iminente risco de vida materna em decorrência do estado gravídico. Havia apenas uma gestação de alto risco (risco bem menor do que o de gestantes com patologias graves), que se bem conduzida não traria conseqüências danosas à mãe e aos conceptos.

2- interromperam gestação decorrente de estupro, sendo que um crime (estupro) não justifica a prática de outro crime mais grave (aborto).

Não sou católico, mas a decisão do Bispo, de aplicar o que consigna o Código Canônico Católico, foi correta. A equipe médica portou-se como bando de assassinos.

2) Elizabeth Cerqueira

Meus amigos,

– Todo o fato é terrível – não é isso que se está discutindo – porém acho importante fazermos algumas reflexões pois o aborto não era a única nem a melhor solução:

a) Devem ter usado Cytotec (?) – que tem protocolo muito claro para tratamento de úlceras gástricas – não há experiência suficiente de seu uso em meninas de 9 anos grávidas (mesmo que tenham usado outra droga – sempre se está atirando meio no escuro pois é de se convir que é raro uma gravidez gemelar aos 9 anos) – portanto houve risco na indução do aborto;

b) A menina não corria risco de vida agora – não havia esta pressa nem indicação de intervenção no momento para salvar a sua vida;

c) De onde vem a estatística que ela corria o risco de 90% de morte ou de qualquer outra %? Estatística deve ser registrada em trabalho médico de pesquisa e com amostragem significativa para ter valor;

d) Haveria possibilidade que tivesse parto prematuro ou até aborto (espontâneo) – mas, quando espontâneo, o processo é mais simples e de menor risco;

e) Se levasse a gravidez pelo menos até 22 semanas, teríamos 15 a 20% de chance de sobrevivência para os gêmeos (mesmo que fosse 10% de chance – estaríamos tentando salvar as crianças sem aumento de risco para a mãezinha);

f) psicologicamente, esta menina foi usada como um trapo pelo homem, destruída como pessoa, percebendo-se marcada inconscientemente como algo sem valor – e por 3 longos anos. Ao experimentar a destruição dos filhos como lixo, o inconsciente registra – “viu, sou lixo e de mim só pode sair lixo”. Sabe-se lá como se fará para recuperar todo esse novelo em sua cabecinha. Por outro lado, imagine-se: ela sentindo-se rodeada por atenção, amor, cuidado e experimentado a valorização das crianças que trazia dentro de si – mesmo que a análise racional não fosse predominante – poderia estar começando aí o seu resgate como pessoa integral;

g) sei de meninas que deram a luz com 10 anos e continuam muito bem após anos e anos;

h) Não sei de ninguém que morreu por causa da idade precoce com que engravidou, se recebeu acompanhamento adequado. Vou pesquisar mais e comunico a vocês se houver algum trabalho nesse sentido.

Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira
Médica ginecologista-Obstétrica; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, São Paulo, Diretora do Centro Interdisciplinar de Bioética da Associação “Casa Fonte da Vida”; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação.

Por fim, o mais importante dos textos. Trata-se de um dossiê escrito por Alberto R. S. Monteiro que denuncia os fatos acontecidos em Pernambuco com extremo esmero. Sua leitura é capital. O texto chama-se: “Urgente: aborto em Recife – Brasil”.

Transcrevo aqui um trecho. Os grifos são meus:

O que foi divulgado a este respeito foi o que a imprensa quis que o público soubesse. As pessoas diretamente envolvidas no caso expuseram aos jornalistas que os procuraram todos os detalhes do que está relatado nesta mensagem, mas nada foi publicado. As pessoas têm o direito de saber a verdade, e de compreender o quanto o público e as próprias vítimas estão sendo manipulados em função de interesses internacionais com os quais o governo do presidente Lula é conivente.

(…)

O que aconteceu esta semana no Recife não é o primeiro caso deste tipo. Há grupos que recebem financiamentos milionários de Fundações internacionais para que estes eventos sejam explorados ao máximo. Cabe aos que defendem a dignidade da vida humana, tomar consciência do que está acontecendo e posicionar-se para que não venham mais a repetir-se fatos vergonhosos como este, em que pessoas simples são enganadas, fatos são escondidos e informações são manipuladas e um povo inteiro é ludibriado com o único fim de produzir mudanças profundas na opinião pública em função das agendas de organismos internacionais.

(…)

Os que puderem ler esta mensagem até o fim compreenderão mais claramente o que isto significa. A democracia pressupõe cidadãos que busquem a consciência do que verdadeiramente sucede na sociedade. Para não ser ideologicamente enganado é preciso buscar informação sólida e coerente. Isto não se pode fazer com chavões ou pequenos bilhetes. Se desejamos um Brasil que seja modelo de democracia, este com certeza é um dos primeiros pontos onde começar.

(…)

O BRASIL ESTÁ ENFRENTANDO O MAIOR E O MAIS SOFISTICADO ATAQUE JÁ DESENCADEADO CONTRA A DIGNIDADE DA VIDA HUMANA QUE JÁ HOUVE EM TODA A SUA HISTÓRIA. O problema transcende o próprio Brasil e representa o coroamento de investimentos estrangeiros de várias décadas que pretendem impor o aborto não só ao Brasil como também a toda a América Latina e a todo o mundo.

(…)

Quantas foram as crianças que ficaram grávidas, que tiveram um bom acompanhamento pré-natal e fizeram parto cesariano morreram no Brasil nos últimos dez anos? A resposta é uma só: provavelmente nenhuma, e foram muitas as crianças que engravidaram nestes dez anos. O DataSus informa que 27610 crianças menores de 14 anos deram à luz crianças nascidas vivas no Brasil em 2006. Em dez anos são cerca de trezentas mil crianças. Este número impressionante mostra que a gravidez de menores não é um evento raro. Estas trezentas mil crianças incluem as que tiveram e não tiveram acompanhamento pré-natal e parto por cesariana. A pergunta é: quantas crianças menores de 14 anos que tiveram acompanhamento pré natal e parto cesariano morreram por causa da gravidez? O Datasus não tem registro de nenhuma. Provavelmente nenhuma criança menor de 14 anos que teve acompanhamento pré natal e possibilidade de parto cesariano morreu no Brasil nos últimos dez anos. O fato da gravidez ser de risco não significa necessariamente que a mãe irá morrer, mas sim que precisará de um acompanhamento especial. Simples assim e todo médico sabe disso.

Por que então os médicos que sabem destas coisas calam-se e não as declaram publicamente? O motivo é simples. No Brasil onde o governo Lula assina acordos internacionais para implantar o aborto totalmente livre e o Comitê de Ética do Partido dos Trabalhadores se prepara para processar e expulsar dois deputados pelo único crime de terem sido contra o aborto, não é politicamente correto dizer estas coisas para o público.

Mais difícil porém é explicar por que médicos, para-médicos e funcionários de organizações não governamentais, sabendo que estão mentindo ao induzir o público a acreditar que e menina irá morrer por causa de uma gravidez, insistem tão abertamente em espalhar a desinformação a todo o povo brasileiro. Tentaremos explicar por que se mente desta maneira, conscientemente, com a conivência e o aplauso da imprensa, durante o restante desta mensagem.

Entretanto o que é certo é que a mãe e o pai da criança eram claramente contrários ao aborto. Sendo assim eles teriam que ter o direito de serem informados claramente a respeito. E não o foram. Como veremos a seguir, foram informados do modo mais vergonhosamente fraudulento.

Esse é só o “aperitivo”. Leiam o restante aqui. E estejam avisados: o texto é grande, assim como grande é a sujeira que a imprensa está escondendo de forma deliberada.

Espanha: Bispos lançam campanha contra o aborto

A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) lançou uma campanha com o lema “Protege a minha vida”, destinada a promover a luta contra o aborto. A Igreja Católica no país vizinho celebra a 25 de Março uma “Jornada pela vida”.

O cartaz da campanha (30 mil exemplares distribuídos nas paróquias e centros católicos) apresenta um bebé e um lince ibérico, espécie protegida, com uma pergunta “E eu?”.

Para os Bispos, as alterações legislativas em estudo no país “darão lugar, se aprovadas, a uma situação em que aqueles que vão nascer ficarão ainda mais desprotegidos do que com a actual legislação”.

A CEE lamenta que “a aceitação social do aborto esteja a aumentar”.

“Na nossa sociedade é cada vez maior a sensibilidade sobre a necessidade de proteger os embriões de diversas espécies animais. As leis tutelam a vida dessas espécies nas suas primeiras fases de desenvolvimento. É bom que assim seja, embora acabe por ser paradoxal que a vida da pessoa humana que vai nascer seja objecto de uma desprotecção cada vez maior”, dizem os Bispos católicos de Espanha.

Fonte: Agência Ecclesia. Site da Conferência Episcopal Espanhola: www.conferenciaepiscopal.es.

Ainda o caso de Alagoinha: veja importante declaração da Arquidiocese de Olinda e Recife

A respeito do artigo intitulado “Dalla parte della bambina brasiliana” e publicado no L´OSSERVATORE ROMANO no dia 15 de março, nós, abaixo assinados, declaramos:

1. O fato não aconteceu em Recife, como diz o artigo, mas sim na cidade de Alagoinha (Diocese de Pesqueira).

2. Todos nós – começando pelo pároco de Alagoinha (abaixo assinado) -tratamos a menina grávida e sua família com toda caridade e doçura. O Pároco, fazendo uso de sua solicitude pastoral, ao saber da notícia em sua residência, dirigiu-se de imediato à casa da família, onde se encontrou com a criança para lhe prestar apoio e acompanhamento, diante da grave e difícil situação em que a menina se encontrava. E esta atitude se deu durante todos os dias, desde Alagoinha até Recife, onde aconteceu o triste desfecho do aborto de dois inocentes. Portanto, fica evidente e inequívoco que ninguém pensou em primeiro lugar em “excomunhão”. Usamos todos os meios ao nosso alcance para evitar o aborto e assim salvar as TRÊS vidas. O Pároco acompanhou pessoalmente o Conselho Tutelar da cidade em todas as iniciativas que visassem o bem da criança e de seus dois filhos. No hospital, em visitas diárias, demonstrou atitudes de carinho e atenção que deram a entender tanto à criança quanto à sua mãe que não estavam sozinhas, mas que a Igreja, ali representada pelo Pároco local, lhes garantia a assistência necessária e a certeza de que tudo seria feito pelo bem da menina e para salvar seus dois filhos.

3. Depois que a menina foi transferida para um hospital da cidade do Recife, tentamos usar todos os meios legais para evitar o aborto. A Igreja em momento algum se fez omissa no hospital. O Pároco da menina realizou visitas diárias ao hospital, deslocando-se da cidade que dista 230 km de Recife, sem medir esforço algum para que tanto a criança quanto a mãe sentissem a presença de Jesus Bom Pastor que vai ao encontro das ovelhas que mais precisam de atenção. De tal sorte que o caso foi tratado com toda atenção devida da parte da Igreja e não “obrigativamente” como diz o artigo.

4. Não concordamos com a afirmação de que “a decisão é árdua… para a própria lei moral”. Nossa Santa Igreja continua a proclamar que a lei moral é claríssima: nunca é lícito eliminar a vida de um inocente para salvar outra vida. Os fatos objetivos são estes: há médicos que explicitamente declaram que praticam e continuarão a praticar o aborto, enquanto outros declaram com a mesma firmeza que jamais praticarão o aborto. Eis a declaração escrita e assinada por um médico católico brasileiro: “(…) Como médico obstetra durante 50 anos, formado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, e ex chefe da Clínica Obstétrica do Hospital do Andaraí, onde servi 35 anos até minha aposentadoria, para dedicar-me ao Diaconato, e tendo realizado 4.524 (quatro mil quinhentos e vinte e quatro) partos, muitos de menores de idade, nunca precisei recorrer ao aborto para “salvar vidas”, assim como todos os meus colegas íntegros e honestos em sua profissão e cumpridores de seu juramento hipocrático. (…)”.

5. É falsa a afirmação de que o fato foi divulgado nos jornais somente porque o Arcebispo de Olinda e Recife se apressou em declarar a excomunhão. Basta ver que o caso veio a público em Alagoinha na quarta-feira, dia 25 de fevereiro, o Arcebispo se pronunciou na imprensa no dia 03 de março e o aborto se deu no dia 4 de março. Seria demasiado imaginar que a imprensa brasileira, diante de um fato de tamanha gravidade, tenha silenciado nesse intervalo de seis dias. Assim sendo, a notícia da menina (“Carmen”) grávida já estava divulgada nos jornais antes da consumação do aborto. Somente então, interrogado pelos jornalistas, no dia 3 de março (terça-feira), o Arcebispo mencionou o cânon 1398. Estamos convictos de que a divulgação desta penalidade medicinal (a excomunhão) fará bem a muitos católicos, levando-os a evitar este pecado gravíssimo. O silêncio da Igreja seria muito prejudicial, sobretudo ao constatar-se que no mundo inteiro estão acontecendo cinqüenta milhões de abortos cada ano e só no Brasil um milhão de vidas inocentes são ceifadas. O silêncio pode ser interpretado como conivência ou cumplicidade. Se algum médico tem “consciência perplexa” antes de praticar um aborto (o que nos parece extremamente improvável) ele – se é católico e deseja observar a lei de Deus – deve consultar um diretor espiritual.

6. O artigo é, em outras palavras, uma direta afronta à defesa pela vida das três crianças feita veementemente por Dom José Cardoso Sobrinho e demonstra quanto o autor não tem bases e informações necessárias para falar sobre o assunto, por total desconhecimento dos detalhes do fato. O texto pode ser interpretado como uma apologia ao aborto, contrariando o Magistério da Igreja. Os médicos abortistas não estiveram na encruzilhada moral sustentada pelo texto, ao contrário, eles praticaram o aborto com total consciência e em coerência com o que acreditam e o que ensinam. O hospital que realizou o aborto na menininha é um dos que sempre realizam este procedimento em nosso Estado, sob o manto da “legalidade”. Os médicos que atuaram como carrascos dos gêmeos declararam e continuam declarando na mídia nacional que fizeram o que já estavam acostumados a fazer “com muito orgulho”. Um deles, inclusive, declarou que: “Já fui, então, excomungado várias vezes”.

7. O autor arvorou-se do direito de falar sobre o que não conhecia, e o que é pior, sequer deu-se ao trabalho de conversar anteriormente com o seu irmão no episcopado e, por esta atitude imprudente, está causando verdadeiro tumulto junto aos fiéis católicos do Brasil que estão acreditando ter Dom José Cardoso Sobrinho sido precipitado em seus pronunciamentos. Ao invés de consultar o seu irmão no episcopado, preferiu acreditar na nossa imprensa declaradamente anticlerical.

Recife-PE, 16 de março de 2009

Pe Edson Rodrigues

Pároco de Alagoinha-PE – Diocese de Pesqueira

Mons. Edvaldo Bezerra da Silva

Vigário Geral – Arquidiocese de Olinda e Recife

Pe Moisés Ferreira de Lima – Reitor do Seminário Arquidiocesano

Dr. Márcio Miranda – Advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Fonte: Blog do padre Joãozinho, scj.

Caso da menina violentada no Brasil não se pode reduzir à questão da excomunhão

Presidente da CNBB lamenta «diluição» do episódio

BRASÍLIA, sexta-feira, 13 de março de 2009 (ZENIT.org).- O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou que o caso da menina violentada no interior do Estado do Pernambuco não se pode reduzir à questão da excomunhão.

A menina de nove anos sofria violência sexual por parte do padrasto, na cidade de Alagoinha, do que resultou gravidez de gêmeos, interrompida na semana passada.

Dom Geraldo Lyrio expressou nesta nesta sexta-feira, em Brasília -segundo informa a Sala de Imprensa da CNBB-, seu pesar diante do episódio. O organismo episcopal havia divulgado nota sobre a questão na sexta-feira passada.

«Eu fico pensando na situação da mãe desta criança e nos demais familiares. É um enorme sofrimento, uma humilhação ter uma criança sendo explorada sexualmente pelo padrasto desde os seis anos de idade», afirmou.

«Isto é uma coisa repugnante e me causa estranheza que este aspecto tão repugnante tenha se diluído diante da história da excomunhão, que precisa, sim, ser tratada. Porém reduzir uma problemática deste porte unicamente ao episódio da história da excomunhão é esvaziar uma questão sobre a qual a consciência nacional precisa ser despertada», disse.

Ainda de acordo com a Sala de Imprensa da CNBB, Dom Geraldo esclareceu que excomunhão não é sinônimo de condenação ao inferno, mas trata-se de um ato disciplinar da Igreja.

«A excomunhão existe para chamar atenção para a gravidade do ato. O aborto traz consigo essa pena porque está se diluindo a gravidade do aborto até mesmo entre os cristãos. Quem viola isto, se coloca fora da comunidade eclesial», esclareceu.

Segundo o presidente da CNBB, o estupro não é penalizado com a excomunhão porque todos já têm consciência de que se trata de um ato repugnante.

«O estupro é uma coisa tão repugnante que a Igreja não precisa chamar a atenção para ele, está na consciência de todos. O aborto não, por isso a excomunhão não é só para punir, mas para que quem praticou o ato possa perceber a gravidade e buscar sua reconciliação», afirmou Dom Geraldo.

O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara, explicou que o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, «não excomungou ninguém», apenas lembrou uma norma que existe no Direito Canônico.

«Em alguns casos especiais se prevê este tipo de pena, como por exemplo, a profanação do Santíssimo Sacramento, ou o caso do padre que revela um segredo de confissão, em que a pessoa, pelo simples fato de cometer este tipo de ato, se coloca fora da comunhão da Igreja», explicou. É a chamada excomunhão latae sententiae.

Dom Dimas disse que, para incorrer em excomunhão, a pessoa precisa ter consciência da gravidade do ato e liberdade para praticá-lo.

Ainda de acordo com a Sala de Imprensa da CNBB, o secretário-geral disse que a Igreja considera o aborto um ato grave, sobretudo por aqueles que o praticam conscientemente.

«Os que praticam o aborto com consciência e as clínicas de aborto não estão em comunhão com o pensamento cristão em defesa da vida», afirmou.

O bispo deixou claro também que a criança violentada não incorreu em excomunhão. «Eu acredito que a mãe dela também não [incorreu na excomunhão] porque ela agiu sob pressão», disse.

Fonte: Zenit.

“Terapia do espelho” para assistentes sociais rebeldes

Ih gente, a “assistente social” voltou. Mandou eu fazer a “terapia do espelho”. Puxa vida. Eu nem tenho palavras. Só tive uma crise de risos. Estudei a obra do maior psicólogo/psiquiatra do século XX, um sujeito chamado Viktor Frankl, e a “assistente social” me manda fazer a terapia do espelho… Claro que não posso citar pra ela a logoterapia, senão, pela qualidade dos comentários que ela me mandou, só posso especular que certamente a mocinha teria uma concussão cerebral, coitada, só de tentar entender o que é. Deixa quieto.

Dessa vez veio com argumentos? Nenhum. Só o mesmo discurso de sempre. Passei dez anos na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, formei-me em história e psicologia. Conheço o que essa gente fala de cor e salteado. Querem transformar o mundo, mas segundo os seus próprios caprichos. Não são capazes de olhar para a realidade tal como ela é. Quando se deparam com fatos que não conseguem refutar, fazem biquinho, dão chilique, te xingam, babam… é uma festa. Têm humildade de pensar que poderiam estar errados? Será que a “assistente social” seria capaz de pensar, lendo o que escrevi, “caramba, e se esse imbecil aí estiver certo?” É claro que não é capaz. “Mas se ele estiver certo, vou ter que mudar de opinião! Droga! Não posso fazer isso!”, é o máximo que ela poderia ter pensado.

Quando você se coloca como protetor dos “fracos, oprimidos e bla bla bla,” quando você passa a defender uma “causa”, por mais justa que essa causa pareça ser, sua visão de mundo se torna completamente dependente daquilo que você defende, e não da realidade. Você passa a se considerar alguém importante porque defende a “transformação do mundo”, e para isso precisa destruir seus adversários, calar a boca deles, afinal de contas você vê a realidade à luz da teoria maravilhosa e revolucionária a qual você aderiu. Você não é capaz de questionar as suas próprias idéias e convicções, porque não consegue mais enxergar a realidade com seus próprios olhos; passa a vê-la de forma distorcida, e tudo o que vê tem que se adequar ao que acredita. O que não se adequa é solenemente ignorado. A ilusão de “transformar o mundo” é irracional e torna a vítima dessa ilusão igualmente irracional.

Essa turminha que quer “transformar o mundo” de qualquer jeito tinha que estar atenta a algumas coisas. A primeira delas: transformar a realidade… para quê? A resposta parece óbvia. “Ah, porque o mundo é horrível”.  Tá bem, dou um desconto: o mundo não é lá grandes coisas… Mas será que essa gente já pensou o quão difícil é transformar a própria vida, quanto mais… a realidade em nossa volta?

Eu, por exemplo, já desisti de arrumar o meu quarto há um bom tempo. Vou tentar arrumar o mundo? Transformá-lo? Do meu jeito? Como mudar o mundo se não consigo nem colocar ordem na minha vida? Como transformar a realidade se não somos capazes de transformar a nós mesmos, tornando-nos pessoas menos egoístas, menos intolerantes, menos precipitadas… Esse é um dos motivos pelos quais muitos daqueles que desejam “transformar o mundo” aprovam a violência como meio para conseguir alcançar seus objetivos: se não dá pra transformar o mundo por bem, vai por mal mesmo, justifica-se. Matariam algumas pessoas detestáveis como eu (que deveriam fazer a “terapia do espelho”), o que seria muito bom.

Mas… E se essa transformação piorar ainda mais as coisas? O que essa gente de cabecinha pequena não consegue perceber é: transformar o mundo pode ser também para pior… Na verdade, foi o que todos aqueles que almejaram transformar o mundo conseguiram, apenas piorá-lo. As revoluções e os governos que defendiam utopias (comunismo, nazismo…) provocaram mais mortes no século XX que todas as outras tragédias humanas juntas, no decorrer da história da civilização. E todos os fanfarrões tinham a nobre intenção de transformar o mundo. No entanto, o que conseguiram foi torná-lo ainda pior.

Qualquer pessoa sensata sabe duas coisas: primeiro, que é uma gota de água no oceano. Cada ser humano é limitadíssimo. Nascemos com defeitos e morreremos com eles. O que de melhor podemos fazer é melhorar a nossa própria vida e a das pessoas que nos são próximas, tentando minimizar o sofrimento alheio. Se viermos com idéias malucas tipo “mudar a sociedade” ou “acabar com todo o sofrimento” estaremos apenas divagando sobre impossibilidades práticas.

A segunda coisa: justamente por sermos tão limitados, não sabemos nada. Quem estuda sabe como isso funciona: quanto mais estudamos, menos sabemos. Expressando-me melhor: percebemos ainda mais nossa insignificância no mundo, nossa incapacidade de apreendermos tudo… e nos sentimos uns idiotas – embora fiquemos com vontade de estudar mais pra ver se suprimos essa incapacidade humana de abarcar a realidade em sua totalidade. Ora, se somos tão limitados e nem compreendemos direito o que acontece em nossa volta, como vamos nos meter a besta em “transformar o mundo”? Como fazer isso?

Temos que transformar a nós mesmos. Daí então a pequena e micro realidade a nossa volta será transformada. E isso basta. Porque, de demagogia e promessas vãs, o mundo está repleto. Mudanças para a sociedade são lentas, graduais e sempre complexas. Tudo o que é feito às pressas a partir de uma idéia revolucionária, tendo em vistas à transformação da realidade – e a legalização do aborto é um exemplo perfeito dessa intenção – termina em desastre. Sob um alegado direito da mulher sobre o próprio corpo, liberou-se o aborto na maioria das nações desenvolvidas. O discurso era o de dar autonomia para a mulher, pois então ela teria maior liberdade sexual, poderia controlar melhor sua vida familiar, bla bla bla, porque o patriarcado foi realmente uma coisa horrível… e daí por diante. A liberação do aborto está dentro do contexto da revolução sexual dos anos 60, que propunha um novo modelo de família para um novo modelo de sociedade; trata-se de um evento fundamental visando a transformação das relações sociais.

Mas voltando agora ao comentário da missivista: a “assistente social” comentou algum dado sobre o efeito devastador da prática de abortos sobre as mulheres? De jeito nenhum. Contestou algum dado? Nã-nã. Ficou mais nervosinha ainda. Claro que certamente deve achar o “direito” ao aborto uma maravilha, a maior conquista do feminismo. Mas ela e os outros rebeldes sem causa não têm a menor idéia das transformações, todas negativas, que a liberação do aborto provocou nos EUA e, principalmente, na Europa. O aborto livre foi um dos fatores determinantes na eclosão de uma violenta crise demográfica que põe o próprio futuro da Europa em jogo. O aborto ajudou a transformar a sociedade européia – para pior.

Obviamente, se eu contasse pra ela que as maiores financiadoras de aborto no mundo são as fundações Ford e Rockfeller, mega-corporações capitalistas, cujo único interesse é o de enfraquecer a instituição familiar, jogar a mulher no mercado de trabalho para reduzir o valor dos salários dos trabalhadores – e, para isso, é claro que as mulheres, para serem “livres”, se obrigam a terem menos filhos… Ela ia me arregalar os olhos e dizer “mentira!” O feminismo ajudou a transformar o mundo – para pior.

E ainda saiu daqui batendo o pezinho, falando algo do tipo “isso mesmo, exclui o comentário!” (seu desejo é uma ordem…) e ainda com um ar de superioridade e desprezo resmungou: “Bloguezinho insosso…” Sem contudo contradizer um único dado escrito aqui… Uma única evidência, um único fato.

Insossas são suas idéias, “assistente social”, porque não se baseiam em fatos, baseiam-se em teorias embasadas em delírios (Michel Foucault, Escola de Frankfurt, marxismo social, bla bla bla…). Faça você a terapia do espelho. Mas não como se fosse justificar para si mesma todos os erros que comete, todos os equívocos nos quais acredita. Encare-se diante do espelho e repita para si mesma: “e se eu estiver totalmente errada naquilo que acredito? E se minha visão de mundo for falsa? E se eu não estiver vendo a realidade tal qual ela é, mas apenas fingindo para satisfazer meu ego, minha pretensa superioridade moral?”

Você já fez isso alguma vez? Não, não fez.

Vai fazer agora? Bem, aí já é um problema seu.

Eu, de minha parte, dentro de meus limites, tento desesperadamente transformar a mim mesmo – enquanto tento arrumar meu quarto. Procuro fazer o que posso para defender o direito à vida de todo e qualquer ser humano, dona “assistente social”. Inclusive o seu direito à vida, justamente porque não sou melhor nem pior que ninguém. Toda vida é sagrada, todas as pessoas, mesmo aquelas que ainda não nasceram, têm o direito básico de viver, todos os fetos meninas e meninos têm o direito de nascer. E é sobre o direito à vida que, logicamente, se assentam todos os outros direitos, inclusive o direito à liberdade. Sem direito à vida não há possibilidade de, racionalmente, sustentar outros direitos.

Transformar o mundo é para aventureiros. Transformar a si mesmo é para os santos. E foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem mandou: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mateus 5,48)

“Sociedade machista e hipócrita”, blá, blá, blá…

Uma figura que se identifica como “assistente social” está rondando este blog, talvez implorando para ter seu comentário publicado. Ontem veio com um poema blasfemo e irônico, de péssima qualidade, além de ofender a Igreja como todo revoltadinho gosta de fazer. Hoje ela voltou por aqui, com um discurso recheado de chavões, daqueles de feminista que não depila o sovaco – afinal de contas, a depilação é uma forma de “violência contra a mulher”, segundo ouvi uma feminista dizer tempos atrás.

O mais curioso é que o ataque é parecido com o de todos os outros: sempre afirmando nas entrelinhas que matar os bebês seria uma solução bem melhor que “forçar” a menininha a tê-los. Disparou contra a Igreja, a mentalidade atrasada, os padres pedófilos – que, segundo o umbigo dela, já foram “perdoados”…

Pra ser sincero, o comentário era muito longo, mal escrito e recheado daquele senso comum de gente que deve ter lido dois ou três livros a vida inteira. Falava alguma coisa sobre a “sociedade machista e hipócrita” em que vivemos (bocejos). Um dia falarei aqui neste blog sobre a Ann Coulter. Enfim, apertei o botão mágico “excluir” e mandei a obra-prima da mocinha pro lugar de onde ele não deveria ter saído: o esquecimento.

Quando li seu “poema” ontem, pensei: deve ser uma artista fracassada. Hoje, penso que, com uma assistente social dessas, quem precisa de poetas?

É irônico como bobocas como ela se prestam a lutar por uma causa tão machista quanto a da liberação do aborto. Será que a idiota não sabe que 64% dos abortos realizados nos Estados Unidos são feitos contra a vontade da mulher que aborta?

Será que essa mocinha que pensa que pensa não sabe que os parentes HOMENS das mulheres pressionam, ameaçam, espancam e até MATAM para obrigar suas parceiras/filhas/irmãs a abortarem?

Será que essa defensora dos “direitusumanus” não sabe que o melhor para a saúde da mulher é ela ter o bebê e não abortá-lo?

Sabe qual é a principal causa de morte entre mulheres grávidas nos Estados Unidos, dona “assistente social”? Homicídio. Os parceiros das mulheres obrigam-nas a abortar. Elas se recusam. Eles pressionam, argumentam que fazer aborto é muito fácil nos EUA porque “defensoras do direito das mulheres” como a senhora estão ligadas a redes de clínicas de aborto e garantem à mulher esse “direito”. Mas se a mulher prefere escolher a vida do bebê, às vezes paga a escolha com agressões – freqüentemente, com a própria vida.

Defender o direito da mulher ser chantageada, espancada e morta: é isso o que defendem os defensores da legalização do aborto, que ignoram que os abortos forçados já se tornaram um grave problema social nos Estados Unidos. Quem é machista e hipócrita?

Depilar o sovaco é uma violência contra a mulher. Deixar que mulheres sejam assassinadas pelos maridos por se recusarem a abortar é feminismo.

Esses dados já foram citados neste blog em post anterior e são provenientes do site The Unchoice.

Truque besta

Por Olavo de Carvalho.

O sr. presidente da República mostra-se escandalizado, chocado, abalado até o fundo de seus sentimentos éticos mais nobres quando a Igreja discorda de sua singela opinião de que para proteger uma criança deve-se matar duas.

Se ele fosse ateu, budista ou membro da Seicho-no-Ie, tudo o que os católicos poderiam fazer diante de seu discurso abortista seria resmungar. Mas ao defender o aborto como dever moral ele insiste em enfatizar que o faz “como cristão e católico”, o que o enquadra, sem a mais mínima possibilidade de dúvida, na categoria dos heresiarcas. Heresia, para quem não sabe, não é qualquer doutrina adversa à da Igreja: é falsa doutrina católica vendida como católica – exatamente como o discurso presidencial contra Dom José Cardoso Sobrinho.

Mas, no fundo, isso não faz a menor diferença. Por seu apoio continuado e impenitente aos regimes e partidos comunistas, Lula já está excomungado latae sententiae faz muito tempo e não precisa ser excomungado de novo. A excomunhão latae sententiae, isto é, “em sentido amplo” decorre automaticamente de ações ou palavras, independentemente de sentença oficial e até mesmo de aviso ao excomungado. Na mesma categoria encontra-se a sra. Dilma Roussef. A presença de qualquer um desses dois num templo católico – quanto mais junto ao altar, na condição de co-celebrantes – é uma ofensa intolerável a todos os fiéis, e só o oportunismo de um clero corrupto até à medula explica que ela seja tolerada e até festejada entre sorrisos de subserviência abjeta. Neste caso, como em todos os similares, a covardia e a omissão não explicam tudo. Alguém manda nos covardes e omissos, e este alguém não é nada disso: é ousado e ativíssimo a serviço do comunismo.

Quanto ao exército inteiro dos que se fingem de indignados junto com o sr. presidente – e ainda o apóiam nesse paroxismo de hipocrisia que é o “Dia Nacional de Luta contra a Hipocrisia” -, seu papel no caso é dos mais evidentes. Os estupros de crianças, cujo número crescente escandaliza e choca a população, são constantemente alegados por essa gente como pretextos para debilitar a autoridade dos pais e submeter as famílias a controles governamentais cada vez mais invasivos. A ONU, os partidos de esquerda, a mídia iluminada, os educadores progressistas e uma infinidade de ONGs – as mesmas entidades que promoveram o feminismo, o divórcio, o gayzismo e todos os demais movimentos que destruíram a integridade das famílias – posam hoje como os heróicos defensores das crianças contra o risco permanente de ser estupradas por seus próprios pais. Toda a credibilidade dessas campanhas advém da ocultação sistemática de um dado estatístico inúmeras vezes comprovado: a quase totalidade dos casos de abuso sexual de crianças acontecem em casas de mães solteiras, cujo namorado – ou namorada – é o autor preferencial desse tipo de delitos. Na Inglaterra, os filhos de mães solteiras sofrem 73 vezes mais abusos fatais – e 33 vezes mais abusos sérios sem morte – do que as crianças criadas em famílias completas. Nos EUA, 55 por cento dos assassinatos de menores de idade acontecem em casas de mães solteiras. Raríssimos casos de abusos de menores acontecem em lares íntegros, com um pai e uma mãe regularmente casados. A presença de um pai é, hoje como sempre, a maior garantia de segurança física para as crianças. Aqueles que removeram esse pai, entregando as crianças à mercê dos amantes de suas mães, são diretamente culpados pela epidemia crescente de violência contra crianças, e são eles mesmos que tiram proveito dela, arrogando-se cada vez mais autoridade para solapar a da família constituída e colocar um número cada vez maior de crianças sob a guarda de assistentes sociais politicamente corretos.

A seqüência dialética é de uma nitidez impressionante. Tese: a pretexto de proteger mulheres e crianças, procede-se à demolição da autoridade paterna, bem como dos princípios morais que a sustentam; antítese: nas famílias desfeitas – surpresa! -, proliferam os estupros e a gravidez infantil; síntese: o aborto é elevado à categoria de obrigação moral, e em seu nome o Estado condena a religião como imoral e desumana e se autoconstitui em guia espiritual da sociedade.

Pensando bem, é um truque simples, até besta. Mas o tempo decorrido entre a tese e a síntese torna invisível a continuidade do processo aos olhos da multidão.

Fonte: site de Olavo de Carvalho.

Estupro, aborto e valores distorcidos

Por Carlos Ramalhete.

Têm sido espantosas as reações à declaração de dom Cardoso, arcebispo de Olinda e Recife, acerca das excomunhões dos responsáveis pelo aborto das duas crianças geradas no estupro de uma menina de nove anos de idade. O que ele fez foi apenas o seu dever: comunicar ter ocorrido a excomunhão automática dos responsáveis pela morte de duas crianças inocentes. Quem lesse as reações à comunicação, contudo, teria a impressão de que havia uma vida apenas em risco, e esta seria a vida da mãe das crianças. Não é o caso. A vida dela estava, sim, em um certo grau de risco, não maior nem menor que o de muitas mulheres grávidas com alguma complicação. Casos muito piores já chegaram a um final feliz.

Neste caso, contudo, aproveitando-se de uma falsa brecha legal – o fato de o Direito brasileiro não prever punição para o aborto de crianças geradas por estupro ou em caso de risco de vida para a mãe, exatamente como não prevê punição para o furto cometido por um filho contra o pai – grupos de pressão interessados na legalização do aborto apressaram-se, contra a vontade da mãe e de seus responsáveis legais, a matar o quanto antes as crianças que cometeram o crime de terem sido concebidas no transcurso de um repulsivo estupro. Os filhos são punidos com pena de morte pelo crime do pai.

A violência das reações à declaração de dom Cardoso, contudo, mostra claramente o alcance – em alguns setores bastante vocais da classe média urbana – de uma pseudoética apavorante. As crianças mortas simplesmente não entram na equação, não são consideradas. O próprio estupro só é mencionado de passagem. O risco de vida para a mãe é transformado em uma certeza de sua morte. São saudados como heróis salvadores os carniceiros que arrancaram do ventre da mãe duas crianças perfeitamente saudáveis e atiraram os cadáveres em uma cesta de lixo, onde provavelmente estava uma cópia mofada do juramento de Hipócrates que fizeram quando se formaram médicos.

Isto ocorre por ter sido perdida a noção do valor da vida. A vida, em si, para os defensores do aborto, não vale nada. Ao invés dela, o que teria valor seria o resultado final de uma equação que tem como componentes o bem-estar da pessoa e sua utilidade para a sociedade. As crianças abortadas não têm valor para a sociedade, logo podem ser mortas. Mais ainda, não merecem menção. A única criança digna de menção é a mãe, e olhe lá.

Ela mesma, a mãe das crianças abortadas, tem seu sofrimento deixado de lado. Uma menina de nove anos de idade que sofreu a violência de um estupro, provavelmente reiteradas vezes; uma criança ela mesma, vivendo mais que provavelmente em condições miseráveis (sabe-se que sua mãe não sabe ler e escrever, o que serviu bem aos que simplesmente mandaram que apusesse a impressão do polegar aos papéis que, como depois ela veio a saber, eram a sentença de morte de seus netos), foi levada de um lugar para o outro, teve os filhos que ela desejava manter arrancados de seu ventre e mortos, sendo tratada apenas como excelente exemplo de portadora biológica de material a abortar.

É de crer que provavelmente os defensores do aborto teriam de bom grado preferido que ela também tivesse sido abortada: o resultado da equação de utilidade social e bem-estar que usam para valorizar uma vida dificilmente seria alto o suficiente no caso dela para garantir-lhe a sobrevivência.

O estupro, mais ainda, o estupro reiterado e contumaz de uma criança indefesa é um crime asqueroso, que poderia em justiça merecer a pena de morte (não percebi, aliás, em nenhuma das numerosas e estridentes reações pró-aborto à declaração de dom Cardoso, alguém pedindo que fosse estendida ao estuprador a pena de morte que sofreram seus filhos). Quem o comete vê em sua vítima apenas um orifício cercado por forma humana, um receptáculo fraco e indefeso, logo acessível a suas taras. É já uma negação da humanidade da vítima: ela não merece, crê o estuprador, ter direito de opinião sobre o que é feito com seu corpo.

A mesma negação feita pelo estuprador contra sua vítima foi reiterada sobre seus filhos: ela foi estuprada; eles foram mortos. Desumanizada pela primeira vez pelo estuprador, ela o foi novamente, juntamente com seus próprios filhos – a flor de esperança e de vida que poderia ter saído do lodo da violência – pelos que não consideram que a vida tenha, por ser vida humana, algum valor. Agora, esperam eles, esgotado seu valor de propaganda, ela pode rastejar de volta à miséria de seu barraco e deixá-los tocar em paz a campanha pró-aborto.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo.

A Pergunta que não foi feita

Por Dom Orani João Tempesta.

Na semana passada estivemos, junto com todo o presbitério da Arquidiocese de Belém, no “deserto” do retiro espiritual e as informações nos chegavam poucas e entrecortadas. O retiro sempre é um tempo de reflexão e aprofundamento da vida espiritual, em vista de uma caminhada de conversão e maior aproximação de Deus.

Ao retornar para a missão diária vi a discussão em torno do caso da criança que teve outra criança abortada na região Nordeste e o destaque que algumas emissoras de comunicação deram, principalmente aquelas mandadas por grupos religiosos independentes.

Não posso acreditar que os direitos humanos sejam só para um lado, assim como não sei como cristãos conseguem defender o assassinato de inocentes. É realmente interessante o fato e o destaque que foi dado!

Mesmo considerando que para Igreja, segundo o Direito Canônico, o fato da morte de um inocente indefeso é um ato que tira da comunhão eclesial a pessoa que o pratica, porém depende também da liberdade de consciência com que a pessoa está ao fazê-lo.

Quando uma pessoa que, tendo seus desequilíbrios emocionais, é capaz de usar sexualmente e brutalmente de uma criança a sociedade deveria se perguntar: “porque chegamos a isso?”

Do modo que coisas se movem no mundo, é bem capaz que o que hoje é crime amanhã seja virtude, como já aconteceu em muitas outras situações – veja-se nesse caso toda a campanha pró-aborto.

Na sexta-feira passada, a Caritas Metropolitana assinou, em nome da Comissão de Defesa da Vida da Arquidiocese, um convênio com um hospital que passará a ajudar a acolher mulheres em situação de risco devido a esse tipo de problema.

Diante de um fato deparado por nós nesse mesmo dia, a magistratura só soube oferecer um tipo de ajuda: a de matar a criança por nascer e ainda ameaçando a mãe da menor que estava nessa situação. Fala-se tanto de direitos para todos e critica-se a Igreja por defender a todos.

Interessante é o depoimento da mãe da adolescente, que testemunhou que o único lugar em que não foi maltratada e sim respeitada foi o escritório da Caritas. Em todos os demais lugares só recebeu acusações e maus tratos. Interessante e confuso esse nosso mundo!

Mas a pergunta ainda continua: por que essas coisas acontecem? A nossa resposta está na mudança de época e de cultura que ora vivemos. A desvalorização da vida, da família, dos valores, da fé acabou conduzindo-nos a um estilo de vida hedonista, subjetivista, consumista e laxista, que parece não ter volta. Mas nós acreditamos que o nosso mundo tem jeito! É essa nossa esperança e nossa luta!

As situações degradantes e complexas irão aumentar enquanto não avançarmos para uma sociedade moderna, onde as pessoas se respeitam, respeitam a vida e sabem cultivar valores. Enquanto vivermos na “idade da pedra”, resolvendo as coisas matando os inocentes e criando violência em nossa frágil sociedade, o homem sempre terá saúde da utopia do “mundo novo”.

Gostaria muito que pensássemos sobre esses caminhos por onde hoje andamos enquanto vivemos a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, que questiona justamente as bases de nossa sociedade.

Da resposta que dermos a essas interrogações dependerá o nosso futuro.

Fonte: Site da CNBB.

A quem a Igreja deve satisfações? À “comunidade de cristãos” ou a Jesus Cristo?

Eu achava que a frase da jornalista de O Globo (ver o post seguinte)  já era eminentemente representativa para o fenômeno da burrice que se espalha como vírus de computador entre todos os boçais que se proclamam “católicos”. Mas li uma coisa de autoria da dotôra Ivone Gebara (quem?) que é de doer o fígado. Trata-se de um texto publicado no blog A Igreja Católica é a Igreja Una e Santa, de Danilo Augusto. É uma temeridade de horrendo o que está escrito, e o blogueiro comenta as bobagens de dona Ivone com muita competência. Chamou-me mais a atenção determinado trecho, o qual comentarei logo abaixo.

Babando sobre o caso da meninha de nove anos violentada pelo padrasto em Alagoinha (cidade que tristemente vai ficando conhecida como cenário desse horrendo episódio), ela rascunhou a seguinte pérola:

Os bispos tanto a nível nacional quanto internacional, e aqui incluo também o Papa, como bispo de Roma, tornaram-se cismáticos em relação à comunidade de cristãos católicos, isto é, romperam com grande parte dela em várias situações.

Vejam bem o que esse gênio da teologia disse aqui: que o Papa, e os bispos (quais dentre eles? Todos?) são cismáticos, ou seja, estão separados da “verdadeira” “igreja”. E por que? Porque esses membros da hierarquia se negam a seguir o que a sociedade (“a comunidade de cristãos católicos”) determina como correto. Vejam bem a gravidade do que foi escrito: não é a Igreja quem deve inspirar e sustentar a moralidade de uma sociedade, através dos seus valores e da sua espiritualidade; ao contrário, é a sociedade quem deve definir as posturas da Igreja, e em última instância determinar o que ela ensina e mesmo acredita!

Ou essa mulher é mau caráter mesmo ou tem algum problema grave de percepção, de ser incapaz de perceber a realidade como tal. Vejam o que está nas entrelinhas da frase: não é a hierarquia da Igreja (bispos e padres) que deve ensinar e corrigir os pecados dos fiéis; é a “comunidade dos cristãos” que deve passar o pito justamente naqueles que deveriam ser a autoridade moral deles – e isso quando bispos e padres ensinarem algo desagradável, que não for aceito pela “comunidade”! Vocês já conseguiram imaginar os seguidores de Jesus discutindo com ele, exigindo que ele mudasse algum ensinamento? Em João 6, 59-61, está escrito:

Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: “Isso vos escandaliza?”

Ou seja: muitos discípulos ouviram o que Jesus ensinava e reclamaram. O que esse homem diz é muito duro! Jesus mudou seus ensinamentos?

Não! Não modificou em nada sua doutrina.

O que aconteceu? Os versículos seguintes o dizem:

“Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?… O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Mas há alguns entre vós que não crêem…” Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. Ele prosseguiu: “Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele.

Ou seja: muitos o abandonaram.

Da mesma forma: a Igreja tem que permanecer inflexível em seus ensinamentos. Aqueles que não concordarem… O que farão? Abandonarão a Igreja, tal como abandonariam o próprio Cristo em pessoa.

Pelo menos aqueles que abandonaram a Jesus naquela ocasião não parecem ter depois espalhado para outras pessoas comentários do tipo “Esse Jesus rompeu com sua comunidade!” Ao menos tiveram a vergonha na cara de se mandarem, reconhecendo-se incapazes de seguirem a mensagem de Jesus – não permaneceram no grupo dos discípulos para dividir, confundir, desafiar a autoridade do Mestre ou mesmo tentar corrigi-lo.

O que essa dona diz está me parecendo nada menos que um sintoma de parafrenia, ou seja, um delírio crônico. O absurdo da frase é tão galopante que todo o resto do texto se torna uma baita encheção de lingüiça, um distúrbio esquizofrênico que não quer dizer coisa com coisa. Se for analisado com um pingo de coerência e senso da realidade, não faz sentido algum.

Para refutar todo esse excremento teológico expelido pela dona Ivone, basta uma única citação do Catecismo da Igreja Católica:

869 A Igreja é apostólica: está construída sobre fundamentos duradouros: “Os doze Apóstolos do Cordeiro”; ela é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo a governa por meio de Pedro e dos demais apóstolos, presentes em seus sucessores, o Papa e o colégio dos Bispos.

Uma igrejola “servidora da comunidade dos fiéis” tal como sonham a dona Ivone e muitos outros cabeças de vento é insustentável! É um verdadeiro descalabro tanta insanidade, falta de reflexão, conhecimento, inteligência mesmo. Repito o que postei aqui ontem: a igreja anglicana será extinta nas próximas décadas porque primeiramente permitiu a ordenação de mulheres e agora sagrou um bispo homossexual! Sob qual alegação? Ora, a alegação de que os tempos são outros, a sociedade mudou e a igreja tem que se adaptar a uma nova realidade. Segundo esse “raciossímio“, o cristianismo deve mudar e adaptar sua doutrina para se adequar às mudanças que ocorrem na sociedade. Isso é exatamente o contrário daquilo que ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo:

Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus (Mateus 5,17-19).

Nem Jesus Cristo ousou mudar o que diziam “a lei e os profetas”. Com qual justificativa então aqueles que se dizem seus servos têm a cara de pau, o atrevimento, a falta de vergonha na cara, de ensinarem algo diferente daquilo que é ensinado há 20 séculos?

Desde sempre a Igreja Católica condenou o aborto e ela não pode mudar seu ensino a respeito, pois estaria traindo a missão que lhe foi confiada. Será que isso não é claro?

Toda essa conversa fiada e ridícula da dona Ivone não tem a menor sustentação. É senso comum grosseiro e dos mais vagabundos. Esse discurso visa destruir a Igreja Católica por dentro, solapando a sua autoridade moral, minando sua hierarquia – que é o que de fato sustenta a Igreja. Não sei se dona Ivone tem a menor noção disso, mas muita gente dentro da Igreja tem plena consciência de que está lá com o intuito de destruí-la e apoia esses discursos justamente tendo esse objetivo.

A frase mais idiota da semana

Acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública.

Fernanda de Escóssia, jornalista de O Globo que pensa que é católica, em artigo publicado no dia 06/03.

Noves fora o singelo fato de a escriba referir-se a si mesma como católica (tão católica quanto eu sou a Sharon Stone), esse debate sobre o início da vida humana nada tem a ver mesmo com religião; afinal de contas, se a vida começa no momento da concepção, este é um dado científico, não religioso. E, se for realmente verdade que a vida começa no momento da concepção (alguém aí prove o contrário), estão sendo massacradas milhões de vidas todos os anos em todo o mundo.

Se vivéssemos em um mundo minimamente racional, essa questão deveria sim ser debatida e resolvida publicamente, antes que fosse cogitada a hipótese de se liberar o aborto. Em suma: com o aborto, há a possibilidade de se estar matando uma pessoa, um ser humano, um indivíduo que em tese deveria estar protegido pela lei, porque a lei não pode discriminar indivíduos; a lei se baseia no princípio básico de que “todos são iguais em direitos”. Se um feto for um ser humano, ele tem que estar amparado pela lei.

Ora, se é impossível demonstrar que a vida começa na concepção, também é impossível demonstrar o contrário. Por prudência, obviamente, a possibilidade de o feto ser uma pessoa deveria ser levada em consideração no debate. A possibilidade de se estar matando uma pessoa é real. Por
conclusão lógica, o aborto deve ser evitado.

Os defensores da legalização do aborto não são capazes de provar quando a vida começa. Será que não passa pela cabecinha iluminada desses arautos da liberdade, dos “direitusumanus” e da igualdade a possibilidade de o aborto matar pessoas inocentes?

Se não são capazes de dizer, de forma clara ou objetiva, quando começa a vida humana, por que defendem com tanta ênfase a legalização de um procedimento que pode matar pessoas? Os abortistas não são capazes de demonstrar o contrário: que o feto não é uma pessoa humana e por isso pode ser extirpado.

A defesa da legalização do aborto é absurdamente irracional.